domingo, 25 de outubro de 2009

Conflitos: Pesquisa Escolar x Realidade do Rio de Janeiro


Angeli - Folha de São Paulo (14/04/09) - Imagem capturada na Internet
A minha intenção inicial era expor os trabalhos dos alunos, tanto da E.M. Dilermando Cruz quanto da E.E. Assis Chateaubriand, na próxima 3ª feira (27/10), pois é o Dia Mundial de Oração pela Paz. Mas, em razão do Conselho de Classe e do feriado de 2ª feira, estou achando pouco provável que eu possa dispor de tempo hábil para organizar os murais. Vamos ver...
 
Os trabalhos fazem parte do Projeto “Todos pela Paz e pela Não-Violência”, conforme já postei neste espaço. Além de desenho e paródia de música (ou poesia), os alunos do 6° e 7° Ano realizaram pesquisa sobre “Bullying”, enquanto os alunos do 8° Ano fizeram sobre Conflitos Mundiais.
 
As turmas do 7° e 8° Ano, ainda, realizaram um levantamento biográfico de personalidades que se voltaram para ações e medidas políticas voltadas para a Não-Violência, para as negociações e resolução definitiva ou mitigadora de conflitos armados.
Estou ainda corrigindo os trabalhos e as provas. Tenho que terminar tudo neste final de semana com feriado.
 
O que eu achei interessante é que, embora eu já tivesse comentado a respeito com algumas turmas, os alunos estão reconhecendo o Bullying em determinadas atitudes dos colegas e estão chamando a atenção, de imediato, dos mesmos.
 
Eu, ainda, vou dar continuidade à discussão, terminar a minha pesquisa diagnóstica acerca desta temática, bem como trabalhar o texto “Quando entendemos o Ernani...”. Este texto já foi postado aqui, no Blog.
 
O pior de tudo é não poder ficar alheia a tudo que acontece ao nosso redor... Pois o cenário não é nada animador... Enquanto, as pesquisas perpassam a nível da violência interna nas escolas, sob o perfil de Bullying, e dos conflitos mundiais, a violência urbana no Rio de Janeiro, mais uma vez, foi destaque nas mídias, quer na imprensa nacional quer imprensa internacional.
 
Além da insegurança pública, problema – infelizmente – tão comum nos grandes centros urbanos, tivemos o ataque e a queda de um helicóptero da polícia militar, conflitos em diversas comunidades espalhadas pela cidade no dia e nos subsequentes, inclusive no meu bairro (Penha), mais especificamente na Vila Cruzeiro, tendo como resultado, várias vítimas fatais e outros tantos feridos.
 
Além disso, acrescenta-se outra situação inusitada... A de não podermos contar efetivamente com aqueles que têm a missão de garantir a segurança da sociedade, ou seja, a polícia militar, que já tem a fama de ser corrupta.
 
Desta vez, esta mostrou que alguns dos seus membros ainda sustentam outros títulos, pois - de acordo com os vídeos do assalto e morte do coordenador do AfroReggae, Evandro João da Silva, pelo menos dois militares se mostraram omissos à vítima baleada e em estado agonizante, caída na calçada, assim como se apossaram dos pertences roubados que estavam no poder dos assaltamtes.

Fica difícil atribuir níveis diferenciados quanto a nossa indignação à realidade mostrada: se o pior foi a atitude dos assaltantes que banalizaram o valor da vida a um simples par de tênis e de um casaco ou dos policiais que ignoraram o estado da vítima, abordaram os assaltantes, subtrairam dos mesmos os pertences roubados e liberaram os mesmos. Ambas as situações são inadmissíveis.

Que mundo estamos vivendo? A inversão de valores põe à prova todos os segmentos da sociedade.

Contrariando a definição da polícia... “Ela é o aparelho protetor da liberdade, o agente da lei. (...) atividade do Estado que tem por finalidade defender, por meio do poder da autoridade, a boa marcha da causa pública contra as perturbações ocasionadas pelas existências individuais. (...) a Polícia é o Exército da Sociedade. Ela foi instituída para manter a ordem pública, a liberdade, a propriedade, a segurança individual.” (
Agente da Lei), o descrédito à ação e segurança oferecida pela polícia do Rio de Janeiro é algo certo em razão da existência destes maus policiais.

O Rio de Janeiro foi escolhido como a cidade mais feliz do mundo, ela venceu grandes concorrentes do Primeiro Mundo e vai sediar as Olimpíadas de 2016... Como??

Recentemente, os dizeres de uma pessoa me comoveram muito e eu procurei na rede, após ter assistido a
reportagem na TV. Foi o apelo da mãe do cabo Izo Gomes Patrício, depois do seu enterro. O cabo estava no helicóptero que foi derrubado por bandidos, no final de semana passada, em Vila Isabel (Morro dos Macacos).

O seu apelo foi direcionado para as mães: “Moderem os filhos de vocês do berço, não deixe eles crescerem soltos para quererem modelar com 12, 13 anos, porque ai eles já estão perdidos”.

Onde iremos parar? Eu não sei e temo muito por desconhecer uma saída, uma alternativa viável.

2 comentários:

  1. É difícil professora. Ontem mesmo eu fui no DNJ(Dia Nacional da Juventude), é um evento da arquidiocese do Rio de Janeiro, e o tema era ' Juventude em marcha contra a violência' e o lema ' Contra e extermínio da juventude. Na luta pela paz'
    Muitos jovens acabam morrendo pela violência nessa cidade, só jovens não né, mais pessoas de todas as idades.Ou alguns também ajudam com a violência, pois acabam se envolvendo com as drogas. A violência é um tema muito falado, e claro, lá também foi falado desse terrivél acidente no Morro dos Macacos.

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  2. Tamiris,

    Infelizmente, a situação está caótica.

    É por isso que eu pedi o trabalho sob o título "Todos pela Paz e pela Não-Violência".

    Beijos

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