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Fonte: Rachel Sheherazade
“Meus queridos brasileiros e
brasileiras,
Pela decisão soberana do povo, hoje
será a primeira vez
que a faixa presidencial cingirá o ombro de uma mulher.
(...) Meu compromisso supremo – eu
reitero – é honrar as mulheres,
proteger os mais frágeis e governar para todos!
(...) Que podemos ser, de fato, uma das
nações mais desenvolvidas
e menos desiguais do mundo – um país de classe média
sólida e empreendedora.
(...) A luta mais obstinada do meu governo
será
pela erradicação da pobreza extrema
e a criação de oportunidades para
todos.
(...) É com crescimento, associado a fortes
programas sociais,
que venceremos a desigualdade de renda e do desenvolvimento
regional.
(...) Faremos um trabalho permanente e
continuado para melhorar a qualidade do gasto público.
(...) Serei rígida na defesa do
interesse público.
Não haverá compromisso com o desvio e o malfeito.
A
corrupção será combatida permanentemente,
e os órgãos de controle e
investigação terão todo o meu respaldo
para atuarem com firmeza e autonomia. ”
Trechos do discurso oficial da Presidente Dilma Rousseff
no Congresso Nacional, no dia de sua posse, em 1º de janeiro de 2011
De militante do Comando
de Libertação Nacional (Colina), organização que defendia a luta armada, “papisa
da subversão”, guerrilheira, presa e torturada, na década de 70 (Século XX), em
plena ditadura militar, Dilma Vana Rousseff teve uma trajetória de vida
politizada não apenas ao nível de seus discursos, mas também nas práticas, ou seja, ativamente.
Após o governo militar conceder
anistia política a todos os presos da ditadura, Dilma Rousseff filiou-se ao Partido
Democrático Trabalhista (PDT), no final da mesma década (70), atuando em
diversos setores da administração pública em dois governos do estado do Rio
Grande do Sul (Alceu Collares e Olívio Dutra).
Em 2001, Dilma Rousseff muda de
partido político, migrando do PDT para o Partido dos Trabalhadores (PT) e, junto ao Governo do
ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela assumiu duas Pastas Ministeriais,
a do Ministério das Minas e Energia (2003-2005) e, posteriormente, em meados do
ano de 2005, ela ocupou o cargo de Ministra-Chefe da Casa Civil, do qual se
afastou para concorrer às eleições presidenciais de 2010.
Junto com o candidatado José
Serra, a eleição de 2010 foi decidida em 2º turno, cujos resultados deram a vitória à
Dilma Rousseff, que obteve 56,05% dos votos válidos. Em 2014, ela foi reeleita
com 54 milhões de votos, com o término do seu segundo mandato marcado para o final
do ano de 2018.
No entanto, em face da crise
política e econômica do país e, consequentemente, de acusações de sua
participação direta e/ou indireta nesta, foi instaurado um processo de
impeachment e o seu mandado foi cassado, após aprovação do processo no Senado
Federal, abreviando o seu tempo no poder político e do próprio Partido dos
Trabalhadores (PT).
Por 61 votos contra 20, Dilma
Vana Rousseff, a primeira mulher eleita presidente do Brasil (a 36ª a
ocupar à Presidência da República e a 5ª por eleição direta, após o Fernando
Collor de Mello) teve seu mandato
cassado, na 4ª feira passada (31/08).
Dilma Vana Rousseff
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Fonte: Wikipedia
Foi o segundo caso de impeachment
na história política do país, tendo sido o primeiro com o ex-presidente
Fernando Affonso Collor de Mello (1990-1992), que chegou a renunciar, mas tendo
o seu processo já em andamento, este teve seus direitos políticos
suspensos por oito anos, isto é, até 2000. Na época, em seu lugar, assumiu o
seu vice-presidente, Itamar Augusto Cautiero Franco (1992-1995).
Fernando Affonso Collor de Mello
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Fonte: Wikipedia
A palavra “impeachment” é de origem
inglesa e significa "impedimento" ou "impugnação" ou
“cassação”, sendo empregada – no Brasil - como padrão de processo a ser
instaurado contra as autoridades do Poder
Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos), acusados de
transgredir os seus deveres perante à Constituição Federal (1988), seja por
crimes comuns (roubo ou homicídio, por exemplo) ou por crimes de
responsabilidade (aqueles que atentem contra a Constituição Federal).
Apesar de algumas semelhanças,
como a fraca gestão econômica de ambos os
governantes e as conjunturas de crise econômica e financeira no país,
os processos de impeachment envolvendo os
presidentes, Fernando Collor e Dilma Rousseff, ocorreram de forma
bastante distinta em diversos aspectos, quer seja no âmbito
das medidas econômicas adotadas e as acusações de crime, quer seja no nível do
apoio dos parlamentares e dos diversos segmentos da sociedade.
Muitos analistas expõem essas
diferenças com base em...
1.
Medidas Econômicas:
.
Presidente Collor: Os planos econômicos adotados no governo de Fernando
Collor, na tentativa de resolver o clima de instabilidade econômica do país, o
qual era conduzido, entre outros aspectos, pela questão inflacionária desenfreada
e pela dívida externa elevada, não surtiram efeitos. Pelo contrário, conduziram
ao fracasso e o descontentamento geral da nação, pois mexeu com as economias tanto
das pessoas físicas quanto das pessoas jurídicas.
A fim de frear a inflação, Collor
confiscou a poupança de,
praticamente, toda a população. Medida esta que foi ineficaz, já que não
resolveu a questão inflacionária do país, pois esta continuou a crescer. E, com
essa medida, cresceu também o descontentamento e a rejeição da população ao seu
governo.
.
Presidente Dilma: Como foi mencionado anteriormente, Dilma Rousseff
adotou muitas medidas que fizeram parecer que o país – mesmo diante de uma
crise mundial – possuía certa estabilidade econômica. Tais medidas acabaram pressionando
as contas públicas e, com isso a necessidade de criar ajustes fiscais, o que
foi determinante para aumentar a desconfiança dos investidores e dos consumidores
brasileiros.
Entre as medidas adotadas pelo
Governo pode-se citar: taxas de juros baixas, a redução das tarifas de energia,
a política de desoneração das indústrias e empréstimos subsidiados a grandes empresas
via o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Como
consequência veio a recessão econômica, acompanhada de inflação, a alta do dólar, desemprego
crescente e dificuldades em fechar o superávit primário.
2. Acusações de CRIME:
.
Presidente Collor: O ex-presidente foi acusado de ter recebido
dinheiro (milhões de reais) provenientes de um esquema de financiamento
pessoal, ilícito, coordenado por seu ex-tesoureiro de Campanha, Paulo
César Farias (o PC). O chamado “esquema PC” arrecadava propinas,
que eram depositadas nas contas bancárias de políticos e, também,
utilizadas para pagamentos de despesas pessoais de Collor e da
Primeira-Dama, Rosane Malta.
.
Presidente Dilma: No caso da ex-Presidente Dilma Rousseff,
o crime apontado não foi com base em denúncia de corrupção em benefício
pessoal. Este se ateve a crime de responsabilidade fiscal, de natureza
orçamentária, ao praticar as chamadas "pedaladas fiscais",
bem como ao editar decretos de crédito suplementar sem a aprovação
prévia do Congresso. Com isso, segundo consta nos documentos do processo de
Impeachment, ela liberou 2,5 bilhões de reais em créditos extras, quando
percebeu-se que a meta de superávit primário não seria atingido, tal como
estava previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Com esta manobra escamoteou-se a
realidade econômica do Brasil, passando uma imagem - tanto à população
brasileira quanto aos investidores internacionais - que o país se
encontrava em condições econômicas, favoráveis, capazes de fazer cumprir os
programas sociais voltados para as classes mais vulneráveis.
A Lei da Responsabilidade
Fiscal visa a transparência dos gastos públicos, no
entanto, as chamadas “pedaladas fiscais”, praticadas pelo governo
de Dilma Rousseff, incidiram em manobras fiscais, com o objetivo principal de
aliviar, momentaneamente, as contas do governo, escondendo os verdadeiros
valores orçamentários. Tudo para ludibriar o mercado financeiro.
O esquema era feito da seguinte
maneira, o Tesouro Nacional atrasava, de propósito, o repasse de dinheiro para
bancos (públicos e privados) e autarquias, dando a impressão que as despesas do
Governo eram menores. Com isso, passava-se a boa imagem das contas federais
junto ao mercado financeiro.
Contudo, por outro lado, as
dívidas do governo com os bancos e instituições financeiras aumentaram de forma
significativa. Com isso, a confiança dos investidores e da própria população à
política do Governo veio abaixo, piorando demasiadamente com a consequências da
crise e das manobras políticas, com a recessão, inflação, falências, aumento
das taxas de desemprego, dificuldades em atingir o superávit primário, entre
outros fatores.
3.
Enfrentamento e Apoio em meio à crise configurada:
.
Presidente Collor: O ex-presidente Fernando Collor experimentou uma
situação de total isolamento político, não tendo nenhum apoio tanto por parte dos
parlamentares quanto por parte da sociedade civil em termos de movimentos
sociais, estudantis, sindicais, entre outros.
Ele pode sentir a rejeição geral ao
seu governo por meio das diversas manifestações populares, nas quais muitos
estudantes, com os rostos pintados com as cores da bandeira nacional (verde e
amarelo), os chamados “caras-pintadas”,
exigiam a saída dele junto a manifestantes de outros setores da sociedade.
A força dos jovens nas
manifestações era maciça. A União
Nacional dos Estudantes (UNE) foi a entidade responsável pela organização dos
grandes protestos contra o seu governo, em 1992.
Um fato interessante a esse
respeito aconteceu quando o presidente Fernando Collor tentou mobilizar os
brasileiros em seu apoio, os convocando para que todos fossem para as ruas – em
um ato em sua defesa - vestidos de verde e amarelo, no dia 16 de agosto de
1992, que foi um domingo.
A rejeição ao seu governo era tão
grande, que sua proposta foi parcialmente atendida... Milhares de brasileiros
foram às ruas, mas – no entanto – foram vestidos de preto em protesto contra o governo.
Esse ato ficou conhecido como “Domingo
Negro”.
.
Presidente Dilma: No caso do governo da Dilma Rousseff, apesar da
sua popularidade ter caído muito, percebia-se certa fragmentação de opiniões a
respeito dela e de seu governo, observada nas diversas manifestações pró e
contra-impeachment.
Ela ainda teve forte apoio em sua
defesa de grupos do meio artístico e intelectual, assim como de movimentos
sociais ligados ao PT, como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Central Única de Trabalhadores (CUT).
No entanto, em 2015, o maior ato contra
o Governo da presidente Dilma Rousseff e a favor do seu impeachment, ocorreu no
dia 13 de março, quando 3 milhões de pessoas foram às ruas de todo o país em protesto
ao governo da presidente.
4.
Perdas dos Direitos Políticos:
.
Presidente Collor: Quando aprovado o impeachment, a autoridade – em questão - tem o seu mandato cassado,
não podendo mais exercer as suas funções políticas. Sendo assim e tal como
ocorreu com o ex-Presidente Fernando Collor, este teve seus direitos políticos
suspensos por oito anos, até 2000.
.
Presidente Dilma: Diferentemente ao procedimento normal, houve votação
em separado no caso da presidente Dilma Rousseff. Os senadores aprovaram o Impeachment da presidente, ou seja, a
cassação de seu mandato, mas decidiram manter - por 42 votos contra 36 - os seus direitos políticos.
Tal
medida gerou muita polêmica. Resta saber se isso é considerado legal ou, ainda,
se vai haver discussões a respeito com possibilidades de sua anulação.
Fontes de Consulta
. BAPTISTA, Rodrigo. Especialistas entendem que Dilma cometeu crime de responsabilidade. Disponível em: Agência Senado
. CAPELO, Rodrigo. As diferenças entre processos de
impeachment de Fernando Collor e Dilma Rousseff. Disponível em: Revista Época
. Dilma x Collor: em que o
impeachment de hoje difere do de 92.
. Impeachment de Dilma e Collor:
comparação em 5 pontos. Disponível em: Politize!
. Jornal O GLOBO impresso (várias edições).
. Significado de Pedaladas Fiscais. Disponível em: Significados
Eu vi com a minha familia todo esse processo do Impeachment da Dilma, e eu não acho que tirando a ex presidente vá mudar alguma coisa, e o engraçado é que depois vão querer tirar o atual presidente tambem, é sempre assim, acho que dessa forma o Brasil não vai pra frente.
ResponderExcluirAchei o Impeachment dela desnecessária também, pois claro que ela fez varias coisas ruins para o país, mais olhando para um outro lado fez varias coisas boas. Mas o que me deixou revoltada é que em nenhum momento eles consultaram a população para saber o que realmente queriam.
ResponderExcluirNome: Marianne de Lima
Turma: 1901
Danielle e Marianne, o impeachment é legal e assegurado pela democracia. Não restam dúvidas quanto aos feitos positivos do Governo Dilma Rousseff, mas sem tomar partido algum, o processo foi embasado na violação da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei de Responsabilidade Fiscal, além das acusações com relação a atos de corrupção (Lava-Jato). Para alguns foi bem aplicados para outros foi golpe. Não podemos deixar de analisar os fatos, tal como eles se sucederam. Beijos! Adorei a participação de vocês!
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