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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Testamento de Duque de Caxias

Transcrição do testamento de Duque de Caxias publicado no site Ponteiro

"Eu, Luiz Alves de Lima, Duque de Caxias, achando-me com saúde e meu perfeito juízo, ordeno o meu testamento, da maneira seguinte: sou católico romano, tenho nesta fé vivido, e pretendo morrer.
 
Sou natural do Rio de Janeiro, batizado na freguesia de Inhamerim; filho legítimo do Marechal Francisco de Lima e Silva, e de sua legítima Mulher, dona Mariana Cândida Bello de Lima, ambos já falecidos.
 
Fui casado a face da Igreja com a virtuosa dona Anna Luiza Carneiro Viana de Lima, Duquesa de Caxias, já falecida, de cujo matrimônio restam dois filhos que são Luiza e Anna, as quais se acham casadas; a primeira com Francisco Nicolas Carneiro Nogueira da Gama, e a segunda, com Manoel Carneiro da Silva, as quais são as minhas legítimas herdeiras.
 
Declaro que nomeio meus testamenteiros, em 1º lugar, o meu genro Francisco Nicolas, em 2º meu genro Manoel Carneiro, em 3º meu irmão e amigo, o Visconde de Tocantins, e lhes rogo que aceitem esta testamentária, da qual só darão contas no fim de dois anos.
 
Recomendo a estes que quero que meu enterro seja feito, sem pompa alguma, e só como irmão da Cruz dos Militares, no grau que ali tenho. Dispensando o estado da Casa Imperial, que se costuma a mandar aos que exercem o cargo que tenho. Não desejo mesmo, que se façam convites para meu enterro, porque os meus amigos que me quizerem fazer este favor, não precisam dessa formalidade e muito menos consintam os meus filhos que eu seja embalsamado.
 
Logo que eu falecer deve o meu testamenteiro fazer saber ao Quartel General, e ao ministro da Guerra que dispenso as honras fúnebres que me pertencem como Marechal do Exército e que só desejo que me mandem seis soldados, escolhidos dos mais antigos, e melhor conduta, dos corpos da Guarnição, para pegar as argolas do meu caixão, a cada um dos quais o meu testamenteiro, no fim do enterro, dará 30$000 de gratificação.
 
Declaro que deixo ao meu criado, Luiz Alves, quatrocentos mil réis e toda a roupa do meu uso.
 
Deixo ao meu amigo e companheiro de trabalho, João de Souza da Fonseca Costa, como sinal de lembrança, todas as minhas armas, inclusive a espada com que comandei, seis vezes, em campanha, e o cavalo de minha montaria, arreado com os arreios melhores que tiver na ocasião da minha morte.
 
Deixo à minha irmã, a Baroneza de Suruhi, as minhas condecorações de brilhantes da ordem de Pedro I como sinal de lembrança e a meu irmão, o Visconde de Tocantins, meu candieiro de prata, que herdei do meu pai.Deixo meu relógio de ouro com a competente corrente ao Capitão Salustiano de Barros Albuquerque, também como lembrança pela lealdade com que tem me servido como amanuense.
 
Deixo à minha afilhada Anna Eulália de Noronha, casada com o Capitão Noronha, dois contos de réis. Cumpridas estas disposições, que deverão sair da minha terça, tudo o mais que possuo será repartido com as minhas duas filhas Anna e Luiza, acima declaradas.
 
Mais nada tenho a dispor, dou por findo o meu testamento, rogando as justiças do país, que o façam cumprir por ser esta a minha última vontade escrita por mim e assinada.
Rio de Janeiro, 23 de Abril de 1874"

Observação minha: O nome original dele, no início do testamento, não está correto.

Biografia de Luís Alves de Lima e Silva


Tal como prometi, anteriormente, esta postagem diz respeito à Biografia de Duque de Caxias, o Patrono do Exército e do município da Baixada Fluminense, no estado do Rio de Janeiro, que tem o seu nome – isto é – a referência ao seu último título nobiliárquico (Duque) e ao nome Caxias.
 
Para quem desconhece, a razão da denominação Caxias tem a ver com a história da pacificação da província do Maranhão (atual estado de mesmo nome) face ao movimento da Balaiada (1838-1840), no qual Luís Alves de Lima e Silva foi convocado a apaziguar.
Tratado como herói por muitos e, principalmente, invocado na História do Brasil como militar exemplar, de grande bravura e, ao mesmo tempo, grande mediador nos conflitos, há quem critique esta exaltação toda e coloque em dúvidas a sua integridade. Notadamente, no caso da Guerra do Paraguai.
Inúmeros artigos e publicações são encontradas na Internet tratando destas duas linhas de pensamento crítico acerca do Patrono do Exército.
O objetivo desta postagem não cabe levantar tais premissas, até porque há muito a ser analisado neste contexto. E, aí, eu teria que me prolongar muito mais.
Ao final desta, além das fontes de pesquisa, disponibilizarei alguns endereços eletrônicos, onde estas concepções são tratadas.
Para não cair na mesmice a respeito de biografias de personalidades, postarei - aqui - uma síntese da história de sua vida sob a forma de tópicos, evitando me estender muito, capaz de transformar o texto cansativo.

Imagem capturada na Internet


NOME: Luís Alves de Lima e Silva.

FILIAÇÃO: Francisco de Lima e Silva (1° Barão de Barra Grande/Alagoas) e Mariana Cândida Oliveira Belo;
Seu pai - Imagem capturada na Internet


Notas Importantes:
 
Além da carreira militar, seu pai ingressou na carreira política. Foi Brigadeiro do Exército Imperial, Comendador das Ordens de Aviz, Grã-Cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro, Governador das Armas da Província de São Paulo, Governador das Armas da Corte, Governador Interino das Armas da Corte, Presidente de Província de Pernambuco, Membro da Regência Trina Provisória e Senador (1837 a 1853), entre outros. Foi o primeiro e único Barão de Barra Grande.
Seu pai teve problemas hepáticos, os quais foram tratados em Baependi (atual Caxambú) e com banhos de cachoeira em São João Del Rei (Minas Gerais). Desconheço se este problemo foi a causa de sua morte, mas o seu falecimento se deu em 02 de dezembro de 1853, quando este tinha a idade de 68 anos.
DATA DE NASCIMENTO: 25 de agosto de 1803.

LOCAL DO NASCIMENTO: Fazenda São Paulo, Porto Estrela, na Capitania do Rio de Janeiro (atual Taquara, 3º distrito de Duque de Caxias, RJ).

Notas Importantes:
 
A sede da fazenda foi construída numa elevação a fim de evitar problemas em razão das constantes enchentes. A sede ficava de frente para o caminho da Taquara, localidade de ligação entre as duas vilas portuárias da região: Pilar e Estrela.
A primeira se refere ao ponto, próximo de minha escola estadual (no município de Duque de Caxias), onde se encontra a Igreja de Nossa Senhora do Pilar, datada de 1696 (anteriormente, em 1612, havia uma capela).
Desde 1994, a antiga sede da fazenda abriga o Museu Municipal da Taquara e sua área integra o Parque Histórico Duque de Caxias.
Infelizmente, muitos objetos históricos e de valor se perderam com o tempo.
As terras da Fazenda São Paulo pertenciam ao coronel Luiz Alves de Freitas Belo, avô materno de Luís Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias). Na fazenda, assim como em outras na região, cultivava-se os seguintes produtos agrícolas:
cana-de-açúcar, mandioca, milho, café, feijão, legumes e frutas. Praticava-se também, regularmente, a caça principalmente de pacas e capivaras.
IRMÃOS: José Joaquim de Lima e Silva Sobrinho (1809, 1° Conde de Tocantins); Maria Bernardina Mafalda de Lima e Silva (1810); Francisco de Lima e Silva (1811); Carlos Miguel de Lima e Silva (1813); Camilo de Lima e Silva (1815); Carlota Guilhermina de Lima e Silva (data não encontrada) e Carolina Leopoldina de Lima e Silva (1818).

CARREIRA MILITAR: Ingressou aos 5 anos de idade, quando foi nomeado Cadete de 1ª Classe.
No dia 04 de maio de 1818, com 14 anos, se matriculou no curso de Infantaria da Real Academia Militar do Largo do São Francisco, onde foi elevado – em 12 de outubro do mesmo ano - ao posto de Alferes.
No dia 04 de novembro de 1820, com a idade de 17 anos, ele foi promovido a Tenente. Com esta mesma patente, em desembro de 1821, ele se desliga da Real Academia Militar para servir no 1° Batalhão de Fuzileiros (atual Regimento Sampaio).
Em 22 de janeiro de 1824, com 20 anos de idade, foi promovido a Capitão e, quatro anos mais tarde, no dia 02 de desembro de 1828, foi elevado a Major.
Em março de 1829 foi promovido a Comandante do Batalhão do Imperador, que acabou sendo dissolvido em abril de 1831. Época em passa à condição de Oficial avulso da Corte.
Após assumir subcomandos, este é nomeado – em 18 de outubro de 1832 - Comandante do Corpo de Guardas Municipais Permanente da Corte.

Sua promoção a Tenente-Coronel (atual Comando Polícia Militar do Rio de Janeiro) foi instituída em 12 de setembro de 1837 e, em 2 de dezembro de 1839, sua patente foi elevada a Coronel.

Em 18 de julho de 1841 é promovido a Brigadeiro (atual General de Brigada) e, no ano seguinte, no dia 30 de julho, passa para Marechal-de-Campo Graduado, sendo efetivado neste posto em 1845.
Sua ascensão a Tenente-General ocorreu no ano de 1852 e, em 1855, este foi nomeado a Ministro de Guerra.
Em 1862 foi graduado a Marechal-do-Exército, sendo designado Comandante-Chefe das Forças do Império, em 1865.

Seu último posto foi como Marechal de Exército Efetivo, datado em 13 de janeiro de 1866.

Notas Importantes:

A carreira militar constituiu-se numa tradição em sua família, presente em várias gerações. Só para se ter uma ideia, em três gerações, foram onze generais ao todo. Vejamos alguns exemplos, o primeiro Comandante de Luís Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias) foi o seu próprio avô (paterno), o Brigadeiro José Joaquim de Lima e Silva, que também foi Fidalgo da Casa Real Portuguesa e Comendador da Ordem de Avis.
Seu avô materno era o Coronel Luiz Alves de Freitas Belo e o seu pai, Francisco Lima Silva, foi Oficial de Infantaria (Brigadeiro do Exército Imperial).

Seu bisavô (paterno), João da Silva da Fonseca Lima foi Sargento-Mor de Infantaria. E seu tio paterno fora Marechal de Campo e Visconde de Magé.
CARREIRA POLÍTICA: Presidente de Província, Senador, Membro do Supremo Tribunal Militar de Justiça, Conselheiro de Estado Extraordinário, Ministro da Guerra e Presidente do Conselho de Ministros.
Nota importante:
Alguns destes cargos foram exercidos por maisde uma vez.
CASAMENTO: No dia 06 de janeiro de 1833, no Rio de Janeiro, o Major Luís Alves de Lima e Silva (29 anos) e a jovem Ana Luisa de Loreto Carneiro Viana (16 anos) casaram-se sob a benção do padre José Moraes Couto.

A cerimônia foi realizada no oratório particular de Dona Luiza Rosa, mãe da jovem e viúva desembargador Paulo Fernandes Viana, ex-Intendente Geral de Polícia da Corte.

No dia 02 do mês seguinte, estes se casam oficialmente na Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro.
Notas Importantes:
 
A jovem Anica, como era chamada Ana Luisa, nasceu no dia 30 de dezembro de 1816.
 
Após o matrimônio do dia 06 de janeiro, o casal residiu em um palacete, localizado no antigo ponto da loja Mesbla, no bairro Tijuca (Rua Conde de Bonfim), que hoje funciona o Supermercado Sendas. Na época, o endereço era Rua do Andaraí Pequeno, n° 10.
Conta-se, de acordo com fontes de pesquisa, que aos 23 anos, o então Capitão Luís Alves teve um envolvimento amoroso com a filha da Marquesa de Montes Claros, Angela Fuerriol Gonzales Luna y Zaias, a qual conheceu em Montevidéu (Uruguai), para onde havia se deslocado com o Batalhão de Granadeiros durante a guerra da Cisplatina.
A relação não foi levada adiante, sendo interrompida ao final da Campanha, em razão do seu regresso à Corte.
Sua esposa Ana Luisa de Loreto (Duquesa de Caxias) faleceu no dia 23 de março de 1874 . Duque de Caxias ficou muito consternado e jamais tirou o luto.
FILHOS: Luisa do Loreto Viana de Lima e Silva (1833); Ana Francisca do Loretro Viana de Lima e Silva (1836) e Luis Alves de Lima e Silva (1847).
Notas Importantes:

Suas filhas Luisa do Loreto e Ana Francisca casaram-se, respectivamente, com Francisco Nicolau Carneiro Nogueira da Costa e Gama (1º Barão de Santa Mônica) e Manuel Carneiro da Silva (1º Visconde de Uraraí).
Seu filho, Luiz Alves de Lima e Silva, seguiu a carreira militar do pai. Foi cadete, mas morreu prematuramente, com 14 anos, no dia 18 de junho de 1862. Não consegui descobrir as causas de sua morte.
Embora tenha morrido cedo, este foi o único dos filhos a lhe deixar um neto, José de Lima Carneiro, nascido em 16 de julho de 1858 (4 anos antes de sua morte, em 1862).
Seu neto ficou sob a sua guarda, no Rio de Janeiro. Em 1866, este foi matriculado no Colégio D. Pedro II e nomeado, mais tarde, moço fidalgo de Casa Imperial.
O Duque e a Duquesa adotaram duas crianças, um menino e uma menina. O menino veio do Maranhão, tratava-se de um índio órfão, para o qual foi dado o nome de Luis Alves. Todos tinham confiança neste.
A menina, também órfã, foi trazida do Paraguai. Esta recebeu o nome de Ana (o mesmo da Duquesa). Ambos foram citados no testamento de Duque de Caxias.


A filha Luisa - Imagem capturada na Internet

 

O neto do Duque de Caxias com o Pres. Getúlio Vargas, em 1943, no Palácio do Catete
Imagem capturada na Internet (referência citada: arquivo seu trineto José Domingues)

ATUAÇÃO DIRETA NOS CONFLITOS:

. Insurgência do General Madeira de Melo (1823, Bahia);
 
. Guerra da Cisplatina (1827, Montevidéu);
 
. Balaiada (1840, Maranhão);
 
. Levante de Sorocaba (1842, São Paulo);
 
. Rebelião de Barbacena (1842, Minas Gerais);
 
. Revolução Farroupilha (1842, São Pedro do Rio Grande do Sul);
 
. Guerra contra Oribe (1851, Uruguai);
 
. Guerra contra Rosas (1852, Confederação Argentina);
 
. Guerra contra o Paraguai (1866).
 

TÍTULOS NOBILIÁRQUICOS:

. Barão (Decreto de 18 de julho de 1841);
 
. Visconde (Decreto de 15 de agosto de 1843);
 
. Conde (Decreto de 25 de março de 1845);
 
. Marquês (Decreto de 20 de junho de 1852);
 
. Duque (Decreto de 23 de março de 1869).


ORIGEM DA TITULAÇÃO DUQUE DE CAXIAS:
 
Caxias corresponde ao nome de um muncípio do estado do Maranhão (3ª maior cidade do referido estado), que sofreu em consequência do movimento da Balaiada (1838-1840).
 
Este termo Balaiada, como ficou conhecido o motim no Maranhão, se deu em virtude do apelido de um dos seus líderes, chamado de Balaio.
 
Luís Alves teve um papel importante na pacificação do estado do Maranhão. Por ter saído vitorioso, este foi agraciado - pelo Imperador do Brasil - com um título honorífico, cabendo a ele escolher a designação que quisesse.
 
Luís Alves de Lima escolheu o título de Barão de Caxias, sendo depois elevado a Marquês e Duque de Caxias.


TÍTULOS AGREMIATIVOS
. Membro Honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro;

. Presidente de Honra do Institut D’Afrique;

. Sócio Honorário do Instituto Politécnico Brasileiro;

. Sócio efetivo da Sociedade dos Veteranos da Independência da Bahia;

. Sócio Honorário do Instituto Literário Luisense.


CONDECORAÇÕES
. Cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro;
 
. Medalha de Ouro da Independência;
 
. Comendador da Ordem de São Bento de Avis;
 
. Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa;
 
. Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis;
 
. Medalha de Ouro da Campanha do Uruguai;
 
. Grã-Cruz efetivo da Imperial Ordem da Rosa;
 
. Medalha de Ouro Comemorativa da Rendição de Uruguaiana;
 
. Grã-Cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro;
 
. Grã-Cruz da Imperial Ordem de D. Pedro I;
 
. Medalha do Mérito Militar;
 
. Medalha Comemorativa do Término da Guerra do Paraguai.

CAMPANHAS PACIFICADORAS
 
. Guerra da Cisplatina (1825);
 
. Balaiada (Maranhão, 1838-1840);
 
. Revolução Liberal em São Paulo (1842);
 
. Revolução Liberal em Minas Gerais (1842);
 
. Revolução Farroupilha (1835-1845).
 
Notas Importantes: Em função do fim da Revolução Farroupilha, no dia 1 de março de 1845, foi assinada a Paz de Ponche Verde. O então, Barão de Caxias foi proclamado Conselheiro da Paz e, também, entrou para a História do país com o cognome de “O Pacificador do Brasil”.


MORTE: Duque de Caxias faleceu no dia 7 de maio de 1880, às 20h:30min, na Fazenda Santa Mônica, na estação ferroviária do "Desengano", no Rio de Janeiro (hoje, Juparanã, município de Valença). Ele foi enterrado no Cemitério do Catumbi ao lado de sua esposa.

Notas Importantes: Duque de Caxias, já com idade avançada, foi morar definitivamente na Fazenda de Santa Mônica, seis anos depois da morte de sua esposa, Ana Luisa.
No dia seguinte de sua morte, seu corpo foi transportado em trem especial e chegou na estação do Campo de Santana, vestido com o seu mais modesto uniforme de Marechal-de-Exército.
Em seu peito havia apenas duas das suas numerosas medalhas de condecorações, as únicas de bronze: a do Mérito Militar e a Geral da Campanha do Paraguai.
Suas vestimentas e acessórios expressavam as suas últimas vontades, assim como os registrados em seus testamento (postagem seguinte).
No dia 30 de agosto de 1949 houve o translado de seus restos mortais, os de sua esposa e do filho para o Pantheon na Praça Duque de Caxias, em frente ao atual Palácio Duque de Caxias (Exército), ao lado da Central do Brasil, assim como a estátua do seu cavalo (transferido do Largo do Machado).

 
Fontes de Pesquisa:
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

25 de Agosto; Dia do Soldado


Imagem capturada na Internet




Hoje, 25 de agosto, se comemora o Dia do Soldado.

Não importando qual seja a força armada que este pertença (Exército, Aeronáutica, Marinha e o efetivo da Polícia Militar), o dia 25 de agosto é dedicado ao todo soldado brasileiro.

Instituída no dia 09 de agosto de 1957, durante o governo de Juscelino Kubitschek, a escolha da data - 25 de agosto - se deu em razão desta ser o dia do nascimento de Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, Patrono do Exército Brasileiro e do município que leva o seu nome.

Imagem capturada na Internet



Antes mesmo de postar sobre a biografia de Luiz Alves de Lima e Silva, gostaria de comentar sobre o município de Duque de Caxias, o qual tenho uma forte ligação e carinho.

O município de Duque de Caxias, localizado na Baixada Fluminense e integrado à região metropilitana do Rio de Janeiro, é considerado um dos maiores pólos industriais do estado.

Criado em 31 de dezembro de 1943, o município se destaca também a nível de comércio, que é bastante diversificado.

É contrastante a diferença de preço entre os mesmos produtos e/ou similares encontrados neste com o comércio do município do Rio de Janeiro.

Com uma área de 465 Km², além da Baía de Guanabara, Duque de Caxias faz limite com os seguintes municípios: Magé, Petrópolis, Miguel Pereira, Nova Iguaçu, Belford Roxo, São João de Meriti e Rio de Janeiro.

O município fica a 35 Km de distância da capital do estado do Rio de Janeiro. Sua população é estimada em 864.392 habitantes (IBGE/2008).


Imagens capturadas na Internet







Minha ligação maior com o referido município remonta o ano de 1984, quando iniciei a minha carreira do magistério na rede pública de ensino.

Na época como professora primária, sob o contrato de CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), na Escola Estadual Hélio Rangel, localizada na rua 5, s/n°, em Jardim Primavera, 2° Distrito do município. A Diretora Geral, na época, era a Profª Neudima Lima Luna.

Lembro-me muito bem das vicissitudes, por quais passei em razão dos meios de transporte. Na época, eu fazia uso tanto de ônibus quanto de trem do Ramal Leopoldina da Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA).

O ônibus, eu só usava quando vinha da faculdade (Geografia), na Universidade Federal Fluminense, em Niterói. Já o trem sempre era utilizado ao retorno para casa, assim como na entrada à escola, quando eu vinha direto de casa.

Eu tinha que almoçar cedo, por volta das 10h45min, pois tinha que andar um bom trecho a pé até chegar na estação ferroviária da Penha e, lá, esperar o trem elétrico.

O trecho percorrido por este não ia até ao bairro da minha escola, tendo que fazer baldeação na estação de Gramacho (bairro do 1° Distrito de Duque de Caxias), onde pegávamos um outro trem, puxado pela máquina à óleo, em direção à Jardim Primavera (2° Distrito).

As locomotivas puxadas pela máquina à óleo, por serem mais antigas, apresentavam péssimas condições de conservação. Nos dias de chuva, nós tínhamos que abrir o guarda-chuva em seu interior, pois não haviam janelas e, raramente, as portas fechavam.

Muitos vendedores ambulantes transitavam em seu interior, vendendo doces sem embalagem plática por unidades (doce de leite, de amendoim, por exemplo). Estes segurando o pacote plástico com os doces, quase sempre, com as mãos imundas ou encostando os mesmos na blusa suja.

Ah, havia outra situação bastante interessante... Era muito comum, no trajeto de volta, escola-casa, o maquinista acenar para nós nas proximidades da estação do trem (Jardim Primavera), enquanto a gente corria para não perder o trem.

Essas lembranças me marcaram muito...

Depois fui para a Escola Estadual Guadalajara, localizada na rua Aristides Caire, s/n°, bairro Olavo Bilac, no mesmo município. A Diretora Geral, na época, era a Profª Josefa Fernandes Ramos. Eu, ainda, era professora primária.

Foi nesta escola que, pela primeira vez, organizei e os meus alunos da 4ª série fizeram uma apresentação para os dois turnos, inclusive, para as turmas do ginásio, cantando “Aquarela Brasileira” (Silas de Oliveira), por ocasião das comemorações da Independência do Brasil (7 de setembro). Foi lindo!

Nesta escola, tive o prazer de conhecer e trabalhar com Miguel Angelo da Luz, que era professor de Educação Física e, depois, foi técnico da Seleção Brasileira de Basquete. Atualmente, ele trabalha no Flamengo.

A referida escola foi elevada, depois (desconheço a data), à categoria de Colégio, oferecendo o Ensino Médio. Ela chegou a ser premiada pela UNESCO por projetos inovadores no âmbito da arte dramática, questões ambientais, entre outros, com os objetivos de melhorar o desempenho escolar e reduzir a violência no âmbito desta. Por isso, apoiou-se também na abertura da escola para a comunidade e para as famílias.

Desde a minha época de exercício docente, o bairro já apresentava problemas sociais ligados à violência e ao tráfico de drogas.

Esta questão, tão presente nas escolas e nas adjacências, é contextualizada no filme "Pro dia nascer feliz", onde os problemas vivenciados na referida escola são tratados.

É um filme que deve ser assistido e discutido, pois ele traduz a realidade de muitas escolas e, de certa forma, algumas tendências tomadas por muitos face a esta situação e que, de certa forma, parece não resolver todos os problemas por completo.

Eu tive a oportunidade de assistí-lo na outra escola em que trabalho (E.M. Dilermando Cruz), por ocasião de um Centro de Estudos (CE).

Vejam o trailler AQUI

Eu desconhecia, mas há também um outro vídeo-documentário sobre a referida escola, realizado pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que trata as questões raciais. O nome do vídeo-documentário é "Se eles soubessem..."

Eu, ainda, não pesquisei a forma de obtê-lo para exibição, mas encontrei um trailler deste no You Tube, também. Acessem AQUI.

Infelizmente, eu não pude ter estas experiências com eles. Muitas coisas mudaram e um projeto deles que eu tenho interesse em conhecer é a do Rádio Escolar. Acredito que não tenha chegado ao nível de ser Comunitária.

Bom, mas voltando a mim... Logo depois, entrei de licença para estudos (Mestrado) e, por causa do tempo, perdi a minha escola de origem. Trabalhei alguns anos, à noite, no município do Rio e – depois – solicitei exoneração.

Fui morar no Tocantins, casei e tive a minha filha. Antes dela nascer, eu já havia retornado ao Rio de Janeiro (ela é carioca, como eu).

Em 1998 tentei novo concurso para o Magistério, porém voltado para o Segundo Segmento do Ensino Fundamental (antigo ginásio) e passei. Detalhe, na hora da inscrição, optei pelo município de Duque de Caxias, no qual estou lotada, até hoje, na Escola Estadual Assis Chateaubriand.

Nesta, além da minha atuação como professora regente, pude alcançar um maior aprofundamento em termos de elaboração de Projeto Político Pedagógico, do uso de Tecnologias de Informação e de Comunicação (TICs) nas práticas escolares, noções de Informática Educativa e o exercício como Orientadora Tecnológica.


Igreja de Nossa Senhora do Pilar, próxima da E. E. Assis Chateaubriand

Imagem capturada na Internet



Talvez muitos estejam perguntando as razões deste discurso todo... Mas, aproveitando o motivo da data comemorativa, do patrono do exército e do município que recebeu o seu próprio nome, eu preferi falar primeiro da minha relação com a cidade de Duque de Caxias. Até porque, estou aguardando o meu processo de remanejamento para uma escola no município do Rio.

Os motivos, eu já expus em outra postagem (problemas de saúde da minha mãe e cuidados maiores com a minha filha).

Sendo assim, em breve, deverei sair de Duque de Caxias, mas com certeza, a minha relação com os serviços que este presta à sociedade e os amigos que conquistei vão manter a minha ligação e presença por muito tempo...


Imagem capturada na Internet

Links:

Prefeitura Municipal de Duque de Caxias

FEUDUC / Fundação Educacional Duque de Caxias

UNIGRANRIO / Universidade do Grande Rio