sexta-feira, 12 de junho de 2020

ONG Rio pela Paz: Protesto Silencioso, mas de grande impacto Visual e Emocional...


Imagem capturada na Internet
Fonte: G1 

Cem covas rasas foram abertas nas areias da praia de Copacabana e puderam ser vistas na manhã de hoje (11/06), representando o grande número de pessoas mortas por causa da pandemia no Brasil, ou seja, as vítimas pela Covid-19.

A iniciativa foi da Organização Não Governamental (ONG) Rio de Paz. Conhecida por suas formas inusitadas de protestar contra a violência do estado do Rio de Janeiro, esta foi a maneira encontrada pela referida ONG para simbolizar e protestar, respectivamente, o número elevado de mortos no país pela contaminação do Novo Coronavírus (alusão aos cemitérios lotados) e contra a política do Governo Federal ao tratamento à pandemia global no país.

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Fonte: G1 - Foto: Daniel Silveira


Segundo informações publicadas nas mídias, o seu ato de protesto nas areias de Copacabana contou com a participação de cerca de 40 voluntários, que começaram os trabalhos ainda de madrugada, às 4 horas, em frente ao Hotel Copacabana Palace.

E, além da abertura das covas rasas (com sacos plásticos pretos), juntas a estas, cruzes foram fincadas na areia, sendo que em algumas delas foram colocadas bandeiras do Brasil. Foram estendidas também 3 faixas, tendo a principal com a seguinte citação “Brasil, país das covas”.

Imagem capturada na Internet
Fonte: G1 – Foto: Daniel Silveira


 Em outra faixa há uma mensagem em inglês, “Brazil is going against what the entire world is doing”, a qual afirma, em português, “O Brasil está indo contra o que o mundo inteiro está fazendo”.


Imagem capturada na Internet
Fonte: G1 – Foto: Daniel Silveira

O Presidente da ONG Rio de Paz, Antonio Carlos Costa, criticou e cobrou mudanças de atitudes do Governo Federal em face à pandemia global, inclusive, com a criação de um Gabinete de Crise com uma linha política comum entre as instâncias governamentais, entre outras cobranças a respeito da situação do país, neste momento tão difícil. E disse:

"O que nós esperamos com a manifestação
é uma mudança dessa situação de crise.
O que mais poderia ajudar agora é conhecer o cronograma,
saber o que vai acontecer daqui a um, dois meses,
para onde o país está indo.
Mas não há metas, não há planejamento.
Não houve um só momento que o presidente da república
tenha expressado compaixão, solidariedade pelos que sofrem"

E, tal como a nossa realidade caótica e divergente, marcada por posições contraditórias até mesmo na esfera do governo, a referida manifestação da ONG Rio de Paz - mesmo silenciosa e pacífica - sofreu ataque de um pequeno grupo de pessoas. Contrários aos propósitos do protesto, este grupo além de hostilizar os organizadores da ONG, com diversas ofensas proferidas contra eles, chegou ao absurdo de um deles invadir o espaço e arrancar algumas cruzes fincadas na areia. Os demais, que permaneceram no calçadão de Copacabana, bateram palmas em apoio à atitude deste indivíduo.

Segundo o que foi divulgado nas mídias, os membros deste grupo eram apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

Na sequência, um senhor recolocou as respectivas cruzes retiradas nos seus devidos lugares e, em defesa do protesto pacífico da ONG, alegou o seguinte, tal como se encontra registrado em um vídeo publicado nas redes sociais da Rio de Paz:

"É uma manifestação pacífica. O mesmo direito que vocês têm de tirar eu também tenho de colocar. Meu filho morreu com 25 anos. Ele era saudável. Vocês têm que respeitar a dor das pessoas".

O pior de tudo é perceber que no âmbito deste clima de divergências (políticas, comportamentais, de atitudes etc.), importância menor se atribui à gravidade da pandemia global. E, como consequência desta discrepância de opiniões e de atos, mais e mais covas rasas deverão ser escavadas nas areias da praia de Copacabana... E, por que não dizer em todas as praias do litoral brasileiro?

Afinal, segundo alguns especialistas na área da Saúde, se nada for feito para mudar a linha pela qual o país está seguindo, o Brasil poderá se tornar o Epicentro da Pandemia, no próximo mês (julho), superando e ocupando o lugar atual dos EUA em número de mortes pela doença Covid-19.

Embora, neste ranking, o Brasil esteja em 3° lugar, com o registro de 40.919 mortes pela Covid-19 (dados de hoje, pela manhã), estando atrás do Reino Unido (41.364 óbitos) e dos EUA (113.803 mortes), segundo estes especialistas, a projeção é que o país pode “quase quadruplicar nos próximos 50 dias”.

Essa projeção tem por base um dos principais modelos matemáticos utilizados pela Casa Branca (EUA), que é a do Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME) da Universidade de Washington.

Mas, tal projeção pode não se concretizar, apontam os mesmos, no caso de haver mudanças no processo (maior adesão ao distanciamento e isolamento social e, consequentemente, no número de casos confirmados).

No entanto, tais estudos servem para as autoridades governamentais reconsiderarem os riscos e as consequências a fim de traçarem novas medidas preventivas.

Assim espero que o Governo repense e mude a sua linha de política divergente... Pois, como os próprios organizadores da ONG Rio pela Paz afirmaram, O Brasil está indo contra o que o mundo inteiro está fazendo”.


Fontes de Consulta

. Brasil pode se tornar líder mundial em mortes de covid-19 em 29/7, diz projeção usada pela Casa Branca – BBCNews

. ONG abre 'covas' na areia da praia de Copacabana em protesto contra ações do governo diante da pandemia – G1

. Rio de Paz faz ato e chama a atenção para mortes por covid-19 – Agência Brasil

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