Imagem capaturada na Internet
Anteontem, eu li no jornal que a minha cidade, Rio de Janeiro, foi eleita como a Cidade mais Feliz do Mundo pela revista norte-americana Forbes, especializada em negócios e economia.
O levantamento foi elaborado pelo Instituto de Pesquisa de Mercado GfK Custom Research North America, que entrevistou 10.000 pessoas em mais de 20 países, através da Internet, as quais tinham que escolher entre 50 cidades, aquela onde se imaginariam mais felizes.
O consultor Simon Anholt, responsável pela lista, afirmou que reconhece que este resultado não significa que as populações locais sejam mais felizes. Segundo o mesmo, conforme matéria na Revista Veja, os estudo mostra uma pesquisa de percepção e não um levantamento da realidade.
Ele mesmo admitiu ter recebido diversas mensagens contestando que “isso não é verdade”, mas como ele próprio reforça, “provavelmente não é verdade, mas é o que as pessoas pensam”.
As 10 cidades mais felizes do Mundo, de acordo com a referida pesquisa são, em ordem decrescente: Rio de Janeiro (Brasil), Sydney (Austrália), Barcelona (Espanha), Amsterdã (Holanda), Melbourne (Austrália), Madri (Espanha), São Francisco (EUA), Roma (Itália), Paris (França) e Buenos Aires (Argentina).
Eu não vou negar que, à primeira vista, eu achei também curioso tal resultado, pois diariamente a violência, a impunidade, a falta de confiança na ações policiais e outras mazelas dos grandes centros urbanos nos roubam, paulatinamente, a alegria de viver na já aclamada como Cidade Maravilhosa.
O carioca é um povo alegre, não resta dúvida! Sua alegria é nata! Ele é também acolhedor, solidário, já constatado em outra pesquisa.
Mora em uma cidade caracterizada por uma geografia linda e exuberante, cercada de morro e o mar, com suas praias famosas. E, como manifestação cultural, tem o carnaval, conhecido mundialmente.
Eu, como “carioca da clara*”, amo a minha cidade e não deixo de ficar admirada com a sua beleza natural, mas como disse acima, esta alegria vem sendo aniquilada aos poucos.
Os motivos são os mesmos que outros grandes centros urbanos sofrem, tais como já citei a violência, a corrupção, a impunidade etc.
A diferença, talvez, seja por ser um contexto tão oposto à natureza do espírito de seu povo e, com total certeza, por não estarmos vendo nada de concreto (ações efetivas) ou de política pública capaz de minimizar ou acabar de vez com os índices de insegurança, de criminalidade, de violência...
A minha experiência de vida, mesmo, me fez concluir que, mesmo sendo linda e possuidora de uma geografia única, a situação da cidade é crítica, intolerável e imprópria em termos de qualidade de vida, se assim continuar e piorar.
Como já mencionei em outra postagem, meu pai foi vítima de assalto e morreu no portão de casa. Na última 4ª feira (02/09), minha irmã foi assaltada à noite, na rua da minha mãe (a mesma que o meu pai morava e que fica próxima da minha). Muitos moradores estavam na rua, conversando. Foi um homem só, armado e motorizado, de carro. Graças a Deus, a sua vida foi poupada.
Daí, a vida do carioca estar sempre sob tensão e a felicidade sob a ameaça de se extinguir. Só os cariocas, não! Todo o estado do Rio de Janeiro, porém, principalmente, a região metropolitana, onde os índices de violência e de insegurança pública são elevadíssimos.
* A expressão "carioca da gema" é empregada para os indivíduos nascidos, criados na cidade do Rio de Janeiro e filhos de mãe e pai cariocas.
Segundo fontes de pesquisa, a "gema" se refere a sua paternidade (pais cariocas) e ao fato dele ser considerado carioca antes mesmo de nascer.
Já a expressão "carioca da clara" é o carioca que tem pais nascidos em outros lugares. Meu pai é do Rio de Janeiro, mas a minha mãe é paulista. Daí, eu ser carioca da clara.
Imagens da Cidade do Rio de Janeiro (todas capturadas na Internet)
Centro da Cidade/ Av. Presidente Vargas
Praia de São Conrado/ao fundo a Pedra da Gávea Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Praia de Copacabana Praia de São Conrado Aterro do FlamengoCorcovado e o Pão de Açúcar Não poderia esquecer de postar, a Igreja da Penha (bairro onde moro)A grande desigualdade social Incursões da polícia nas ComunidadesA realidade das Comunidades e da cidade
HINO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Letra e música de André Filho
Cidade Maravilhosa
Cheia de Encantos Mil...
Cidade maravilhosa,
Coração do meu Brasil!
Berço do samba e das lindas canções
Que vivem n'alma da gente...
És o altar dos nossos corações
Que cantam alegremente!
Jardim florido de amor e saudade,
Terra que a todos seduz...
Que Deus te cubra de felicidade
Ninho de sonho e de luz.
Logotipo da ONG Rio de Paz
Rio de Paz é uma ONG formada por um grupo cidadãos de todos os segmentos da sociedade interessados na defesa dos direitos humanos em nosso país. O presidente do movimento é o teólogo Antônio Carlos Costa.
O Movimento Rio de Paz surgiu no final do ano de 2006, após sucessivos ataques criminosos que marcaram a cidade do Rio de Janeiro.
Preocupada com a segurança pública, sua proposta se baseia em ações criativas, pacíficas e inclusivas, capazes de chamar a atenção das pessoas e das autoridades públicas para a gravidade da situação a que chegou a cidade do Rio de Janeiro, assim como para a necessidade de que a violência seja combatida através da defesa dos direitos humanos em nosso país.
Para maiores informações a respeito do Movimento Rio de Paz, acesse AQUI.
Vejamos alguns protestos realizados pelos integrantes e violuntários do Movimento Rio de Paz. Informo, desde já, que as imagens foram adquiridas e capturadas em diversos sites na Internet:
. Agosto/2009
Na praia de Copacabana, a ONG Rio de Paz colocou um
Placar sobre a Violência, onde era possível ver os números da criminalidade registrados em dois anos e cinco meses no estado do Rio de Janeiro.
. Maio/2009
Doze varais com 70 fardas estendidas foram erguidos na areia da praia de Ipanema como forma de homenagear os PMs que morreram em serviço nos últimos dois anos.
Junto foi colocada uma faixa com os dizeres: “Eles tombaram na defesa do povo do Rio de Janeiro. Homenagem da sociedade civil aos policiais mortos em serviço entre os anos de 2007 e 2009”.
. Junho/2008Voluntários do Movimento Rio de Paz colocaram cerca de quatro mil balões infláveis e uma cruz na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio, na altura do Posto 2.
Cada balão representava uma morte estimada a acontecer nos seis meses subsequentes, pelo Instituto de Segurança Pública.
. Dezembro de 2008A praia de Copacabana amanheceu com 16.000 mil cocos na areia, que representavam as cabeças das vítimas de mortes violentas nos últimos dois anos no Estado.
. Dezembro/2007Seis mil flores estendidas em um varal marcaram o protesto pelo número de mortes no estado do Rio de Janeiro, em 2007. Mortes estas por homicídios dolosos e de policiais mortos em serviço.
E, em um ato de solidariedade, à tarde, as famílias das vítimas puderam recolher as rosas.
. Agosto/2007Tês mil montes de areia cobertos por sacos pretos foram colocados na praia de Copacabana, representando os mortos pela violência no Estado do Rio no primeiro semestre de 2007.
Em frente ao local do protesto foi posta uma enorme faixa com os seguintes dizeres "Campo de batalha - o Rio chora pelas três mil vítimas de assassinato em 2007".
.Abril/2007Foram plantadas 1.300 rosas vermelhas na areia da Praia de Copacabana, na altura da Avenida Princesa Isabel, representando as vítimas de violência nos últimos 3 meses na cidade do Rio.
Ainda em abril...
Cerca de 1.000 pessoas, vestidas com
roupas pretas, deitaram no calçadão de Copacabana (Posto 6 ao Posto 5) - de mãos dadas - por cerca de meia hora, numa extensão de 1 Km.
O ato simbolizava as mais de mil pessoas que morreram este ano vítimas da violência no estado.
Depois, os manifestantes seguiram, caminhando pela orla, sustentando faixas e cartazes de protestos contra a violência.
. Março/2007
Cerca de 700 cruzes foram fincadas na areia da Praia de Copacabana. Cada cruz, medindo 1 metro de altura, representava uma vítima da violência no estado do Rio no início do ano de 2007.
Além das cruzes, o grupo expos faixas com os seguintes dizeres: "Luto pelo Rio" e "A cidade do Rio está banhada de sangue".