Mal retomamos a nossa preocupação com a Pandemia do Novo Coronavírus em decorrência
dos recentes aumentos
de novos casos de Covid-19 e do quadro de internações por causa deste no
Brasil, o surgimento de uma nova doença que vem se alastrando no mundo,
elevando a preocupação da Organização Mundial da Saúde (OMS), bem como das
autoridades nacionais da área de Saúde, incluindo, as do nosso país. Estou me
referindo à “varíola
dos macacos”.
Trata-se de uma zoonose silvestre, uma doença endêmica do
continente africano, mais especificamente, das florestas da África Central
e Ocidental. No entanto, a sua ocorrência já ultrapassou os limites africanos,
sendo registrada em vários países de diferentes continentes.
Embora o nome da doença faça referência aos macacos, os
cientistas desconhecem o animal hospedeiro do vírus monkeypox. Até a presente
data, o que se sabe é que os macacos, assim como os seres humanos, apenas adoecem
com esta doença.
Acredita-se que os roedores sejam os verdadeiros hospedeiros e transmissores,
sendo os responsáveis pela disseminação da doença no continente africano.
Sendo assim, segundo o Laboratório de Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz
(IOC/Fiocruz), publicado em reportagem na Agência Brasil, a transmissão do vírus (monkeypox) de um animal
infectado para pessoas pode ocorrer por meio de mordida ou arranhadura ou pelo manuseio de
caça selvagem ou, ainda, pelo uso de produtos feitos de animais infectados.
Entre humanos, a transmissão acontece, sobretudo,
por meio do contato
direto (beijo e abraço), pelas feridas infecciosas, crostas ou fluidos corporais,
além de secreções
respiratórias durante um contato pessoal prolongado.
De acordo com os últimos dados obtidos (14/06), os casos registrados
de varíola dos macacos já foram confirmados em 36 países, totalizando mais de 1.700 pessoas.
Na Europa,
o ranking é liderado pelo Reino Unido (470), Espanha (275), Portugal
(231) e Alemanha
(229). No continente
americano, o Canadá (123) aparece em primeiro lugar,
seguido pelos EUA
(65), Brasil
(05), Argentina (03), México (02) e Venezuela (01).
Em nosso país, os casos de contaminação ocorreram, segundo as
mídias, durante a passagem ao continente europeu, não havendo – por isso - registro
de transmissão do vírus no âmbito do nosso território. Até a presente data são três casos
confirmados no estado
de São Paulo, um no Rio Grande do Sul e um no Rio de Janeiro.
Segundo o Ministério da Saúde, o indivíduo –
independentemente de sua idade – é considerado caso suspeito ou provável se, a
partir da data de 15 de março de 2022, apresentou início súbito
de febre, um aumento dos gânglios e erupção cutânea (veja os principais sintomas mais adiante).
Recomenda-se ficar atento, também, à exposição próxima e prolongada sem proteção
respiratória (uso de máscara para se proteger das gotículas
que contenham o vírus expelidas tanto de pessoas quanto de animais infectados),
contato
físico direto, até mesmo, sexual e, ainda, contato com material contaminado
(peças de vestuário ou roupas de cama de alguma pessoa portadora da doença).
Outra medida importante para evitar a exposição ao
vírus, principalmente, entre os profissionais de Saúde que têm contato com
pacientes contaminados, é a higienização das mãos com água e sabão ou com álcool gel.
Servindo, também, como medida preventiva no caso de contato com pessoas ou
familiares sob suspeita da doença.
Em geral, a doença dura de 2 a 4 semanas. E, entre os principais
sintomas da doença estão: febre; dor de cabeça; dores musculares; dor nas
costas; a formação de gânglios (linfonodos) inchados; calafrios e exaustão.
Após a ocorrência da febre, entre 1 a 3 dias (ou até mais),
aparecem as erupções cutâneas, na maioria dos casos, iniciando pelo rosto e,
depois, se alastrando para outras partes do corpo.
De acordo com o Centro de Controle de Doenças – CDC (EUA), as
lesões passam por cinco estágios antes de cair.
O aspecto visual da doença é, verdadeiramente, assustador e
preocupante, mas segundo André Bon, médico infectologista do Hospital
Universitário de Brasília (UnB):
“De
maneira pouco frequente essa doença é grave.
A
maior gravidade foi observada
em casos de surtos na África,
onde
a população tinha um percentual
de pacientes desnutridos
e uma população
com HIV descontrolado bastante importante”
(Folhadeirati, 30/05/2022)
Ele ainda completou, afirmando que nos EUA houve um surto desta
doença, no início dos anos 2000, e que:
“O
número de óbitos foi zero,
mostrando
que, talvez,
com uma assistência adequada,
identificação precoce e manejo adequado
em
uma população saudável,
não
tenhamos grandes repercussões
em termos de gravidade”.
Assim esperamos!
A varíola comum e a dos macacos são muito semelhantes. O
primeiro tipo já foi erradicado, inclusive, em nosso país, o segundo tipo (varíola dos
macacos) tem como características ser menos severa e menos infecciosa.
Sob este contexto e, ainda, de acordo com André Bom (op. cit.)
e, confirmado pelo Instituto Butantã (São Paulo), a vacina contra varíola comum
tem a mesma ação de imunização contra a varíola dos macacos.
Fontes de Consulta
. EVANS, Fernando. Varíola dos macacos: morador de Indaiatuba
é 4º caso confirmado em SP – G1 – Campinase Regiões
. FREITAS, Ricardo de. Varíola do Macaco já registra morte no
mundo – Rede Jornal Contábil
. LISBOA, Vinícius. Laboratório da Fiocruz será referência em
varíola dos macacos – Agência Brasil
. MÕES, Malu. Brasil tem 5 casos de varíola dos macacos – Poder 360
. VIEIRA, Júlia. Ministério
da Saúde confirma terceiro caso da varíola dos macacos – CNN Brasil