segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Ajuda a Petrópolis Continua!

Imagem do meu acervo particular

 

Em meio a este turbilhão de notícias acerca da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, não podia deixar de mencionar que a Campanha de Solidariedade aos desabrigados pelas chuvas em Petrópolis vai dar continuidade nesta e na próxima semana na E.M. Dilermando Cruz. 

Inicialmente, eu antecipei a data de entrega dos donativos, pois cometi o erro de esquecer a semana do feriado de carnaval. Sendo assim, divulguei, durante as intervenções nas salas de aula, que a referida data seria no dia 25/02 (6ª feira passada). 

Alterei também os produtos a serem doados, pois assisti no noticiário da noite que, alguns citados em nossa Campanha, não eram mais necessários mediante a grande quantidade alcançada com as inúmeras doações realizadas. 

A pedido de alguns professores da nossa Unidade Escolar que alegaram que não tiveram tempo hábil para comprar os mesmos, em conversa com a prof.ª Mary Adriana Honorato José (Matemática), optamos por adiar e prolongar por mais tempo a arrecadação de donativos. 

Em razão disso, a Campanha de Solidariedade voltada para os desabrigados de Petrópolis se encerrará no próximo dia 11 de março. 

Outra alteração a ser feita consiste no Posto de Arrecadação, no qual iremos encaminhar as doações, tendo em vista que tanto a 4ª Coordenadoria Regional de Educação - CRE (Rua Prof. Luís Rondelli, n° 150, Olaria) quanto a Coordenadoria de Assistência Social – CAS (Rua da Regeneração, nº 654, Bonsucesso) – as mais próximas de nossa escola – já encerraram suas atividades. 

Por favor, ainda há tempo de fazer algo por aqueles que sofreram com as chuvas no município de Petrópolis! Não precisa ser da Comunidade Escolar, basta ter a sensibilidade de ser um agente solidário! 

Vamos contribuir e ajudar! 

domingo, 27 de fevereiro de 2022

Rússia x Ucrânia: A Guerra entre as Forças Russas e a Resistência Ucraniana

 

Soldados ucranianos em Kiev procurando bombas não detonadas
Fonte: G1
Foto: Sergei Supinsky/AFP


“Quando nos atacarem, verão as nossas caras, 

e não as nossas costas”

(Declaração do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, mediante a iminente invasão russa

A invasão das tropas militares russas ao território ucraniano começou na 5ª feira passada (24/02) e, embora já fosse algo esperado, pegou muita gente de surpresa, como eu, que acordei com esta triste notícia.  

Eu tinha esperanças que Vladimir Putin abdicasse deste intento mediante as pressões internacionais. Mas, este se mostrou irredutível em seu propósito, inclusive, contradizendo suas palavras negacionistas em relação esta possibilidade de concretizá-lo...  

Mesmo tendo disposto mais de 150 mil soldados nas fronteiras entre os dois países, Putin sempre negou a sua real intenção de invadir a Ucrânia. Em seu discurso, ele propagava que as nações ocidentais é que estariam espalhando “propaganda de guerra” ao afirmar que a Rússia estava se organizando para invadir o território da Ucrânia.  

Pois bem, no dia 24 de fevereiro, a máscara caiu e as reais intenções de Putin vieram à tona, quando as tropas militares russas invadiram o país, não respeitando a soberania do governo ucraniano sobre o seu território e, também, a sua população. 

Nestes quatro dias de ataques ao território ucraniano, centenas de mísseis foram disparados contra alvos militares e civis no país. Bases militares ucranianas foram destruídas com os bombardeios, além de residências, escolas e outras edificações. 

As tropas militares russas adentraram por várias regiões do país, avançando e atacando o território ucraniano tanto por terra quanto por mar e pelo espaço aéreo.

Na madrugada de ontem (26/02), sábado, as tropas militares russas atacaram o centro de Kiev, capital da Ucrânia. Contudo, a resistência e a ofensiva ucraniana foram fortes, estimuladas sempre pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelenskiy, que antes da chegada dos soldados à capital, declarou:  

"Não podemos perder a capital.

Falo com nossos defensores, 

homens e mulheres em todas as frentes:

hoje à noite, o inimigo vai usar

 todas as suas forças

para romper nossas defesas da maneira

mais vil, dura e desumana"

(Folha)

Resistência e luta foram e estão sendo as palavras de ordem à população ucraniana. Sob esta direção quanto à defesa do país, o presidente Zelenskiy orientou os moradores da capital (cerca de 3 milhões de habitantes) a lançar coquetéis molotov contra os soldados russos, cuja confecção do artefato foi ensinada em vídeos. Além dos coquetéis molotov, armas foram distribuídas, como fuzis, foram entregues aos civis.

Carros queimam na capital ucraniana (Kiev)
Fonte: G1
Foto: 
Emilio Morenatti/AP


Bombardeio nos arredores de Kiev, capital da Ucrânia
Fonte: G1
Foto: Mykhailo Markiv/Reuters


Prédios residenciais destruídos em um subúrbio da capital ucraniana
Fonte: G1
Foto: Genya Savilov/AFP 


Embora, alguns não tenham acreditado em sua capacidade e seu poder de persuasão, o presidente ucraniano tem se mostrado forte e seguro em sua posição, permanecendo na capital da Ucrânia (Kiev), principal alvo de Vladimir Putin.

A todo momento, ele faz pronunciamento convocando a população ucraniana, principalmente, adulta e masculina a se armar e lutar em nome da pátria. Ele proibiu a saída do país de ucranianos, entre 18 a 60 anos, assim como vem incentivando o retorno daqueles que migraram para atender os mesmos fins, isto é, lutar contra as tropas russas e defender a Ucrânia.  

Presidente ucraniano, 
Fonte: G1
Foto: Ukrainian Presidential Press Office via AP

Países como a Alemanha, a França e o Reino Unido se prontificaram e anunciaram, ontem (sábado), que vão enviar armas para ajudar o governo da Ucrânia se defender da invasão russa.  

O governo alemão prometeu enviar, "o mais rápido possível", mil lançadores de foguetes antitanque e 500 mísseis terra-ar para a capital ucraniana. 

Assim como a Alemanha, outros países da União Europeia também começaram a entregar armamentos à Ucrânia para ajudar o país na ofensiva contra a Rússia.  

Mesmo sabendo que corre grande risco de morrer se for capturado pelas tropas militares da Rússia, Zelenskiy recusou a ajuda dos EUA para deixar o país. 

Como medida de ajuda e intervenção internacional, os principais líderes mundiais já anunciaram a implementação de pacotes de sanções econômicas e financeiras à Rússia devido à guerra. 

Não vamos permitir que o Presidente Putin derrube a arquitectura de segurança da Europa. Ele não deve subestimar a determinação e a força das nossas democracias. A União Europeia apoia a Ucrânia e a sua população. A Ucrânia vai prevalecer” 

(Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia)

 

Putin desencadeou a guerra no nosso continente europeu” 

(Boris Johnson, Primeiro-Ministro britânico).


 Estamos perplexos, mas não estamos impotentes 

(Annalena Baerbock, ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha). 

Em diversos países do mundo inteiro, múltiplos protestos têm ocorrido, sobretudo, na Europa. Os mesmos foram verificados no próprio território russo, mas as divergências de opiniões políticas entre as partes (população x governo), em relação à guerra, têm provocado várias detenções de manifestantes pelas autoridades russas.  

Estas manifestações populares no país mostram que a política de Putin não é aceita por toda a população russa.  

Como foi noticiado nas mídias, no primeiro dia da invasão russa na Ucrânia (24/02), as tropas militares tomaram a cidade de Chernobyl, localizada no norte do país e assumiram o controle da antiga Usina Nuclear, a qual sofreu, em 1986, o pior desastre nuclear do mundo.  

De acordo com as estações de monitoramento, divulgado nos principais meios de comunicação, com esta invasão e, principalmente, com o aumento pessoas e de veículos militares pesados circulando, dentro e ao redor da zona de Chernobyl (solo contaminado/poeira radioativa), os níveis de radiação aumentaram cerca de 20 vezes. Mas, segundo a Prof.ª Claire Corkhill, especialista em materiais nucleares da Universidade de Sheffield Corkhill (Época Negócios):

"Desde que não haja mais movimento,

[a radiação] deve diminuir

novamente nos próximos dias."

 

A estratégia de tomada da usina de Chernobyl reside no fato desta estar localizada a cerca de 15 quilômetros da fronteira entre a Ucrânia e Belarus, país este de onde as tropas russas partiram e avançaram sobre o território ucraniano.  Além disso, Chernobyl fica a aproximadamente 130 Km ao norte de Kiev, capital da Ucrânia.  

Para Zelensky, o ataque a Chernobyl significa uma “declaração de guerra contra toda a Europa”.

Como a população da Ucrânia é composta por muitos russos e seus descentes, o presidente Vladimir Putin chegou a pedir, ao Exército ucraniano, a tomada de poder do governo do presidente Volodymyr Zelensky, numa tentativa de incitação a um golpe militar na Ucrânia. O que não surtiu nenhum efeito!  

Na madrugada deste domingo (27/02), as tropas militares russas entraram em Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana, localizada ao Norte do país, onde atacaram e destruíram um gasoduto, provocando uma série de violentas explosões.  

As tropas do Exército russo também cercaram as Kherson e Berdiansk, ambas situadas no Sul do país e possuindo, respectivamente, 290 mil e 110 mil habitantes, segundo o Ministério da Defesa russo.  

Em Vasylkiv, nos arredores da capital (Kiev), o ataque foi em um terminal petrolífero, causando um incêndio de grandes proporções. Os moradores locais foram orientados a não abrir as janelas devido aos riscos da fumaça tóxica.

Alguns especialistas alegam que, sem dúvida nenhuma, o poderio militar e o armamento de guerra da Rússia são bem superiores se comparados aos da Ucrânia. Em razão disso, estes – em reportagem televisiva – consideram prematuro uma avaliação segura acerca dos efeitos da resistência ucraniana ao conflito.    

De acordo com os últimos dados, divulgados ontem (26/02), o número de civis ucranianos mortos, durante os ataques das tropas militares russa no país, subiu para 198 (cento e noventa e oito) pessoas, enquanto o quantitativo de feridos está na ordem de cerca de mil feridos (Correio Braziliense).

 

Mulher ferida após ataque em um conjunto de apartamentos
na cidade de Chuhuiv, Ucrânia

Fonte: G1
Foto: Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via AFP


Moradora ao lado de sua residência após ataque em Kiev
 
Fonte: G1
Foto: Emílio Morenatti/AP



Corpo de soldado morto nos arredores de Kharkiv, Ucrânia
 Fonte: G1
Foto: Vadim Ghirda/AP


Abrigo antiaéreo em Kiev, Ucrânia
Fonte: G1
Foto: Viacheslav Ratynskyi/Reuters


É grande também o número de pessoas que fugiram da Ucrânia, na condição de refugiados. Segundo a Agência da ONU para Refugiados (ANCUR), até a presente data (27/02) foram 358 mil pessoas que deixaram o país por temor à guerra e em busca de uma maior segurança social (Poder 360)

Hoje, uma delegação russa composta por representantes ligados diretamente ao Gabinete de Vladimir Putin e, também, dos Ministérios da Defesa e de Relações Internacionais foi enviada à cidade bielorrussa de Gomel, a fim de iniciar negociações entre as partes em busca de um possível cessar-fogo. 

No entanto, a Rússia afirmou que o governo ucraniano rejeitou a proposta de negociações. O que foi desmentido pelo Assessor da presidência da Ucrânia, o qual alegou, em defesa do posicionamento de seu país, que as condições impostas pela Rússia tornam inviáveis qualquer discussão acerca de um acordo entre ambas as nações.

Três justificativas ucranianas são plausíveis para a negação desta empreitada... 

Primeiro, Belarus (ou Bielorrússia) não é um país neutro, tendo em vista que além de sua relação histórica com a Rússia, a qual apoia e cujos os ataques à Ucrânia partiram do seu território; 

Segundo, a própria Rússia não demonstrou interesse ou suspendeu – temporariamente – o deslocamento de suas tropas militares em território ucraniano; 

Terceiro, em seu discurso na TV, na última 6ª feira (25/02), Putin convocou os militares ucranianos a se unirem à Rússia contra o seu país e, assim, derrubar o seu presidente Volodymyr Zelensky, forçando um Golpe de Estado. 

Zelensky, por sua vez, se encontra aberto à conversação, mas desde que os trâmites não sejam sinuosos, cheios de artifícios capazes de aniquilar a segurança de uma das partes. Portanto, para o governo ucraniano, a cidade bielorrussa de Gomel (Belarus) não é o local ideal para realização da referida conversação.  

No entanto, horas atrás, o presidente Zelensky (Ucrânia) confirmou que, após falar ao telefone com o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, ele aceitou e combinou um novo local para tratar das negociações com a Rússia. O novo local acertado, sem data definida ou, pelo menos, divulgada será um ponto na fronteira entre a Ucrânia e Belarus, mais especificamente, próximo ao rio Pripyat. 

O presidente da Belarus assegurou que, durante o período de deslocamento e do encontro das delegações de ambas as partes (Rússia e Ucrânia), não serão usados aviões, helicópteros e mísseis. 

Será mesmo? Pois os riscos do país também atacar a Ucrânia são bem altos!

Segundo notícias publicadas no Catraca Livre, ainda há pouco, o governo de Belarus lançou mísseis Iskander contra a Ucrânia, neste domingo (27/02).

Esperemos uma mediação sensata e um final não mais doloroso e mortal, que seja capaz de encerrar este capítulo da histórica relação conturbada entre a Rússia e a Ucrânia...


 Fontes de Consulta

Belarus ataca Ucrânia e agrava crise mundial – Catraca Livre

. DANTAS, Miguel Dantas et all. Rússia quer iniciar negociações, Ucrânia rejeita dialogar em território bielorrusso. Forças russas entram em Kharkiv, a segunda maior cidade do país - Público

. GIELOW, Igor. Putin ataca centro de Kiev e enfrenta resistência de forças da Ucrânia - FOLHA 

. GILL, Victoria. Apreendida pelas forças russas, usina nuclear de Chernobyl tem pico de radiação – Época Negócios 

. Guerra na Ucrânia: invasão está saindo como Rússia esperava? – BBC News 

. LIMA, António Saraiva e LORENA, Sofia. Tropas russas atacam várias cidades da Ucrânia - Público 

. MARTINS, Alexandre. Zelenskii, de Presidente improvável a símbolo da resistência na Ucrânia - Público 

. Presidente da Ucrânia diz que delegação do país vai encontrar os russos sem pré-condições – G1 

. Rússia envia delegação a Belarus para negociar com a Ucrânia, que defende local neutro – G1 

. Sobe para 198 número de civis mortos na Ucrânia desde início da invasão russa – Correio Braziliense 

. UE começa a fornecer quantidades 'significativas' de armas à Ucrânia – Correio Braziliense 

. Zelensky diz que ficará em Kiev e não baixará as armas – Poder 360 

. Zelensky debate sobre negociação com presidente de Belarus – Poder 360

domingo, 20 de fevereiro de 2022

Petrópolis sofre com Temporal de Caráter Excepcional

 

Rua Teresa - Fonte: G1

Foto: Marcos Serra Lima/g1

Infelizmente, mais um episódio trágico associado às fortes chuvas atingiu o Rio de Janeiro, mais especificamente, o município de Petrópolis, na Região Serrana do estado. 

Embora, outros casos semelhantes tenham ocorridos nos anos anteriores, durante a mesma estação, isto é, no transcorrer do verão, o temporal que castigou a cidade de Petrópolis no dia 15 de fevereiro deste ano foi bastante atípico, se comparado aos seus antecedentes, registrados nos outros verões fluminenses. 

De acordo com os meteorologistas, no referido dia do temporal, choveu 259 mm em 6 horas, o que significou que, em um período de tempo curto (6 horas), o nível das chuvas foi superior ao esperado para o mês inteiro de fevereiro, que era de 238 mm, segundo os especialistas. 

De acordo com reportagem do G1, até o início da tarde de hoje (19/02), os dados divulgados, acerca do temporal que atingiu Petrópolis na 3ª feira passada, conta com 152 mortos, 165 desaparecidos e 967 pessoas desabrigadas. 

Devido a situação caótica da cidade Petrópolis durante e após o forte temporal, eu aproveitei para iniciar as minhas aulas, junto aos alunos do Ensino Médio, falando deste episódio e de sua excepcionalidade, bem como da importância de se conhecer a Geografia sob diferentes escalas (local, regional e nacional). 

A sua excepcionalidade se deu por conta de vários fatores associados, entre os quais pode-se destacar:

         . Estação do ano: Verão (estação mais quente e chuvosa);

         . Sítio Urbano: Serra (topografia acidentada, declivosa);

         . Intensificação de seus efeitos: a chegada de uma frente fria vinda de São Paulo, a umidade oriunda do oceano Atlântico e, também, da região Amazônica (Rios Voadores);

         . Sistema Nacional de Habitação: Deficitário (embora sua meta seja, a nível nacional, assegurar o acesso à habitação digna, este não atende à demanda) e, com isso, há...

         . Ocupação irregular e desordenada, sobretudo, em áreas de risco (encostas e margens de rios);

. Desmatamento da vegetação local, o que acarreta a retirada da proteção natural do solo, proporcionando, ao mesmo tempo, que o mesmo fique encharcado de água;

. Grande susceptibilidade (vulnerabilidade) do solo: Como as nossas condições climáticas (predomínio do clima tropical) favorece a intensa ação do Intemperismo Químico, as nossas encostas se caracterizam por um forte grau de instabilidade (deslizamentos de terras e outros processos erosivos);

. Falta de fiscalização e de uma política séria de remoção de moradores (mais vulneráveis) das áreas de riscos para outros espaços.                                                                                                                 

Com tudo isso, anualmente e, em especial, a Geografia do Rio de Janeiro aliada às chuvas típicas do Verão convergem para este caos socioambiental, o qual poderia ser evitado e/ou amenizado se o Poder Público brasileiro atuasse como deveria atuar.  

Como já mencionei em outros artigos publicados neste espaço acerca de eventos climáticos similares a este, é uma pena que as Ciências, como a Geografia, a Geologia e outras não são levadas a sério quanto as suas respectivas contribuições científicas e técnicas na hora de planejar e executar obras urbanas 

Não se tratam de eventos irregulares, tendo em vista que estes são constantes nesta época do ano. Podem até apresentar, de um ano para o outro, um fato excepcional, mas estes já são tragédias anunciadas mediante a falta de medidas políticas preventivas e outras, capazes de amenizar a intensidade destes eventos e seus efeitos nefastos à população local.   

Os estudos e as pesquisas realizados pelas Universidades e/ou Instituições públicas e/ou privadas precisam ter uma aplicabilidade social conforme à dinâmica ambiental da área e de sua realidade socioeconômica.  Contudo, quando os mesmos se propõem a isso, estes não são considerados e aplicados pelos governos, em todas as esferas de sua abrangência (municipal, estadual e federal).  

As ruas do Centro Histórico da cidade de Petrópolis e de outros bairros ficaram alagadas e, muitas delas cheias de destroços provenientes da destruição de residências, de estabelecimentos comerciais e outros. 

De acordo com o governo estadual, divulgado nas mídias, este temporal foi o pior evento ocorrido na cidade desde 1932, ou seja, em 90 anos. 

Mais uma vez, as cenas se repetem... Tristes histórias são escritas e contadas por efeito da dor quanto à perda de um ente querido, familiar ou não e, também, mediante as perdas materiais!  

Imagens capturadas na Internet para fins ilustrativos

Fonte: G1 - Fotos de Marcos Serra Lima/g1











Fontes de Consulta  

. BARIFOUSE, Rafael Barifouse. 'Rio voador', o fenômeno climático que ajuda a explicar tragédias no Brasil - BBC News Brasil  

. Infográficos: Chuva catastrófica destrói Petrópolis em poucas horas – G1  

. Petrópolis: mortes chegam a 110; novo deslizamento gera alerta - AgênciaBrasil 

. RIANELLI, Erick Rianelli et al. Número de mortes após chuva em Petrópolis sobe para 152 – G1/Região Serrana

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Dica de Vídeo: Rússia x Ucrânia: Qual o impacto de um conflito para o mundo?

 Dando continuidade ao tópico anterior, acerca da crise entre a Rússia e a Ucrânia, compartilho uma dica de vídeo para exploração do tema junto aos alunos.


domingo, 13 de fevereiro de 2022

Entendendo a Atual Crise entre a Rússia e a Ucrânia

 

Imagem capturada na Internet
Fonte: Minhas Notas no Facebook


mundo e, principalmente, a Europa se encontra em alerta diante de uma crise instaurada e as ameaças eminentes de uma guerra a partir da invasão de tropas russas em território ucraniano 

Este clima de instabilidade política vem se expandindo desde março do ano passado, mas as tensões se intensificaram no final de 2021 e, sobretudo, agora, em 2022, sob o prenúncio desta invasão da Rússia.  

Segundo a reportagem exibida, ontem (12/02), no Jornal Nacional (Globo), o presidente russo, Vladimir Putin, após conversa ao telefone com o Joe Biden (presidente dos EUA), se contrapôs ao clima de tensão à crise russo-ucraniana, alegando que há certa histeria por parte dos Estados Unidos e que o governo estadunidense está, na verdade, criando um pretexto para a guerra.  

Especialistas afirmam que os EUA não vão se arriscar a provocar um conflito armado direto com a Rússia, capaz de gerar uma 3ª Guerra Mundial, tendo em vista – sobretudo - que ambos são potências nucleares. E nós sabemos que uma guerra representa muito mais que uma resposta direta a um ataque ao seu adversário. Representa caos total, insegurança local, regional e até mundial, perdas econômicas, materiais e, sobretudo, humanas (militares e civis).  

Contradizendo o discurso de Putin, as imagens das áreas fronteiriças entre a Rússia e a Ucrânia sustentam e justificam este temor, tendo em vista que há uma grande mobilização de forças militares russas e veículos de guerra (tanques, navios e submarinos), enfim, uma disposição de armas pesadas nos limites fronteiriços entre eles.  

Observa-se também treinamento militar, por parte da Ucrânia, voltado para esta possível invasão russa.  

Além disso, vários países e até a própria Rússia orientaram os diplomatas e cidadãos de seus respectivos países a deixarem a Ucrânia.  

Diante deste cenário, a impressão que passa para todos é de que um ataque eminente da Rússia à Ucrânia se aproxima rapidamente.  

A crise instalada entre os respectivos países não é de agora, ou seja, não é tão recente assim. Para quem se lembra, em 2014, ambas nações se enfrentaram em um conflito pela disputa sobre a Crimeia, localizada entre Moscou (capital da Rússia) e o Ocidente (Kiev, a capital da Ucrânia e países ocidentais). Eu, inclusive, postei um artigo neste espaço, “Entenda a Crise da Ucrânia e da Crimeia” (veja AQUI).

Em ambas as situações, no passado com o conflito de 2014 e na atual conjuntura (2021-2022), os conflitos gerados nos remetem ao período da Guerra Fria, ora pelo envolvimento direto da Rússia (ex-república soviética) ora pelo levante e posições opostas de forças entre o Ocidente e o Oriente.  

O que se encontra, como “pano de fundo”, do atual conflito é justamente essa intervenção direta da Rússia no país, desde 2014. O governo russo, em discursos embasados em supostas “garantias de segurança”, após a anexação da península da Crimeia em seu território, prosseguiu com dois projetos de Tratados, os quais incluía um compromisso juridicamente vinculativo de que a Ucrânia não se atrelaria à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), assim como a sua redução nas tropas da OTAN e de equipamentos militares situados na Europa Oriental. E, ainda, ameaçava como resposta militar (não especificada) no caso destas determinações não fossem respeitadas e seguidas integralmente.  

Tanto os Estados Unidos quanto outros membros da OTAN repudiaram esses projetos e ameaçaram o governo russo acerca de sanções econômicas ao país, no caso de invasão ao território ucraniano.  

Embora, várias negociações diplomáticas tenham sido realizadas entre os EUA e a Rússia, inclusive, em janeiro deste ano, estas não foram bem sucedidas em termos de resolver e colocar um fim em tais impasses. Com isso, a atual crise envolvendo a Rússia e a Ucrânia está sendo considerada como uma das mais intensas desde o período da Guerra Fria (1947 a 1991).  

Daí muitos se referirem aos riscos de uma nova Guerra Fria ou, dependendo de seu raio de abrangência de ameaça direta e/ou indireta, a uma III Guerra Mundial...

Ucrânia

Localização da Ucrânia na Europa Oriental
Imagem capturada na Internet
Fonte: Esquerda Diário 


As raízes das crises por quais a Ucrânia passou e que, atualmente, vem enfrentando se encontram em seu passado, isto é, em seu processo histórico desde o seu ingresso, em 1922, na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), no conjuntura da Guerra Fria (1947 a 1991), a anexação da península da Crimeia (que fora território russo desde o século XVIII) ao seu território por Nikita Khruschtov (Secretário-Geral do Partido Comunista da URSS), em 1954 e na sua independência como Estado-Nação após o desmantelamento da URSS e, ao mesmo tempo, com o fim da Guerra Fria (1991), bem como no mais recente episódio da anexação da península da Crimeia ao território russo (2014)

Em razão deste seu processo histórico, pode-se dizer que a Ucrânia – em termos étnico-culturais - é uma “colcha de retalho”. 

As regiões Leste e Sul do país apresenta população majoritariamente russa, marcada por suas tradições e, principalmente, a língua, estando ligada consequentemente à Rússia. A sua parte Ocidental (Oeste) é possui herança austríaca, havendo fortes laços culturais e econômicos com a Polônia. Em sua parte Central, onde se encontra a capital do país (Kiev), se verifica uma mistura desses povos.

Situado no Sudeste da Europa (Europa Oriental), sua localização geográfica é de grande importância geopolítica, pois o país se encontra entre a zona de influência da União Europeia e a da Rússia, permitindo também fácil acesso ao Mar Negro e, a partir desteao Mar Mediterrâneo 

De mais a mais, não podemos deixar de mencionar a sua importância geopolítica como "zona tampãopara Moscou, a qual remonta desde a época da invasão napoleônica (1812), nas palavras de George Friedman, da Geopolitical Futures, citado por BERMÚDEZ, Ángel (2022).  

"A Ucrânia é a fronteira ocidental da Rússia.

Quando os russos foram atacados pelo oeste durante a

Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial,

foi o território da Ucrânia que os salvou.

Inimigos tinham que percorrer mais de 1,6 mil quilômetros

para chegar a Moscou.

Se a Ucrânia cair nas mãos da OTAN,

Moscou estaria a apenas 640 quilômetros deles.

Foi a Ucrânia que salvou os russos de Napoleão.

Portanto, se trata de uma zona de segurança 

que eles querem manter".

Economicamente, o país se destaca na produção de trigo, tendo sido considerado o "celeiro” da Europa, graças à boa e grande produtividade de seus solos férteis (Tchernoziom). Seu potencial econômico vai mais além, seja por sua riqueza em minério de ferro, carvão, manganês, magnésio, níquel, entre outros recursos minerais e vegetais, seja por sua base industrial sob estas vertentes mineiras, com destaque para a extração de minério de ferro e produção de aço, a química e transformadora 

Além de ser dependente de combustíveis fósseis da Rússia, a Ucrânia apresenta uma posição geoestratégica na Europa Oriental em função do escoamento do gás natural e do petróleo russo através de gasodutos e oleodutos em seu território 

Na verdade, o governo russo não se vê seguro em relação à Ucrânia, seja por sua população dividida, seja pela ameaça desta ingressar na OTAN ou na União Europeia, seja por toda a importância geopolítica e econômica do seu território em relação à Rússia. 

 

Fontes de Consulta

. BERMÚDEZ, Ángel. 3 fatores que explicam por que Ucrânia é tão importante para Rússia, 2022 - BBC News Mundo  

. Exército da Ucrânia está em “alerta total” para possível invasão russa – IstoÉ  

. FERNANDES, Jorge Almeida. Ucrânia: as três dimensões do conflito, 2014 - Público  

. Material Didático particular  

. Mapas e Gráficos para compreender a crise da Ucrânia – Esquerda Diário 

. MONTAG, Santiago. Fatores para entender o conflito na Ucrânia – Esquerda Diário