Dando continuidade à postagem anterior,
acerca dos biscoitos de polvilho Globo, outros artigos de jornais
estadunidenses fizeram questão de enaltecer determinados produtos alimentícios
brasileiros para remediar a polêmica criada com a matéria publicada no New York
Times e assinada pelo repórter David Segal, que criticou duramente o sabor, a
qualidade dos referidos biscoitos e até a própria culinária carioca.
O foco desta vez, de forma
positiva, foi para o nosso famoso “pão de queijo” e para o “brigadeiro”, ambos brasileiríssimos.
A origem do pão de queijo é incerta,
mas sabe-se que ele é de Minas Gerais. Especula-se que sua origem remonta
à época da escravidão, Século XVIII, nas fazendas mineiras, quando
eram servidos durante o café. Naquela época, a farinha de preparo dos pães não
era de boa qualidade, a qual fora substituída - pelas cozinheiras escravas - por
polvilho.
Pão de Queijo
Imagem capturada na Internet
Fonte: Pilão Mineiro
Assados no fogão a lenha, o pão
de queijo era preparado com polvilho e outros ingredientes, inclusive, o
queijo, todos produzidos nas próprias fazendas.
De sabor agradável, a receita se espalhou
por todo o território brasileiro, tornando-se efetivamente popular na década de
50 (século XX) e, ultrapassando as fronteiras do nosso país, sendo exportada
para vários países, tais como: Portugal, EUA, Itália e Japão.
O brigadeiro, também genuinamente
brasileiro, é um doce típico de festas infantis, sendo – hoje – vendido em vários
estabelecimentos comerciais (confeitaria, padaria, delicatessen etc.).
Docinho de Brigadeiro
Imagem capturada na Internet
Fonte: Wikipedia
Sua origem e, em especial, o seu
nome se fundem sob um contexto político e de tietagem do eleitorado feminino a
um determinado candidato às eleições presidenciais de 1945.
Em 1945, a disputa acirrada para Presidência
da República, no processo sucessório do então presidente Getúlio Vargas, era
entre o Marechal Eurico Gaspar Dutra (Partido Social Democrata - PSD) e o Brigadeiro
Eduardo Gomes (União Democrática Nacional – UDN).
Marechal Eurico Gaspar Dutra
Imagem capturada na Internet
Fonte: Opinião & Notícias
O primeiro tinha a seu favor o
apoio do Presidente Getúlio Vargas e, com isso, a apreciação popular também. Já
o Brigadeiro da Aeronáutica tinha a seu favor, sobretudo, o eleitorado feminino
que o admirava pelos seus “atributos físicos”, pois ele era um militar do tipo
galã (alto e bonito).
Brigadeiro Eduardo Gomes
Imagem capturada na Internet
Fonte: Operacional
Eduardo Gomes tinha formação em
aviação militar, com grande notoriedade, além de ter forte senso de justiça
social e, posteriormente, se lançar na política. Foi ministro da Aeronáutica em
dois períodos. E é o patrono da Força Aérea Brasileira (FAB).
A origem do doce de brigadeiro
remonta à época de sua primeira campanha eleitoral à Presidência da República,
em 1945. Solteiro, bonito, charmoso, alto e do tipo atlético, Eduardo Gomes – desde
novo – era muito cortejado pelas garotas. No entanto, ele nunca se casou.
Na época, o seu partido político,
recém-fundado, União Democrática Nacional (UDN) não dispunha de recursos suficientes
para bancar a sua Campanha Eleitoral à Presidência da República. Sendo assim e,
a fim de arrecadar fundos para a mesma, um grupo de eleitoras criou um doce
feito com a mistura de chocolate em pó e leite condensado, o qual era vendido
durante os comícios. O doce inventado por elas recebeu o nome de “Brigadeiro”. O
doce fez maior sucesso e, ao mesmo tempo, se popularizou, mas não o suficiente para
o eleger Presidente do Brasil.
Com forte apoio de Getúlio Vargas
e da popularidade deste, o candidato Eurico Gaspar Dutra venceu a eleição,
assumindo a Presidência em 1946.
Nascido em Petrópolis (RJ), em 20
de setembro de 1896, Eduardo Gomes faleceu em 13 de junho de 1981, aos 84 anos.
Brigadeiro Eduardo Gomes
Imagem capturada na Internet
Fonte: Operacional
Fontes de Consulta
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