sábado, 1 de julho de 2017

Dica de Exposição Fotográfica: Morro da Providência



Imagem do meu acervo particular

Conforme mencionei às minhas turmas, a dica da vez é a Exposição FotográficaMorro da Favela Á Providência de Canudos”, do fotógrafo Maurício Hora, que pode ser visto no Espaço Cultural BNDES.
 
Ainda a tempo, pois a referida Exposição vai até o próximo dia 14 de julho. Infelizmente, antes do Recesso Escolar da rede pública de ensino (Municipal e Estadual), já que os dias e horários de visitação coincidem com os dias úteis da semana, ou seja, de segunda à sexta-feira (exceto feriados, sábados e domingos), no horário das 10h às 19h.
 
A Exposição começou no final de maio, mas eu só tive a oportunidade de visitá-la na 2ª feira passada (26/06).
 
Bastante interessante, o fotógrafo Maurício Hora, nascido e criado no Morro da Providência retrata – por meio de suas belas imagens capturadas por meio fotográfico – um paralelo entre a realidade atual da primeira favela do Brasil (Morro da Providência) e de suas raízes (povoamento), marcada por uma distância geográfica que o levou até ao sertão baiano, mais precisamente, ao município de Canudos.
 
A ligação histórica entre as duas regiões, ou seja, entre Canudos (Bahia) e o Morro da Providência (Centro da cidade do Rio de Janeiro) tem a ver com a Guerra de Canudos (07 de novembro de 1896 a 05 de outubro de 1897), travada no atual município baiano (na época tratava-se de uma comunidade), entre o Exército Brasileiro e os seguidores de um movimento social e religioso, liderado por Antônio Conselheiro.
 
Sem entrar no mérito de discorrer e aprofundar sobre o referido conflito armado, a vitória das tropas do Exército só veio a acontecer na quarta expedição militar, depois três expedições fracassadas, o que resultou na destruição total da comunidade de Canudos.
 
Soldados de vários estados do Brasil foram convocados às quatro expedições do Exército à Guerra de Canudos.
 
Segundo consta em diversas fontes de pesquisa, o número de mortos foi muito alto, em ambos os lados. Estima-se, em aproximadamente, vinte e cinco mil sertanejos (seguidores de Antônio Conselheiro, incluindo o mesmo) e cerca de cinco mil soldados. Por esses números é fácil deduzir as razões da Guerra de Canudos ser conhecida como o “grande massacre nordestino”.
 
Na ocasião, o governo junto ao Ministério da Guerra prometeu aos soldados – em caso de vitória dos mesmos na Guerra - a entrega de uma residência a cada um deles, o que não foi cumprido por falta de recursos financeiros. Mediante a essa situação, os soldados (cerca de 10 mil combatentes) e os migrantes nordestinos se apropriaram e ocuparam a encosta do atual morro da Providência, localizado no Centro do Rio de Janeiro, próximo à Estação Ferroviária Central do Brasil.
 
Inicialmente, os moradores a denominaram de “morro da Favela” em menção a um morro de mesmo nome existente em Canudos, que serviu como ponto de apoio aos soldados durante os combates e, também, ao arbusto bastante comum na região do sertão baiano, conhecido popularmente como “Faveleira” ou “Favela” (Cnidoscolus quercifolius).
 
Posteriormente, não se tem a data precisa, o mesmo passou a ser referenciado como “morro da Providência” em razão do seu histórico ligado, justamente, à “providênciatomada pelos soldados em ocupar a encosta do morro diante do não cumprimento da promessa feita pelo governo, após a vitória dos combatentes na referida Guerra.
 
Embora, haja controvérsias recentes quanto à titularidade, no âmbito da cidade do Rio de Janeiro, considera-se, oficialmente, como primeira favela do Brasil a do morro da Providência (1897), que nesse ano completará 120 anos.
 
Daí a Exposição ter dois recortes espaciais (ou sessões), sendo o primeiro de suas origens no sertão baiano, hoje, município de Canudos e, o segundo, o atual morro da Providência, privilegiando a realidade de seus moradores.
Sessão às Raízes no Sertão Baiano de Canudos

 
 
 


 



 
 



 


 Faveleira” ou “Favela” (Cnidoscolus quercifolius)
 
 

Sessão acerca do atual Morro da Providência
 














 Fica aqui a minha dica... Vale a pena visitar a Exposição! A Entrada é franca.

Espaço Cultural BNDES

Av. Chile, 100 - Centro - Rio de Janeiro/RJ

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