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segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Febre Amarela: Novo ou Efeito Sazonal do Surto de 2017?

 Imagem capturada na Internet
Fonte: Doenças



Atualmente o Brasil enfrenta epidemia decorrente do
ciclo de transmissão silvestre de febre amarela.
No entanto, temos de estar vigilantes sobre o potencial
de disseminação do vírus por espécies urbanas de mosquitos.
(Ricardo Lourenço de Oliveira,
chefe do Laboratório de Mosquitos Transmissores
de Hematozoários do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz))

Essa não vai ser a primeira vez que publico algo sobre a febre amarela silvestre, tendo em vista que no ano passado – em razão do surto do 1° Semestre de 2017 (iniciado em dezembro de 2016) - eu usei o espaço para tratar do assunto.

Embora, o Ministério da Saúde tinha anunciado o fim do surto da doença no país, em setembro do ano passado, alguns especialistas afirmam que o que está acontecendo agora não é um novo surto e, sim, a continuidade do mesmo, tendo em vista que o seu ápice se dá sempre no verão (sazonalidade da doença). 

Em 2017, por duas vezes, eu não pude ser vacinada, pois me encontrava super gripada, sendo desaconselhada a sua aplicação devido as minhas condições de saúde (baixa imunidade). Só consegui ser vacinada no dia 26 de dezembro de 2017, no Posto de Saúde, próximo a minha residência.

No entanto, agora, com as últimas notícias acerca da recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) em incluir todo o estado de São Paulo na categoria de área de risco de febre amarela, o temor entre as pessoas aumentou muito em busca de vacinação, não só no referido estado, como em outras cidades espalhadas por outros estados brasileiros, como o Rio de Janeiro e Minas Gerais, por exemplo.

De acordo com a OMS, a medida tomada em relação ao estado de São Paulo é de cunho preventivo mediante o aumento dos casos de febre amarela em vários municípios do estado (listados anteriormente pelo Ministério da Saúde) e pelo fato de não haver condições de prever os deslocamentos internos das pessoas (viajantes ou os próprios habitantes) entre as áreas eminentes de risco. Daí ser mais uma medida de cautela.

Eu tenho acompanhado os noticiários tanto impresso, televisivo e on line, pois considero importante mantermos informados, ainda mais sobre uma doença transmitida por mosquito, que consiste em um vetor muito comum em áreas tropicais e equatoriais, o que reforça a nossa preocupação e justifica a das Entidades de Saúde.

Embora já tenha mencionado em outra postagem acerca da mesma, publicada neste espaço, em 19/03/2017, não custa nada mencionarmos mais uma vez, as várias razões, quer sejam:

- Os riscos dos viajantes e moradores ao se deslocarem entre diferentes municípios diante do nível elevado da atividade do vírus da febre amarela em algumas cidades do estado de São Paulo;

- Além de São Paulo, os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, assim como o Distrito Federal têm registro da doença e de óbitos associados à doença;
- Nem todas as pessoas podem ser vacinadas contra a febre amarela. É preciso ter atenção sobre isso, pois a melhor medida de prevenção é a vacina, mas nem todos podem ser vacinados;

- O governo adotou a vacinação fracionada pela urgência que se faz necessária em termos de prevenção e objetivando atingir o maior número de pessoas;

- Os riscos eminentes da febre amarela silvestre ser convertida em febre amarela urbana, o que agravaria muito a situação da população. Além do quantitativo humano a ser afetado ser maior, não podemos esquecer as implicações quanto à proliferação do vírus, tendo em vista a grande incidência do mosquito Aedes aegypti, que é o vetor urbano da febre amarela. Essa situação tende a possibilitar o retorno da doença à cidade, erradicada desde o início da década de 40 (Século XX);

- O surto se restringe à febre amarela silvestre, daí - geograficamente - a sua ameaça fica limitada às áreas rurais, com matas ou florestas. Já na cidade, no caso dela se proliferar sob a modalidade de “febre amarela urbana”, a situação – sobretudo – das pessoas que se encontram em situação de não poderem ser vacinadas se agrava consideravelmente. E, até mesmo, para aquelas que constam em condições de serem vacinadas, mas que -  por algum motivo qualquer – ainda não tomaram a vacina.

Antigamente, a febre amarela era mais ocorrente na região Norte (principal área endêmica da doença). Quando eu morei no Tocantins era comum os ônibus interestaduais serem parados nas estradas e os passageiros descerem para serem vacinados pelos Agentes de Saúde em "postos" pontuais (não fixos) nas rodovias. Não era obrigatório, mas sabendo que iríamos para uma região com grande incidência da doença e do vetor, transmissor do vírus, a maioria dos passageiros aceitava e descia do ônibus para a aplicação da vacina.
No entanto, desde 2016, a doença vem se expandindo para as demais regiões do país, sobretudo, o Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo), onde desde o ano passado, concentrou a maioria dos casos de febre amarela. 
Vale ressaltar, novamente, que se trata da febre amarela silvestre, cuja ocorrência se dá em áreas rurais, com matas ou florestas. Por isso, os registros de casos em macacos e em humanos, também. Os macacos são os principais hospedeiros do vírus, mas  não reservatórios da doença. Quem transmite o vírus é o mosquito e os vírus ficam vivos neles por um período de tempo muito curto, segundo a informações coletadas no site da Fiocruz.

A única forma de transmissão da febre amarela silvestre ou na versão urbana é pela picada de mosquitos infectados.
 
 
“É um erro dizer que o macaco é o reservatório. Ele não é.
É o que chamamos de hospedeiro amplificador.
Ele não é o reservatório
porque adoece e morre da doença, como a gente”.
Dr. Maurício Lacerda Nogueira
(Presidente da Sociedade Brasileira de Viriologia
Jornal O Globo, 20/01/2017/pag. 30)
FEBRE AMARELA: A DOENÇA

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um arbovírus (vírus transmitido por um inseto), com ocorrências nas Américas do Sul e Central, além de em alguns países africanos.
A febre amarela pode ser letal. A forma mais grave se dá por insuficiência hepática e renal, que podem levar ao óbito.
Os sintomas da febre amarela são similares aos de um resfriado, a pessoa pode sentir dor de cabeça, febre, perda de apetite, calafrios, náuseas, vômito, dores musculares, três dias após a picada do mosquito. Além desses sintomas ocorre a icterícia, comprovada pela pele e olhos amarelados.
 Imagem capturada na Internet

A origem de seu nome “febre amarela deriva justamente deste fato da pele e os olhos do doente adquirirem a tonalidade amarelada (própria da icterícia).
  
Imagem capturada na Internet
Fonte: Difusora


FEBRE AMARELA SILVESTRE e URBANA
Segundo especialistas da área de Saúde, o vírus, assim como os sintomas e sua evolução clínica são os mesmos tanto em termos da febre amarela “silvestre quanto em termos da febre amarela “urbana. A doença é uma só, mas o que as difere são:

- A área geográfica de ocorrência (áreas rurais com matas x áreas urbanas);

- O vetor, o mosquito transmissor infectado (os gêneros são distintos em ambas versões: silvestre e urbana);

- O hospedeiro do vírus.
A febre amarela “silvestre é transmitida por mosquitos dos gêneros Haemagogus e o Sabethes, que vivem nas matas (florestas) e em matas ciliares (vegetações nas margens dos rios). Eles não vivem em áreas urbanas. A reprodução do mosquito ocorre, somente, em buracos de árvores, onde os seus ovos são depositados, eclodindo em contato com as águas da chuva.
Principais vetores da febre amarela silvestre
Foto: Genílton Vieira (Instituto Oswaldo Cruz)


 Em áreas urbanas, o vetor da febre amarela é o mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a Dengue, a Chicungunha e a Zica.
Mosquito Aedes aegypti
Fonte: FENABB
Os principais hospedeiros do vírus da febre amarela “silvestre” são os primatas (macacos), como os bugios, os micos (mico-leão e outros) e macacos-prego. A febre amarela silvestre só ocorre em humanos ocasionalmente, quando estes se locomovem ou habitam em áreas de matas ou próximas a essas.

O macaco além de atuar como principal hospedeiro e, ao mesmo tempo, vítima da febre amarela silvestre, ele age como também sentinela, sinalizando que o vírus está em atividade na região.
O ciclo de transmissão do vírus tem início a partir do momento em que os mosquitos (gêneros Haemagogus e o Sabethes) picam macacos infectados, transmitindo o vírus, logo em seguida, a outro macaco ou ser humano.

O Centro de Informação em Saúde Silvestre (Ciss/Fiocruz) orienta que as pessoas, ao encontrarem um macaco com comportamento estranho ou morto, deve comunicar o fato à Secretaria Municipal de Saúde de seu município.

No caso específico da cidade do Rio de Janeiro, as pessoas podem informar pelo telefone 1746.

Recomenda-se também notificar por meio do aplicativo Siss-Geo, o qual possibilita indicar a localização exata do animal encontrado, pois este utiliza o sistema de GPS do celular, além de permitir enviar fotos.
 
principal hospedeiro do vírus da febre amarela “urbana” é o homem. E o ciclo de transmissão inicia quando este (infectado) é picado pelo mosquito (gênero Aedes), que vai repassar o vírus a outro ser humano.
Imagem capturada na Internet

 
OS NÚMEROS DA DOENÇA

De acordo com os Boletins divulgados pelo Ministério da Saúde e publicados na Agência Fiocruz de Notícias, a situação da doença e óbitos no país ocorreu da seguinte forma:
- Período entre dezembro de 2016 a junho de 2017: 777 casos de febre amarela diagnosticados e 261 óbitos, representando - até então - a maior transmissão da doença das últimas décadas no país. A Região Sudeste concentrou a grande maioria dos casos confirmados (764), seguida pelas regiões Norte (10) e Centro-Oeste (03). Nenhum caso da doença ou morte em consequência desta foi confirmada nas regiões Sul e Nordeste.
- Período entre julho de 2017 a 14 de janeiro de 2018: 35 casos de febre amarela confirmados e 20 óbitos. No total foram notificados 470 casos suspeitos, sendo que 290 foram descartados e 145 se encontram sob investigação.
No Rio de Janeiro, segundo boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde, divulgado na 6ª feira passada (19/01), só este ano (2018), cinco mortes foram confirmadas da doença no estado. Todas as pessoas contraíram o vírus da febre amarela silvestre e as mortes foram registradas nos municípios de Valença, Teresópolis e Miguel Pereira.
Atualização dos Casos de Febre Amarela
(Ministério da Saúde - Janeiro de 2018)
Disponível em Pdf

Percebe-se por esses dados e por diversas opiniões de especialistas em Infectologia, que a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e sua atribuição como área de risco à febre amarela ao estado de São Paulo, demanda direta e/ou indiretamente a urgência de iniciativas quanto ao aumento na produção de vacinas, às formas de vigilância e de diagnóstico, além de um amplo preparo dos profissionais da área de Saúde.
Medidas estas que não devem ficar restritas somente ao referido estado, mas serem expandido a todo território nacional, a fim de se evitar a versão da febre amarela urbana e, também, prevenir aquelas que ainda não tiveram nenhum registro da doença.

Fontes de Pesquisa


. AgênciaFiocruz de Notícias (vários artigos)


. Febre amarela: sintomas, transmissão e prevenção Bio-Manguinhos/FIOCRUZ
. MARTINS & CASTIÑEIRAS. Febre amarela: áreas de risco no Brasil
. Perguntas e RepostasRevista Veja


sábado, 25 de março de 2017

25 de Março: Dia D da Vacinação contra a Febre Amarela


 Imagem capturada na Internet


Teve início, hoje, a partir das 8 horas na cidade do Rio de Janeiro, a Campanha de Vacinação contra a Febre Amarela. Os 233 postos de Saúde (clínicas da família e centros municipais de saúde) estarão abertos até às 17 horas, quando encerrarão suas atividades de vacinação em massa.
 
Faltam poucos minutos para o seu encerramento, mas o Secretário Municipal de Saúde, sr. Carlos Eduardo de Mattos afirma que, em razão de nenhuma ocorrência da doença na capital fluminense, a população não deverá ficar preocupada. A vacinação em nossa cidade é mais de caráter preventivo.
 
Eu fui com a minha família, logo pela manhã, no Posto de Saúde próximo de minha residência, mas eu não pude ser vacinada por estar gripada. Só meu esposo e minha filha puderam receber a dose da vacina.
 
De acordo com as orientações divulgadas, a faixa etária para a vacinação é de 9 meses a 60 anos. Gestantes e mulheres que estejam amamentando bebês de até 6 meses também não podem ser vacinadas, assim como pessoas gripadas (como eu), portadores do vírus HIV, alérgicos a ovo e gelatina, em tratamento de câncer, com doenças que baixam a imunidade ou que são autoimunes e que usam corticoides em doses altas.
 
Segundo o referido Secretário Municipal, até o final do ano, toda a população da capital e da região metropolitana será vacinada.
 
Após a confirmação de mais dois pacientes, subiu para cinco, o número de vítimas de febre amarela em nosso estado (RJ), todos no município de Casimiro de Abreu (Região dos Lagos). Há sete casos suspeitos da doença que estão sendo monitorados no município.
 
Quem não conseguiu ou não conseguirá se vacinar, hoje, no Dia D da Vacinação contra a Febre Amarela, deverá procurar um Posto de Saúde, mais próximo de sua residência, semana que vem.
 
Não deixem de tomar a dose da vacina. A prevenção é a melhor opção.

segunda-feira, 20 de março de 2017

Surto da Febre Amarela


Imagem capturada na Internet

Texto atualizado em 20/03/2017 às 7h50

Mais uma vez, a população brasileira se vê às voltas com um problema na área da saúde e, também, mais uma vez, o seu vetor é um mosquito. Estou me referindo ao surto de febre amarela silvestre que o país está enfrentando, desde o final do ano passado (2016).

Na verdade, a doença é uma só, a febre amarela, doença infecciosa febril aguda, causada por um arbovírus (vírus transmitido por um inseto), com ocorrências nas Américas do Sul e Central, além de em alguns países africanos.
 
O nome da doença - febre amarela - deriva do fato de que tanto a pele quanto os olhos do doente adquirem uma tonalidade amarelada, próprio da icterícia.

De acordo com alguns especialistas, a distinção entre febre amarela silvestre e febre amarela urbana é um equívoco, pois o vírus é o mesmo, assim como os sintomas e sua evolução clínica. As diferenças existentes têm a ver com sua área de ocorrência (florestas, áreas rurais ou urbanas), com o mosquito transmissor infectado (os gêneros são distintos) e a forma de contagio (hospedeiro do vírus).
 
No entanto, contrariando alguns especialistas, vou fazer uso dos termos silvestre e urbano na intenção de facilitar a compreensão geográfica.
 
A febre amarela “silvestre é transmitida pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e o Sabethes, que vivem nas matas (florestas) e em matas ciliares (vegetações nas margens dos rios). Eles não vivem em áreas urbanas, sendo comum nas regiões Norte, Centro-Oeste e parte do estado de Maranhão. A reprodução do mosquito ocorre, somente, em buracos de árvores, onde os seus ovos são depositados, eclodindo em contato com as águas da chuva.
 
Mosquito dos gêneros Haemagogus e Sabethes
Imagem capturada na Internet
 
Em áreas urbanas (cidades), o vetor da febre amarela é o mesmo que transmite a Dengue, a Chicungunha e a Zica, ou seja, é o mosquito Aedes aegypti. Nos centros urbanos, a febre amarela foi erradicada desde o início da década de 40 (Século XX), daí a atual preocupação das autoridades da área de Saúde quanto à proliferação do vírus nas cidades, onde há uma maior incidência do mosquito Aedes aegypti, possibilitando o retorno da doença.
 
 
Mosquito Aedes aegypti
Imagem capturada na Internet
Fonte: FENABB
 
Os principais hospedeiros do vírus da febre amarela “silvestre” são os primatas (macacos), como os bugios, os micos (mico-leão e outros) e macacos-prego. O ciclo de transmissão do vírus tem início a partir do momento em que os mosquitos (gêneros Haemagogus e o Sabethes) picam macacos infectados, transmitindo o vírus, logo em seguida, a outro macaco ou ser humano.
 
 Bugio - Imagem capturada na Internet
 
Mico - Imagem capturada na Internet
 
Macaco Prego - Imagem capturada na Internet
 
De acordo com o Presidente da Sociedade Brasileira de Viriologia, o médico Maurício Lacerda Nogueira (Jornal O Globo, 20/01/2017/pag. 30),
 
“É um erro dizer que o macaco é o reservatório. Ele não é.
É o que chamamos de hospedeiro amplificador.
Ele não é o reservatório porque adoece e morre da doença,
como a gente”.
 
hospedeiro do vírus da febre amarela “urbana” é o homem e o ciclo de transmissão inicia quando este (infectado) é picado pelo mosquito (gêneros Aedes), que vai repassar o vírus a outro ser humano.
 
A febre amarela pode ser letal. A forma mais grave se dá por insuficiência hepática e renal, que podem levar ao óbito. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de mortalidade pode variar de 15% a 45%.

Hoje, o risco da febre amarela silvestre e sua proliferação para as áreas urbanas no Brasil é eminente e preocupante, pois no período de 2000 a 2016, a média de mortes em consequência da febre amarela “silvestre”, no país, chegou a 48%, com registro de 346 casos confirmados e 166 óbitos.


O último Boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, abrangendo o período de dezembro de 2016 a 15 de março de 2017, já foram contabilizados - em relação ao surto da febre amarela - 259 óbitos notificados, sendo 112 em investigação e 137 confirmados. Deste total já diagnosticado (137), 111 mortes ocorreram no estado de Minas Gerais (Informe da Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde, Nº 32/2017 – disponível em PDF).
 
O primeiro estado brasileiro a apresentar febre amarela “silvestre” em humanos foi Minas Gerais, inclusive, este registra o maior número de casos e de óbitos. A doença se alastrou a outros estados brasileiros, como Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Tocantins, Rio Grande do Norte e, mais recentemente, em nosso estado, Rio de Janeiro. O que consiste em dizer que o Sudeste é, até o presente momento, a única região brasileira em que todos os estados (Minas Gerias, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo) apresentam casos suspeitos e/ou confirmados da febre amarela silvestre, com registros de óbitos em consequência da doença.
 
Tal situação é grave porque a doença está avançando para as áreas urbanas, inclusive, na direção Leste, na faixa litorânea, onde há maior concentração demográfica (população) e, como mencionei anteriormente, onde há uma incidência muito grande do mosquito Aedes aegypti.
 
E, para que isso possa ser evitado ou tenha efeitos menores, os especialistas destacam ações preventivas, como a vacinação, independente da área estar ou não estar incluída na área de recomendação. É preciso ampliar o programa de vacinação para todo o território nacional.
 
A confirmação de novos casos em áreas, até então, não consideradas de risco, mostra a vulnerabilidade e a suscetibilidade que o país se encontra diante ao surto da febre amarela. Condições favoráveis não faltaram e não faltam. Mas, houve falhas e atraso na ampliação do programa de vacinação, o que poderia ter evitado o surto e até o número de mortes.
 
Trata-se de mais uma tragédia anunciada mediante o número elevado de pessoas não vacinadas no país, o seu principal vetor ser um mosquito e, com ele, o rápido avanço do surto da febre amarela nos estados. Além disso, não podemos esquecer que algumas espécies de primatas transmissores são comuns em áreas urbanas, como os micos e macacos-prego.
 
Os sintomas da febre amarela variam muito, de leves (confundindo-se a uma virose) a graves, que podem levar ao óbito.  
 
Os sintomas mais comuns da doença são: febre com calafrios, mal-estar, dor de cabeça, dores musculares muito fortes, cansaço, vômito e diarreia, que surgem no período de incubação do vírus (em geral, de 3 a 6 dias após a picada do mosquito infectado).
 
Nos casos mais graves da doença, os sintomas evoluem e podem ocorrer icterícia progressiva, hemorragias, anúria (comprometimento dos rins), hepatite e coma hepático (problemas no fígado), no pulmão, problemas cardíacos (miocardite), convulsões e delírios.

A vacina desenvolvida pelo Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é eficaz à imunização contra a febre amarela e, até 2014, acreditava-se que era preciso tomar uma dose da vacina de dez a dez anos, em um total de duas doses. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) avaliou que uma única dose – a partir dos cinco anos de idade – é suficiente para assegurar a imunização das pessoas à doença. Mas, apesar dessa orientação, o Ministério da Saúde mantém o programa com duas doses da vacina contra a febre amarela no calendário nacional, como medida de proteção.

O combate aos criadores do mosquito transmissor e as campanhas de vacinação são estratégias eficazes e preventivas.
 
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Imagem capturada na Internet
 
 Fontes de Consulta
 
. Febre AmarelaDr. Dráuzio Varella
 
. Febre amarela urbana e silvestre: qual a diferença?
 
. Febre amarela: sintomas, transmissão e prevenção Bio-Manguinhos/FIOCRUZ
. MARTINS & CASTIÑEIRAS. Febre amarela: áreas de risco no Brasil
. Perguntas e RepostasPortal da Saúde
 
. PIVETTA, Marcos.  A ameaça da febre amarela