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sexta-feira, 23 de julho de 2021

O Recorde de Frio de 2021 caberá ao Estado do Rio de Janeiro? Será?

 
Parque Nacional do Itatiaia
Imagem capturada na Internet
Fonte: CNN Brasil
Foto: Divulgação/Parque Nacional do Itatiaia 

Dando prosseguimento ao “assunto congelante” sobre o inverno rigoroso, por qual estamos passando... Não restam dúvidas que a população urupemense (gentílico de quem nasce na cidade de Urupema), assim como a de outras cidades da região Sul do nosso país estão sofrendo muito com as baixas e, sobretudo, com as temperaturas negativas registradas nesta época do ano. Com certeza!  

Mas, nós – cariocas – nascidos na cidade do Rio de Janeiro (capital do estado) também estamos sentindo muito com o tempo frio, já que estamos acostumados com o calor e, com invernos, secos e menos quentes. Este ano, verdadeiramente, está diferente e o frio muito intenso.  

Só para se ter uma ideia, na madrugada carioca, as temperaturas chegaram aos 8,4 ºC na última 3ª feira (20/07) e, ontem, os termômetros registraram 8,6ºC. Realmente, um frio bastante intenso e fora do nosso padrão de inverno.  

Por outro lado, nesta época do ano, eu gosto muito de buscar informações a respeito de uma determinada localidade no estado do Rio de Janeiro, para comentar com as minhas turmas. O assunto que permeia tal localidade sempre gera desconfiança e, ao mesmo tempo, surpresa e curiosidade nos alunos.  

Trata-se do Parque Nacional do Itatiaia, localizado na Serra da Mantiqueira, cuja área compreende os municípios de Itatiaia e Resende, ambos no estado do Rio de Janeiro e, também, Bocaina de Minas e Itamonte no estado de Minas Gerais. Seu ponto culminante é o Pico das Agulhas Negras, o mais alto do estado fluminense (RJ), com 2.790,94 m de altitude 

Digo “desconfiança”, porque a mesma se encontra localizada em nosso estado e, no inverno, os termômetros marcam temperaturas baixas e até negativas. Com registro de geadas e até de neve (1985), como já publiquei neste espaço.  

Geada e neve no Rio de Janeiro? Impossível, assim a maioria dos alunos reage!  

A “Surpresa” vem após a explicação quanto ao outro importante fator climático, que interfere e caracteriza as condições da atmosfera, a ALTITUDE, que é responsável por esses fenômenos meteorológicos (baixas temperaturas, precipitação de neve e formação de geada) 

Altitude... Serra da Mantiqueira... Pico das Agulhas Negras...  

 A “Curiosidade” é natural, ainda mais por ser algo desconhecido, diferente e, tão próximo de nós! Em geral, os alunos demonstram vontade de conhecer, afinal, o clima do Rio de Janeiro é tipicamente quente e o nosso inverno não é tão rígido assim. Quem não adoraria ver neve ou geada bem de pertinho?  

Agora, pasmem!  

Se a temperatura registrada na cidade de Urupema, -8,1°C, foi a menor do ano, até então, em todo o estado de Santa Catarina, o que dizer sobre as temperaturas alcançadas no Parque Nacional do Itatiaia, no Rio de Janeiro, cujos registros foram bem menores?    

Isso, mesmo! É para ficar pasmo, mesmo!  

De acordo com reportagem de SALLES, da CNN Brasil e, também, do G1/ Sul do Rio e Costa Verde, no dia 01 de julho (2021), nas duas estações localizadas dentro do referido Parque Nacional, as temperaturas foram bem mais baixas que de Urupema.  

Na Estação do Campo Belo, cuja a altitude é de 2.440 metros, a temperatura registrada foi de -14,8° C, às 5:00 da manhã. Ao passo que na Estação oficial do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), localizado a cerca de 2.450 metros de altitude, a temperatura mais baixa registrada foi de -9,9ºC 

Imagem capturada na Internet
Fonte: G1/Sul do Rio e Costa Verde
Foto: Divulgação/Parque Nacional do Itatiaia 

Embora, ambas, as estações, se encontrem posicionadas em altitudes semelhantes, as condições ambientais distintas dos dois pontos de registro, podem justificar esta diferença entre as temperaturas, tendo em vista que o local da Estação do Campo Belo se caracteriza por apresentar maior umidade, sendo assim, mais frio que a estação oficial (Inmet).  

Segundo a reportagem, não chegou a nevar no Parque Nacional do Itatiaia, mas houve geada.  

Geada no Parque Nacional do Itatiaia
Imagem capturada na Internet
Fonte: CNN Brasil
Foto: Divulgação/Parque Nacional do Itatiaia 

Com estes registros, pode-se afirmar que, no Brasil, o recorde de frio, até então, compete ao Rio de Janeiro. Alguém tem dúvida? 

 

Fontes:  

. Com temperatura de -9,9°C, Parque Nacional do Itatiaia registra madrugada mais fria desde 2017 – G1/Sul do Rio e Costa Verde  

. SALLES, Stéfano. Temperatura chega a -14,8° C no Parque Nacional do Itatiaia, no Rio de Janeiro – CNN Brasil 

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Mas, que frio é este?!!

 
Geada na cidade de São Joaquim (20/07)
Imagem capturada na Internet
Fonte: G1/SC
Foto: Mycchel Legnaghi/São Joaquim Online 

Texto modificado em 29/07/2021 às 11:20

Estamos em pleno inverno, estação do ano que começou em 21 de junho e que vai até 22 de setembro. O que estranhamente vem ocorrendo, ao menos, para a grande maioria da população da região Sudeste, são as temperaturas muito baixas e de forma contínua.  

É claro que as temperaturas caem no inverno, mas, neste ano, parece que elas vieram com maior rigor, assinalando muito bem a estação do inverno, como é ensinado – de forma generalizada - nos livros dos anos iniciais do Ensino Fundamental.   

Na verdade, o que vem ocorrendo é a atuação mais constante da massa polar atlântica (mPa) em nosso território, provocando as frentes frias. Em áreas de conjunção com as altitudes elevadas, esta se apresenta com mais força, sendo a onda de frio marcada, além dos registros de temperaturas negativas,  por outros fenômenos meteorológicos, tais como a precipitação nival (neve), nevoeiros e geadas 

Como muitos devem saber ou ter aprendido na escola (aula de Geografia ou de Ciências), o nosso país recebe a influência de cinco grandes massas de ar, sendo quatro quentes e uma fria 

Só para recordar...

. Massa Equatorial Atlântica (mEa): Ela tem o seu centro de origem (formação) no Oceano Atlântico, na proximidade do arquipélago dos Açores (África). Daí esta ser caracterizada como uma massa de ar quente e úmida. Geradora dos ventos alísios de nordeste, ela domina a parte litorânea das regiões Norte e Nordeste, principalmente, durante a primavera e o verão, provocando chuvas.  

. Massa Equatorial Continental (mEc):  O seu centro de origem (formação) se localiza na parte ocidental da Amazônia. Por este motivo, ela também se caracteriza como uma massa de ar quente e úmida. Atua durante quase todo o ano, na porção noroeste da Amazônia 

. Massa Tropical Atlântica (mTa): Gerada no Oceano Atlântico, nas imediações do trópico de Capricórnio, esta massa de ar – quente e úmida - exerce forte influência sobre a faixa litorânea do nosso país 

. Massa Tropical Continental (mTc): Esta massa de ar tem origem na depressão do Chaco, no Paraguai, que se caracteriza por altas temperaturas e pouca umidade. Em razão disso, ela é quente e seca. Ela atua em uma área muito limitada, no sul da região Centro-Oeste e no oeste das regiões Sul e Sudeste, durante quase todo o ano, sobretudo, no início do outono, na primavera e final de inverno.  

. Massa Polar Atlântica (mPa): Seu centro de origem é no Oceano Atlântico, nas proximidades da Patagônia. Daí ela ser uma massa de ar fria e úmida. Embora, ela seja atuante, durante o ano todo em nosso território, ela é mais frequente no inverno. A massa polar atlântica sai da Argentina (Patagônia) e entra no Brasil pela região Sul, como uma frente fria, provocando chuvas e queda de temperaturas.

Imagem capturada na Internet
Fonte: Tudo Geo

Dessas cinco massas de ar, que atuam em nosso território, três são mais atuantes, durante o todo o ano: a Equatorial Continental (mEc), a Tropical Atlântica (mTa) e Polar Atlântica (mPa)   

E é, justamente, esta única massa de ar polar (fria), atuante em nosso país, que está provocando estas temperaturas baixas e até negativas em muitas cidades brasileiras, principalmente, das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, além do sudoeste da Amazônia Legal 

Desde que começaram a noticiar as temperaturas baixas no Sul do país, eu comentei a respeito da chegada do inverno e a possibilidade de nevar com minhas turmas, tanto do Ensino Fundamental quanto do Ensino Médio, principalmente, para aquelas em que os conteúdos trabalhados haviam sido Regiões Brasileiras (características da Paisagem Física) e Climas do Brasil.  

No final de junho, a cidade de Urupema, em Santa Catarina, registrou - por três dias consecutivos - precipitação nival, ou seja, queda de neve. No terceiro dia  (30/06), a temperatura mínima, na referida cidade, foi inferior a -3ºC.

Cidade de Urupema (SC)
Imagem capturada na Internet
Fonte: Cultura/UOL 

Mais recentemente, no dia 20/07, o respectivo município registrou a menor temperatura do ano, até então, em todo território estadual, -8,1°C.  

Na verdade, neste dia, em todo estado catarinense, foram mais de 25 cidades que registraram, ao amanhecer, por volta de 7:00 da manhã, temperaturas negativas 

De acordo com a reportagem no G1, entre estas (tirando Urupema), as 10 cidades que registraram as temperaturas mais baixas foram: Bom Jardim da Serra (-7,36ºC); Urubici (-7°C); Curitibanos (-5, 72ºC); Caçador (-4,92ºC); Fraiburgo (-4,5ºC); São Joaquim (-4,45ºC); Major Vieira (-3,6ºC); Itaiópolis (-3,54ºC); Brunópolis (-3,46ºC) e Rio das Antas (-3,44ºC).

E o frio não vai dar trégua, segundo as previsões!  

Neve em São Joaquim
Imagem capturada na Internet
Fonte: CNN Brasil
Foto: Mycchel Legnaghi/São Joaquim Online 


Fontes:

. BORGES, Caroline. Com -8,1°C, Urupema tem a menor temperatura do ano em SC, diz Epagri/Ciram – G1/SC  

. Material didático particular  

. Onda de frio faz Santa Catarina registrar neve pela terceira madrugada consecutiva – Cultura/UOL 

domingo, 8 de janeiro de 2017

Neve no Deserto do Saara

Neve no deserto do Saara (região de Aïn Sefra, Argélia)
Imagem capturada na Internet
Fonte: Revista Veja - Foto: Karin Bouchetata

Um fato interessante, ocorrido no final do ano passado, e que levou muitas pessoas a questionarem se é possível de acontecer foi a precipitação de neve no deserto do Saara, na região de Aïn Sefra, localizada na província de Naâma, na Argélia. Isso mesmo!

A precipitação nival ocorreu no dia 19 de dezembro de 2016, cobrindo montanhas e as areias do deserto do Saara. Não foi a primeira vez que isso aconteceu na região. Segundo as notícias vinculadas ao fato, esta foi a segunda vez que caiu neve na proximidade de Aïn Sefra (a primeira foi em 1979).

Apesar disso, muitas pessoas ficaram surpresas, inclusive, o próprio argelino Karim Bouchetata, fotógrafo amador que registrou e divulgou as imagens.

Como muitos sabem uma das características principais das regiões desérticas de clima árido são os baixos índices pluviométricos (de chuvas), mas chove, pouco, mas chove. Além disso, a amplitude térmica (diferença entre a temperatura máxima e mínima durante o dia) é muito acentuada na estação do verão, ou seja, no período diurno, as temperaturas são altíssimas (chegando a atingir 50°C), enquanto que no período noturno, elas despencam, podendo atingir 10°C a 0°C. Mas, isso no verão.  

Para haver precipitação nival (queda de neve) é necessário a combinação de alguns elementos atmosféricos, melhor dizendo, é preciso que a temperatura esteja baixa e haja umidade no ar.

Além disso, outros fatores climáticos influenciaram, como a altitude e a massa de ar proveniente do Mar Mediterrâneo. A região de Aïn Sefra se localiza a 1.073 metros de altitude e, segundo dados meteorológicos divulgados nas mídias, os ventos oriundos do Mar Mediterrâneo, carregados de umidade, contribuíram para a precipitação de neve. A temperatura chegou a 0°C.

Não podemos esquecer que a Argélia e demais países da parte setentrional da África se encontra localizada no hemisfério Norte, estando – portanto, naquele dia - prestes a entrar na estação do inverno (período de 21 de dezembro a 22 de março no referido hemisfério).

Localização da Argélia no continente africano
Imagem capturada na Internet



Distrito de Aïn Sefra
Imagem capturada na Internet
Fonte: Wikipedia


Mas, não resta dúvida que a paisagem vista pelo referido fotógrafo argelino e por outras pessoas deve ter sido surpreendente, ainda mais sendo no deserto. Basta olharmos os registros fotográficos publicados na Internet.




 Imagens capturadas da Revista Veja



Imagens capturadas do Portal De Olho no Tempo 

Fontes de Consulta