domingo, 14 de junho de 2020

Mudanças no Calendário Oficial em tempo de Pandemia do Novo Coronavírus

Imagem capturada na Internet
Fonte: Pixabay


Em face à pandemia do Novo Coronavírus, mudanças estão acontecendo no mundo inteiro, alterando toda possível “normalidade” de cada país.

A pandemia do Novo Coronavírus (SARS-CoV-2) trouxe, para o mundo todo, não só a temeridade mediante a um vírus totalmente desconhecido, altamente contagioso, cujos sintomas mais graves da doença (Covid-19) pode levar à morte, bem como vários impactos sociais, culturais, econômicos e políticos.

Alguns intensificados mediante a vulnerabilidade já pré-existente, sob a qual ficaram mais expostos, como a questão da desigualdade social e a precariedade de serviços básicos para as comunidades.

Além disso, ela impôs mudanças drásticas, alterando todo o ritmo do “conviver normal” de cada país. Exigindo, cada vez mais, como medida preventiva, o isolamento e o distanciamento social, a suspensão das aulas presenciais (rede pública e privada de ensino em todos os níveis de escolaridade), paralisação de uma série de atividades econômicas e de prestação de serviços e, consequentemente, aumentando o desemprego, a falência, sobretudo, de pequenas e médias empresas, elevando a linha de pobreza no país, entre outros impactos negativos.

Muitos projetos em curso ou em vias de desenvolvimento, para este ano, foram suspensos temporiamente ou cancelados.

E, por mais que tenhamos pensamentos positivos e boas perspectivas futuras no desenvolvimento e aplicação de uma vacina eficaz e segura no combate a Covid-19, os diversos efeitos da atual pandemia global sobre a sociedade, ao sistema-médico hospitalar, à economia e à política dificilmente serão superados completamente ao ponto de trazer um padrão de “normalidade” ao nosso dia-a-dia, a nossa realidade.

No âmbito dessas medidas de alterações, suspensões e cancelamentos propostas pelo Governo Federal, por conta do avanço do Novo Coronavírus, tivemos:

. IMPOSTO DE RENDA: Por conta da pandemia do Novo Coronavírus e as possíveis dificuldades em reunir os documentos e notas imprescindíveis para o seu preenchimento, a declaração do Imposto de Renda (IR), deste ano, que era para ter sido entregue no dia 30 de abril, foi adiada pelo Ministério da Economia, no dia 1° de abril, por mais 60 dias.

Sendo assim, o novo prazo de entrega da declaração do IR está bem próximo, neste mês, ou seja, até o dia 30 de junho.  

. ENEM 2020: o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), deste ano, pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) e Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) também foi decidido por causa da pandemia do Novo Coronavírus.

O INEP, além de ser responsável pela organização do ENEM é, também, o organizador do SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica).

As novas datas ainda serão confirmadas, após a realização de uma Enquete com três opções de períodos para a realização do ENEM. Os próprios estudantes, participantes do referido Exame, contribuirão - voluntariamente - para a escolha das novas datas da aplicação das provas.

A Enquete estará disponível na Página do Participante (enem.inep.gov.br), no período de 20 a 30 de junho. O estudante deverá entrar com o seu CPF e senha, utilizados no cadastro do portal único do Governo Federal e escolher uma das datas selecionadas para a aplicação das provas, os quais aparecem na tabela abaixo:

Opções da  Enquete
Aplicação
Enem Impresso
Enem Digital
1ª Opção
6 e 13 de dezembro de 2020
10 e 17 de janeiro de 2021
2ª Opção
10 e 17 de janeiro de 2021
24 e 31 de janeiro de 2021
3ª Opção
2 e 9 de maio de 2021
16 e 23 de maio de 2021
 Fonte: Portal INEP

. ELEIÇÕES MUNICIPAIS: Embora, a data da realização das Eleições Municipais (Prefeito e Vereadores) esteja regulamentada, no artigo 29 da Constituição Federal (1988), para o primeiro domingo do mês de outubro, esta data ainda é incerta, justamente, por conta dos riscos à saúde dos eleitores mediante a continuidade da pandemia. Essa possibilidade de adiamento existe e tem o apoio do Congresso.

No entanto, o atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, que tomou posse no final de maio deste ano, discorda em adiar as eleições municipais para 2021 e, com isso, prorrogar os mandatos dos atuais representantes (Prefeito e Vereadores). De acordo com o próprio:

 “As eleições municipais somente devem ser adiadas
se não for possível realizá-las sem risco para a saúde pública.
Em caso de adiamento, ela deverá ser pelo prazo mínimo e inevitável.”
(Veja, 2020)



. CENSO DEMOGRÁFICO 2020: Seguindo as orientações do Ministério da Saúde em face à pandemia no país, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também adiou a realização do Censo Demográfico de 2020 para o próximo ano (2021), suspendendo também a coleta domiciliar presencial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (IPCA, IPCA-15, IPCA-E e INPC) e do Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI).

Sob esse contexto, o processo seletivo voltado para contratação de recenseadores e supervisores foi suspenso e, segundo o próprio Órgão, os candidatos que já haviam feito a inscrição serão reembolsados (valor pago no ato da inscrição).

Levando em consideração a gravidade em face à pandemia e a demanda de recursos humanos necessários para a coleta do Censo, assim como a natureza do seu levantamento, presencial e domiciliar, o seu adiamento foi a decisão mais acertada. Sua primeira etapa estava prevista para o mês de abril, de forma centralizada e, posteriormente, replicada aos polos regionais e locais até o mês de julho do ano em curso.

Segundo o IBGE, para sua realização, mais de 180 mil recenseadores (aprovados por concurso) teriam uma série de treinamentos acerca do trabalho de coleta de dados em cerca de 71 milhões de domicílios em todo o território nacional.

Diante disso e, se tudo correr tal como o esperado, a data de referência para o próximo Censo Demográfico será em 31 de julho de 2021, com a coleta de dados sendo realizadas no período de 1º de agosto a 31 de outubro do mesmo ano.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

ONG Rio pela Paz: Protesto Silencioso, mas de grande impacto Visual e Emocional...


Imagem capturada na Internet
Fonte: G1 

Cem covas rasas foram abertas nas areias da praia de Copacabana e puderam ser vistas na manhã de hoje (11/06), representando o grande número de pessoas mortas por causa da pandemia no Brasil, ou seja, as vítimas pela Covid-19.

A iniciativa foi da Organização Não Governamental (ONG) Rio de Paz. Conhecida por suas formas inusitadas de protestar contra a violência do estado do Rio de Janeiro, esta foi a maneira encontrada pela referida ONG para simbolizar e protestar, respectivamente, o número elevado de mortos no país pela contaminação do Novo Coronavírus (alusão aos cemitérios lotados) e contra a política do Governo Federal ao tratamento à pandemia global no país.

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Fonte: G1 - Foto: Daniel Silveira


Segundo informações publicadas nas mídias, o seu ato de protesto nas areias de Copacabana contou com a participação de cerca de 40 voluntários, que começaram os trabalhos ainda de madrugada, às 4 horas, em frente ao Hotel Copacabana Palace.

E, além da abertura das covas rasas (com sacos plásticos pretos), juntas a estas, cruzes foram fincadas na areia, sendo que em algumas delas foram colocadas bandeiras do Brasil. Foram estendidas também 3 faixas, tendo a principal com a seguinte citação “Brasil, país das covas”.

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Fonte: G1 – Foto: Daniel Silveira


 Em outra faixa há uma mensagem em inglês, “Brazil is going against what the entire world is doing”, a qual afirma, em português, “O Brasil está indo contra o que o mundo inteiro está fazendo”.


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Fonte: G1 – Foto: Daniel Silveira

O Presidente da ONG Rio de Paz, Antonio Carlos Costa, criticou e cobrou mudanças de atitudes do Governo Federal em face à pandemia global, inclusive, com a criação de um Gabinete de Crise com uma linha política comum entre as instâncias governamentais, entre outras cobranças a respeito da situação do país, neste momento tão difícil. E disse:

"O que nós esperamos com a manifestação
é uma mudança dessa situação de crise.
O que mais poderia ajudar agora é conhecer o cronograma,
saber o que vai acontecer daqui a um, dois meses,
para onde o país está indo.
Mas não há metas, não há planejamento.
Não houve um só momento que o presidente da república
tenha expressado compaixão, solidariedade pelos que sofrem"

E, tal como a nossa realidade caótica e divergente, marcada por posições contraditórias até mesmo na esfera do governo, a referida manifestação da ONG Rio de Paz - mesmo silenciosa e pacífica - sofreu ataque de um pequeno grupo de pessoas. Contrários aos propósitos do protesto, este grupo além de hostilizar os organizadores da ONG, com diversas ofensas proferidas contra eles, chegou ao absurdo de um deles invadir o espaço e arrancar algumas cruzes fincadas na areia. Os demais, que permaneceram no calçadão de Copacabana, bateram palmas em apoio à atitude deste indivíduo.

Segundo o que foi divulgado nas mídias, os membros deste grupo eram apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

Na sequência, um senhor recolocou as respectivas cruzes retiradas nos seus devidos lugares e, em defesa do protesto pacífico da ONG, alegou o seguinte, tal como se encontra registrado em um vídeo publicado nas redes sociais da Rio de Paz:

"É uma manifestação pacífica. O mesmo direito que vocês têm de tirar eu também tenho de colocar. Meu filho morreu com 25 anos. Ele era saudável. Vocês têm que respeitar a dor das pessoas".

O pior de tudo é perceber que no âmbito deste clima de divergências (políticas, comportamentais, de atitudes etc.), importância menor se atribui à gravidade da pandemia global. E, como consequência desta discrepância de opiniões e de atos, mais e mais covas rasas deverão ser escavadas nas areias da praia de Copacabana... E, por que não dizer em todas as praias do litoral brasileiro?

Afinal, segundo alguns especialistas na área da Saúde, se nada for feito para mudar a linha pela qual o país está seguindo, o Brasil poderá se tornar o Epicentro da Pandemia, no próximo mês (julho), superando e ocupando o lugar atual dos EUA em número de mortes pela doença Covid-19.

Embora, neste ranking, o Brasil esteja em 3° lugar, com o registro de 40.919 mortes pela Covid-19 (dados de hoje, pela manhã), estando atrás do Reino Unido (41.364 óbitos) e dos EUA (113.803 mortes), segundo estes especialistas, a projeção é que o país pode “quase quadruplicar nos próximos 50 dias”.

Essa projeção tem por base um dos principais modelos matemáticos utilizados pela Casa Branca (EUA), que é a do Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME) da Universidade de Washington.

Mas, tal projeção pode não se concretizar, apontam os mesmos, no caso de haver mudanças no processo (maior adesão ao distanciamento e isolamento social e, consequentemente, no número de casos confirmados).

No entanto, tais estudos servem para as autoridades governamentais reconsiderarem os riscos e as consequências a fim de traçarem novas medidas preventivas.

Assim espero que o Governo repense e mude a sua linha de política divergente... Pois, como os próprios organizadores da ONG Rio pela Paz afirmaram, O Brasil está indo contra o que o mundo inteiro está fazendo”.


Fontes de Consulta

. Brasil pode se tornar líder mundial em mortes de covid-19 em 29/7, diz projeção usada pela Casa Branca – BBCNews

. ONG abre 'covas' na areia da praia de Copacabana em protesto contra ações do governo diante da pandemia – G1

. Rio de Paz faz ato e chama a atenção para mortes por covid-19 – Agência Brasil