segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Cuba sem Fidel Castro: A Morte de um Ícone da História do País


 Imagens capturadas na Internet
Fonte: Wikipedia

Um fato que marcou o final do mês passado e, efetivamente, o maior país da América Central Insular, Cuba, foi a morte do seu líder revolucionário e ex-presidente Fidel Castro.  

Na verdade, a notícia de sua morte foi destaque na imprensa no mundo todo, sob manchetes distintas acerca do seu papel político como líder cubano pós-revolução, de um país socialista, o único da América.

Referenciado como “El Comandante”, em razão do seu papel na Revolução Cubana (1959), Fidel Alejandro Castro Ruz (1926-2016) morreu na capital do país (Havana), no dia 25 de novembro, aos 90 anos

Seu corpo foi cremado no dia seguinte (26/11) e, hoje (04/2016), após nove dias oficiais de luto, suas cinzas foram enterradas, pela manhã, no cemitério de Santa Efigênia, em Santiago de Cuba, bem próxima do mausoléu de José Marti, herói da independência do país e figura importante da história cubana, que Fidel Castro sempre admirou e enaltecia. A causa de sua morte não foi revelada.

Atendendo aos seus pedidos, segundo o seu irmão, a imagem de Fidel Castro não será imortalizada sob a forma de estátua e nem locais públicos serão nomeados em sua homenagem.


Imagem capturada na Internet
Fonte: A Tribuna

Após a Revolução Cubana, Fidel Castro governou o país como Primeiro-Ministro, no período de 1959 a 1976 e, depois como Presidente, de 1976 a 2008.

Acometido por problemas de saúde, em meado de 2006, Fidel Castro passou o cargo de presidente do país ao seu irmão mais novo, Raul Castro, que assumiu interinamente. No entanto, o seu estado de saúde se agravou, obrigando-o a renunciar e transmitir oficialmente o poder ao mesmo (Raul Castro), em fevereiro de 2008.

A partir disso, Fidel Castro passou a exercer a função de principal Conselheiro do Partido Comunista e do novo governo de Cuba. Além de escrever, periodicamente, em uma coluna no jornal estatal Gramma sobre assuntos nacionais e mundiais.

Com a Revolução Cubana, ele transformou o país, considerado – até então –o “quintal dos EUA”, em razão do turismo baseado em cassinos, boates e casas de prostituição, em outra realidade, assegurando a independência do país ao imperialismo estadunidense e ao capitalismo global.

Chê Guevara e Fidel Castro (1961)
Imagem capturada na Internet 
Fonte: Wikipedia - Foto de Alberto Korda 
                                               
No entanto, Fidel Castro sempre fora considerado uma das figuras políticas mais polêmicas do último século. Dependendo do ponto de vista de cada um, de sua ideologia, para alguns, ele era um revolucionário supremo, defensor do socialismo e do anti-imperialismo (estadunidense), enquanto que para outros, ele era um grande ditador, autoritário e violador dos direitos humanos.

Ao mesmo tempo que o sistema implantado e as reformas promovidas em Cuba, a fizeram alcançar altos índices de desenvolvimento social, sobretudo, nas áreas da Saúde e Educação, com a erradicação do analfabetismo e da desnutrição infantil, bem como a constatação da menor taxa de mortalidade infantil de todo o continente americano, entre outros, tais progressos sociais foram acompanhados pelo controle rígido do Estado, pela falta de liberdade de expressão e de imprensa, assinalando uma administração de múltiplos abusos aos direitos humanos, o que provocou uma onda emigratória de mais de um milhão de cubanos.

O seu alinhamento com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), durante a Guerra Fria, fez com que as relações com os EUA fossem totalmente rompidas, sofrendo o país - desde 1961 (até hoje) - um embargo econômico por parte do presidente John Kennedy (EUA).

Após a crise no Socialismo e a dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), no final dos anos 80 e início dos anos 90 (Século XX), Cuba perdeu muito com o rompimento da ajuda soviética (sua maior fonte de financiamento), mas Fidel Castro se manteve firme a sua ideologia, seguindo como o único país socialista da América, junto aos remanescentes socialistas asiáticos (Coreia do Norte, China, Laos e Vietnã). Ele foi obrigado a se adaptar às mudanças vigentes e passou a estimular o turismo na ilha, legalizando também a entrada de dólares.  

Mas, o empobrecimento de sua economia já era notória e piorou com o fim da ajuda da extinta URSS...

Ainda vivo e fora do poder, Fidel Castro pode acompanhar algumas mudanças implementadas por seu irmão. Raul Castro introduziu algumas reformas econômicas e políticas, inclusive, fechando acordo político com os EUA, em dezembro de 2014, para restabelecer laços diplomáticos, a fim de viabilizar uma maior aproximação de ambas as nações e encerrar o clima hostil que por muito tempo foi alimentado entre ambas.

Quando o atual presidente dos EUA, Barack Obama, visitou Cuba, em março deste ano, o primeiro presidente estadunidense a pisar em solo cubano desde 1928, Fidel Castro não chegou a conhecê-lo, preferindo assistir tudo de longe.

A princípio, a ideia principal de Barack Obama seria suspender o embargo econômico com Cuba e reestabelecer as relações comerciais e turísticas com o país. A visita à ilha representou um marco inicial e importante neste movimento.

Muitos analistas consideram que Fidel Castro era o verdadeiro “entrave” a esse processo de inovação e de mudanças políticas e econômicas de Cuba, na atualidade. Com a sua morte, talvez, os acordos sejam intensificados e avancem nesse sentido. 

Contudo, há um outro problema, a vitória nas urnas de Donald Trump, nas eleições para presidência dos EUA, que se mostra muito adverso a esse alinhamento entre ambos, os países.

Assim como, muitos alegam, o futuro de Cuba é incerto

O que se sabe é que a Era da Cuba Socialista passava por um período de transição e que, com a morte de Fidel Castro, ela pode ser encerrada ou não, mesmo com a reaproximação gradual da ilha com os EUA.


Ademais, segundo especialistas, o presidente de Cuba, Raul Castro, até o momento, não deu qualquer indicativo de que almeja tornar a ilha em um país democrático. 


Fontes: 





. Jornal O Globo – Diversas Edições (impressa)





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