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Biscoitos de Polvilho Globo
Imagem capturada na Internet - Fonte: Exame
Durante a XXXI Olimpíada do Rio
de Janeiro, alguns fatos que circularam nas mídias – fora do contexto esportivo
– causaram polêmica à opinião pública, sobretudo, a carioca que foi diretamente
afetada, bem como tentativas de converter a situação de configurada com elogios
a outros produtos do mesmo gênero. Como se isso fosse apagar a primeira
impressão...
Quem teve ou tem o hábito de
frequentar as praias cariocas, ficar parado no meio de um engarrafamento nas
principais vias expressas da cidade ou participar de algum evento cultural já
deve ter experimentado o biscoito de polvilho Globo, vendido por muitos ambulantes.
Pois bem, o biscoito Globo - considerado um dos ícones das
praias cariocas – foi citado e criticado em uma reportagem no jornal New York
Times (EUA), sob a autoria do repórter americano David Segal, que o classificou
como alimento "sem gosto e sem
graça, assim como a culinária carioca".
Na respectiva reportagem, ele
ainda descreve o biscoito de polvilho como "ar transformado em bolacha, em forma de anel" e, continua a
sua crítica, expondo "coloque um na
sua boca e será como se seus dentes estivessem em uma festa para a qual sua
língua não foi convidada".
Se por um lado, o repórter criticou
o biscoito por não corresponder ao seu paladar, por outro lado, este recebeu
muitas críticas dos brasileiros que se sentiram ofendidos
pela exposição da opinião pessoal do mesmo acerca do referido produto, o qual
contradiz – histórico e até culturalmente – a apreciação do povo,
sobretudo, carioca. Tendo em vista que, os biscoitos Globo juntamente com o mate,
são considerados ícones das praias do Rio de Janeiro, que garantem o elevado
consumo e comercialização dos mesmos.
As críticas ao repórter vieram de
todas as partes, principalmente, pelos internautas brasileiros nas redes
sociais.
Os biscoitos Globo – ao contrário
do que se pensa - não são genuinamente cariocas, uma vez que sua origem se
encontra ligada à capital paulista, no ano de 1953, com os irmãos Milton, Jaime
e João Fernandes Ponce.
De acordo com o levantamento
histórico do mesmo, em virtude da separação dos pais, os três irmãos foram
morar com um tio que era dono de uma padaria no bairro do Ipiranga, em São
Paulo. Trabalhando com o tio, eles aprenderam a fazer biscoitos
de polvilho.
Em 1955, por ocasião do 36º
Congresso Eucarístico Internacional na cidade do Rio de Janeiro, os irmãos decidiram
viajar para a capital carioca, na intenção de aproveitar o grande contingente de
católicos na cidade para vender seus biscoitos.
Na época, a cidade do Rio se transformou na capital
mundial do catolicismo, tamanha a importância do evento religioso e a
quantidade de pessoas participantes. E, durante o Congresso Eucarístico, os biscoitos de polvilho não só agradaram como foram um sucesso de
venda, indicando que o Rio de Janeiro seria o mercado ideal para a sua
comercialização. Com base nisso, os irmãos Ponce decidiram ficar de vez na
cidade do Rio.
E foi, justamente, no Rio que o
biscoito recebeu o nome “Globo”, homônimo à padaria - localizada no bairro de
Botafogo - para a qual os irmãos Ponces foram contratados para trabalhar. Os
proprietários da padaria Globo tinham mais sete panificadoras e, em todas elas,
os biscoitos eram vendidos. E o sucesso e a expansão dos negócios prosseguiram,
fazendo com a produção dos biscoitos Globo não pare.
Hoje, o único ponto de
distribuição é a fábrica, que funciona de domingo a domingo, das 6h às 20 horas,
com uma produção diária de 150 mil pacotes. No verão, a produção aumenta devido
a sua comercialização intensa por ambulantes nas praias.
Tradicionalmente, a embalagem é a
mesma e suas cores distintas servem para diferenciar os sabores e, também,
serviam para orientar os ambulantes analfabetos: rótulos em cor vermelha para
os biscoitos doces e rótulos em verde para os salgados.
Foi Milton Ponce, hoje com 80
anos, que recebeu o repórter americano do New York Times na fábrica do biscoito
Globo e, segundo o filho do empresário, Marcelo Ponce, o seu pai
ficou muito chateado com os comentários e críticas do repórter David Segal ao
sabor do seu produto.
O que se pode dizer quanto a isso
é que, não vai ser uma opinião pessoal, única de um estrangeiro, que vai
alterar a história, o gosto e o consumo de um biscoito que representa mais que
um produto do gênero alimentício... Representa um grande símbolo carioca.
Fontes de Pesquisa:
ALVARENGA, Darlan. Ícone do Rio, biscoito Globo começa a servendido em mercados de SP.
BELLONI, Luiza. Dono do biscoito Globo está"chateado" com crítica de jornal.
SOUZA, Elisa de. Cariocas reagem à crítica do 'New YorkTimes' sobre biscoito Globo.
Só porque ele não gostou, não quer dizer que é ruim de fato,ha pessoas que gostam. Eu acho o biscoito Globo muito bom, cada um tem seu gosto, é só uma coisa diferente que ele não soube lidar. E por isso falo que era ruim!!
ResponderExcluirMaria Eduarda Gomes***
ExcluirRealmente, Maria Eduarda! É uma questão de gosto! Eu mesma não aprecio o café preto dos EUA e muitas comidas, mas é uma questão pessoal. Se não houvessem pessoas que gostassem não haveria razão de continuar fazendo (o café, por exemplo) ou produzindo.
ResponderExcluirSe o mate e o biscoito Globo são considerados ícones das praias cariocas implica dizer que há comércio, consumo e apreciação popular dos mesmos. Com certeza, ele foi infeliz em expressara a sua opinião que, graças a Deus, não é coincidente com a minha, com a sua e me milhares brasileiros. Beijos