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quinta-feira, 25 de agosto de 2016

História das Olimpíadas (Parte I)


Imagem capturada na Internet

Texto atualizado em 25/08/2016 às 21h25

Na última segunda-feira (22/08), a palavra mais citada na cidade do Rio foi “Saudades, traduzindo o sentimento da maioria em relação ao encerramento da XXXI Olimpíada do Rio de Janeiro, ou seja, referenciando as lembranças dos jogos e o intenso desejo de revivê-los. E, para alguns, até o arrependimento de não ter aproveitado muito a grande oportunidade de participar e interagir, como telespectador, em algumas ou em todas as modalidades esportivas.


 Imagem capturada na Internet
Fonte: Wikipedia

Eu, praticamente, não publiquei nada a respeito deste megaevento esportivo, com exceção da postagem do último dia 06 de agosto (“Olimpíadas Rio 2016: Quem merece medalha não vai participar”), sobre a qual tratei a polêmica que permeou a sua realização em nosso país e, mais especificamente, na cidade do Rio de Janeiro.

Também não pude assistir nenhum jogo. O máximo que pude fazer foi, no feriado municipal (por conta das Olimpíadas) do dia 18/08, conhecer o Boulevard Olímpico da Praça Mauá e a Casa do Rio de Janeiro. Por conta do feriado, as filas para entrar nas demais Casas de outros países eram quilométricas. 

Mas, enquanto blogueira, eu não poderia deixar de falar sobre a mesma, ainda mais que - pela primeira vez - este megaevento esportivo foi realizado em um país sul-americano, no nosso, Brasil! E, mesmo já encerrado a sua Edição, resolvi publicar esta matéria.

Inicialmente, a minha intenção era escrever a história do renascimento dos Jogos Olímpicos Modernos, enfatizando e contextualizando alguns fatos históricos, sociais, políticos e outros que envolveram todas edições anteriores, da primeira (1896) até a deste ano (2016).

Para isso, pesquisei diversas fontes na Internet, assim como contei com material que já possuía, como a obra do CARDOSO (2000).

Já com um acervo bibliográfico suficiente, iniciei a leitura e, aos poucos, comecei a rascunhar os artigos sobre a História da Olimpíada, a qual foi dividida em três partes – devido o extenso conteúdo -  compreendendo períodos e suas respectivas edições dos Jogos Olímpicos. Mas, para a minha surpresa, muitos dados obtidos neste levantamento não eram concordantes entre as diferentes fontes de pesquisa, inclusive, com os registros de CARDOSO (op. cit.).

No entanto, isso não significa que desisti de escrever tais artigos, mas este problema quanto a veracidade dos fatos demanda mais tempo de análise. E, embora, a rede municipal de ensino esteja em recesso escolar até o dia 29/08, eu estou trabalhando com as turmas do Ensino Médio (rede estadual) após o fim da Greve dos Profissionais da Educação da mesma rede.

JOGOS OLÍMPICOS

Os Jogos Olímpicos remontam ao período do século VIII a.C. ao século V d.C., tendo origem em Olímpia, na Grécia. Sendo ressuscitados, no Século XIX (1894), pela França por intermédio do professor francês, Pierre de Freddy, o qual ficou mais conhecido sob o título de Barão Pierre de Coubertin ou, simplesmente, Barão de Coubertin.

Barão Pierre de Coubertin - Imagem capturada na Internet
Fonte: JC Online 

Daí, o francês ser o principal idioma das Olimpíadas Modernas, além do inglês.

Inicialmente e, a mando do governo francês, Pierre de Freddy teve a incumbência de elaborar um projeto educativo para as escolas francesas e, por isso, viajou para diversos países a procura de ideias inovadoras. E, foi durante essa sua busca, que ele tomou conhecimento das descobertas arqueológicas das ruínas do estádio Panathenaic Salvador, local da realização dos Jogos Olímpicos da Grécia Antiga, sob a coordenação do arqueólogo e historiador alemão Ernst Curtius, em 1852.

Outro elemento de forte influência sobre as ideias de Pierre de Freddy foram as experiências educativas do inglês e diretor, Thomas Arnold, da Escola de Rugby, na Inglaterra, que utilizava a prática esportiva como instrumento pedagógico, de grande importância para a Educação. Segundo o mesmo, a missão do educador perpassava por "Instruir, educar, mas sobretudo treinar corpo e espírito" (CARDOSO, 2000). 

Na Grécia Antiga, periodicamente, eram realizados quatro festivais esportivos, chamados Jogos Pan-Helênicos, sendo cada um deles realizado em datas distintas e dedicado a um determinado deus da mitologia grega, a saber: Jogos Olímpicos (Zeus), em Olímpia e Élis; Jogos Píticos (Apolo), em Delfos; Jogos Nemeus (Zeus e Herácles/Hércules) em Nemeia e Corinto e, por fim, Jogos Ístmicos (Poseidon), em Istmia e Sicião. 

De acordo com as fontes de pesquisa, as Olimpíadas da Grécia Antiga eram realizadas durante cinco dias e de 4 em 4 anos. De acordo com os registros históricos, a primeira edição dos Jogos Olímpicos foi realizada no ano de 776 a.C


Estádio em Olímpia - Imagem capturada na Internet


 Pista de Corrida - Imagem capturada na Internet

Não há dúvidas quanto à origem das Olimpíadas na Grécia Antiga, mas como elas surgiram ainda é algo controverso, pois existem algumas lendas que discorrem sobre o surgimento dos jogos com base em três figuras distintas da mitologia grega, Zeus, Pélops e Héracles

Para saber mais sobre esses três mitos no contexto do surgimento das Olimpíadas e os outros dados, eu sugiro a leitura da matéria "Olímpia e os Jogos Olímpicos", no Blog Seguindo os Passos da História (clique AQUI).  

Os Jogos Olímpicos eram realizados em Olímpia, local sagrado (Santuário) dedicado a Zeus, principal Deus da mitologia grega, considerado o "deus dos deuses e dos Homens". Daí o mesmo ser um evento de ligação cultural (esportivo) e religioso, no qual se buscava a paz e a harmonia do povo grego. 


 Zeus - Deus Grego - Imagem capturada na Internet

Na Grécia Antiga, as modalidades esportivas eram menos numerosas, mas faziam parte o atletismo, a corrida de cavalos, lutas corporais, o pugilato, o Pancrácio (combinação de luta e pugilato) e o Pentatlo (lançamento de disco e dardo, salto em comprimento). Além do esporte haviam também competições musicais e poéticas.

Somente os homens que falassem o idioma grego, que fossem cidadãos livres e que nunca tivessem cometido assassinatos ou outros crimes podiam participar. A participação feminina não era permitida, uma vez que Olímpia era um Santuário voltado para ao Zeus, constando como uma área sagrada só para os homens.

A importância sagrada dos Jogos Olímpicos, na Grécia, era tão grande ao ponto de suspender as guerras entre as cidades-estados para que as competições pudessem ser realizadas. Sendo assim e, sob a chamada “trégua sagrada”, os Jogos ocorriam, atendendo tanto aos atletas competidores quanto aos espectadores.

Diferentemente das Olimpíadas da Grécia Antiga, algumas Edições dos Jogos modernos foram canceladas devido à I e II Guerra Mundial (1916, 1940 e 1944). Mas, vale ressaltar que, em razão da periodicidade Quadrienal (de 4 em 4 anos), mesmo não havendo essas Olimpíadas (acima citadas), a numeração de suas respectivas edições foi respeitada e considerada. 

Apesar da falta de dados quanto ao número de espectadores nos Jogos Olímpicos da Grécia Antiga, estima-se que o estádio olímpico tinha a capacidade para abrigar entre 45 mil e 50 mil espectadores.

Os treinos eram supervisionados por juízes e não eram apenas de caráter físico, mas também moral e espiritual. Sendo assim, os competidores chegavam à Olímpia um mês antes da abertura oficial do Jogos.

Tanto nos treinos quanto nas competições propriamente ditas, os atletas gregos estavam sempre nus. Essa condição de nudez é citada por muitos em relação à Artes, uma vez que o corpo dos atletas e seus movimentos durante as práticas esportivas serviam como modelos para escultores e pintores.

Facilmente identificados nos diversos achados arqueológicos, inclusive, em referência à modalidade esportiva praticada por eles. As imagens abaixo foram capturadas no Blog Seguindo os Passos da História.


  Pintura em um vaso retratando atletas 
carregando tochas olímpicas


  Pintura em vaso retratando atletas correndo


 Escultura: Arremesso de disco

Outros, no entanto, mencionam a lenda antiga que diz que, no início dos jogos olímpicos, todos os atletas homens (as mulheres não eram permitidas) participavam vestidos. Certa vez, a mãe de um dos atletas se disfarçou como homem na intenção de ver seu filho competir. Seu filho ganhou e ela correu para abraçá-lo.

Com a descoberta do seu disfarce estratégico e, no intuito de impedir outra ocorrência parecida, foi decidido que tanto os atletas quanto os treinadores deveriam ficar nus.

Este caso da relação da mãe travestida de homem, na condição de telespectadora, só para ver o seu filho competindo consta no livro De banquetes y batallas”, de autoria do filósofo Javier Ortuño (citado na matéria do Notícias/Educação Terra). Segundo o referido site, trata-se da grega Pherenice e o seu filho, lutador de boxe, Peisidouros. Ao ser descoberta, Pherenice foi condenada à morte.

Nos Jogos Pan-Helênicos só eram considerados apenas um vencedor, cujo prêmio consistia em uma coroa de folhas. Em cada um dos locais dos Jogos (Olímpicos, Píticos, Nemeus e Ístmicos), as coroas eram confeccionadas por diferentes tipos de folhas.

Esta diferenciação entre elas é, sem dúvida, a causa das controvérsias existentes em diversas fontes na Internet acerca do tipo de folha que era utilizada na confecção da coroa dos Jogos Olímpicos, tendo em vista que muitos alegam que elas eram de folhas de louro, enquanto outros afirmam que eram de oliveiras.


A premiação ao vencedor dos Jogos Olímpicos constava de uma simples coroa feita de ramos de oliveira. Contudo, além da coroação, os atletas vencedores se tornavam celebridades, em suas cidades, sendo comum o recebimento de benefícios, como a alimentação paga pelo resto da vida (pensão vitalícia) ou, ainda, ter uma cadeira reservada na primeira fileira dos teatros.

O declínio dos Jogos Olímpicos gregos teve início após a invasão e domínio dos romanos à Grécia. Inicialmente, os Jogos foram perdendo sua identidade em face a preferência dada aos jogos de gladiadores, que eram – na verdade - o grande espetáculo do "mundo romano". O seu espírito original foi, aos poucos, sendo deixado de lado e as disputas passaram a ser enfrentadas como combates.

Em 393 d.C. os Jogos Olímpicos foram abolidos de vez por decreto do Imperador romano Teodósio I, após converter-se para o cristianismo, como forma de limpar a sua influência considerada pagã, seja pelo fato destes e outros jogos serem realizados em honra de algum deus da mitologia grega, seja pela nudez exposta durante as competições, a qual era considerada como conduta insolente para os costumes romanos e à moral cristã.

Vale ressaltar, ainda, que sob o domínio e influência romana, os gregos começaram a serem cristianizados, deixando de adorar seus antigos deuses e a irem à Olímpia. Além disso, após a morte do imperador Teodósio I, os imperadores subsequentes não retomaram os Jogos, mantendo a referida lei.

Com isso, as Olimpíadas e a própria Olímpia ficaram esquecidas no tempo, as quais foram vivenciadas em 293 edições de Jogos ao longo da história da Grécia Antiga.

Mas, graças à descoberta arqueológica de Olímpia, no final do Século XIX e a proposta de retomada das Olimpíadas pelo professor francês Pierre de Freddy (Barão de Coubertin), os Jogos Olímpicos passaram a fazer parte do mundo esportivo moderno, não sendo mais restrito à Grécia, mas a outras cidades mundiais, bem como evoluiu em termos de modalidades esportivas, número de atletas (masculinos e femininos), premiação, associações comerciais, tecnologias modernas, marketing, entre outras inovações.

Fontes de Pesquisa


. CARDOSO, Maurício. Os Arquivos das Olimpíadas. 2000, São Paulo, Editora Panda Books

. Olímpia e os Jogos Olímpicos

. Olimpíadas: Uma Disputa Milenar

. Wikipedia (várias edições)

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