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Imagem capturada na Internet Fonte: BBC News Brasil |
Embora,
eu ainda esteja me recuperando de um
procedimento cirúrgico (remoção de câncer de pele em três pontos do
meu rosto), realizado no último dia 05 de junho,
e - neste respectivo dia - comemorou-se o Dia Mundial do Meio Ambiente.
E, mais oportuno ainda é que, anteontem (08 de junho) foi o Dia Mundial dos Oceanos.
E sob este contexto, eu não poderia deixar de comentar sobre a poluição plástica gerada pelo nosso país, impactando diversos ambientes, sobretudo, o marinho.
O Brasil ocupa a 8ª posição no ranking mundial dos países que mais poluem os oceanos com este material, o plástico.
Neste ranking há um predomínio de países asiáticos entre os dez primeiros (com exceção do Brasil). Os sete países que estão na frente do Brasil, como os mais poluidores, são: Filipinas, Índia, Malásia, China, Indonésia, Myanmar e Vietnã.
Vale
ressaltar, aqui, que o ranking publicado no site Noticias
Ambientales, não está atualizado, de acordo com outras fontes de pesquisa.
Neste, o nosso país aparece posicionado em sétimo lugar e, não na 8ª posição.
Essa divergência consiste na data em que o mesmo foi elaborado, cuja data é do ano de 2021, sendo de autoria de
Lourens J.J. Meijer et al (Science. org).
Vergonhoso,
mas é fato! E, pior... Além de ocupar, atualmente, o oitavo lugar
no ranking mundial dos países que mais poluem os oceanos com plástico,
no âmbito da América Latina, ele aparece como líder, ou seja, ele figura como o maior poluidor latino-americano.
“Diz-se que o oceano é o suporte da vida na Terra,
com 97% da água do mundo contida nele.
Dependemos dele para regular o clima,
absorver CO2 e é a principal fonte de proteína
para mais de um bilhão de pessoas.
No entanto, ao ritmo em que poluímos o oceano
com cerca de 12,7 milhões de toneladas de plástico por ano,
os danos que causamos à vida marinha e
ao nosso ecossistema estão se tornando irreparáveis.
Nossas ações ao longo dos próximos 10 anos
determinarão o estado do oceano
pelos próximos 10.000 anos.”
(Brittany Ferries, 2025)
De acordo com o Relatório “Fragmentos da Destruição: Impacto do Plástico à Biodiversidade Marinha Brasileira”, elaborado pela Organização não Governamental Oceana, o Brasil lança – anualmente - 1,3 milhão de toneladas de plástico nos mares e, por conseguinte, nos oceanos, sendo considerado um dos principais agentes poluidores dos oceanos por este tipo de material.
Em nosso território, grande parte do lixo plástico é descartado de forma irregular e inadequada, atingindo os oceanos por meio das águas fluviais (rios) e outros corpos d'água (riachos, córregos, lagoas, reservatórios artificiais etc.).
Como é de conhecimento da grande maioria, o tempo de decomposição do plástico na natureza é calculada em 450 anos, variando de acordo com o tipo de plástico e das condições ambientais.
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Imagem capturada na Internet Fonte: Fundação Mamíferos Aquáticos |
Além da poluição plástica impactar - de forma negativa - o ambiente marinho, ele afeta a biodiversidade marinha local, podendo se alastrar a outras áreas, assim como a saúde dos seres humanos por meio do consumo alimentar de pescados e frutos do mar (moluscos, crustáceos, entre outros) contaminados pela poluição plástica.
De acordo com os especialistas, o consumo alimentar dessas espécies é uma das vias contaminantes dos seres humanos.
Diversos estudos e levantamentos constataram que o índice de ingestão de plásticos e microplástico por espécies marinhas, na costa litorânea brasileira, é significamente alta e preocupante, impactando não só o ecossistema, mas também a alimentação humana.
No Brasil, o impacto do descarte irregular e inapropriado dos plásticos no mar e nos oceanos, bem como a sua ingestão envolve todas as espécies de tartarugas marinhas, diversos tipos de pescados, inclusive, os peixes amazônicos, ostras, mexilhões, entre outras espécies. Não esquecendo das aves marinhas que também são afetadas por este tipo de poluição.
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Imagem capturada na Internet Fonte: Fundação Mamíferos Aquáticos Foto: Getty Images |
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Peixe Amazônico contaminado por plástico: Piranha-de-barriga-vermelha/rio Xingu Imagem capturada na Internet Fonte: Blog do Pedlowski Foto: Thomas Males/Alamy - De Stock |
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Lixo no mar Imagem capturada na Internet Fonte: Univali |
E, dentre as espécies marinhas, muitas se encontram em risco de extinção devido à poluição plástica por meio da exposição direta aos seus compostos químicos nocivos.
“A devastação do plástico na vida marinha
segue em grandes proporções
e não resta outra saída a não ser
a diminuição do alto volume de resíduos
despejado continuamente no mar”.
(Agência Brasil, 2024)
A maior parte das embalagens de plástico que utilizamos pode ser reciclada, fora algumas exceções, tendo em vista que nem todos os tipos de plástico são recicláveis. É de conhecimento geral, que a produção de plástico de uso único aumentou muito nas últimas décadas.
Os
tipos de plásticos recicláveis podem
ser reutilizados em nova cadeia de produção,
evitando o impacto ambiental, negativo,
com o acúmulo deste material na natureza.
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Ecobarreira instalada no Igarapé dos Franceses - Manaus (AM) Imagem capturada na Internet Fonte: Amazonas 1 |
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Imagem capturada na Internet Fonte: Folha de Pernambuco Foto: Pixabay |
A reciclagem contribui na redução da geração de lixo, garantindo uma utilização adequada dos recursos naturais do nosso planeta. Contudo, a conscientização e a prática, propriamente dita, acerca deste comportamento mais consciencioso, ainda é muito baixo em nosso país.
O Brasil é o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo, ficando atrás apenas dos EUA, China e Índia. A razão dele contribuir para a poluição plástica mundial consiste, justamente, no fato que ele pouco faz para reciclar o mesmo, reaproveitando apenas uma pequena porcentagem do material plástico.
De acordo com um estudo da World Wide Fund for Nature – WWF (Fundo Mundial para a Natureza, em português), o Brasil recicla apenas 1,28 % do plástico que descarta. O que está muito abaixo da média mundial, que é de 9%.
Tal situação exige mudança de pensamentos e de atuações práticas, unindo esforços
a fim de promover a redução da produção de
plásticos, incentivos à reciclagem
e à conscientização da população sobre a gravidade
dos problemas conexos que envolvem o gerenciamento dos resíduos plásticos,
isto é, o consumo elevado; a produção de lixo; o descarte inadequado e os impactos
dos resíduos na natureza.
Fontes de Pesquisa
. Brasil é o 4º país do mundo que mais gera lixo plástico (2019) - WWF
. Quais são os países que mais poluem os oceanos com plástico (2025) – Noticias Ambientales
. PADDISON, Laura: Oceanos têm mais de 170 trilhões de partículas de plástico, diz estudo (2023) – CNN Brasil
. Plastic in the Ocean Statistics 2025 – Brittany Ferries
. SINIMBÚ, Fabíola: Brasil lança por ano 1,3 milhão de toneladas de plástico no oceano (2024) – Agência Brasil
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