Espaço que transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem acerca do universo de abrangência da Geografia e de outras áreas de conhecimentos.
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
O Impeachment da Presidente Dilma Rousseff
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Crônica: Governar
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Dilma Rousseff: A Primeira Presidente Mulher do Brasil

segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Muitas das vezes a escolha do candidato é um ato de protesto do povo
Imagem capturada na Internet (Fonte: Google)
A candidatura de Francisco Everardo de Oliveira, mais conhecido como Tiririca (mesmo nome utilizado nas Campanhas), a primeira vista parecia mais uma brincadeira.
Tiririca, estreante na política, se candidatou a Deputado Federal pelo Partido da República (PR).
Recentemente, no entanto, sua escolaridade foi alvo de polêmica, com a desconfiança de que o mesmo fosse analfabeto.
Sendo assim, o mesmo não poderia concorrer a um cargo político (inelegibilidade constitucional), mas como a sua candidatura havia sido deferida e, por isso, a Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo (PRE - SP) o manteve como candidato.
Mas, para surpresa de muitos, Tiririca se elegeu a Deputado Federal com 1.350.438 votos (número apurado até 23h de ontem). Foi o maior número já obtido depois da candidatura de Enéas Carneiro (Prona), já falecido, que recebeu 1,571 milhão de votos, em 2002.
De acordo com o que foi publicado no R7 Notícias, se for comprovado que ele é analfabeto, Tiririca não poderá assumir o cargo de deputado federal por dois motivos: primeiro, a irregularidade na informação prestada na documentação de candidatura, na qual consta que ele tem o Ensino Fundamental incompleto; segundo, por inelegibilidade constitucional (Artigo 14, Parágrafo 4º da Constituição Federal0 em razão de ser analfabeto.
A polêmica é grande, mas um fato é certo! O número de votos alcançados por Tiririca pode ser até atribuído a sua popularidade, por alguns, mas, com certeza, este denota o descontentamento e, sobretudo, o descrédito que os eleitores têm com os políticos do país.
Só que eu discordo com a linha que muitos tomam para expressar estes sentimentos, pois a política séria não depende só dos candidatos eleitos, depende essencialmente de eleitores responsáveis e conscientes do papel de cada um.
Há outros meios manifestar o nosso descontentamento e desânimo perante aqueles que nos representam e não correspondem aos nossos ideais.
2º Turno para a escolha do Presidente da República
Texto atualizado em 04 de outubro de 2010 às 07h38.
Eram, mais ou menos 23:30h, a hora em que busquei na Internet, o resultado final das eleições de hoje. É evidente que nem todas já estavam contabilizadas, mas muitas já indicavam o resultado final antes mesmo de encerrar a apuração.
Assim sendo, os resultados que obtive na Internet, através do site Horusweb.net foram:
Presidente da República
1. Dilma (46.591.232 - 46,65%);
2. José Serra (32.685.706 – 32,73%);
3. Marina Silva (19.456.003 – 19,48%).
Haverá 2º Turno, no dia 31 de outubro, para a escolha do Presidente da República (Dilma Roussef X José Serra).
Governador do Rio de Janeiro
1. Sergio Cabral (5.214.123 - 66,08%);
2. Gabeira (1.631.793 - 20,68%);
3. Fernando Peregrino (852.143 - 10,80%).
O Governador Sérgio Cabral foi reeleito.
Deputado Estadual
1. Wagner Montes (PDT - 6,37%);
2. Marcelo Freixo (PSOL - 2,14%);
3. Samuel Malafaia (PR - 1,62%);
4. Paulo Melo (PMDB - 1,47%);
5. Clarissa Garotinho (PR - 1,43%);
6. Alexandre Correa (PRB - 1,36%);
7. Pedro Augusto ( PMDB – 1,34%);
8. Rafael Picciani ( PMDB – 1,16%);
9. Domingos Brazão ( PMDB – 1,11%);
10. Cidinha Campos ( PDT – 1,08%).
Deputado Federal
1. Garotinho (PR - 8,66%);
2. Chico Alencar (PSOL - 3,01%);
3. Leonardo Picciani (PMDB - PP / PMDB / PSC - 2,07%);
4. Vitor Paulo (PRB - 1,97%);
5. Eduardo Cunha (PMDB - PP / PMDB / PSC - 1,88%);
6. Romário (PSB - PMN / PSB – 1,84%);
7. Jandira Feghali (PC do B – 1,83%);
8. Alexandre Cardoso (PSB - PMN / PSB – 1,79%);
9. Washington Reis (PMDB - PP / PMDB / PSC – 1,74%);
10. Alessandro Molon (PT – 1,62%).
Senadores
1. Lindberg (4.210.702 - 28,65%);
2. Marcelo Crivella (3.329.852 - 22,66%).
domingo, 3 de outubro de 2010
Eleições 2010: O dirigente do país, para os próximos quatro anos, já está sendo configurado
Imagem capturada na Internet (Fonte: Prosa & Política)
Título da postagem modificado em 03/10/2010 às 11h07
Hoje, 135.804.433 brasileiros devem comparecer às seções eleitorais para escolher o novo presidente da Republica, 27 governadores (26 estados e 1 Distrito Federal), 54 senadores (dois por estado), 513 deputados federais e 1.059 deputados estaduais/distritais.
Ao total, teremos 1.654 representantes políticos, entre os novatos na política, os reeleitos e aqueles que passaram para outro cargo político.
O presidente, o governador e deputados (estadual e federal) exercerão o seu mandato por quatro anos, à exceção dos senadores, cuja vigência do mandato é maior (oito anos).
As seções eleitorais foram abertas às 8h e fecharão às 17h. Caso haja fila no horário de encerramento da votação, segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE/RJ), o eleitor receberá senha para poder permanecer no local e votar além do horário pré-estabelecido.
O próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recomenda que os eleitores levem uma "cola eleitoral", ou seja, um papel com os números dos candidatos escolhidos para ocupar os seis cargos políticos desta eleição. Com certeza haverá certa morosidade na votação.
As pesquisas de opinião realizadas podem indicar, realmente, o resultado das urnas, mas como eu não fui consultada e nem fiz parte como a maioria da população destas pesquisas, prefiro aguardar e torcer que haja um resultado inesperado, principalmente, em relação ao cargo maior das eleições 2010.
Espero o 2º Turno (31 de outubro), mas sem a disputa dos dois primeiros colocados nas referidas pesquisas de opinião. Gostaria muito de ter que escolher, pela segunda vez, a representante do Partido Verde, Marina Silva.
Mas, o povo é que decide...
Mas, enquanto a votação transcorre, vamos ver as transformações dos três principais candidatos ao Planalto. A única considerada "caloura" nas urnas é a Dilma Roussef, mas a seu favor, ela conta com o apoio do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Para assistir, clique AQUI!
Outra opção, no âmbito das eleições do país, é testar os seus conhecimentos acerca de suas regras (algumas até, acredito que tenham mudado, pois desconhecia a nova versão). Clique AQUI e confira o quanto você está por dentro do processo.
Crônica: Explicando Política às Crianças
Imagem capturada na Internet (Fonte: IGUATU.ORG)
EXPLICANDO POLÍTICA ÀS CRIANÇAS
Rubem Alves*
Meninos, meninas, vou lhes contar como tudo começou, do jeito como me ensinaram. Há muitos milênios atrás ( um milênio são mil anos! ), antes mesmo que a roda tivesse sido inventada, a vida era uma pancadaria generalizada, pauladas, pedradas, furadas ( eram feitas com paus pontudos; ainda não haviam descoberto um jeito de fazer flechas com pedras lascadas), cada um por si, cada um contra todos. Um famoso pensador chamado Hobbes disse que era um estado de “guerra de todos contra todos”. Não havia leis. As leis servem para proibir aquilo que não pode ser feito. Assim, cada um fazia o que queria. Roubar não era crime porque não havia uma lei que dissesse “é proibido roubar”. Matar não era crime porque não havia uma lei que dissesse “ é proibido matar”. E não havia pessoas encarregadas de fazer cumprir a lei: juizes, polícia. É para isso que a polícia existe: para impedir que a lei seja quebrada e para proteger os cidadãos comuns. Quem tivesse o porrete maior era o que mandava. Houve até um famoso presidente dos Estados Unidos que explicou o seu jeito de governar: “Falar manso e ter um porrete grande nas mãos...” Os jeitos primitivos continuam ainda em vigor.
É fácil entender. Imaginem uma coisa doida: um jogo de futebol em que não haja regras e nem haja um juiz que apite as faltas. Tudo é permitido. Tapas, murros, rasteiras, xingamentos, levar a bola com a mão, mudar de time no meio do jogo. Ao final de cada jogo o número de mortos e feridos é grande. Os amantes de futebol queriam continuar a jogar futebol, mas sem medo da violência. Eles se reuniram e disseram: “Não é possível continuar assim. Vamos fazer regras para o futebol. E vamos ter, no campo, um homem que faça com que as regras sejam cumpridas.” E assim fizeram. E o futebol se transformou num jogo civilizado ( às vezes...)
Pois os homens daqueles tempos chegaram à mesma conclusão. Não valia a pena continuar a viver daquele jeito. Eles se reuniram numa grande assembléia e chegaram a um acordo: “Só há uma solução. É preciso que cada um deixe de fazer o que lhe dá na telha. Precisamos leis. Mas, para ter leis, precisamos de um homem que faça as leis. E não só isso: um homem que tenha o poder para punir todos aqueles que quebram a lei.
Os homens, assim, abriram mão das suas pequenas vontades individuais para poderem viver uns com os outros em paz. E para que houvesse um homem que fizesse as leis e punisse os criminosos eles escolheram um que seria o seu Rei, ele e os seus descendentes. O Rei teria que ser aquela pessoa que reinaria para a paz dos homens comuns, os seus súditos. O Rei teria de ser uma pessoa que, ao mesmo tempo, combinasse sabedoria e força. Sabedoria para fazer as coisas certas. E força para que punisse os malfeitores. Em toda situação há sempre os malfeitores, aqueles que quebram as leis. Também no futebol há os malfeitores. No futebol os malfeitores são aqueles que quebram as regras, aqueles que, pensando que o juiz está distraído, dão rasteiras e tentam fazer gols com a mão. Se o juiz ficar desatento e não apitar as faltas a partida de futebol vira pancadaria.
Mas esses homens que elegeram o Rei eram ruins em psicologia. É sempre assim: em período de eleição todos os candidatos se apresentam como honestos, puros, pessoas que só desejam o bem do povo. Mas o povo não conhece psicologia. Acredita naquilo que lhes é dito. Não sabem que essas falas dos candidatos são como a isca no anzol do pescador. O seu objetivo é apenas “fisgar” o voto do povo. E esses puros, uma vez no poder, passam por horríveis transformações. Belos, transformam-se em Feras. Aconteceu assim com os Reis, tão bonitos, tão honestos, antes de terem a coroa na cabeça e a espada na mão. Mas uma vez no poder transformaram-se em Tiranos. Tiranos são aqueles que, esquecidos do povo, impõem a sua vontade sobre ele. Assim os Reis esqueceram-se do povo e passaram a pensar só neles mesmos. Se eles eram aqueles que fazem as leis, e se eles eram aqueles que tinham a espada na mão, não havia ninguém que os punisse. Eles cometiam suas maldades protegidos pela impunidade. Tendo poder para fazer as leis, eles as fizeram só em seu benefício, leis que obrigavam o povo a pagar impostos pesados. Imposto é um dinheiro que o povo tem de pagar ao governo para administrar o país. Tudo estaria bem se o dinheiro dos impostos fosse usado para o bem do povo. Mas não foi isso que fizeram. Usaram o dinheiro do povo para si mesmos. Construíram palácios com jardins, gramados e piscinas, deram banquetes, não só eles mas todos os membros da corte que assim se locupletaram. Todos ficaram ricos. O povo ficou mais pobre, mais sofrido. Aprendam isso: as pessoas mais cheias de boas intenções, quando têm o poder e o dinheiro na mão, esquecem-se delas. Ficam deslumbradas com o poder e passam a pensar só nelas mesmas. O poder e o dinheiro corrompem.
Foi assim durante muitos séculos. Até que o povo perdeu as esperanças. Os reis, que haviam sido objetos da sua admiração, tornaram-se objetos do seu desprezo. Seu perfume se transformou em fedor. Não, os Reis jamais pensariam no bem do povo. Aí o povo pensou: “Não fomos nós que escolhemos o Rei? Se ele está no trono é só porque nós queremos! Ele não está no trono pela vontade dos deuses! Se fomos nós os que o colocamos no trono, temos o direito de tirá-lo de lá”. O povo então se enfureceu, saiu às ruas, pegou em armas, fez revoluções e tirou o Rei do trono. Esse direito do povo, de tirar os Tiranos do poder, pela força, até foi louvado pela mais humilde e a mais santa das mulheres, Maria, mãe de Jesus. Cantando o amor de Deus ela disse que ele “derrubou dos seus tronos os poderosos e exaltou os humildes.” ( Lucas 1:52).
Mas esse direito de tirar os reis dos tronos transformou-se em crueldade. Na Revolução Francesa o rei e a rainha foram guilhotinados. Na Rússia os revolucionários fuzilaram toda a família real, inclusive as crianças.
Voltou-se então ao estado original: não havia quem ditasse leis e as fizesse cumprir, para a paz do povo. Havia o perigo de que se estabelecesse a condição primitiva de “guerra de todos contra todos”. Há de haver quem faça as leis e garanta o seu cumprimento. Mas o povo havia aprendido uma lição: poder por toda a vida, como o que era dado aos reis, só produz tirania e corrupção. É muito perigoso dar poder absoluto a uma pessoa só.
Por que o jogo de futebol é possível? Jogadores, bola – tudo bem. Mas não basta. Há de haver regras. E como se estabelecem regras? As pessoas interessadas se ajuntam e fazem um “contrato”. “Contrato” é um documento que estabelece as regras, com o acordo de todos. Esse contrato contém as regras do jogo que todos devem obedecer. Todas as relações entre os seres humanos são reguladas por contratos. O casamento é um contrato, a compra de uma casa é um contrato, a matricula de um aluno numa escola se faz por meio de um contrato. Quando um povo inteiro quer estabelecer as regras de sua convivência, esse contrato tem o nome de “Constituição”. O Brasil tem uma “Constituição”.
(...)
*Correio Popular, 16 de Junho de 2005.
Fonte: A Casa de Rubem Alves
sábado, 31 de julho de 2010
Conflito no campo entre campesinos e brasiguaios
Imagem capturada na Internet (Fonte: Google)
Texto atualizado em 01/08, às 18h06
Tal como prometi e atendendo alguns alunos, a postagem de hoje versa sobre um tema bastante polêmico, o qual foi tratado nas turmas do 7º ano e, depois, retomado, pois virou notícia nos principais veículos de comunicação, inclusive, citado por alguns alunos, que leram, ouviram e associaram a notícia à matéria dada.
Estou falando dos “brasiguaios”, isto é, dos milhares de brasileiros que migraram para o Paraguai, principalmente à partir da década de 70 (século XX), atraídos pela oferta de trabalho e pelas terras férteis e baratas.
Considerados, ao longo dos anos, como a mais importante força produtiva do campo no Paraguai, sobretudo, com a monocultura da soja na região fronteiriça com o nosso país, o grande número de imigrantes brasileiros formou um verdadeiro "espaço brasiguaio" na porção leste do Paraguai.
No entanto, muitos emigrantes brasileiros estão retornando ao Brasil, expulsos das terras por policiais, milicianos, camponeses e, sobretudo, pelos campesinos (os sem-terra paraguaios).
Esta situação conflitante entre ambas as partes não é recente. Várias outras ocorrências de êxodo rural, similares e forçadas, vêm acontecendo ao longo dos anos.
As razões são diversas e a responsabilidade pelo problema em si não cabe apenas a um, mas a ambos os países envolvidos (Brasil e Paraguai).
Espero ser sucinta na explicação e indicarei outras leituras, no final deste post, para quem desejar se aprofundar mais no assunto.
O processo migratório brasileiro às terras paraguaias começou no final dos anos 60 e, sobretudo, a partir dos anos 70 (século XX), envolvendo não só pequenos trabalhadores rurais, como também latifundiários brasileiros e empresas privadas (ligadas principalmente à agroindústria de soja).
Como se pode ver, o termo “brasiguaio” é empregado de forma generalizada para todos os emigrantes brasileiros que migraram para o Paraguai em busca de novas terras para colonizar e cultivar, ou seja, abrange tanto os pequenos proprietários rurais quanto os latifundiários e/ou os agroindustriais.
Os brasiguaios ocuparam, preferencialmente, a porção leste do Paraguai, na fronteira com o nosso país, desenvolvendo um verdadeiro espaço de brasileiros dentro de um território estrangeiro. Só para se ter uma ideia acerca da dimensão de sua ocupação, as estimativas apontam tratar-se da maior migração de brasileiros em um país fronteiriço, bem como estes representam a segunda maior comunidade de brasileiros no exterior (a maior é nos EUA).
A origem dos emigrantes brasileiros também não é a mesma, estes derivam de diferentes estados e ocuparam posições sociais distintas. Um destes fluxos de emigrantes era composto de nordestinos e mineiros que migraram, primeiramente, para o estado de São Paulo e para o Norte e Oeste do Paraná. Estes trabalhadores rurais se tornaram principalmente peões, arrendatários e posseiros. Segundo fontes de pesquisas, a ida deles para o Paraguai foi realizada por empresas colonizadoras e fazendeiros estabelecidos no Paraguai.
O outro fluxo correspondeu aos produtores rurais gaúchos que se deslocaram, inicialmente, para Santa Catarina, Oeste do Paraná e Mato Grosso do Sul. Estes, por sua vez, constituíram-se majoritariamente como colonos, pequenos e médios proprietários.
Outros grupos de procedências diferenciadas no âmbito do nosso país e de outros países também se deslocaram para o Paraguai.
Internamente, vários fatores justificam a migração de brasileiros para o referido país sul-americano e vizinho. Entre os principais, podemos destacar:
- o processo de modernização da agricultura brasileira, a partir de meados do século XX, que resultou na desapropriação de milhões de pequenos produtores, arrendatários, parceiros etc, ocasionando o êxodo rural;
- o aumento e concentração de propriedades rurais nas mãos de empresas privadas, modernas e altamente tecnificadas, as quais contavam com fácil financiamento para compra de máquinas, insumos e facilidades de comercialização;
- a construção da hidrelétrica de Itaipu, na década de 70 (século XX), cuja obra provocou a desapropriação de 42 mil habitantes do sudoeste do Paraná, em sua maioria de pequenos produtores;
- a política de incentivos à chamada “marcha para o oeste” pelos governos federais desde à época de Getúlio Vargas passando pelo período da ditadura militar brasileira.
Por outro lado, em território paraguaio, durante o período da ditadura do presidente Alfredo Stroessner (1954-1989), este promoveu uma política de incentivo à colonização da porção leste do país (a chamada “Marcha al Este”). Região esta, coberta por floresta e ocupada por grupos indígenas, traficantes de madeira e por empresas de extração da erva-mate.
Seu objetivo principal era reassentar os camponeses que viviam na área central do país, a mais populosa. O presidente Stroessner, além de criar o Instituto de Bienestar Rural – IBR (atual Instituto Nacional de Desarrollo Rural y de la Tierra - Indert), responsável pela reforma agrária e várias colônias oficiais no país, reformulou o estatuto agrário, em 1963, permitindo a venda de terras aos estrangeiros nas áreas de fronteira.
Ao referido presidente, já falecido (2006), consta que ele doou– de forma irregular - terras na fronteira a alguns amigos.
Assim sendo, o seu plano de colonização facilitou a entrada de brasileiros, que promoveram a derrubada da mata e posterior cultivos de produtos agrícolas.
Administrativamente, o Paraguai é dividido em Departamentos e estes em distritos. Só para uma melhor compreensão, o Brasil é dividido em estados e estes em municípios. Pois bem, os colonos brasileiros ocuparam, principalmente, os departamentos fronteiriços de Alto Paraná, Canindeyú e Amambay, enquanto que os campesinos paraguaios que se migraram dos departamentos centrais ocuparam os departamentos vizinhos de Caaguazu e Caazapá.
Muitas culturas de subsistência foram substituídas pelo plantio de soja e, com isso, vários pequenos produtores rurais, paraguaios e brasileiros, tiveram que migrar para outras frentes agrícolas no interior do Paraguai e/ou para as periferias das cidades de fronteira.
Com o aumento dos “Sem terras paraguaios”, os chamados campesinos, as hostilidades aumentaram em relação aos imigrantes (brasileiros). Na verdade, a eleição do presidente Fernando Armindo Lugo de Méndez, em abril de 2008 é apontado como o marco da hostilidade contra os brasiguaios, pois este – durante a sua campanha eleitoral - prometeu promover uma reforma agrária integral, a qual foi considerada pelo Movimento Sem-Terra tratar, inclusive, da desapropriação das terras dos brasiguaios.
No mês seguinte, na cidade de Curupaiti (departamento de San Pedro), uma bandeira brasileira foi queimada em praça pública e a onda de violência entre campesinos e brasiguaios prolongou por semanas.
O referido presidente esclareceu que a desapropriação seria realizada nas terras que o ditador Alfredo Stroessner entregou a amigos, de forma irregular, assim como em outras, também, irregulares (sem título de posse).
Perseguidos, centenas de brasiguaios tiveram suas propriedades invadidas e depredadas, principalmente, pelos sem-terras paraguaios (os campesinos) e, em consequência disso, tiveram que retornar ao Brasil.
O foco principal é com os brasileiros que não possuem títulos de posse ou regularizados das terras, mesmo para aqueles que há décadas vêm produzindo.
Essa intolerância e perseguições contra os brasiguaios, de características xenófobas, isto é, de aversão, preconceito ao imigrante, tende a crescer. Contudo, vale ressaltar que a xenofobia está concentrada entre os sem-terra e outros grupos ultranacionalistas, ou seja, não é um sentimento generalizado no país.
Um outro aspecto que merece ser salientado é o fato que a hostilidade praticada contra os brasiguaios se encontra associada, também, a outras questões associadas à migração e ocupação de brasiguaios na porção fronteiriça do Paraguai.
Estas questões perpassam pela posse de terras agrícolas, mas também aos problemas ambientais e sociais consequentes pela derrubada da floresta, o uso indiscriminado e comprometedor de agrotóxicos e pela invasão de áreas indígenas (há registro de que as terras tradicionais da tribo Avá Guaraní, incluindo o cemitério, teriam sido apossadas ilegalmente por brasiguaios).
O problema é bastante complexo e envolvem fatores históricos de ordem política, demográfica, ambiental e econômica por ambas as partes, isto é, tanto de responsabilidade brasileira quanto e, sobretudo, paraguaia.
Em território brasileiro, a preocupação aumenta gradativamente e, principalmente, no município de Itaquaraí (Mato Grosso do Sul), no qual se dirigiram cerca de 1,5 mil brasiguaios expulsos das terras paraguaias. Estes acamparam ao longo do encostamento da BR-163, entre o referido município e a cidade de Naviraí, a 390 Km de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul (MS).
De acordo com a prefeita, Sandra Cassone (PT), a cidade não possui infra-estrutura capaz de comportar este quantitativo de novos moradores. Nem a cidade e nem outra.
O s brasiguaios que retornaram fazem parte de várias gerações e o seu número elevado e, certamente, crescente vai gerar um grave problema social em nosso país.
. A dinâmica das fronteiras: deslocamento e circulação dos "brasiguaios" entre os limites nacionais ( Albuquerque, José Lindomar C. – Scielo – Horizontes Antropológicos)
. Brasiguaios ameaçados pelos sem-terra de Fernando Lugo (Fábio Campana)
. Brasileiros no Exterior, a história dos Brasiguaios – Soja: a expansão dos negócios (LADEM – UFJF)
. Paraguai: Nova Potência na Produção de Grãos (Gazeta do Povo)
. Prefeita pode decretar situação de emergência por invasão de brasiguaios no Mato Grosso do Sul (R7 – Notícias)
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Projeto de Lei Ficha Limpa é aprovado, por unanimidade, pelo Senado

Apesar de ter estado ausente no Blog por problemas particulares, acompanhei o movimento popular para a Campanha do Projeto de Lei "Ficha Limpa".
Campanha esta, séria e de grande importância ética em um país conhecido, mundialmente, pela corrupção, pela impunidade, improbidade administrativa, entre outros.
E, para nossa alegria, o projeto foi aprovado no Senado, por unanimidade, no início da noite de ontem.
A Campanha "Ficha Limpa" foi lançada, em abril de 2008, visando resgatar e tornar os critérios de inelegibilidade mais rigorosos, isto é, fazer valer os critérios legais sobre aqueles que não podem se candidatar e/ou exercer uma função pública, política.
De acordo com o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), o projeto de Lei de iniciativa popular sobre a vida pregressa dos candidatos tem por objetivo aumentar as situações que sejam impedidos o registro de uma candidatura, no qual se incluam:
- Pessoas condenadas em primeira ou única instância ou com denúncia recebida por um tribunal – no caso de políticos com foro privilegiado – em virtude de crimes graves, tais como: racismo, homicídio, estupro, tráfico de drogas e desvio de verbas públicas.
- Parlamentares que renunciaram ao cargo para evitar abertura de processo por quebra de decoro ou por desrespeito à Constituição e fugir de possíveis punições;
- Pessoas condenadas em representações por compra de votos ou uso eleitoral da máquina administrativa.
Além disso, estender o período que impede a candidatura para oito anos, bem como tornar mais rápido a análise dos processos judiciais sobre abuso de poder nas eleições, fazendo com que as decisões sejam executadas imediatamente, mesmo que ainda caibam recursos.
Apesar de meu total apoio e reconhecimento, a imagem e o histórico da nossa política brasileira nos torna - um pouco - pessimista quanto à criação de novos artifícios para driblar tais medidas legais. Espero estar totalmente errada neste pensamento e crer que nem tudo está perdido na política do país.
Fontes:
. Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE)
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Crônica: Brasília, Um equívoco Caro


Hoje, lendo o jornal O GLOBO, pela manhã, antes de ir à clínica, pois não consegui dormir direito, à noite, em razão do meu estado (gripe), li a crônica de Carlos Alberto Sardenberg acerca da construção de Brasília.
Achei maravilhosa e cabível para postar neste meu espaço, compartilhando com todos, pois a sua análise crítica enfatiza os pontos destacados como principais motivos para a transferência da capital do Brasil, localizada na região Sudeste (cidade do Rio de Janeiro, 1763-1960) para o Planalto Central, no chamado “coração do Brasil”.
Em seu texto, o autor realça os excessos com os gastos do dinheiro público (sem falar dos empréstimos realizados...), inclusive em face de necessidade premente de outros investimentos na época; a atual vocação econômica da região Centro-Oeste baseada no setor agrário, sob o sistema plantation, principalmente, no que diz respeito ao cultivo da soja em latifúndios em resposta aos argumentos econômicos empregados como justificativas para a criação da capital.
E, mais ainda, a cultura do empreguismo de “favor” e das mudanças de setores entre as repartições, sobretudo, dos cargos de confiança autorizados por indicação. Na troca de governo “é quase impossível demitir o pessoal da administração anterior”.
É aquele antigo hábito dos nossos políticos regidos pelo chamado “rabo preso”...
Muito bom. Vale a pena ler!
Carlos Alberto Sardenberg
Esclarecimento: morei duas vezes em Brasília, gostei, meus filhos apreciaram, formamos amizades para sempre. Nada pessoal, portanto, mas Brasília é um equívoco. Nenhuma das razões que justificaram sua construção era sustentável.
Segurança, por exemplo. Na região central do país, a capital estaria mais protegida de ataques militares estrangeiros. Hoje, obviamente, com os mísseis e aviões, não faz o menor sentido. Na época, isso era previsível. Mesmo que não fosse, o principal "inimigo potencial" do Brasil, na concepção militar, era a Argentina — e nesse caso a localização de Brasília não fazia muita diferença.
Além disso, tirante a imaginação dos militares brasileiros e argentinos, convenhamos que a possibilidade de guerra era remota.
A capital levaria desenvolvimento para a região central do país. Falso.
Como uma cidade pequena e sem indústrias, como era previsto, poderia impulsionar o crescimento de uma área tão ampla e tão desabitada? A rica situação atual do Centro-Oeste deve-se à expansão da fronteira agrícola e às novas tecnologias do agronegócio, que tornaram produtivas principalmente as terras do cerrado. Isso teria acontecido sem Brasília, consequência normal do esgotamento da agricultura no Sul e no Sudeste.
Dizia-se ainda que a concentração da administração pública em um único local, mais ou menos isolado e protegido das pressões populares, daria mais tranquilidade e eficiência ao governo. Falso de novo.
A única eficácia que resultou disso foi uma cultura de defesa e promoção dos funcionários públicos, incluindo a prática da isonomia, pela qual benefícios e vantagens vão sendo transmitidos em cadeia pelas diversas repartições.
Um novo governo consegue nomear a sua turma para os cargos de confiança. Mas é quase impossível demitir o pessoal da administração anterior. Em jogo de auxílio mútuo, as pessoas vão sendo acomodadas pelos inúmeros cargos à disposição — e esse é um efeito direto da concentração dos órgãos e proximidade entre os colegas. Ficar — essa é a arte de cada troca de governo em Brasília.
A situação já estava assim delineada quando a Constituição de 88 completou o equívoco. Concedeu autonomia política ao Distrito Federal e uma generosa e paternal dependência econômica. A União ficou responsável pelas despesas de segurança, educação e saúde, sendo que as transferências para o DF são automáticas.
A receita tributária federal cresceu muito da Constituição para cá, de modo que o governo de Brasília recebe um dinheirão de graça. Por que os funcionários do DF ganham bem e seus policiais são os mais bem pagos do país? Ora, porque seus governantes simplesmente podem topar os aumentos e mandar a conta para a União. Fazem a distribuição dos benefícios com o dinheiro dos contribuintes do país inteiro e arrecadam votos.
Em 1957, o então presidente da Academia Brasileira de Letras, Austregésilo de Athayde, antecipou o problema básico de uma capital isolada: "Sem vigilância ou apenas vigiados de longe, governantes e legisladores irão pensar de preferência em si mesmos, nos seus bons negócios, em tirar rapidamente o máximo de vantagens do seu exílio no deserto." A ida para o deserto já trazia vantagens.
Funcionários só aceitavam a transferência para a nova capital com vantagens salariais e de carreira.
Resultado: hoje, a cidade, sem outra força econômica além dos contracheques distribuídos pelo governo, tem a maior renda per capita do país. Sem que isso tenha qualquer relação com a eficiência do governo.
Dizem que só a construção da capital já representou um forte impulso ao crescimento econômico. É verdade que a construção civil puxa a expansão.
Mas o efeito seria o mesmo se o dinheiro público fosse aplicado em ferrovias e portos, por exemplo.
Além disso, a pressa de JK levou a desperdícios e preços elevados.
Tudo considerado, Brasília foi um programa de governo, destinado a eleger JK cinco anos depois da inauguração, e que deixou um imenso ônus para o país. Foi tão insensato quanto seria hoje levar a capital para o Norte, para proteger e desenvolver a Amazônia.
Sem contar o maior pecado: ter iniciado o processo de destruição do Rio de Janeiro.
sexta-feira, 19 de março de 2010
Mulheres no Poder
Em razão disso, a minha proposta foi de publicar matérias acerca da mulher de diversos países, neste mês de março, sob diferentes enfoques (a cultura, a opressão sofrida, biografias, as conquistas, curiosidades etc.).
Já postei sobre a Vênus Hotentote (Saartjie Baartman ou Sarah Baartman) e sobre as “mulheres-girafas”. Hoje, fugindo um pouco da história de vida de uma mulher específica ou das tradições culturais de um povo ou povos, vou tratat da mulher no poder.
Poder este, político, o qual majoritariamente continua sendo ocupado pelos homens.
Não restam dúvidas, que as mulheres vêm ampliando o seu espaço na sociedade e, principalmente, no mercado de trabalho e na política. Além de conquistarem estes postos, elas têm se posicionados de forma mais segura e incisiva perante a sua importância e papel como cidadã, portadora legítima de direitos e de deveres tal como os homens.
Antigamente, os livros do antigo primário tratavam a mulher, esposa e mãe, apenas como as “donas do lar”. Já a figura paterna era abordada como o único “chefe de família, o arrimo de família, aquele que provém o necessário ao sustento da família. Só que a sociedade evoluiu...
A mulher ingressou no mercado de trabalho não apenas por uma necessidade, como foi por ocasião da I e II Guerras Mundiais, quando tiveram que assumir o lugar dos homens convocados para o combate. Elas atuaram, principalmente, nas repartições públicas. Mas, ao passar dos anos e acompanhando a evolução da sociedade, elas almejaram – cada vez mais – conquistar um espaço no mercado de trabalho. Era uma questão de concretizar os seus ideais e lutar por uma igualdade de gênero.
Até hoje, a maioria, acumula funções, ou seja, trabalhando dentro e fora do lar. Ainda há muito a conquistar, principalmente em relação aos homens, visto os embates enfrentados pelas mulheres quanto à discriminação e o preconceito existentes, principalmente, em nossa sociedade machista.
O processo continua... Em destaque, as mulheres na política.
Continente: América

Michelle Bachelet - Imagem capturada na Wikipedia
. Verônica Michelle Bachelet Jeria
Data e local de nascimento: 29 de setembro de 1951, na capital chilena, Santiago.
Mandato: 2006-março de 2010.
Semana passada, mais precisamente no dia 11 de março, ainda sob os efeitos negativos do forte terremoto que sacudiu o país no final do mês passado, bem como a ocorrência de réplicas diárias, a então presidente do Chile – Michelle Bachelet – transferiu o cargo para o seu sucessor, Sebastian Piñera (atual presidente da República do Chile).
Michelle Bachelet assumiu a presidência do Chile no dia 11 de março de 2006. Formada em Medicina, ela teve o respeito por parte dos chefes de Estado e de Governo dos países da América do Sul, uma vez que o Chile apresenta um grande desenvolvimento econômico e social.
. Cristina Elisabet Fernandez de Kirchner
Data e local de nascimento: 19 de fevereiro de 1953, em La Plata, Argentina.
Mandato: 2007-presente data
Ex-primeira dama da Argentina, Cristina Kirchner disputou e venceu a eleição para a Presidência, sucedendo o posto do seu marido Néstor Kirchner, em dezembro de 2007.
Formada em advocacia, tanto ela quanto o seu marido são militantes do peronismo desde a época de sua juventude. Ambos se conheceram nos corredores da Faculdade de Direito da Universidade Nacional de La Plata.
Ellen Johnson Sirleaf
Data e local de nascimento: 29 de outubro de 1938, em Monróvia, Libéria.
Mandato: 2005-presente data
Formada em Economia, Ellen Johnson Sirleaf foi a primeira mulher eleita presidente no continente africano.
Eleita em 8 de novembro de 2005, Ellen Johnson Sirleaf derrotou o seu principal adversário no pleito eleitoral, o ex-jogador de futebol George Weah.
Estudou na Universidade de Harvard (EUA). Sua experiência na vida política teve início na década de 70 (Século XX), quando foi Ministra das Finanças no governo do ex-presidente William Tolbert. Em 1985 foi candidata ao Senado, mas por criticar publicamente o regime militar do país foi condenada a 10 anos de prisão.
Libertada pouco depois de ser presa, Ellen Johnson Sirleaf foi viver no exílio até 1997, quando regressou ao país como economista do Banco Mundial e do Citibank na África.
Luísa Dias Diogo
Data e local de nascimento: 11 de abril de 1958, na província de Tete, Moçambique.
Mandato: 2004-janeiro de 2010
Seu mandato como Primeira-Ministra de Moçambique (desde 2004) terminou em janeiro deste ano. Formada em Economia, Luísa Diogo foi Ministra do Plano e Finanças no período de 1999 e 2005, assumindo e acumulando a pasta de Primeira-Ministra, a partir de fevereiro de 2004, após a demissão do então Primeiro-Ministro Pascoal Mucumbi.
Em janeiro de 2005, ela e todo o Governo foram exonerados. No mês seguinte, ela foi nomeada novamente como Primeira-Ministra pelo recém-empossado Presidente Armando Guebuza.
Foi exonerada no mês de janeiro deste ano (2010) pelo Presidente reeleito, Guebuza e, enfim, substituída por Aires Ali.
Continente: Europa
Angela Dorothea Merkel
Data e local de nascimento: 17 de julho de 1954, em Hamburgo, Alemanha.
Mandato: 2005-presente data
Filha de um pastor luterano, Angela Merkel foi morar na República Democrática Alemã (RDA), isto é, na Alemanha Oriental ou do Leste (socialista) junto com o seu pai, que ficou responsável por uma paróquia da cidade de Templin.
Ela demonstrou grande interesse e talento nas áreas de matemática, ciências e línguas.
Estudou Física na Universidade de Leipzig e, na mesma área, fez o curso de Doutorado. Mais tarde trabalhou como química num Instituto Científico de Berlim Oriental.
Angela Merkel viveu na Alemanha Oriental até o final dos anos 80, por ocasião da queda do Muro de Berlim (novembro de 1989).
Aos 36 anos, Angela Merkel acabou se envolvendo com a política, após o movimento crescente pela democracia na Alemanha e da queda do Muro de Berlim, em 1989. Ela conseguiu um emprego como porta-voz do Governo, na sequência das primeiras eleições democráticas.
Dois meses antes da reunificação da Alemanha, ela se juntou à União Democrata Cristã (CDU) e, depois, sob a influência do seu “padrinho”, Helmut Kohl, ocupou diversas pastas em seus mandatos, primeiro como ministra da Mulher e da Juventude e, depois, como Ministra do Ambiente.
Após firmar-se no partido, Angela Merkel tornou-se líder em 2000. Disputou as eleições de 18 de setembro de 2005. O seu partido (CDU) obteve mais votos que o Partido Social Democrata (SPD), liderado pelo chanceler Gerhard Schröder, mas não conseguiu uma maioria para formar um governo. Através de uma grande coligação entre a CDU e o SPD, tendo Angela Merkel como candidata, foi eleita a primeira chanceler – do sexo feminino – da Alemanha.
Nas eleições de 27 de setembro de 2009, ela disputou novamente e, após a formação da coligação dos partidos União Democrata Cristã (CDU), União Social-Cristã e Partido Democrático Liberal (FDP), ela saiu vencedora do pleito, sendo reeleita para o seu segundo mandato como Chanceler da Alemanha.
O seu sobrenome Merkel deriva do sobrenome de seu primeiro marido. Atualmente, eShe is married to a chemistry professor from Berlin, Joachim Sauer.la é casada com Joachim Sauer, um professor de Química de Berlim e o casal The couple do not have any children.não tem filhos.

Mary Patricia McAleese
Data e local de nascimento: 27 de junho de 1951, em Belfast, Irlanda do Norte.
Mandato: 1997-presente data
Formada em Advocacia e Jornalismo, Mary McAleese se tornou a oitava e a atual presidente da República da Irlanda. Com uma popularidade muito elevada, ela foi considerada uma das responsáveis pelo “milagre econômico irlandês”.
É a primeira mulher do mundo a conseguir sua reeleição como Chefe de Estado. Ela foi eleita em 1997, sucedendo Mary Therese Winifred Robinson (1990 a 1997) e o seu segundo mandato, sem concurso, teve início em 2004.
É membro do Conselho de Mulheres Líderes Mundiais, rede internacional de ministros atuais e ex-presidentes mulheres e nobre, cuja missão é agregar o maior número de mulheres líderes, a nível mundial, com vistas a promover uma ação coletiva sobre as questões de grande relevância crítica para o sexo feminino e para o desenvolvimento justo e igualitário.
Data e local de nascimento: 24 de dezembro de 1943, em Helsinque, Finlândia.
Mandato: 2000-presente data.
Décima-primeira presidente da Finlândia, Tarja Halonen foi eleita em 2000 e, reeleita para o segundo mandato em 2006, com 51,8% dos votos. Ela já tinha experiência na política, pois exerceu funções governativas, anteriores, executivos.
Ela é tida como uma exímia diplomata por ter mantido o equilíbrio nas relações com a Europa Ocidental e a Rússia.
Formada em Direito, ela se casou com o sócio advogado, Pentti Arajärvi.
A Finlândia é o segundo país europeu com maior representatividade feminina na política (o primeiro é a Suécia).
Pratibha Patil
Data e local de nascimento: 19 de dezembro de 1934, em Nadgaon, Índia.
Mandato: 2007-presente data
13º presidente da Índia, eleita em julho de 2007, Pratibha Patil foi a primeira mulher a ser Chefe de Estado do país. Nota-se que Indira Ghandi foi Primeira-Ministra da Índia (1966-1980 e 1980-1984), mas contrariamente como ocorreu com Pratibha Patil, o seu processo não se deu por eleição direta.
Mesmo não sendo muito conhecida na vida política indiana, ela derrotou o seu adversário, o vice-presidente Bhairon Singh Shekhawat, com 66% dos votos válidos.
Anteriormente, de 2004 a 2007, Pratibha Patil foi governadora do Rajastão, o maior estado do país.
Data e local de nascimento: 05 de abril de 1947, San Juan, Filipinas.
Mandato: 2001-presente data.
Ex-professora de Economia, a 14ª e atual presidente das Filipinas chegou à presidência através da Revolução EDSA II (abreviatura em inglês de Avenida Epifanio de los Santos).
Na verdade, esta se constituia em levantes ou manifestações populares, ocorridas nas ruas, que se caracterizaram pelo descontentamento de vários setores da sociedade mediante às graves denúncias de corrupção generalizada no governo que a antecedeu (Joseph Estrada). A igreja Católica apoiava estas manifestações.
Gloria Arroyo é a segunda presidente de seu país, depois de Corazón Aquino (filha do ex-presidente Diosdado Macapagal).
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Não resta dúvida que muitas outras mulheres exercem poder na política atualmente, como Hillary Cliton (atual Secretária de Estado dos EUA); Beatrix Armgard Wilhelmina (rainha dos Países Baixos); Elizabeth Alexandra Mary (a Rainha Elizabeth II, monarca e Chefe de Estado do Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte e de outras terras) e tantas outras, como também no passado.
Um fato é certo, as mulheres vêm - ao longo dos anos - sobressaindo e se posicionando mais segura em todos os setores da sociedade. Provando que não há superioridade de um gênero em detrimento ao outro, pelo contrário, ambos - tanto os homens quanto as mulheres - podem desempenhar as mesmas funções e responsabilidades em prol de si mesma (enquanto realização pessoal) e de uma coletiva maior.
Fontes:
. Revista Vida On Line
. Wikipedia