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Há muito tempo estou para comentar
acerca da situação atual da Pandemia do Novo Coronavírus no Brasil, tendo em
vista que – por mais que nos esforcemos em manter o pensamento positivo e ter
forças para enfrentar um dia após o outro – a conjuntura atual consegue nos
abater e nos desestruturar emocionalmente com tantas histórias tristes de perdas
humanas e de números recordes de casos confirmados da Covid-19.
Ainda mais por saber que muitos
estão morrendo na fila para internação, tanto para enfermaria quanto para as
Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) da referida doença. É muito triste!
Outro dia, estava lembrando...
No mês de março do ano passado,
quando retornava para casa, no início da tarde, depois de minhas aulas na rede
municipal, eu vi um cartaz na farmácia, próxima ao prédio onde moro, anunciando
a venda de máscara facial.
A pandemia do Novo Coronavírus já
era notícia em nosso país, embora a sua repercussão no mundo tivesse outro
ritmo. Eu comprei cinco saquinhos, cada qual com 5 unidades. Na época ainda
pensei que, talvez, eu e minha família (marido e filha) nem precisaríamos usá-la
por muito tempo. Tamanha “ignorância” de minha parte em relação à gravidade que
esta impunha e que transformaria as vidas de todos, em escala mundial.
Mas, também, como eu poderia saber?
Tudo era novo para os cientistas e os especialistas, quanto mais para uma mera
cidadã.
Mesmo como professora, eu não
tinha ideia da dimensão desta pandemia e do vírus, assim como da doença em si
(Covid-19). A única que eu vivenciei foi a pandemia da Gripe H1N1, conhecida
como gripe suína. Já, com a atual, eu me surpreendi com a alta taxa de
transmissão, do seu poder de agressividade no organismo, inicialmente em idosos
e em pessoas com comorbidades, bem como a evolução do vírus.
A rapidez com que o Novo
Coronavírus se disseminou no meio da população, crescendo exponencialmente os
números de casos confirmados da doença (Covid-19) e, consequentemente, de óbitos,
pôs em evidência a importância de seu rigoroso controle e combate a nível mundial.
E mais, preocupante, com as novas
Variantes do Novo Coronavírus, o perfil dos pacientes infectados com a Covid-19
já mudou. Mais jovens estão dando entrada nos hospitais. Na verdade, até
crianças estão entre os enfermos.
Medidas restritivas e preventivas
para conter o avanço acelerado da disseminação do vírus foram adotadas, regime mais
rígido como lockdown (paralisação total ou semiparcial dos setores econômicos, restringindo
a circulação das pessoas), também, foram implantadas em diversos países.
Campanhas e propagandas de prevenção foram divulgadas nas mídias, entre outras
medidas. E o Brasil não conseguiu acompanhar essa mobilização mundial no mesmo
ritmo e, em certos aspectos, nem com os mesmos objetivos...
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Hoje, passados mais de um ano, as
notícias nos principais meios de comunicação (jornais e revistas impressos,
jornais digitais, telejornais etc.) e, também, entre mensagens e conversas no WhatsApp
e em outras redes sociais são as mesmas, porém em tom mais alarmante e, ao
mesmo tempo, enfáticas com relação a situação do nosso país e os riscos
eminentes deste se tornar uma grande “incubadora de novas variantes e cepas”
do Novo Coronavírus, tal como publicou Naiara Galarraga Gortázar, em
El País.
“A
transmissão intensa —acelerada pela variante brasileira,
mais contagiosa— causou uma
avalanche de pacientes
em estado grave que tem
levado as UTIs ao colapso
em boa parte do território.
E os
cientistas temem que o Brasil esteja se tornando uma
incubadora
de novas variantes e cepas.
A
Organização Mundial da Saúde (OMS) exige
firmeza
do Governo federal e coordenação com o Congresso
e o poder judiciário enquanto
os países vizinhos
tomam medidas para se proteger,
como
suspender voos ou tentar levantar
uma barreira epidemiológica.
Infelizmente, é verdade, pois devemos
levar em consideração que as novas Variantes e Cepas podem afetar a eficácia
das vacinas e, com isso, gerar um outro problema bem maior, em escala nacional
e mundial.
Hoje, o Brasil está no centro das
discussões mundiais e, não por seu mérito e sucesso no combate à pandemia, mas
por estar fora, justamente, de controle à pandemia, por termos um governo
omisso à real situação pandêmica do país e negligenciar a vida de sua
população, que está morrendo não só em consequência de ter contraído a
Covid-19, mas por causa também da...
. falta de leitos nos hospitais
(nas enfermarias e, sobretudo, nas UTIs);
. falta de insumos e equipamentos
hospitalares para o tratamento da Covid-19;
. falta de recursos humanos
(médicos, enfermeiros, maqueiros e outros profissionais) nas Unidades de Saúde;
. falta de vacinas, atraso e morosidade
de suas campanhas de vacinação;
. Negação desde o início à
gravidade da pandemia, por parte do governo, em seus discursos polêmicos e atitudes
perante à população;
. falta de respeito e de
responsabilidade de parte da população brasileira, que insiste em acreditar que
a situação não é tão grave assim e, por isso, desrespeita as medidas preventivas,
colocando a vida de terceiros (parentes e não-parentes) em risco, entre outros
aspectos.
Traduzindo... Além da própria natureza
do
vírus, acrescenta-se uma gama de fatores negativos ligados à má gestão do
governo em relação ao tratamento sério e eficiente, capaz de diminuir os
números e reverter o quadro pandêmico do nosso país.
A situação é tão grave que a
gente se solidariza com a alegria das pessoas ao comemorar a internação de um
ente querido em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Parece algo surreal...
Ir para uma UTI ser motivo de alegria! Em tempo de pandemia, marcado pelo
colapso na área de Saúde e nas Unidades Hospitalares do país, verdadeiramente,
é um acontecimento feliz.
Na tentativa de frear o avanço do
Novo Coronavírus e o aumento dos números de casos e óbitos pela Covid-19, tanto
o Rio de Janeiro quanto São Paulo anteciparam os feriados do próximo mês para a
semana do dia 26 de março a 04 de abril. Além da paralisação de atividades não-essenciais
nestes dois estados e suas respectivas capitais, outras cidades brasileiras
também adotaram esta medida e/ou similares (parciais) com o mesmo fim.
Cidade do Rio de Janeiro
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Mas, infelizmente, muitas pessoas
não veem esta medida como estratégia para conter a disseminação do Novo Coronavírus
e suas novas Variantes e, com isso, evitar o agravamento da situação dos
hospitais que sofrem pela falta de leitos e estão promovendo ou participando de
festas clandestinas, assim como realizando atividades como se esse período
fosse dado de brinde como um mega feriado para a população.
É triste ver a falta de
conscientização das pessoas, de solidariedade e compaixão pelo próximo, seja
este seu parente ou não.
Hoje (29/03), segundo os dados do Mapa interativo da Universidade John Hopkins (19h26)
. Número de casos confirmados da
doença (Covid-19): 12.573.615
. Número de mortos pela doença ou
por complicações desta: 313.866
Que Deus nos proteja e as autoridades competentes façam cumprir as medidas de forma rigorosa, a fim de que algo de positivo ocorra no processo de reversão deste quadro.