quinta-feira, 1 de setembro de 2016

A Redenção da Mídia Estrangeira a outros Sabores Brasileiros



Dando continuidade à postagem anterior, acerca dos biscoitos de polvilho Globo, outros artigos de jornais estadunidenses fizeram questão de enaltecer determinados produtos alimentícios brasileiros para remediar a polêmica criada com a matéria publicada no New York Times e assinada pelo repórter David Segal, que criticou duramente o sabor, a qualidade dos referidos biscoitos e até a própria culinária carioca.

O foco desta vez, de forma positiva, foi para o nosso famoso “pão de queijo” e para o “brigadeiro”, ambos brasileiríssimos.

A origem do pão de queijo é incerta, mas sabe-se que ele é de Minas Gerais. Especula-se que sua origem remonta à época da escravidão, Século XVIII, nas fazendas mineiras, quando eram servidos durante o café. Naquela época, a farinha de preparo dos pães não era de boa qualidade, a qual fora substituída - pelas cozinheiras escravas - por polvilho.

Pão de Queijo
Imagem capturada na Internet

Assados no fogão a lenha, o pão de queijo era preparado com polvilho e outros ingredientes, inclusive, o queijo, todos produzidos nas próprias fazendas.

De sabor agradável, a receita se espalhou por todo o território brasileiro, tornando-se efetivamente popular na década de 50 (século XX) e, ultrapassando as fronteiras do nosso país, sendo exportada para vários países, tais como: Portugal, EUA, Itália e Japão.

O brigadeiro, também genuinamente brasileiro, é um doce típico de festas infantis, sendo – hoje – vendido em vários estabelecimentos comerciais (confeitaria, padaria, delicatessen etc.).  

Docinho de Brigadeiro
Imagem capturada na Internet
Fonte: Wikipedia

Sua origem e, em especial, o seu nome se fundem sob um contexto político e de tietagem do eleitorado feminino a um determinado candidato às eleições presidenciais de 1945.

Em 1945, a disputa acirrada para Presidência da República, no processo sucessório do então presidente Getúlio Vargas, era entre o Marechal Eurico Gaspar Dutra (Partido Social Democrata - PSD) e o Brigadeiro Eduardo Gomes (União Democrática Nacional – UDN).

Marechal Eurico Gaspar Dutra
Imagem capturada na Internet

O primeiro tinha a seu favor o apoio do Presidente Getúlio Vargas e, com isso, a apreciação popular também. Já o Brigadeiro da Aeronáutica tinha a seu favor, sobretudo, o eleitorado feminino que o admirava pelos seus “atributos físicos”, pois ele era um militar do tipo galã (alto e bonito).

 Brigadeiro Eduardo Gomes
Imagem capturada na Internet
Fonte: Operacional

Eduardo Gomes tinha formação em aviação militar, com grande notoriedade, além de ter forte senso de justiça social e, posteriormente, se lançar na política. Foi ministro da Aeronáutica em dois períodos. E é o patrono da Força Aérea Brasileira (FAB).

A origem do doce de brigadeiro remonta à época de sua primeira campanha eleitoral à Presidência da República, em 1945. Solteiro, bonito, charmoso, alto e do tipo atlético, Eduardo Gomes – desde novo – era muito cortejado pelas garotas. No entanto, ele nunca se casou.

Na época, o seu partido político, recém-fundado, União Democrática Nacional (UDN) não dispunha de recursos suficientes para bancar a sua Campanha Eleitoral à Presidência da República. Sendo assim e, a fim de arrecadar fundos para a mesma, um grupo de eleitoras criou um doce feito com a mistura de chocolate em pó e leite condensado, o qual era vendido durante os comícios. O doce inventado por elas recebeu o nome de “Brigadeiro”. O doce fez maior sucesso e, ao mesmo tempo, se popularizou, mas não o suficiente para o eleger Presidente do Brasil.

Com forte apoio de Getúlio Vargas e da popularidade deste, o candidato Eurico Gaspar Dutra venceu a eleição, assumindo a Presidência em 1946.

Nascido em Petrópolis (RJ), em 20 de setembro de 1896, Eduardo Gomes faleceu em 13 de junho de 1981, aos 84 anos.

Brigadeiro Eduardo Gomes
Imagem capturada na Internet
Fonte: Operacional


Fontes de Consulta






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