domingo, 31 de janeiro de 2021

Charges: Agrotóxicos


Como sempre, eu costumo selecionar algumas charges da Internet para que as mesmas possam ser trabalhadas em diversas atividades com os alunos. Como a postagem anterior foi sobre AGROTÓXICOS...























 

Agrotóxico: Os Perigos de seu Uso Indiscriminado

 

Imagem capturada na Internet


NOTA: Eu desconheço a razão desta publicação ter saído assim, com demarcação. Desculpem-me!

Em geral, quando publico a relação das Datas Comemorativas do mês, eu seleciono um determinado dia, a fim de tratar o tópico referente a este em uma postagem. No caso deste mês, que se encerra hoje, eu destaquei 11 de janeiro que se refere ao Dia do Controle da Poluição por Agrotóxicos.   

Agrotóxico, Defensivo Agrícola, Pesticida, Praguicida, Agroquímico, Biocida e outros são nomes diferentes empregados para um mesmo produto. Contudo, eles não expressam a mesma coisa e, por isso, há polêmicas quanto ao uso deles, sobretudo, pelas pessoas ligadas à produção agropecuária, à indústria química e aos comerciantes que vendem estes produtos, que nada mais são que “substâncias químicas utilizadas no controle de pragas (animais e vegetais) e doenças de plantas” (Fundacentro, 1998 apud PERES et alii, 2003).  

Segundo a reportagem publicada no G1/Agro (TOOGE, Rikardy – 2019), no mundo inteiro, o termo mais empregado acerca destes produtos é “pesticida”, enquanto que o Brasil é o único país que adotou um vocábulo próprio, o “agrotóxico”, em referência à natureza tóxica do produto voltado para o manejo de pragas, ervas daninhas e patógenos nos sistemas agrícolas.  

Esse termo foi criado, em 1977, pelo pesquisador brasileiro Adilson Paschoal, sendo adotado pelo Governo Federal, por ocasião da Lei dos Agrotóxicos, publicada de 1989.  

O referido pesquisador defende o emprego da terminologia criada em face aos demais termos associados à mesma natureza química:

O vocábulo não é apenas etimologicamente correto

como também o é cientificamente,

sendo a ciência que estuda os efeitos

desses produtos chamada toxicologia.

Trata-se, pois, de um vocábulo com

todo o rigor exigido pela ciência

e a exatidão terminológica exigida

pelo nosso idioma". (G1, op. cit.) 

O termo agrotóxico expressa de forma clara as suas peculiaridades e funções tanto para os produtores rurais quanto para os consumidores. Sem dúvida alguma!  

Antes da promulgação da Constituição de 1988 (publicada em 1989), todos os produtos químicos aplicados na produção agrícola em nosso país eram denominados de “defensivos agrícolas”. A crítica a este termo feita pelo pesquisador Adilson Paschoal é que:  

(...) é o termo mais incorreto, ambíguo, utópico,

vago e tendencioso de todos.

Etimologicamente significa 'próprio para a defesa',

mas não indica defesa de que ou de quem;

se defensivo agrícola, então a defesa é da agricultura,

não especificando tratar-se de substância tóxica

para o controle de espécies daninhas.” (G1, op.cit)


 Além disso, a sua terminologia específica fica restrito à área rural, não se aplicando – a princípio – aos agentes usados nas campanhas sanitárias urbanas.  

Sendo assim, o grupo de produtos químicos desta natureza passaram a ser denominados por agrotóxicos a partir da Lei Federal n° 7.802, de 11 de julho de 1989, a qual foi regulamentada pelo Decreto n° 4.074, de 4 de janeiro de 2002.  

A Norma Regulamentadora Rural n° 5 (NRR 5), que trata da utilização de produtos químicos no trabalho rural, em concordância à referida Lei Federal, passou a regulamentação dos agrotóxicos, os definindo desta forma:

Entende-se por agrotóxicos as substâncias,

ou mistura de substâncias,

de natureza química quando destinadas a prevenir,

destruir ou repelir, direta ou indiretamente,

qualquer forma de agente patogênico ou

de vida animal ou vegetal,

que seja nociva às plantas e animais úteis,

seus produtos e subprodutos e ao homem.”

 

Em outras palavras, é veneno! Daí a importância de tratarmos este tema e todo o contexto de seu uso indiscriminado e de suas consequências.  

O Dia do Controle da Poluição por Agrotóxicos (11 de janeiro) foi criado, justamente, na intenção de engendrar uma maior conscientização das pessoas quanto a este tipo de produto e aos riscos que o seu uso indiscriminado causa tanto às lavouras (produtos com resíduos de agrotóxicos) quanto ao meio ambiente (contaminação do solo, dos rios, do lençol freático etc.) e à saúde humana, tanto do agricultor e/ou do aplicador do agrotóxico quanto do consumidor final. 

Estes podem ser acometidos por doenças respiratórias, câncer, problemas neurológicos, má formação fetal e outras enfermidades, inclusive, com risco de chegar a óbito.  

No entanto, o Brasil consome muitos agrotóxicos. Só para se ter uma ideia acerca disso, nos dois anos de governo do nosso atual presidente, Jair Bolsonaro, registrou-se a liberação do maior número de agrotóxicos da história do nosso país.  

Um outro problema em destaque na reportagem da Agência Pública consiste na falta de transparência quanto às informações a respeito dos agrotóxicos, o que se subentende que esta atitude de sigilo comercial é para beneficiar as multinacionais produtoras destes produtos, sobretudo, a Bayer, Syngenta e Basf 

Em reportagem no mesmo site, o Brasil é citado como o segundo maior comprador de agrotóxicos proibidos na Europa, os quais são fabricados no próprio continente europeu, ou seja, eles são proibidos para uso tanto na União Europeia quanto na Inglaterra. Cerca de 77% de todos agrotóxicos considerados muito perigosos para a agricultura, como o “Paraquate” é produzido na fábrica da Syngenta na Inglaterra.  

Para Baskut Tuncak, relator especial da ONU para substâncias tóxicas, em exercício de 2014 a julho de 2020, essa prática é “discriminatória” e “uma contradição legislativa”, que só ocorre devido às “brechas legais” criadas para favorecer à indústria de agrotóxico, sem se importar com a violação direitos humanos fora da Europa:  

A União Europeia não tolera esses agrotóxicos 

em seu território,

mas, fora da União Europeia, 

diz que não é problema seu”. 

No mercado há diferentes tipos de agrotóxicos, em razão da natureza do problema (praga) a ser combatido, a saber:  

. Desfoliantes: Combatem folhas indesejadas;

. Fumigantes: Combatem bactérias nos solos;

. Fungicidas: Combatem fungos;

. Herbicidas: Combatem ervas daninhas;

. Inseticidas: Combatem insetos.  

Infelizmente, em pesquisa de dados mais recentes, eu não consegui encontrar o ranking mundial dos países de maior consumo de agrotóxicos atualizado. O mais recente que encontrei é datado de 2018.  

Apesar desta falta de informações mais precisas e atuais, sabemos que o Brasil desponta entre os países de maior consumo de agrotóxicos. Os especialistas afirmam que esta posição do nosso país neste ranking é devida a várias razões, entre as quais se destacam:

- O predomínio do sistema agrícola monocultor (“Plantation”), com o cultivo de um só produto, cujo risco de haver a perda total da lavoura por infestação de praga é grande (prejuízo total ao produtor rural);

- É um dos maiores produtores agrícolas do mundo;

- A introdução de sementes melhoradas no campo, graças a biotecnologia, criadas para o uso de agrotóxicos;

- As pragas se encontram mais resistentes devido ao longo tempo que os agrotóxicos são aplicados nas lavouras.  

Daí a importância de tratarmos este tema e suas consequências para que a população seja informada e tome consciência que o veneno está, sim, em sua mesa.  

Algumas medidas são tomadas para minimizar os efeitos diretos dos resíduos de agrotóxicos nos alimentos, como higienizar frutas, verduras e outros, os quais serão consumidos crus com a aplicação de produtos químicos próprios para isso (encontrados no mercado) ou passar a adotar e consumir alimentos orgânicos, que são produtos não-transgênicos e livres de agrotóxicos.


Fontes: 

. FÁBIO, André Cabette et alii. Brasil é 2º maior comprador de agrotóxicos proibidos na Europa, que importa alimentos produzidos com estes químicos - Agência Pública, 2020  

. GRIGORI, Pedro. Bolsonaro bate o próprio recorde: 2020 é o ano com maior aprovação de agrotóxicos da história - Agência Pública, 2021  

. Material Didático particular  

PERES, Frederico, MOREIRA, Josino Costa e DUBOIS, Gaetan Serge. Agrotóxicos, Saúde e Ambiente: Uma Introdução ao Tema – Portal Fiocruz, s/d - Pdf 

. TOOGE, Rikardy. Quem criou o termo 'agrotóxico' e por que não 'pesticida' ou 'defensivo agrícola' – G1/AGRO, 2019 

sábado, 30 de janeiro de 2021

ENEM: 2ª Etapa, Enem Digital, Reaplicação das Provas, Enem PPL e Gabarito Oficial

 

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Texto atualizado em 31/01/2021 às 8:45

Por estar desenvolvendo um projeto novo (ideia antiga), tive que me ausentar do Blog. Mas, prometo que assim que este for concluído e, sobretudo, aprovado, eu comentarei neste espaço. Por enquanto, ele está sendo finalizado e, se Deus quiser, ele será posto em prática, ou seja, será desenvolvido em breve.  

Por causa disso, muitos temas deixaram de ser mencionados e tratados aqui e, entre estes, a segunda etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), cujas provas foram realizadas no domingo passado (24/01).  

Como já era de se esperar, o índice de abstenção foi alto e superior ao primeiro dia do exame, alcançando 55,3% do total de candidatos inscritos. Com isso, este foi o maior índice de abstenção já registrado em todas edições do Enem.   

Eram esperados, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), mais de 5,5 milhões de candidatos. No entanto, compareceram às provas só 2.470.396 inscritos.  

Tal como já havia pronunciado, por ocasião da primeira prova (17/01), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, reafirmou e atribuiu à responsabilidade pelos altos índices de faltosos tanto ao medo dos riscos de contágio pelo Novo Coronavírus quanto a campanha da mídia contrária à realização do concurso.  

Tanto o Ministério de Educação e Cultura (MEC) quanto o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) avaliaram positivamente a realização das provas do Enem, independente de todo o contexto que envolveu e iria envolver o processo do seu público alvo quanto à preparação prévia e a sua realização sob uma conjuntura de pandemia da Covid-19.  

Preparação prévia dos alunos

Estamos vivenciando, desde o ano passado, uma crise mundial de saúde devido a pandemia do Novo Coronavírus (SARS-CoV2) e, a partir do reconhecimento pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em março de 2020, que a epidemia que começou na cidade de Wuhan, na China, em 31 de dezembro de 2019, se espalhou e se configurou – geograficamente - em uma pandemia, as aulas presenciais foram suspensas em muitos países e no Brasil, também.  

Por causa das grandes desigualdades sociais, em nosso país, a maioria dos alunos da rede pública de ensino não teve condições de acompanhar efetivamente as aulas on line, nas Plataformas de Ensino disponibilizadas pelas suas respectivas Secretarias Estaduais de Educação. Falta de celular e computador conectado (Internet), dificuldades de acesso e de navegação na Plataforma, problemas quanto à interatividade, baixar vídeos e/ou materiais didáticos disponibilizados pelos professores, entre outros  

Fatos recorrentes nos dias das Provas (17 e 24 de janeiro)

Quem dependeu do transporte público tinha noção que os riscos de contaminação pelo Novo Coronavírus seriam altos. Que haveriam aglomerações na entrada e na saída dos locais das provas, como foram vistos no primeiro dia (17/01), as quais foram confirmadas também no segundo dia do exame. E que nem todos os protocolos de saúde foram seguidos, rigorosamente. De acordo com os relatos de muitos candidatos, publicados nas mídias (G1, Catraca LivreEstadão e outras), o distanciamento social em algumas salas não foi respeitado, muitos alunos sem máscara na aglomeração formada na entrada dos locais dos exames e dentro das salas, durante a realização das provas.  

A situação em que vivemos não era nada propícia para a realização do ENEM. Continuo com a mesma opinião... Ele deveria ter sido cancelado. Mas, já passou e foi feito! O que fazer?!  

Amanhã (31 de janeiro) e em 7 de fevereiro haverá, pela primeira vez na história do Exame, o Enem digital, isto é, provas para os candidatos que se inscreveram nesta modalidade (informatizada). As provas serão feitas diretamente no computador, seguindo a mesma estrutura de dois dias de provas e as áreas de conhecimentos pertinentes, em laboratórios de informática de diversas faculdades do país, no âmbito das cidades selecionadas.  

31/01: Redação, Prova de Linguagens e de Ciências Humanas (Geografia, História, Filosofia e Sociologia)

07/02: Prova de Ciências da Natureza (Química, Física e Biologia) e de Matemática 

Agora, aqueles candidatos que não realizaram as provas do Enem regular seja por questão de diagnóstico de Covid-19 seja por terem sido barrados nas salas (por se encontrarem lotadas) e que entraram com pedido de reaplicação das provas (prazo já encerrado) deverão aguardar os resultados, que sairão no dia 12 de fevereiro. A reaplicação das provas ocorrerá nos dias 23 e 24 de fevereiro, seguindo a mesma sequência das áreas de conhecimentos:  

23/02: Redação, Prova de Linguagens e de Ciências Humanas

24/02: Prova de Ciências da Natureza e de Matemática  

Nestes dias serão realizadas, também, as provas dos candidatos privados de liberdade ou sob medida socioeducativa com privação de liberdade, no chamado Enem de Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL).  

De acordo com o INEP, em ambos os casos, tanto o formato quanto o tempo de duração e o nível de dificuldade das provas serão os mesmos do Enem 2020, só que com questões diferentes

Na 4ª feira passada (27/01), o site do INEP publicou o gabarito oficial das Provas do ENEM 2020 dos dois dias (17 e 24/01) e de todas as cores (amarela, branca, azul, rosa, laranja e verde). Mas, no dia seguinte, houve uma retificação do mesmo, com alteração da resposta correta, tendo em vista que ambas consideradas foram interpretadas sob teor de racismo, sendo rebatidas muito nas redes sociais.  

Uma questão era da prova de Inglês (questão sobre um trecho da obra "Americanah", da autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichi) e a outra de Português (sobre o processo de seleção de novos alunos a uma tradicional faculdade britânica e o envolvimento atual do Google).  

A resposta de ambas foi corrigida e o gabarito publicado no dia anterior foi atualizado. O Gabarito Oficial do Enem 2020 pode ser encontrado em diversos sites na Internet. Se houver interesse, clique no G1 – Educação para conferí-lo. 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

ENEM: 1ª Etapa um Caos e a 2ª Etapa, uma Grande Incógnita

 

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A 2ª Etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) vai ser realizada no próximo dia 24/01 (domingo) e, como muitos tomaram conhecimento, fatos já esperados, a 1ª Etapa (Provas de Linguagens, Ciências Humanas e Redação) realizada no domingo passado (17/01) foi marcada por diversos casos associados a atual conjuntura da Pandemia.  

O próprio calendário do ENEM foi alterado em razão da pandemia, pois ele era para ter sido realizado em novembro do ano passado (2020). Só que a pandemia não acabou e, pior, em nosso país, esta se agravou.  

Por conta dos altos números de contaminados e de óbitos em decorrência da Covid ou por complicações dela e, também, pelo colapso na área hospitalar com a falta de oxigênio e outros insumos, o governo do Amazonas decretou a suspensão do referido concurso nos 56 municípios do estado. Político-administrativamente, o estado do Amazonas é composto por 62 municípios, mas as seis cidades que não foram englobadas neste Decreto, não teriam a aplicação das provas do ENEM.  

Embora eu não as tenha citado na última postagem, pois desconhecia o fato em si, além dos municípios amazonenses, dois municípios do estado de Rondônia também tiveram as provas do ENEM suspensas, com base na gravidade da pandemia, a fim de conter o avanço do Novo Coronavírus em ambas as cidades: Espigão D'Oeste e Rolim de Moura 

As provas da 1ª e 2ª Etapa do ENEM nesses municípios (Amazonas e Rondônia) serão realizadas, respectivamente, nos dias 23 e 24 de fevereiro 

Como muitos tomaram souberam através das notícias nas mídias, a 1ª Etapa do ENEM - ocorrida no último dia 17/01 – foi marcada por salas lotadas, contrariando os Protocolos do Ministério da Saúde em 11 locais de prova, espalhados pelos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, o que inviabilizou a realização das provas a vários candidatos que foram barrados na porta das salas.  

De acordo com o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), Alexandre Lopes, noticiado no Portal do G1 – Educação, a reaplicação de provas é prevista em casos de problemas de logística e, também, como foi neste ano, por motivos de doenças infectocontagiosas. Segundo o mesmo,  

“Qualquer participante que se sentiu prejudicado,

a partir de 25 de janeiro,

como está previsto no edital,

poderá pedir a reaplicação nos dias 23 e 24 de fevereiro."  

Outro fato verificado foi o alto índice de abstenção dos candidatos inscritos no primeiro dia do concurso, considerado o maior de toda a história do ENEM. O índice, só neste primeiro dia de prova, foi de 51,5%, superando o, até então, recorde de 2009 (37,7%).  

É claro que a pandemia teve influência direta sobre esse grande percentual de faltosos, mas o Ministro da Educação - Milton Ribeiro - também associou ao papel das mídias em oposição à realização do concurso em face da pandemia da Covid-19.  

De qualquer forma, tanto o ministro Milton Ribeiro quanto o presidente do INEP, Alexandre Lopes, consideraram positivo o resultado do primeiro dia do ENEM. Minha opinião não é a mesma...  

A 2ª Etapa do ENEM, com as provas de Matemática e de Ciências da Natureza (Química, Física e Biologia) ocorrerá no próximo domingo, dia 24/01, se não houver nada que a impeça de ser realizada.  

Por causa destes problemas que aconteceram no primeiro dia das provas, segundo O Diário, a Defensoria Pública da União (DPU) encaminhou à 12.ª Vara Cível Federal de São Paulo, na última segunda-feira (18/01), um pedido de adiamento da 2ª Etapa do ENEM e a reaplicação a todos os estudantes ausentes 

A Defensoria se baseou no fato que o INEP, responsável pelo concurso, não respeitou o percentual de ocupação das salas como o planejado.  

“ (...) os fatos ocorridos no domingo demonstram, 

com clareza,

que a prova não poderia ter sido realizada,

já que os protocolos de segurança e prevenção

estabelecidos unilateralmente pelos réus

não puderem ser cumpridos por eles próprios" 

(O DIÁRIO 

O INEP não se pronunciou a respeito, informando apenas que “não comenta processos em tramitação".  

Eu não acredito que haja adiamento. Na minha opinião, o ENEM não deveria ter sido realizado mediante todo o contexto de sua preparação e realização: aulas remotas, porcentagem grande de alunos sem acesso às plataformas de ensino a distância, o agravamento da situação pandêmica no país, os riscos de contaminação durante o trajeto aos locais das provas, nos respectivos locais, nas salas, na saída e no percurso para casa. 

domingo, 17 de janeiro de 2021

Primeira Etapa das Provas do ENEM, Pandemia da Covid-19 e a suspensão do Concurso no Amazonas

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Daqui a poucos minutos começam as provas da 1ª Etapa do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), contrariando o senso comum mediante os riscos de contaminação pelo Novo Coronavírus. Isso em todo o território nacional, com exceção do estado do Amazonas que teve o concurso suspenso devido à alta incidência de casos confirmados e de óbitos pela covid-19 (a maior do país).  

Depois de muitas polêmicas acerca da suspensão ou não do referido concurso, o governo do estado publicou um Decreto confirmando a suspensão do Enem em todo o estado do Amazonas, na última 4ª feira, dia 14 de janeiro. Além dos altos números de casos diagnosticados de Covid-19 e de mortes, não podemos esquecer o caos que a rede hospitalar da capital (Manaus) está enfrentando com leitos lotados (enfermarias e UTIs), a falta de oxigênio e de outros insumos necessários aos pacientes internados.  

De acordo com o Portal do G1, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) divulgou em redes sociais, que as provas da 1ª e 2ª etapa do Enem, no estado do Amazonas, serão aplicadas respectivamente nos dias 23 e 24 de fevereiro.  

Levando em consideração a conjuntura atual, com o agravamento e elevação dos índices da Pandemia da Covid-19 em nosso país, sobretudo, nos estados do Amazonas e Rio de Janeiro, a suspensão deveria ser a medida mais coerente se o Governo Federal não deseja transformar a situação de Manaus em uma rede difusora em todo o país.  

Infelizmente, o combate e o enfrentamento de forças são desiguais. O governador de Manaus lutou para manter a sua decisão em prol de vidas.  

Mesmo com todos os cuidados e medidas preventivas nos locais das provas, não esqueçamos que os riscos se multiplicam, ou seja, os candidatos – em caso de contaminação – são agentes transmissores e multiplicadores da contaminação entre os seus familiares, amigos e terceiros.  

Eu fico pasma como as autoridades negam e permanecem negando a gravidade da situação mundial e do nosso país, Brasil!  

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Início de Ano Turbulento nos Estados Unidos

 

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O ano mal começou e um fato, sem precedente, na história política dos Estados Unidos abalou a capital do país, Washington D.C., bem como todo o território estadunidense, surpreendendo o mundo inteiro 

Considerado como tentativa de Golpe de Estado, esse episódio ocorreu na 4ª feira passada, dia 06 de janeiro, quando diversos manifestantes, apoiadores do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vindos de diversos estados se uniram e invadiram o Capitólio (o Congresso dos EUA), localizado na capital estadunidense, interrompendo a sessão de contagem final dos votos que iria oficializar a vitória do presidente eleito Joe Biden, cuja posse irá ocorrer no dia 20 deste mês.  

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Fonte: S//Mundo 

O que foi transmitido pelas mídias foram cenas de grande violência e de desrespeito à democracia, protagonizadas por grupos supremacistas brancos sob a influência direta do presidente Donald Trump, que sempre incitou e alimentou este tipo de conduta e de ideias em seus discursos.  




Imagens capturadas na Internet
Fonte: S//Mundo   

E, como é de conhecimento geral, o presidente Donald Trump nunca aceitou a sua derrota na última eleição presidencial do país, ocorrida em 03 de novembro de 2020, quando pleiteou a sua reeleição. Ele perdeu tanto no voto popular quanto no colégio eleitoral para o seu adversário do Partido Democrático, Joe Biden 

Trump colocou em dúvida a lisura do resultado, alegando que houve fraude, sem – contudo – apresentar provas. E, desde então, o seu discurso sempre foi este, infundindo a sua suposta vitória sobre o democrata e a ideia de fraude eleitoral.  

Donald Trump é o quinto presidente estadunidense a ser rejeitado nas urnas para reeleição e, dentre estes, o quarto republicano. Os quatro candidatos, anteriores a ele, que fracassaram e não conseguiram ser reeleitos foram: o republicano Herbert Hoover (1932), o republicano Gerald Ford (1976), o democrata Jimmy Carter (1980) e o republicano George H. W. Bush (1992).  

No entanto, o seu poder de convencimento sempre foi grande entre os seus seguidores e, em virtude disso, mesmo com a vitória de Joe Biden (46º presidente dos EUA), o país se encontra dividido, tendo forte e ativo o chamado movimento “trumpismo”.  

Por isso era de se esperar alguma reação por parte de Trump e, sobretudo, por seus apoiadores, neste dia.  

E essa sua forte influência e poder de persuasão sobre estes chegou ao extremo na última quarta-feira, movidos pelas redes sociais e pelo discurso inflamado em seu comício, no mesmo dia, antes do episódio no Capitólio. Foi ele mesmo que sugeriu que os seus seguidores marchassem até o Congresso. 

E assim, eles fizeram...  

Após transgredirem as barreiras policiais, os manifestantes pró-Trump invadiram o Congresso (Capitólio), quebrando janelas e portas. Por várias horas, de acordo com as mídias, eles saquearam e danificaram várias partes do prédio. Muitos manifestantes estavam caracterizados com trajes distintos, portavam faixas da campanha presidencial de Trump e, também, bandeiras dos Estados Confederados, estas últimas símbolos de extrema direita 

A ação dos policiais federais evitou que o ataque tivesse consequências maiores e mais graves. Mas, mesmo assim, o resultado foi nefasto: cinco pessoas morreram, sendo quatro manifestantes e um policial do Capitólio. 

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Fonte: BBC News 

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Fonte: S//Mundo   

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Fonte: BBC News  

Para alguns especialistas e políticos, a invasão ao Congresso dos EUA por manifestantes Pró-Trump foi um ato de “terrorismo doméstico”, pois o mesmo ocorreu de sob força violenta, por um grande grupo de pessoas (terroristas domésticos), cuja intenção era desorganizar as Instituições e fragilizar o poder do próprio estado em que vivem (JUSTO, Exame).

Em entrevista à BBC News Mundo, Steven Levitsky, professor de governabilidade da Universidade Harvard, disse que a invasão do Capitólio pelos apoiadores de Trump foi uma "tentativa de autogolpe". E que "a grande diferença entre esse autogolpe e os autogolpes na América Latina é que Trump foi completamente incapaz de obter o apoio dos militares" e "um presidente que tenta permanecer no poder ilegalmente sem o apoio dos militares tem poucas chances de sucesso".  

Outra referência à América Latina citada também neste episódio e polêmica foi a comparação feita, por muitos políticos e jornalistas, inclusive, pelo ex-presidente do país, George W. Bush, dos EUA a uma “República das Bananas”.

Essa expressão, atualmente, se refere a países da América Latina, “marcados pela monocultura e dotados de instituições governamentais fracas e corruptas, nos quais uma ou várias empresas estrangeiras tem o poder de influir nas decisões nacionais” (BBCNews).

A vitória do presidente eleito, Joe Biden, foi – finalmente – confirmada na manhã do dia seguinte (07/01). E, embora, o presidente Trump tenha dito que deixará o cargo e que a transição será ordeira, os seus seguidores já anunciaram que haverá novos protestos e ameaçaram com novos “distúrbios” no dia da posse de Biden, em 20 de janeiro. 

De acordo com as últimas notícias, mais de 90 pessoas, ligadas à invasão do Capitólio, já foram identificadas e presas. Inclusive, no sábado passado (09/01), foi a vez de Jacob Anthony Angeli Chansley, mais conhecido como Jake Angeli, que foi considerado, por algumas mídias, o símbolo da invasão ao Capitólio. Este se destacou por seu traje inusitado: sem camisa, com o rosto pintado com as cores da bandeira dos EUA (vermelho, azul e branco), um gorro de pele de urso enfeitado com dois chifres na cabeça. 

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Além das prisões efetuadas pelo FBI (polícia federal norte-americana), muitas empresas estão demitindo seus funcionários em caso de envolvimento com a invasão.

O Professor Associado da Faculdade de Direito da USP, Alberto do Amaral Júnior, ressalta que esta insurreição, ocorrida no Congresso dos Estados Unidos, pode desencadear efeitos nocivos e similares em outras nações, incentivando lideranças autoritárias a também se organizarem e promoverem manifestações contra a democracia em seus respectivos países.  

Ele cita, como exemplo, o nosso presidente Jair Bolsonaro,

Ele já organizou, no ano passado,

manifestações contra o Congresso,

e nada impede que, no futuro, 

estimulado por ações como essa,

ele tente repetir atos semelhantes no Brasil”


Fontes

. ALVES, Maíra. Pesquisas, protesto e invasão: entenda o que ocorreu em Washington nesta quarta – Correio Braziliense  

. Após ataque ao Capitólio, secretário de Estado nega que EUA seja uma 'república das bananas' – Mundo ao Minuto  

. EUA: Após invadir Capitólio, militantes de extrema direita marcam novos protestos – Carta Capital  

. JUSTO, Gabriel. Invasão ao Capitólio incitada por Trump é considerada “terrorismo doméstico” – entenda - Exame  

. LOVERA, Patricia Sulbarán. Autogolpe de Trump fracassou por não ter apoio militar, diz Steven Levitsky, autor de Como as Democracias Morrem - BBC News

. Mais de 90 são presos nos EUA por invasão ao Capitólio – Poder 360  

. MILITÃO, Bruno. “Invasão do Capitólio configura tentativa de golpe de Estado” – Jornal da USP  

. RALHA, Leonardo. “Homem dos chifres” da invasão do Capitólio detido nos Estados Unidos – O JornalEconômico  

. SAID, Flávia. Cinco pessoas morreram durante invasão ao Congresso dos EUA, diz polícia – Metrópoles