sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Violência e Opressão contra as mulheres no Irã

Neda Agha Soltan -Imagem capturada na Internet


Reportando à data de ontem, Dia Internacional pela Erradicação da Violência Contra a Mulher mais a recente e rápida visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, no país, a mulher iraniana sofre forte opressão por parte do governo.

Desde a revolução islâmica de 1979, que derrubou o xá Mohammad Reza Pahlevi (monarquia autocrática) e instarou uma república islâmica (teocracia islâmica) no país, sob o comando do aiatolá Ruhollah Khomeini, muitos costumes ocidentais foram proibidos, tais como: proibição do uso de minissaia, de maquiagem pelas mulheres; música, baile, jogos, cinemas etc. Foi imposto o uso do xador às mulheres, vestimenta disforme que esconde o contorno do corpo feminino.

Os castigos corporais, como por exemplo o apedrejamento, foram reintroduzidos para quem violasse os preceitos da sharia, isto é, sexo fora do casamento, adultério, consumo de álcool, como também a pena de morte, aplicada tanto para os defensores do xá, sobretudo, ministros e militares do regime anterior, quanto para prostitutas, homossexuais, marxistas, membros de outras igrejas (judeus) etc.

Com a implantação da teocracia islâmica, as mulheres tornaram-se cidadãs de "segunda classe". Qualquer desvio de conduta ou de cumprimento às leis dos aiatolás, como por exemplo, o uso de maquiagem, uma mecha de cabelo para fora do véu ou roupa não condizente com os costumes dotados, era o suficiente para despertar a fúria da polícia religiosa.

Embora, hoje, a situação das mulheres se apresente melhor, as leis discriminatórias - entre elas e o sexo masculino - continuam as mesmas.

De acordo com a reportagem da Revista Veja (Edição 2119, 1° de julho de 2009), a mulher iraniana vale, literalmente, a metade de um homem em depoimentos no tribunal e em casos de indenização.

Na divisão da herança, uma filha pode levar apenas metade da quantia recebida por seus irmãos.

A menina pode ser forçada a se casar a partir dos 13 anos e, ainda, seu marido tem o direito de proibí-la de trabalhar fora ou estudar.

Para viajar ao exterior, a mulher iraniana tem que apresentar uma permissão por escrito do marido. Caso se divorciem, o homem ganha a custódia dos filhos com mais de 7 anos.

Elas são proibidas de ser magistradas e, há três décadas, não ocupam o posto de ministra. Neste ano puderam se candidatar à Presidência, pela primeira vez no país. Parecia que uma nova abertura se vingava, mas foi tudo em vão, pois o Conselho dos Guardiães vetou todas as 42 candidatas.

E foi justamente no último pleito para a Presidência, quando se reelegeu - sob um clima de incerteza que muitos manifestantes foram às ruas de Teerã, capital do Irã, descontentes com o resultado da eleição.

Mais que simples manifestação popular contra a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, o protesto foi marcado por atos violentos da milícia islâmica bassidj contra os manifestantes, resultando na morte de Neda Agha-Soltan, 26 anos, ex-estudante de Filosofia, que trabalhava na área de turismo. Há suspeita de assassinato, ou seja, de haver intenção em matá-la.

As imagens de sua morte, a tiros, foram filmadas por um videoamador (por celular) e exibidas nas mídias (TV e Internet). São cenas chocantes, tal como eu comentei com os alunos da turma 1801, hoje, em resposta a um comentário de uma aluna a respeito do presidente Mahmoud Ahmadinejad.

Eu não me interessei em postar o vídeo em razão disso, das imagens serem fortes, mas quem tiver interesse em assistir, acesse o vídeo do Globo.com ou no próprio You Tube.

Fonte: Revista Veja (Edição 2119, 1° de julho de 2009).

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