Mostrando postagens com marcador Senado. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Senado. Mostrar todas as postagens

domingo, 23 de agosto de 2009

Senado Federal: Arquivamento, Falta de Ética e Moral, Racha e renúncia no PT... O Show deve continuar!

Imagem capturada na Internet


"Se quiser por à prova o caráter de um homem,

dê-lhe poder".

Abraham Lincoln


Há muito tempo estou para escrever acerca do Senado Federal. Mas, eu mesma não pude mais acompanhar todas as plenárias através do Canal Senado (118, na TV fechada), assim como em outras situações de forma integral, pois me encontrava envolvida com os preparativos para o reinício das aulas, com os cuidados com a minha mãe, afazeres domésticos, com médicos (eu e minha mãe), entre outras coisas mais.

Depois de tomar conhecimento que o Presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ) rejeitou e arquivou mais sete ações contra o senador José Sarney e Presidente do Senado (4 representações e 3 denúncias), eu desisti de assistir. Ele já havia arquivado quatro...

Para assistir comédia é preferível selecionar alguns DVDs com atores mais novos, como Adam Sandler, Will Smith, Ben Stiller ...




Infelizmente, a coisa se repete e – como sempre – admitimos que nossa expectativa não era tão grande assim, mediante a previsão antecipada de fracasso, ou melhor, de sabermos que o desgaste do discurso é grande, mas seus efeitos não são sentidos e nem capazes de mudar o cenário vergonhoso que caracteriza o grande circo que é a política no país.

Eu sei que, como cidadã comum e educadora, as minhas palavras não deveriam ser estas. Mas, é justamente como cidadã comum e educadora que não posso fazer do silêncio a minha postura.

Triste é ver, como seriado de TV, as mesmas histórias marcadas por corrupções, nepotismo, atos secretos, prevaricações, entre tantos outros, cujos finais sempre são os mesmos, isto é, arquivamento das denúncias, provas concretas questionadas quanto a sua legitimidade, discursos elaborados para surtir efeito de seriedade, mas ao mesmo tempo, escamoteando, uma segunda intenção, subestimando a capacidade do povo em perceber a manobra sobre a opinião pública...

Enfim, tudo termina em pizza... E por trás dos “bastidores”, rola as mediações e o apoio do governo do PT.

Alguns senadores e a quase totalidade da população brasileira (à exceção da família Sarney e de outras aliadas), esperavam que os três senadores do PT, que integram o Conselho de Ética, Delcídio Amaral (MS), Ideli Salvatti (SC) e João Pedro (AM) votassem a favor da abertura dos processos contra José Sarney. Contudo, sob as orientações do partido, os mesmos votaram pelo arquivamento.

Como a frase já diz: "O que atrapalha o governo não é a incompetência do PT para fazer a coisa certa; é a competência para fazer a coisa errada" (Jésus Rocha, jornalista e humorista mineiro).

Em razão destas “manobras”, novos protagonistas entraram e roubaram à cena desta vez. E isso se deu em razão do racha que se desencadeou no partido entre os petistas a favor do arquivamento e aqueles que mantiveram uma postura coerente com a situação crítica do Senado e que tinham a intenção de levar a adiante as denúncias contra o presidente do Senado.

O Senador Flávio Arns (PT-PR) anunciou a sua intenção em sair do PT. De acordo, com as mídias, ele afirmou que iria procurar a Justiça Eleitoral para pedir “justa causa” para sair do partido e alegou estar se sentindo envergonhado de pertencer à legenda.

O Senador pretende justificar a seu favor, que o partido mudou o seu programa e um dos fatos foi a falta de Ética através do apoio ao José Sarney. Se o seu pedido for aceito, ele poderá trocar de partido sem o risco de perder o mandato.

“Eu me envergonho de estar no PT, com esse direcionamento que o partido está fazendo. Quero dizer isso de maneira muito clara para todos os meus eleitores que as bandeiras que hoje movem o PT são bandeiras eleitorais, bandeiras visando à eleição do ano que vem". (Globo.com).

A mesma atitude tomou a Senadora Marina Silva (PT-AC), que deve se filiar ao Partido Verde (PV) e se candidatar à Presidência da República em 2010.

Sua decisão em deixar o PT foi, inclusive, noticiada nos principais jornais estrangeiros, tendo em vista a sua possível candidatura às eleições presidenciais no ano que vem e dos problemas que, com certeza, dificultarão as intenções do presidente Lula com a candidatura de Dilma Rousseff.

E, neste contexto, como de praxes, tivemos também cenas irreais... o líder do Partido dos Trabalhadores (PT), o Senador Aloízio Mercadante (PT-SP), igualmente, decidiu deixar a liderança.

Este chegou a dizer que sua decisão era irrevogável e até adiou o dia do seu pronunciamento quanto a sua renúncia. Mas, como não duvidar que o circo já estava montado...

Após adiamento de seu discurso, eis que este - por fim – ontem (21/08) tomou o microfone na plenária do Senado Federal para tecer comentários sobre a trajetória do PT, das mudanças que o país passou face o governo do Lula, o apoio e os pedidos recebidos de seus “companheiros“ de partido, incluindo nestes, o do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que além de ter conversado com o mesmo, lhe enviou uma carta pedindo a sua permanência.

Por fim, mesmo tendo admitido que sua saída da liderança do PT fosse uma decisão irrevogável, este recuou, manifestando a sua intenção em permanecer no cargo. O referido Senador chegou a ler a carta do presidente Lula na plenária do Senado.

Dando continuidade ao “show de interpretações”, o senador manteve as suas críticas à decisão do comando do PT de orientar o arquivamento de todas as denúncias contra o senador José Sarney, mas sustentou sua permanência na liderança do PT, como se alguém tivesse acreditado.

E nós, telespectadores do grande circo montado e patrocinado pelo PT, assistimos a tudo, mais uma vez...

Para saber mais, acessem:

. "Não me sinto culpado por nada", diz Sarney a TV

. Decisão de Mercadante não apaga crise no PT, afirma Marina Silva

. Mercadante usa apelo de Lula para recuar na renúncia ao cargo de líder

. Aécio diz que PT se desfigurou e abriu mão da ética para ficar no poder

. Leia íntegra do discurso de Mercadante sobre permanência no cargo






Imagem capturada na Internet

sábado, 8 de agosto de 2009

O Presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque, decidiu e arquivou as acusações contra José Sarney



Imagem capturada da Internet

Foi divulgado no início da noite, a decisão final do presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), acerca das denúncias contra o senador José Sarney. E, como já era de se esperar, este rejeitou mais sete acusações que faltavam serem analisadas, já que na quarta-feira passada, ele havia arquivado 3 denúncias e uma representação do PSOL.

Ao todo foram 11 ações arquivadas, sendo que as sete restantes constituiam quatro representações e três denúncias.

Os despachos foram encaminhados à Secretaria Geral da Mesa Diretora do Senado em envelope lacrado, na tarde de hoje. A decisão do referido presidente do Conselho de Ética será publicado no Diário Oficial do Senado, que circulará amanhã (08/08).

De acordo com o quê foi divulgado nas mídias, a decisão de Paulo Duque se baseou no fato que "não foi anexado nenhum documento de qualquer espécie e todas as informações contidas na representação são notícias de jornal".

Ainda resta uma esperança... longe, bastante longe de ser alcançada, visto à prática tradicional... Mas, ainda, cabe recurso para todas estas decisões e os senadores da oposição já anunciaram que não ficarão parados.

Como sempre, a impunidade prevalece!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Dica: Uma História de Rabos Presos (Ruth Rocha)



Imagem capturada na Internet


A crise por qual perpassa o Senado Federal em razão das denúncias contra o atual presidente da Casa, o senador José Sarney, representa uma pequena faceta de um universo bem maior.

O argumento utilizado pelo José Sarney, no qual afirmou - em outras palavras - que não havia razão para renúncia da presidência do Senado, visto que todos os senadores são iguais, aspecto confirmado durante as discussões entre os seus membros face às denúncias de irregularidades praticadas por estes mesmos, me fez lembrar de uma situação de estarmos de "rabo preso".

Tal situação aparece bem ilustrada no livro infanto-juvenil "Uma História de Rabos Presos", de autoria da escritora Ruth Rocha.

Quando eu pensei em elaborar um projeto sobre a política brasileira, a professora Eliane Castro, da E.M. Dilermando Cruz, sugeriu dois livros da mesma autora. Um deles foi "O que os olhos não vêem" e o outro é o acima citado, cujo conteúdo é bastante crítico e análogo ao que perpassa, em nosso país, nas funções e nas relações interpessoais estabelecidas no âmbito dos três Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário).

Qualquer semelhança não é mera coincidência. O livro foi lançado em 1989 e continua atualizado, tal como nos remete a história política do país. Infelizmente!


Sua história passa na cidade fictícia de Egolandia, cujo prefeito Egomeu precisou de muito dinheiro para se eleger. Em sua campanha eleitoral, este distribuiu umas duas mil camisetas, graças ao coronel Eurico, que pagou por estas.

Em troca do favor concedido, o prefeito atendeu um pedido antigo do coronel e mandou abrir uma estrada no sul da cidade, onde este possui terras. Apesar da estrada ligar "nada com coisa nenhuma", a estrada acabou valorizando as terras do coronel Eurico, tal como era o seu intento.

Assim como o prefeito e os vereadores, outros também mantêm uma relação de favores "obrigatórios" mediados por irregularidades e falcatruas ocultas, que acabam sendo descobertos e mostrando que todos têm o rabo preso.

Assim, que estes são descobertos, surgem enormes rabos nas pessoas e, aos poucos, estes se enroscam uns nos outros.

É tão nítido a relação análoga ao que estamos presenciando no Senado e em todas as instâncias da política brasileira.

Infelizmente, todos apresentam "rabos presos" e, quando um não tem, a pressão é muito grande e o próprio sistema cria situação para que este adquira e passe a integrar o grupo dos corruptos, dos desleais, entre outras denominações correlacionáveis.

Vale a pena ler o livro. Eu indico!

Crise no Senado: uma pequena faceta da conjuntura política do Brasil


Imagem capturada da Internet


Estive ausente temporariamente, embora tenha respondido os comentários de duas alunas (Jheniffer e Tamiris) acerca do adiamento do reinício das aulas nas redes de ensino público no Rio de Janeiro.


Estive ocupada com o planejamento da escola, com os cuidados da minha mãe, inclusive, a levei a duas consultas médicas e dormi em sua casa.

Não pude acompanhar todas as sessões da plenária do Senado dos dia 05 e 06, mas o pouco que consegui assistir posso afirmar que, infelizmente, me causou ojeriza.

O pior de tudo é observar as manobras que estão sendo realizadas de forma explícita e/ou implícita, as quais indubitavelmente levarão a um resultado já bastante conhecido pela sociedade brasileira.

O Presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), alegando falta de provas, arquivou três denúncias e uma representação contra José Sarney, assim como uma representação contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

As três denúncias arquivadas dizem respeito ao crédito consignado (onde há participação direta do neto de Sarney, José Adriano Cordeiro Sarney) e as outras duas ligadas à Fundação José Sarney (uma delas referente à mentira dita pelo presidente do Senado quanto a sua responsabilidade na gestão da Fundação).

A quarta ação arquivada foi uma representação do PSOL contra o presidente do Senado em razão da edição e publicação de atos secretos.

Outro fato que foi noticiado na mídia, foi o encontro - sem divulgação na agenda oficial - do senador Fernando Collor (PTB-AL) com o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, um dia depois da discussão entre o Collor e o senador Pedro Simon (PMDB-RS) na sessão da plenária do dia. Especulações quanto à influência e participação do nosso presidente no grupo dos aliados de José Sarney.

Estas e tantas outras atitudes e parcerias nos leva a acreditar, mais uma vez, que as acusações que incidem sobre o presidente do Senado José Sarney resultarão em N A D A, bem aos moldes das tradicionais "pizzas" que tanto marcaram e marcam os processos de denúncias contra os nossos políticos, membros ativos e representantes, eleitos, pela sociedade brasileira.

A fala do presidente do Senado, José Sarney, mostrou bem claro a situação do chamado "rabo preso" dos políticos ao afirmar que todos, ali presentes (os senadores) eram iguais. Nenhum era maior do que o outro e, por isso, não podiam exigir a sua renúncia da presidência do Senado.

Este rebateu a quase totalidade das acusações feitas contra ele, inclusive, fazendo uso de tecnologia moderna, com apresentações em Power Point, mas ficou claro que todos os seus argumentos não eram condizentes com a realidade.

Ele negou ter praticado nepotismo, mas admitiu que teve influência na contratação da sobrinha Vera Portela Macieira Borges, funcionária do Ministério da Agricultura, que foi requisitada pela Presidência do Senado e cedida ao gabinete do senador Delcídio Amaral (PT-MS), em Campo Grande (Mato Grosso do Sul).

As demais nomeações, Sarney alegou que estas foram contratações para gabinetes e, por isso, a responsabilidade não cabia a ele e, sim, aos respectivos senadores.

Outras denúncias desmentidas por Sarney foram comprovaram na hora por alguns senadores, como por exemplo, o caso de Rodrigo Cruz, que foi funcionário da Diretoria Geral da Casa. Sarney alegou que não o conhecia e foi mostrado e passado de mão em mão, um notebook com a imagem de José Sarney - como padrinho - na cerimônia de casamento deste com uma filha do ex-senador Agaciel Maia.

Em seu pronunciamento e de outros senadores, tanto do grupo de oposição quanto dos aliados, ficou envidenciado que as práticas destes não são tão transparentes assim.

As sessões estão sendo marcadas por acusações e rebates, simultâneos, baseados por atos secretos ou não cometidos por muitos deles, extrapolando o ponto central da plenária.

Eu mesma estava super interessada no pronunciamento do senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), que se mostrou moderado em suas palavras, tal como deveria ser o clima dos discursos na plenária.

Apelou que a compreensão prevalecesse e que ele mesmo tinha dificuldades para punir qualquer colega no plenário. Por sua vez, este se mostrou a favor da renúncia de Sarney, visto que deixou claro que prevalecesse os fatos contra este.

Só que para minha surpresa, ao final de seu pronunciamento, este tomou a posição dianteira e afirmou que sabia que tinha problemas no Imposto de Renda.

Mais uma vez, na plenária do Senado, prevaleceu o clima de "lavação de roupa suja". Desta vez foi entre os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Tasso Jereissati (PSDB-CE). Este último defendia o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) quanto à acusação que este manteve um servidor "fantasma" lotado em seu gabinete, enquanto este (Carlos Alberto Nina Neto, filho do amigo e seu subchefe de gabinete, Carlos Homero Nina) fazia Mestrado em Barcelona.

A discussão entre Renan Calheiros e Tasso Jereissati foi de baixo nível. Foram ofensas pessoais, acusações quanto a supostas irregularidades, uso de dinheiro público e a influência de terceiros.

O senador Tasso Jereissati solicitou ao o Presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), uma representação contra Renan Calheiros por quebra de decoro parlamentar, pois este lhe chamou - aos gritos e fora de alcance do microfone - de "Seu coronel de merda!".

Diante do clima insustentável, o Presidente do Conselho de Ética concedeu uma pausa de dois minutos na plenária.

É triste assistir e ver como são conduzidas as discussões no Senado. Como eles perdem tempo, esquecendo das prioridades a serem debatidas e decidas no plenário. Quantos privilégios, estes detêm e usam em proveitos próprios e individualistas. O quanto de dinheiro rola por detrás das cortinas da política, sustentadas por irregularidades, falcatruas e desvios de dinheiro público.

Muitos argumentos são utilizados baseados nos programas que deram certos, como se estes foram realizados sob a forma de favor ao povo. Nada mais do que obrigação!

Realmente, concordo com o presidente do Senado - José Sarney - todos são iguais, mas discordo que em razão desta dura e triste realidade (criada por culpa do povo, vamos assim admitir) deve ser mantida.

Cada qual, na sua hora. Agora é a vez de José Sarney. A ele cabem todas as acusações, não há como negar ou minimizar os seus atos baseando-se em seus programas ou medidas tomadas por ocasião da presidência do Brasil, bem como nas práticas irregulares de outros parlamentares desonestos.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Bate-Boca na Primeira Sessão Plenária do Senado Federal


Senado Federal - Imagem capturada da Internet


Hoje foi transmitida pela TV por assinatura, através do Canal 118 (TV Senado) a primeira sessão plenária do Senado Federal, após o término do recesso legislativo.

No plenário, os principais pronunciamentos giraram em torno da crise vigente na "Casa" em razão das denúncias que pairam sobre o presidente do Senado, José Sarney. Na verdade, as discussões só iniciaram após o mesmo ter presidido a sessão e ter saído do recinto.

Como era de se esperar o embate e as opiniões divergentes ecoaram um clima de discórdia: tinham aqueles que pregavam - ora de forma enfática ora de forma sutil, a renúncia do senador José Sarney, enquanto um outro grupo defendia a permanência deste, ressaltando agressivamente os seus argumentos em oposição ao primeiro grupo, contrário a sua conservação na presidência da Casa.

Eu não pude acompanhar todos os pronunciamentos, mas assisti o do senador Pedro Simon (PMDB-RS) e o do senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Ambos defenderam a renúncia de José Sarney, sob diferente forma de entonação quanto a posição de cada um diante da situação vigente.

O primeiro sofreu muitas retaliações por parte dos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor (PTB-AL), os quais veemente defenderam a permanência do presidente do Senado. Pode-se dizer que houve um verdadeiro e intenso bate-boca no plenário.

Ouvindo o senador Fernando Collor falar de forma agressiva, inclusive, "ameaçando" Pedro Simon, caso ele mencionasse novamente o seu nome (mandou que Pedro Simon engolisse suas palavras, entre outras ofensas), lembrei-me do tempo de sua gestão como presidente do Brasil (1990-1992), dos escândalos de corrupção que marcaram o seu governo e do processo de impeachment, que o afastou da presidência e da política por oito anos.

Como eu mesma já mencionei em outra postagem... a nossa memória é curta. Esquecemos de rever o histórico de vida e de gestão política dos candidatos durante o processo eleitoral e, de forma contínua, os erros se repetem e são revigorados através de novos processos de nepotismo, de corrupções, de falcatruas, CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) terminando em pizza etc. como um círculo vicioso.

Diferentemente na forma de conduzir o seu discurso, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) mesmo pronunciando em favor do afastamento de José Sarney, lembrou de alguns atos na vigência do governo presidencial deste. Alguém (não sei dizer quem foi) lhe chamou a atenção quanto à criação do SUS (Sistema Único de Saúde), que foi sob o seu governo (José Sarney).

Infelizmente, não pude continuar a assistir ós pronunciamentos dos demais, pois tive que sair. Mas, cheguei a assistir um pouco o discurso da senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) e o final da plenária, quando o 3° Secretário do Senado Federal, o senador Mão Santa (PMDB-PI) deu por encerrada a Sessão, que teve início às 14h e terminou às 19h59min.

Tomei conhecimento, depois, que alguns senadores (além de Eduardo Suplicy) fizeram questão de lembrar, em seus pronunciamentos na plenária, das grandes realizações de José Sarney enquanto presidente do país (1985-1990).

Ora, como qualquer cidadã comum, eu não acho isso nada demais, afinal este deveria ser o seu verdadeiro papel e função, como governante, não? Ou estes foram realizados sob a forma de favor?

Eu acho uma graça isso... É como se tivessemos a obrigação de perdoar todos os erros dos políticos, uma vez que algo foi feito pelo povo. Essa é obrigação deles, mas como já estamos acostumados com os belos discursos e poucas realizações, o quê é feito tem que ser enaltecido anos após anos...

No quê tudo isso vai resultar, a gente não sabe ao certo, mas podemos até arriscar em um palpite e apostar, face às experiências passadas, similares, nas diferentes instâncias dos três Poderes.

Mas, seria bom que os condutores tomassem outro caminho. Caminho este, iluminado por uma questão de dignidade, de ética, de moralidade na política brasileira e no exercício de seus membros ativos em suas respectivas funções públicas. O povo brasileiro merece ver isso acontecer.