segunda-feira, 30 de novembro de 2020

A Pandemia e o Caos Mental

 Imagem capturada na Internet 

Fonte: Pixabay


Desde que quando a Pandemia do Novo Coronavírus chegou ao Brasil, como já mencionei aqui, meus pensamentos oscilam e isso mexe muito comigo.  

Talvez por sua letalidade “seletiva” e, ao mesmo tempo, fortuita. Ou por eu fazer parte do Grupo de Risco ou, ainda, por ter perdido parentes, amigos e conhecidos para a Covid-19.  

Talvez todos esses sejam os motivos do meu caos mental, neste momento. Eu só sei que tudo começou em março e não sei quando vai terminar... Com a chegada de uma vacina eficaz, esta deveria ser a minha resposta, mas já falam em mutações do vírus, o que colocará em risco a potência desta em seu combate.  

Eu escrevia essa poesia (ou não será uma poesia?) em meados de abril e só agora resolvi publicar neste espaço. 


A PANDEMIA E O CAOS MENTAL

                                             Marli Vieira de Oliveira da Silva

 

Eu nunca pensei viver sob este abismo

Abismo entre a serenidade e o temor

Entre a fé e o medo

Entre o otimismo e o pessimismo

Os quais alimentam permanentemente um estado de caos mental

Capaz de nos roubar a paz interior

E aniquilar a tranquilidade e a alegria de viver.

 

A vida é algo pulsante na sua integridade

E de constante interação com o mundo,

Se por um lado ficar em casa nos imputa certa segurança

com relação a um certo mal que circula na sociedade

Este nos coloca, fisicamente, à parte do próprio mundo

Projetando-nos como seres inacabados

Sem sonhos e perspectivas plausíveis de um retorno à normalidade

 

Mas, qual normalidade? Nada mais será como antes.

Normalidade será passado, só nos restará nas lembranças

E são essas lembranças que nos trazem uma dor no peito,

A dor da saudade e de reconhecimento do valor da vida

Viveremos uma nova etapa, será algo inovador.

Uma nova normalidade, novos hábitos...

Pelo menos é o que se espera,

Pois estaremos sob os riscos de uma nova onda

E de outras e novas Pandemias.

 

Por enquanto, o combate não cessou.

O mal que começou 

Aniquilando nossa tranquilidade, muitas vidas e nossas esperanças

Permanece ativo e imbatível

Mas, há uma grande luz no final do túnel

Atrelada à comunidade científica e às tecnologias

Na busca incessante em desenvolver uma vacina eficaz

Capaz de barrar a sua propagação e o desenvolvimento da doença.

 

Muitos se foram, sem despedidas

Muitas vezes, sem saber as razões reais

Só quem ficou, sabe e chora

E sabe, com temor, pois ainda não está livre de se acometido do mesmo mal

 

Eu nunca pensei viver sob este abismo...

Brasil: Um País à Beira de um Abismo

 

Imagem capturada na Internet e manipulada
no Adobe Photoshop
Fonte: Facebook Luiz Pompeo

A imagem acima foi compartilhada no Facebook postado, originalmente, por Luiz Pompeo e indagava “Seja sincero, se você pudesse enxergar... Vc sairia de casa???”  

Talvez fosse bom as pessoas terem esta noção, pois só assim iria reduzir a elevada quantidade de pessoas nas ruas, as aglomerações em diversos pontos da cidade, o número de pessoas sem máscara facial e desrespeitando o distanciamento social, só para citar alguns problemas em evidência, atualmente, em plena Pandemia da Covid-19.  

A Pandemia Global pôs à prova e revelou que os nossos receios eram justificáveis, tinham fundamentos. E, com base nisso, eu vou confessar...

Sinceramente, eu amo o meu país, mas por causa de maus governantes, que parecem desconhecer a importância de seus respectivos cargos e funções em relação à sua nação, em ambos os sentidos (país e povo), eu sinto vergonha de dizer que sou brasileira, apesar de não compactuar com tais procedimentos e com a nossa atual política.

Imagem capturada do Mapa Interativo  
Universidade John Hopkins 
Manipulado no Adobe Photoshop   

Em consequência disso, o Brasil permanece no ranking dos países com mais casos confirmados da doença (3ª posição, com 6.314.740 casos, atrás dos EUA e da Índia) e de maior número de mortos pela Covid-19 (2ª posição, com 172.833 óbitos, sendo superado apenas pelos EUA), de acordo com os dados de hoje (30/11). 

Do dia 17/11 do mês em curso para hoje (30/11), o número de vítimas fatais por causa da Covid-19 aumentou em 6.819 mortes, passando de 166.014 óbitos (17/11) para 172.833 mortes, hoje (30/11). 

Em termos de números de casos confirmados, 438.276 novos casos foram contabilizados após o último registro que postei neste espaço (5.876.464), totalizando, hoje, em 6.314.740 casos diagnosticados de Covid-19.  

Esse aumento em ambos os registros é muito preocupante, mas – ao que parece – nem para as três instâncias do poder (Federal, Estadual e Municipal) e, nem para uma parcela significativa da população brasileira, isso é motivo de apreensão, pois nada ou quase nada está sendo feito, ao menos para mitigar os seus impactos negativos, evitando uma maior propagação do Novo Coronavírus (SARS-CoV-2) na sociedade.  

Enquanto uns se mostram responsáveis, cumprindo as medidas protetivas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), outros agem como essa pandemia tivesse acabado, em que não há mais riscos nem pra ele mesmo e nem para a coletividade. Ou ainda subestimando a gravidade da Pandemia do Novo Coronavírus, desde o seu início em nosso país...  

A grande questão é que a epidemia não acabou (nunca acabou) e, muito menos, está controlada!   

Minha mobilidade está prejudicada e minha cabeça não para... Como sou do Grupo de Risco (hipertensa e diabética), minha cabeça gira como um redemoinho, os pensamentos ora me submetem a profundos estados de tristeza e temor ora a flashes de esperança e de tranquilidade, mas estes últimos são passageiros.  

O meu termômetro quanto à situação caótica já em curso eram as sirenes de ambulâncias, pois como moro de frente a uma via principal da Grande Tijuca, na capital (Rio de Janeiro) é comum a passagem de ambulâncias durante o dia e à noite. No início da Pandemia, entre abril e maio, mais ou menos, os sons constantes e seguidos das sirenes eram um alerta do seu nível crítico.  

Até há pouco tempo houve uma redução significativa, mas ultimamente, elas voltaram a ecoar em nossos ouvidos, o que significa um novo agravamento mediante ao aumento de casos de infecção. 

Nada na mesma intensidade do que foi anteriormente, mas, muito triste essa constatação de retorno do som das sirenes...  

Eu não consigo conceber que as nossas autoridades máximas nas três instâncias do poder, não pensem na população, não valorizem a vida e não sejam suficientemente responsáveis por estarem no comando, respectivamente, de um país, de um estado e de um município.  

Ora o total descaso, ora o afrouxamento do isolamento social, com a liberação de várias atividades e estabelecimentos devido à proximidade das eleições municipais e outras medidas irresponsáveis só contribuem para aumentar as estatísticas dos casos desta Pandemia.  

A volta às aulas presenciais na rede municipal do Rio de Janeiro também não deveria ter sido autorizada, pelo menos, agora. Há um grande o número de unidades escolares que se encontram fechadas, neste momento, por conta de casos de Covid-19.  

São diversos diretores, professores e funcionários doentes após o retorno. Alguns óbitos foram até divulgados nas redes sociais, mas em menor número e eu, também, não arriscaria fornecer essa informação mediante uma fonte nada oficial. Era uma coisa óbvia e, tanto era, que a adesão dos alunos está baixa.

Culpar somente a população, eu não poderia, mas que esta tem sua parcela de culpa, ela tem! Não resta dúvida!  

Circular pelas ruas sem máscaras ou, quando as têm, usam de forma incorreta; promover festas e, consequentemente, aglomerações; formar outros tantas em bares, por exemplo, os tornam tão responsáveis quanto aos governantes que liberaram certas atividades e estabelecimentos comerciais e culturais sem planejamento adequado, sem fiscalização efetiva ou, de antemão, de um prognóstico da situação a se configurar mediante à liberação.   

Ontem mesmo, quando fui votar na Zona da Leopoldina (Bonsucesso, Ramos, Olaria e Penha), as pessoas andavam nas ruas sem máscara, como se a Pandemia fosse algo do passado. Idosos, adultos, adolescentes e crianças, todas as faixas etárias... Um absurdo!  

Na verdade, a culpa é do governo e desta parcela específica da população que encara a conjuntura atual sem a devida importância. E isso me revolta! Essa falta de conscientização e de pensar na coletividade, sem levar em consideração a pessoa mesmo.  

Será que estou errada? Estarei sendo exagerada na minha avaliação? Não creio! Tudo errado e, por isso, estamos nesta situação!  

Outra coisa que me revolta muito...  

Tudo em nosso país “cheira” e se faz sob um esquema de corrupção. Sob uma conjuntura de Pandemia Global, não seria diferente, ainda mais que demanda muitas obras, contratações, compra de equipamentos e outros insumos no tratamento propriamente dito e preventivo.  

O nosso país tirou de letra essa façanha! Além disso, em plena Pandemia Global tivemos, concomitantemente, crise política e crise na Saúde...  

A nível federal, o embate acirrado entre os discursos do nosso presidente e do Ministério da Saúde acarretou a saída de dois Ministros da referida Pasta. O primeiro, Luiz Henrique Mandetta (01/01/2019 a 16/04/2020), que foi demitido (ele concordava com as orientações da OMS, que não eram totalmente aceitas pelo presidente).  

O segundo foi Nelson Teich (17/04/2020 a 15/05/2020), que ficou no cargo quase um mês e pediu exoneração, por discordar e sofrer muita pressão do presidente para o uso da Cloroquina em pacientes diagnosticados com Covid-19 (não há comprovação cientifica da eficácia da Cloroquina contra o Coronavírus).  

O terceiro Ministro da referida Pasta foi o Eduardo Pazuello que assumiu, inicialmente, de forma interina (15/05/2020), tomando posse oficial em 16 de setembro, permanecendo até hoje. 

No entanto, segundo as mídias, as relações do referido Ministro com o Governo Federal também parecem estar estremecidas, por conta da existência de testes para diagnóstico da Covid-19, armazenados pelo Ministério da Saúde, em São Paulo, prestes a perder a validade (estoque com 6,86 de testes com validade até janeiro de 2021). 

Além disso, a política de tratamento e de prevenção do Governo Federal sempre provocou polêmicas, adotando medidas sem acolhimento da comunidade científica nacional e internacional, assim como da Organização Mundial da Saúde. Até hoje, a postura do presidente é muito mal vista pela maioria dos Chefes de Estado do mundo.  

Como é de conhecimento de todos que acompanham as notícias da imprensa, o nosso presidente sempre subestimou a Covid-19, criando muitas polêmicas em suas falas a respeito da pandemia, tendo negado, inclusive, uma delas recentemente.  

"(...) não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar (...)" e, ainda, sob este mesmo contexto,  

“(...) quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho.”  

"deixar de ser um país de maricas. 

Lamento os mortos (...), mas todos nós vamos morrer um dia (...).”  

"Tudo agora é pandemia.

Imagem capturada na Internet
Fonte: Blog do AFTM 

Além da divulgação do estoque grande de testes para diagnóstico da Covid-19 do Ministério da Saúde, em São Paulo, com data de validade a expirar no início do novo ano (2021), a suspensão e atraso de pagamento de salário dos funcionários da área de Saúde (terceirizados ou não), sobretudo, em alguns estados e municípios brasileiros, outros problemas também graves marcaram e, ainda, marcam esse período de Pandemia da Covid-19 em outras instâncias...  

A nível estadual (Rio de Janeiro), mais vergonha! Crises políticas e na Saúde, também! Esquemas de corrupção na área da Saúde associados a compras fraudulentas e superfaturadas de equipamentos (respiradores) e outros insumos no combate à Pandemia da Covid-19. Em face a estas acusações, o Secretário de Saúde Edmar Santos foi exonerado do cargo em 18 de maio e, em julho foi preso, após denúncias de comandar essas fraudes em contratos para equipar a infraestrutura dos Hospitais de Campanha. Ele foi solto no dia 06 de agosto.  

O segundo Secretário a assumir o cargo foi Fernando Ferry. Ele e sua equipe técnica apresentaram um estudo afirmando que os cinco Hospitais de Campanha que ainda estavam em obras, não deveriam abrir, não sendo necessária a abertura deles. Dos sete hospitais prometidos, só o do Maracanã e o de São Gonçalo foram entregues, mas ambos foram fechados, posteriormente mediante a crise na Saúde.  

Em 22 de junho do ano em curso, Fernando Ferry pediu demissão sem declarar uma justificativa plausível. Rumores cercavam tanto a questão dos esquemas de fraudes e superfaturamento de contratos quanto a uma antecipação de sua saída mediante a forte probabilidade de sua demissão pelo então Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. 

O terceiro Secretário, Alex da Silva Bousquet, foi indicado pelo governador do Rio e assumiu o cargo no dia 23 de junho.  

Em junho foi instaurado o processo de impeachment do governador Wilson Witzel, na ALERJ, por suspeita de superfaturamento e atraso na construção dos Hospitais de Campanha. E, ainda, a rejeição das contas do estado ano de 2019 pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). O governador, desde então, se encontra afastado do Palácio Guanabara, sede do Governo do Estado do Rio de Janeiro.  

Em meados de meados de setembro, Alex Bousquet entregou o cargo ao governador em exercício, Cláudio Castro, que havia assumido o cargo no final de agosto (28/08), tendo em vista que o Wilson Witzel se encontrava (e ainda se encontra) afastado. A saída de Alex Bousquet da Secretaria da Saúde já era esperada em razão do afastamento do governador Witzel, que havia o indicado para o cargo.  

Com as denúncias de esquemas de corrupção, envolvendo o Governador Wilson Witzel, o ex-Secretário Edmar Santos e outros com o Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (IABAS), Organização responsável pelas obras e administração dos Hospitais de Campanha, fez com que houvesse a interrupção das obras e o fechamento de algumas Unidades, após o fim do contrato com a referida Organização (IABAS).   

Como mencionei, anteriormente, dos sete hospitais de Campanha planejados, só o do Maracanã e o de São Gonçalo permaneceram, mas ambos foram fechados, posteriormente, mediante esta crise na Saúde do Estado. 

 

Hospital de Campanha do Maracanã
Imagem capturada na Internet

Isso, em plena Pandemia da Covid-19... É algo surreal se levarmos em conta a seriedade e fragilidade da conjuntura atual e as circunstâncias que levaram a isso...  

Nem mesmo os projetos dos Hospitais de Campanha deram continuidade, mesmo sob a coordenação de outra empresa... O único a continuar foi o Novo Coronavírus, que prosseguiu fazendo novas vítimas, aumentando os números tanto de casos novos confirmados quanto de óbitos novos.  

No dia 25 de setembro, o quarto Secretário Estadual de Saúde, Carlos Alberto Chaves foi nomeado pelo governador em exercício, Cláudio Castro. De acordo com fontes de pesquisa, após alguns dias, o referido secretário estadual exonerou seis auditores do estado, nomeados na Subsecretaria de Controladoria Geral da Secretaria de Saúde, principal órgão responsável pela fiscalização interna de gastos realizados pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro. Tal medida causou preocupação. 

Não quero com isso levantar mais polêmicas, mas estes fatos estão aí, publicados nas mídias e só expõem o quanto a política é usada para proveito próprio, para enriquecimento e desvio de recursos.  

E isso não é de hoje! É de longa data, basta lembrarmos de quantos governadores do Estado foram presos ou afastados do cargo ao longo dos anos (Poder 360): 

- O ex-governador Moreira Franco (1987 a 1991), foi preso em março do ano passado, em um desdobramento da Operação Lava Jato (acusado de negociar pagamento de propina). Passou 4 noites na cadeia e responde ao processo em liberdade; 

- A ex-governadora Rosinha Garotinho (2003 e 2006), que foi presa, por uma semana, em novembro de 2017 junto com o marido. Foi condenada em janeiro de 2020, recorreu e, hoje, responde ao processo em liberdade; 

- O ex-governador Anthony Garotinho, (1999 e 2002), esposo de Rosinha Garotinho, foi preso 5 vezes desde que deixou o cargo (acusado por crimes de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais). Hoje, ele responde aos respectivos processos em liberdade;

- ex-governador Sérgio Cabral (2007 a 2014), foi preso em junho de 2017 e condenado em 11 ações da Lava Jato. Sua pena total é de 233 anos e 11 meses de prisão. Atualmente, cumpri a pena no Complexo Penitenciário de Gericinó (Zona Oeste da cidade do Rio);

- O ex-governador Luiz Fernando Pezão (2014 a 2018), que foi preso, em novembro de 2018, sob a acusação de abuso de poder político e econômico (concedeu benefícios financeiros a empresas em troca de doações para a sua campanha eleitoral). 

Agora, com o resultado do 2° Turno das Eleições Municipais, ocorrido ontem (29/11), corremos o riscos de ter, a partir do dia 1° de janeiro de 2021, um prefeito também preso a qualquer momento, durante ou após os 4 anos de sua gestão, uma vez que Eduardo Paes (DEM), vencedor no pleito eleitoral, enfrenta problemas judiciais 

Ele foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. De acordo com as denúncias existentes, ele teria recebido dinheiro (na casa de milhões) da empreiteira Odebrecht 

Aonde iremos parar? Eu não sei!  

Governar para e pelo o povo é muito difícil, ainda mais quando se intenta tirar proveito do cargo que se ocupa em benefício de si mesmo! 

Este é o nosso país! Com certeza, ele não é o único no mundo, mas tenho que considerar e falar pelo meu, pelo nosso país.  

O problema não é só este... O pior disso tudo é que a contaminação pelo Novo Coronavírus continua, os números de casos confirmados e de óbitos pela Covid-19 vêm aumentando assustadoramente, os hospitais públicos e privados já indicam isso, pois estão lotados. São poucas as vagas de leitos nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI). Muitos pacientes aguardam na fila, com registro de alguns chegarem a óbito antes de serem internados. Um absurdo! 

Voltamos ao início do pico da Pandemia em nosso país, quando várias medidas restritivas foram tomadas: quarentena, isolamento social, fechamento de estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços (com exceção dos essenciais).  

O pior é não ver saída, pois infelizmente não acreditamos em mais nada, nem na política brasileira e nem nos políticos.

Daí eu afirmar, no início, que tenho vergonha de dizer que sou brasileira.  


Fontes de Consulta  

. ALVES, Altair. Alex Bousquet vai entregar o cargo de secretário estadual de Saúde do RJ - diário do Rio.com  

. Após escândalos de corrupção, governo do RJ fecha mais três hospitais de campanha – Brasil de Fato  

. Brasil tem 6,8 milhões de testes de Covid-19 prestes a vencer em depósito, diz jornal. G1 Política  

. CORRÊA, Douglas. Alex Bousquet deixa secretaria de Saúde do Rio – Agência Brasil  

. Coronavírus: 'país de maricas' e outras 8 frases de Bolsonaro sobre pandemia que matou 162 mil pessoas no Brasil - BBC News  

. CRISTINE, Marjoriê e FURTADO, Tatiana. Crise na Saúde do Rio: delação premiada, corrupção e processo de impeachment; confira a linha do tempo - EXTRA  

. GOMES, Pedro Henrique. Brasil tem de deixar de ser 'país de maricas' e enfrentar pandemia 'de peito aberto', diz Bolsonaro – G1 Política  

. LIMA, Rafaela. Dança das cadeiras: em 10 anos, Brasil trocou 10 vezes de ministro da Saúde – Metrópoles  

. Mapa Interativo – Centro para Sistema de Ciência e Engenharia (CSSE) da Universidade Johns Hopkins  

. MONTEIRO, Tânia e VARGAS, Mateus Vargas. Pazuello se queixa e diz que, se sair da Saúde, sairá feliz – Terra/Notícias  

. SABÓIA, Gabriel. MP acusa Paes de receber R$ 10 mi em caixa dois da Odebrecht. UOL/Notícias 

. VENTURA, Larissa. Hospital de Campanha do Maracanã já está sendo desmontado – diário do Rio.com  

. 2 momentos em que Bolsonaro chamou covid-19 de 'gripezinha', o que agora nega – BBC News  

. 6 governadores do Rio foram afastados ou presos nos últimos 4 anos – Poder 360 

domingo, 29 de novembro de 2020

E a Disputa pela Grande Vaga é hoje... 2° Turno da Eleição Municipal

 
Imagens capturadas na Internet e
manipuladas no Adobe Photoshop

Hoje, dia do 2° Turno das Eleições Municipais, é o grande dia para os dois candidatos ao cargo de Prefeito em 57 municípios de 21 Unidades Federativas, sendo 18 deles para as capitais.  

Daqui a menos de 1 hora (17h) a votação será encerrada, a exceção dos municípios localizados no 3° e 4° Fuso Horário do Brasil, tendo cada uma diferença, respectivamente, de 60 minutos (1 hora) e 120 minutos (2 horas). Seguindo esse mesmo padrão, o resultado do sufrágio deverá ser divulgado, hoje, à noite.  

Os únicos estados brasileiros que definiram os prefeitos de suas respectivas capitais, no 1° Turno das Eleições, ocorrido no último dia 15, foram: Bahia (Salvador), Mato Grosso do Sul (Campo Grande), Minas Gerais (Belo Horizonte), Paraná (Curitiba), Rio Grande do Norte (Natal), Santa Catarina (Florianópolis) e Tocantins (Palmas).  

As capitais dos dezoitos estados que estão na disputa de hoje são:  

Região Norte: Rio Branco (Acre), Manaus (Amazonas), Belém (Pará), Porto Velho (Rondônia) e Boa Vista (Roraima).  

Observação: O Amapá, como já havia publicado neste espaço, o pleito eleitoral na capital foi adiado por conta dos problemas de energia em quase todo o estado (data ainda a confirmar).    

Região Nordeste: Aracaju (Sergipe), Fortaleza (Ceará), João Pessoa (Paraíba), Maceió (Alagoas), Recife (Pernambuco), São Luís (Maranhão) e Teresina (Piauí);  

Região Sul: Porto Alegre (Rio Grande do Sul);  

Região Sudeste: Vitória (Espírito Santo), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) e São Paulo (São Paulo);  

Região Centro-Oeste: Goiânia (Goiás) e Cuiabá (Mato Grosso).  

Em minha cidade, Rio de Janeiro, a disputa do 2° Turno será entre Eduardo Paes (DEM) e Marcelo Crivella (Republicanos). Uma disputa entre o ex-Prefeito da cidade (Eduardo Paes) com o atual prefeito (Marcelo Crivella).  

Seria uma disputa equivalente ao pleito entre Donald Trump e Joe Biden, nos Estados Unidos, ocorrido no início deste mês. Digo em equivalente porque a população votou em Joe Biden, garantindo a vitória a este em cima Donald Trump, porque não queriam a reeleição do atual presidente dos EUA.  

O mesmo se processa na cidade do Rio de Janeiro, a maioria dos eleitores deverão votar no candidato Eduardo Paes, não por ele em si, como político, mas para não reeleger o Crivella.  

Nas redes sociais circula até uma mensagem contextualizada com essa situação:  


Vamos aguardar os resultados e como serão os quatro anos de gestão do próximo prefeito eleito. Uma coisa é certa, a nossa cidade e até o nosso estado clamam por mudanças melhores!

Fonte: Eleições: saiba quais são as 57 cidades onde haverá segundo turno – R7

domingo, 22 de novembro de 2020

Brasil: Racismo Velado e Racismo Explícito

 

Imagem capturada na Internet

Ainda sob o contexto das comemorações do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra...  

O verdadeiro sentido desta data nos faz refletir em algo que nos incomoda e é inconcebível, ainda mais nos dias de hoje, quando a sociedade se move para uma maior conscientização quanto à importância do exercício da cidadania, do cumprimento conjugado de direitos e deveres de cada um e de que a base de tudo é o respeito. Só assim teremos um país, uma sociedade justa e igualitária, sob os princípios da verdadeira democracia.  

Respeitar o cidadão...

    Respeitar a opinião do outro...

         Respeitar as diferenças...

              Respeitar o espaço de cada um...

                    Respeitar o seu papel e o seu status social...

                          Respeitar o credo das pessoas...

                                Respeitar a si mesmo...

                                     Respeitar o ser humano...

                                          Independente de sua COR.                                                         

Entre tantos casos já ocorridos, movidos direto e/ou indiretamente pelo mesmo motivo, dois fatos que aconteceram esta semana chocaram o país. E eu volto a dizer, inconcebíveis nos dias de hoje!  

Pois, assim como as Ciências e as tecnologias desenvolveram, com o passar do tempo, as sociedades também evoluíram acompanhando a conjuntura vigente. Sob um longo processo, ela passou de Sociedade Pré-Industrial à Sociedade Industrial, com as revoluções industriais, cujo processo teve início no final do Século XVIII e, a partir da revolução técnico-científica ou III Revolução Industrial (2ª metade do Século XX), esta passa a se caracterizar como Sociedade do Conhecimento ou da Informação 

E é por isso que não podemos admitir, hoje, que a discriminação, o racismo, o menosprezo ao outro, o preconceito e outros comportamentos ofensivos e de crença de níveis de superioridade humana entre as pessoas se mantenham e continuem sendo disseminados na sociedade. Seja por qualquer motivo, desigualdade social, por gênero, por credo, pela aparência física, pela cor, pela faixa etária (o da terceira idade, principalmente), pela opção sexual, suas origens e outros.  

Até porque...

- Somos um dos países de maior miscigenação do continente americano;

- Somos um país plural;

- Cerca de 56% da população faz parte do grupo de negros (pretos e pardos);

- A participação do negro africano não se fez apenas com mão de obra escrava, fez muito pela cultura, pela economia e pela formação da população brasileira;

- Somos todos iguais, perante à Lei (artigo 5° da Constituição Federal de 1988) e à Deus, envolvendo os dois patamares de análise e de interpretação. 

A roupa suja é a única coisa que se deve separar por cor!”  

O que aconteceu com o gerente de uma grande e conhecida loja varejista em um Shopping Center (GV Shopping) no município de Governador Valadares, em Minas Gerais, no dia 15 deste mês, dia do Primeiro Turno das Eleições Municipais. É uma prova de que o racismo ainda existe em nosso país, embora muitos políticos e, até o nosso vice-presidente, Hamilton Mourão, insistem em negar. Não sei qual é o pior, pois até o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, também teve o mesmo discurso, isto é, que no Brasil não há racismo. Dá para acreditar?  

Pra quem não lembra ou não soube, um casal de idosos, ao entrar na loja do Shopping, perguntou pelo gerente. Bruno Mendes, o gerente, estava próximo e se apresentou como tal: “sou eu, em que posso ajudar?”  

Perplexa, a idosa o teria olhado de forma crítica, fazendo o seguinte comentário ao seu esposo: “é inadmissível que um negro gerencie uma loja tão grande como esta”. Saindo, ambos, logo em seguida do estabelecimento comercial.  

Segundo o “Olhar sobre acidade”, o gerente, Bruno Mendes (29 anos) foi zagueiro do Esporte Clube Democrata, em 2013.    


Bruno Mendes - Gerente e vítima de racismo
Imagem capturada na Internet

Sem esperar por esta reação da senhora, Bruno Mendes totalmente surpreso e, ao mesmo tempo, constrangido com o ocorrido, no seu ambiente de trabalho, se dirigiu para parte interna da loja (de acesso só de funcionários).  

Um dos funcionários que testemunhou o triste episódio foi atrás do gerente para tentar conversar e o encontrou totalmente chorando. Aquele casal de idosos foi capaz de abalar a estrutura emocional do Bruno, que por educação e no cumprimento de seu dever, os atendeu, prontamente, se identificando na sua função de gerente, a fim de poder ajudá-los.    

No dia seguinte (16/11), ao chegar no GV Shopping, para mais um dia de trabalho, Bruno Mendes foi recepcionado, em uma das entradas do mesmo, por um funcionário que segurava um cartaz com a seguinte frase: “Você é importante”.  

A surpresa não ficou só por aí... Ao entrar na loja em que trabalha, toda a equipe já o aguardava com diversos cartazes nas mãos com mensagens de repúdio à intolerância, ao racismo e ao preconceito, tais como:

- “Estamos com você, Bruno”,

- “Racismo é crime”,

- Minha cor, meu amor”,

- “O racismo é a prova do quanto ainda somos primitivos",

- “A roupa suja é a única coisa que se deve separar por cor!”, entre outras.  

O casal que o abordou e o destratou não foi identificado.

O vídeo da recepção e homenagem ao gerente Bruno Mendes, ao chegar na loja, viralizou na Internet, sendo compartilhado nas redes sociais. Para assisti-lo, clique na palavra VÍDEO!   


Vidas negras importam!! Não só nos EUA” 

O outro caso explícito de racismo foi mais grave, pois resultou em morte... Movido também sob crime de racismo, o episódio ocorreu mais recentemente, no último dia 19, ou seja, na véspera do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra (20/11).  

De acordo com as notícias divulgadas, por meio televisivo e na Internet, João Alberto Silveira Freitas (40 anos) foi espancado e asfixiado até a morte, por dois vigilantes de segurança (Grupo Vector), em uma unidade do Hipermercado Carrefour, em Porto Alegre, situado no bairro Passo D'Areia.  


Imagem capturada na Internet
Fonte: UOL Notícias 

João Alberto estava acompanhado da esposa e, segundo o que foi publicado nas reportagens, a agressão começou após ele ter se desentendido com uma funcionária do Hipermercado, tendo sido retirado da área dos caixas pelos dois vigilantes e levado para a entrada da loja. Em outro site, gazetaweb, afirma que, na entrada da loja, para onde foi levado, a briga começou após o João Freitas ter desferido um soco em um dos vigilantes, que era um PM. O outro era um ex-militar.  

O espancamento foi filmado. E segundo as mídias, João Alberto pedia ajuda, mas os vigilantes impediam que alguém chegasse perto dele. 

Este caso teve repercussão internacional e até foi comparado ao caso ocorrido nos EUA, quando George Floyd (40 anos) foi morto por um policial, em Minnesota, no final de maio deste ano. 

A imprensa estrangeira também noticiou, como – por exemplo - os jornais “The Washington Post” (EUA) e o “La Nación” (Argentina), assim como também as agências internacionais de notícias, como AFP e Reuters 

Até a Organização das Nações Unidas (ONU) se manifestou em repúdio a este caso e ao racismo no Brasil. Em nota, ela expressou que “milhões de negras e negros continuam a ser vítimas de racismo, discriminação racial e intolerância, incluindo as suas formas mais cruéis e violentas “. Ressaltando que o racismo e a discriminação racial precisam ser extintos e para isso torna-se necessário promover um debate com todos os seus agentes da sociedade, incluindo o setor privado.  

E fez questão de lembrar que “a proibição da discriminação racial está consagrada em todos os principais instrumentos internacionais de direitos humanos e também na legislação brasileira” 

A ONU Brasil solicitou a plena e rápida investigação do caso, bem como a punição apropriada aos autores do crime, entre outras medidas.  

Vários protestos populares também aconteceram em nosso território nacional, inclusive, afetando diretamente algumas unidades do Hipermercado Carrefour, com depredações, saques e pequenos incêndios.  

Imagem capturada na Internet
Fonte: Portal G

O Grupo Vector, empresa terceirizada contratada pelo Carrefour, rescindiu os contratos de trabalho dos dois vigilantes, por justa causa. Era o de se esperar!  

Ambos, vigilantes de segurança estão presos. Foram autuados em flagrante por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, asfixia e por impossibilidade de defesa da vítima. 

 

Fontes  

. Correio Braziliense  

. G1 – Vales de Minas Gerais 

. Gazeta Web – Portal de Notícias  

. O Sul  

. Olhar sobre a Cidade  

. Poder 360