segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Novos Rumos aos EUA em 2021: Vitória de Joe Biden e Kamala Harris

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Fonte: G1 Globo - Foto: Carolyn Kaster

Após vários dias de contagem de votos, a vitória foi decretada e sem mais questionamentos... O mais novo e o 46º presidente do Estados Unidos é chamado Joseph Robinette Biden Jr. ou, simplesmente, Joe Biden. A vitória do democrata em cima do Donald John Trump, atual presidente, foi um marco na história dos EUA por várias razões.  

Tal como já havia postado neste espaço, Donald Trump era um “não-político” quando se candidatou às eleições de 2016, derrotando a sua candidata adversária Hillary Clinton, que era a favorita nas pesquisas e chegou a vencer na maioria dos votos populares, mas o mesmo não se procedeu em relação aos votos do Colégio Eleitoral, que deu vitória para Donald Trump. 

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Fonte: UOL Notícias 

Na eleição deste ano, ao contrário do Trump, Joe Biden tem histórico na política. Foi senador por seis mandatos consecutivos e vice-presidente nas duas gestões de Barack Obama, exercendo o cargo no período de 2009 a 2017.  

Joe Biden completará 78 anos no próximo dia 20 de novembro e ele já é considerado o presidente mais idoso entre todos os Chefes de Estado do país. Ele tomará posse, junto com a vice-presidente Kamala Harris no dia 20 de janeiro de 2021. 

Donald Trump sempre expressou ideias conservadoras, racistas, arrogantes e preconceituosas, ascendendo a supremacia branca no país, defendendo a política do “americanismo” em detrimento aos grupos de imigrantes, dos negros e, também, em termos de gêneros, esquecendo de respeitar e valorizar o papel crucial de cada um desses grupos na sociedade, na cultura e na economia do país. Joe Biden, por sua vez, sempre apresentou uma conduta, segundo informações nas mídias, totalmente adversa, o que lhe fez ter, desde às primárias do partido para a escolha do candidato democrata, o apoio de movimento das minorias que não queria a reeleição de Trump e que via nele a esperança de mudanças melhores para o país.

Daí as mídias destacarem a importância do número de jovens eleitores e, sobretudo, de suas origens, muitos dos quais afro-americanos e latinos. Sob este contexto de perfil dos eleitores, a imprensa também ressaltou o empenho da advogada, política e ativista Stacey Abrams que conseguiu, mesmo não sendo obrigatório o voto nos EUA, a inscrição de 800.000 novos eleitores, negros e de outros grupos minoritários, em 2018, quando ela concorreu à eleição para Governo do estado da Geórgia.    

Stacey Abrams
Fonte: G1 GloboFoto: Elijah Nouvelage/AFP 

Isso contribuiu para que Joe Biden acumulasse, também, o título de candidato à Casa Branca mais votado da história dos EUA, inclusive, ultrapassando Barack Obama em número de votos.  

A eleição presidencial deste ano também ficará na história por conta do recorde de participação popular, considerada a maior em 116 anos (a maior desde 1904).

No entanto, a disputa presidencial deste ano não foi folgada, configurando-se acirrada mediante o pleito eleitoral em alguns estados. De acordo a BBC News, o desempenho de Trump nesta eleição foi melhor que no pleito de 2016, pois ele ganhou mais de 7 milhões de votos em relação aos números de votos quando disputou com Hillary Clinton.

O seu partido (Republicano) também ampliou a sua participação na Câmara dos Representantes (análoga à Câmara dos Deputados). Quanto ao Senado, ainda não há nada concretizado. O partido democrata, a de Joe Biden, espera vencer duas disputas de segundo turno, em janeiro, na Geórgia.  

Outro fato a ser destacado e que marcará a história política do país diz respeito à Kamala Devi Harris (Kamala Harris), a vice-presidente da chapa de Joe Biden. Com a vitória dos democratas, ela se tornou a primeira mulher a assumir a vice-presidência nos EUA e, não é só por isso, ela é a primeira negra estadunidense a ocupar este cargo. Filha de pais imigrantes, sua mãe era indiana e seu pai jamaicano, Kamala Harris nasceu em Oakland, na Califórnia 

Kamala Harris
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Fonte: Exame 

Advogada de formação, ela foi a primeira Procuradora Distrital de São Francisco, além ser a primeira mulher negra, Procuradora-Geral da Califórnia, onde também foi senadora 

Como pré-candidata pelo partido democrata, Kamala Harris teve a intenção de concorrer à Presidência dos EUA, mas desistiu, deixando a competição final entre Joe Biden e Bernie Sanders. Joe Biden a escolheu para vice-presidência em sua chapa. A escolha deu certo. Ele acabou ganhando as primárias, tornando-se oficialmente o candidato democrata e vencendo a eleição presidencial.  

De acordo com as mídias, ela ainda é cogitada pelo Partido Democrata a ser candidata para a próxima eleição à Presidência, em 2024, quando Joe Biden estará completando 82 anos no mês de novembro.   

Se, este governo fizer um bom trabalho, for reconhecido e tiver grande aprovação por parte da população, ela se candidatando à Casa Branca e vencendo, como todos esperam desde já, será a primeira mulher e a primeira negra presidente dos EUA. Mas, vamos esperar! Afinal, o trabalho deles não vai ser fácil, pelo contrário!

Como a maioria dos especialistas políticos comentam, ambos – Joe Biden e Kamala Harris - terão um grande desafio pela frente, assim que tomarem posse em janeiro do próximo ano (2021). Governar em um país dividido, sob o estigma social criado a partir do poder de persuasão de Donald Trump.  

Nesta perspectiva, o mesmo – em seu discurso da vitória – ratificou o que já havia dito durante a sua campanha, que ele será o presidente de todos os americanos: 

“(...) Estou feliz pela confiança depositada em mim. Eu garanto que vou ser um presidente que não quer dividir, mas unificar. Que não vê estados vermelhos ou azuis, mas que vê os Estados Unidos”.  

Entre tantos trechos de seu discurso, um me chamou a atenção mediante a diferença vista durante a apuração dos votos, onde era visível o uso da máscara entre os seus eleitores. Tudo bem que a aglomeração não foi evitada, mas nos comissos de Donald Trump o que não era visível foi o uso de máscara. E quanto a isso, Joe Biden disse:

 “Não vou economizar nenhum esforço para conseguir dar a volta por cima e derrotar essa pandemia.”  

Como todos sabem, Donald Trump não mencionava a gravidade da situação do país mediante aos altos números tanto de casos confirmados da doença quanto de óbitos por causa da Covid-19

Os EUA lideram no ranking dos países com maior número de casos confirmados e de mortes, tendo contabilizados, segundo o Center for Systems Science and Engineering(CSSE) at Johns Hopkins University (JHU), até a presente data (09/11), 9.995.970 pessoas infectadas e 237.675 mortos 

Pode ser até que eu esteja errada quanto às altas perspectivas de mudanças com este novo governo nos EUA, pois é sabido que nem tudo foram flores na vida política de cada um deles, mas quero acreditar que, ao menos, será melhor que o governo de Donald Trump, cuja política excludente, racista e unilateral, de acordo com os seus (pré) conceitos, levou à população do país a uma grande dissociação, fortalecendo-se enquanto Chefe de Governo e de Estado e mantendo-se isolado no cenário das relações nacionais e internacionais.  

“Durante seus quatro anos na Casa Branca,

quebrou protocolos, ridicularizou e atacou oponentes e até aliados

e chegou a sofrer um impeachment,

sendo absolvido em julgamento no Senado controlado por seu partido.” 

(BBC News)

A escolha foi do povo e, sendo assim, foi a mais certa, pois foi uma escolha livre. Eu só temo pelos grandes desafios e entraves que ambos terão que enfrentar após a posse, inclusive, em termos daqueles que apoiaram e ainda apoiam o atual presidente (Donald Trump).  

Por ser um grande líder, influente, o chamado “trumpismo” não será encerrado após a posse novo presidente dos EUA, em janeiro de 2021, devendo permanecer forte tal como este se configurou durante o governo de Trump até os dias de hoje.


Fontes de Consulta

. Eleição nos EUA 2020: por que a vitória de Biden não significa o fim do trumpismo – BBC News Brasil  

. Eleições nos EUA: quem é Stacey Abrams, ativista que abriu caminho para a 'virada democrata' na Geórgia – G1 Globo  

. PAIXÃO, André e BASILIO, Patrícia. Joe Biden: os 'recados' do discurso da vitória – G1 Globo  

. Participação nas eleições dos EUA deve ser a maior em 120 anos – DW Made for minds.  

. Quem é Joe Biden, novo presidente eleito dos EUA – BBC NewsBrasil  

. SANTIAGO, David. Biden é favorito à nomeação democrata também graças às minorias – Jornal de Negócios 

. STEFANO, Fabiane. Kamala Harris, a vice que faz história na política americana – Exame

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