quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

06 de Fevereiro: Dia Internacional da Tolerância Zero para a Mutilação Genital Feminina

Imagem capturada na Internet
Fonte: Petiscos
 
"A cultura, os costumes, a religião, a tradição ou a chamada ‘honra’
não justificam nenhum ato de violência contra as mulheres"
Vilija Blinkevičiūtė
(Presidente da Comissão dos Direitos da Mulher e da
Igualdade de Gênero, do Parlamento Europeu)
 
Ontem, para assinalar uma importante e permanente campanha contra a violação dos direitos humanos, baseada no gênero (feminino), a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o dia 06 de fevereiro como Dia Internacional da Tolerância Zero para a Mutilação Genital Feminina.
 
De acordo com a ONU, estima-se que cerca de 200 milhões de mulheres, adolescentes e crianças foram vítimas desse ato desumano e de violência extrema, que é a Mutilação Genital Feminina (MGF). Sem falar das que ainda correm riscos de entrarem nas estatísticas, com essa prática, sobretudo, em cerca de 30 países da África e do Oriente Médio.
 
Tal prática ocorre também em alguns países asiáticos e latino-americanos, assim como na Austrália, Nova Zelândia, na América do Norte e, principalmente, na Europa, cujos registros têm aumentado no meio dos imigrantes e já consiste em uma grave preocupação dos governos de diversos países.
 
 
 Considerada uma das violações mais graves dos direitos humanos, a mutilação genital feminina (MGF) é realizada, na maioria das vezes, em locais com péssimas condições de higiene e por mulheres da comunidade (as chamadas “talhadoras”), cujos procedimentos são utilizados materiais não esterilizados, como facas, lâminas, giletes ou, até mesmo, cacos de vidro.
 
Sua prática quatro tipos de mutilação, a saber:
 
1. Clitoridectomia: Consiste na remoção parcial ou total do clitóris e da pele no entorno.
 
2. Excisão: Incide na remoção parcial ou total do clitóris e dos pequenos lábios.
 
3. Infibulação: É considerado um dos procedimentos de maior gravidade, o qual consiste em fechar os lábios vaginais por meio de costura ou com a introdução de anel ou colchete, mantendo uma pequena abertura, capaz de permitir passar o fluído da urina e da menstruação.
 
Extremamente dolorosa, essa prática é utilizada na intenção de impedir relações sexuais, no caso de possíveis traições ou por qualquer outro motivo cultural. Ela pode gerar, também, o risco de uma infecção a partir do fechamento da vagina e da uretra, mantendo essa pequena abertura.
 
Outra complicação diz respeito ao fato da abertura ser muito apertada, sendo necessário abri-la por ocasião do ato sexual ou do parto.
 
4. Engloba todos os outros tipos de mutilação: perfuração, incisão, raspagem e cauterização do clitóris ou da área genital.
 
Seja qual for o tipo de mutilação, as lesões físicas e psicológicas são graves e permanentes, para o resto da vida. Em muitos casos, tendo em vista que não há acompanhamento e nem assistência médica, a vítima pode ter sangramento intermitente, chegando a óbito.
 
“Para se ter ideia do quanto a prática está enraizada nas culturas, basta lembrar do presidente queniano Jomo Kenyatta (1889 – 1978) que nos anos 60 declarou que a “abolição da mutilação destruiria o sistema tribal”. E desde tal declaração (que está mais para aberração) muitos tratados foram assinados contra a mutilação. Mas, se na teoria a vida das meninas mudaria dali pra frente, o mesmo não acontece na prática. O pensamento de manter a tradição tribal é levado adiante. E por isso é importante o mundo todo exigir que esses direitos sejam cumpridos, que meninas não tenham mais que viver com o terror e que possam ter uma vida íntegra.” (Petiscos)
 
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Fontes de Pesquisa
 
 

 
 



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