sábado, 13 de dezembro de 2008

Mensagem: Sinto Vergonha de mim



Imagem capturada da Internet




Quis postar esta mensagem, dias atrás, em razão do Dia Internacional da Corrupção, mas perdi muitos arquivos meus devido a vírus no PC e demorei a achá-lo.

Trata-se de um poema muito sério e bonito a respeito da corrupção, da desonestidade, tão enraizadas em nossa sociedade e ensinadas aos jovens e crianças através de exemplos de vida de muitos adultos.

Infelizmente, a inversão de valores ganha força, cada vez mais, entre o público infanto-juvenil e os caminhos mais utilizados primam pela mentira, pela esperteza, pela maldade, pela desonestidade em detrimento aos valores humanos elevados e a ética.

O poema abaixo é de autoria da poetisa Cleide Canton. Muito conhecida e divulgada na Internet, seu poema é tratado, constantemente, de forma errônea, pois atribuem a sua autoria ao Ruy Barbosa.

No entanto, somente o trecho final que integra o poema da referida poetisa é que de autoria do escritor Ruy Barbosa de Oliveira.




"De tanto ver triunfar as nulidades

de tanto ver prosperar a desonra

de tanto ver crescer a injustiça,

de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,

o homem chega a desanimar da virtude

a rir-se da honra

a ter vergonha de ser honesto".

Ruy Barbosa

Inclusive, a primeira vez que eu ouvi esta poesia foi no Programa do Rolando Boldrim e, a maneira como ele declama é linda! Ele mesmo confundiu a autoria do mesmo e, em um programa posterior, este retificou e atribui a autoria do poema à Cleide Canton e não a Ruy Barbosa, como ele havia citado.

Vale a pena conferir os vídeos tanto da Página Poética de Cleide Canton, a verdadeira autora, como no vídeo do Programa do Rolando Boldrim, disponibilizado no You Tube.





SINTO VERGONHA DE MIM

Cleide Canton




Sinto vergonha de mim…

por ter sido educador de parte desse povo,

por ter batalhado sempre pela justiça,

por compactuar com a honestidade,

por primar pela verdade

e por ver este povo já chamado varonil

enveredar pelo caminho da desonra.


Sinto vergonha de mim

por ter feito parte de uma era

que lutou pela democracia,

pela liberdade de ser

e ter que entregar aos meus filhos,

simples e abominavelmente,

a derrota das virtudes pelos vícios,

a ausência da sensatez

no julgamento da verdade,

a negligência com a família,

célula-mater da sociedade,

a demasiada preocupação

com o “eu” feliz a qualquer custo,

buscando a tal “felicidade”

em caminhos eivados de desrespeito

para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim

pela passividade em ouvir,

sem despejar meu verbo,

a tantas desculpas ditadas

pelo orgulho e vaidade,

a tanta falta de humildade

para reconhecer um erro cometido,

a tantos “floreios” para justificar

atos criminosos,

a tanta relutância

em esquecer a antiga posição

de sempre “contestar”,

voltar atráse mudar o futuro.





Tenho vergonha de mim

pois faço parte de um povo que não reconheço,

enveredando por caminhos

que não quero percorrer…





Tenho vergonha da minha impotência,

da minha falta de garra,

das minhas desilusões

e do meu cansaço.

Não tenho para onde ir

pois amo este meu chão,

vibro ao ouvir meu Hino

e jamais usei a minha Bandeira

para enxugar o meu suor

ou enrolar meu corpo

na pecaminosa manifestação de nacionalidade.





Ao lado da vergonha de mim,

tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!

x x x x x x x x x x


"De tanto ver triunfar as nulidades,

tanto ver prosperar a desonra,

tanto ver crescer a injustiça,

de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,

o homem chega a desanimar da virtude,

a rir-se da honra,

a ter vergonha de ser honesto".

(Ruy Barbosa)

Um comentário:

  1. eu concordo,acho tao triste e deploravel como o brasil vai se afundando cada vez mais com corrupcao.E um exemplo mais recente e o caso de Sergio Cabral e a sua esposa Adriana Anselmo.Enfim esse foi meu comentario. ALUNA:Kassiara TURMA:1903

    ResponderExcluir