sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

O Ano de 2020 acabou e, agora, como ficamos?

Imagem capturada na Internet

O ano de 2020 acabou... Em outras épocas, estaríamos eufóricos com a chegada do novo ano, pois venhamos e convenhamos, esse período é regido por uma certa magia, capaz de transformar os nossos pensamentos, alimentando-os com esperanças, alegrias e otimismo em tempos melhores. Por mais que o ano em vigência tivesse sido difícil, as nossas esperanças eram renovadas e nos conduziam a um estado de espírito otimista.   

Ontem, excepcionalmente, em muitos países, assim como no Brasil, não houve perspectiva de ocorrer essa prévia magia. Na verdade, teremos que rezar muito para que 2021 se converta na própria magia, no sentido de transmutar a nossa realidade pandêmica para uma vivência geral sem riscos eminentes de contágios, de doença e de mortes por causa desta ou por complicações em razão de doenças pré-existentes. Seria o chamado “novo normal” mais tranquilo...  

Só que as coisas não caminham nesta direção, pelo menos, no momento...  

A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) fez, recentemente, um alerta preocupante sobre a dinâmica da pandemia da Covid-19 e das fortes possibilidades de vir “algo” pior (ainda desconhecido), no futuro, capaz de rebaixar o nível da atual pandemia como a mais grave do Século.   

No entanto, com todo esse cenário sombrio, certa “magia” já tomou sentido em 47 países no mundo, uma vez que estes já iniciaram a vacinação contra a Covid-19. 

Imagem capturada na Internet
e manipulada no Adobe Photoshop
Fonte: Poder 360

Alguns começaram a Campanha de vacinação meses atrás, mas a maioria em dezembro (veja a imagem abaixo). 

Imagem capturada na Internet
Fonte: Poder 360

Enquanto isso, o nosso país continua a “pecar” por manter sua posição negacionista tanto em relação à gravidade da Pandemia do Novo Coronavírus quanto aos estudos e às orientações da Comunidade Científica, inclusive e também, sobre a eficácia das vacinas. O presidente Jair Bolsonaro mesmo declarou que não se vacinará.  

Suas declarações e posturas negativistas, frente à Pandemia, só vêm a provocar mais dúvidas e incertezas em parte da população. Suas atitudes chegam a ser surreais a um Chefe de Estado e de Governo. 

De acordo com a epidemiologista Carla Domingues, em reportagem no Diário de Cuiabá,

Esse tipo de atitude semeia dúvidas desnecessárias e abala a confiança da população. O brasileiro historicamente aderia à vacinação. A urgência e a necessidade de imunizantes são consenso entre cientistas. Também há uma clara mensagem de negação da ciência. Isso é tudo o que não precisamos, num momento em que os casos e mortes só aumentam. Do presidente aos prefeitos, todas as autoridades precisam demonstrar clara e explicitamente seu apoio à vacinação. É isso que trará a adesão à vacinação e nos livrará da pandemia.”  

Por outro lado, o nosso Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que o Brasil se encontra “em uma posição de ‘vanguarda’ em termos de planejamento e de campanhas de vacinação” contra a Covid-19. Só que o mundo inteiro não o enxerga sob este mesmo nível, pelo contrário! 

É preciso ter um plano bem estruturado sob uma única linguagem, a qual deve ser a favor da vacinação (e não contra à Campanha). E, principalmente, que a imunização alcance cerca de 70% da população brasileira 

Segundo os especialistas, só evitaremos a perpetuação da pandemia em nosso país se interrompermos a circulação do Novo Coronavírus e isso só será possível por meio da vacinação e alcançando a imunidade de cerca de 70% da população, ou seja, aproximadamente 140 milhões de pessoas

No entanto, de acordo com os atuais planos do governo, estes se encontram bem aquém deste percentual, tendo em vista que ele pretende vacinar 25% da população (51 milhões de pessoas) até o final de 2021O que inviabilizará a imunidade coletiva de forma mais rápida, fazendo com que tenhamos – por mais tempoo Novo Coronavírus circulando entre a população e, com isso, mais casos confirmados da doença e de óbitos.

Serão necessários 212 milhões de doses para vacinar, com uma única dose, toda a população do Brasil ou, no caso de duas doses, fazer uso de 424 milhões de doses de imunizantes.  

O fato de o governo não ter apresentado, há mais tempo, um plano de vacinação contra a Covid 19, bem estruturado (eficiente), o fez cometer outro erro e gerar um problema adicional devido à falta de insumos necessários à referida Campanha, pois faltam seringas, agulhas e outros produtos imprescindíveis para iniciar a vacinação da população brasileira.  

O desenvolvimento de vacinas contra a Covid 19, por diferentes farmacêuticas, está sendo considerado o de menor tempo em toda a história de criação de imunizantes para erradicar doenças, tendo em vista que, em geral, este processo e sua aprovação leva muitos anos, segundo os especialistas.  

Todavia, durante essa corrida pela vacina contra o Novo Coronavírus e, consequentemente, à Covid 19, o mundo presenciou uma dinâmica surpreendente da pandemia. Embora, alguns especialistas afirmem que isso é comum de ocorrer, os fatos são preocupantes. Soubemos da mutação do vírus (novas cepas, mais transmissíveis e contagiosas, inclusive, com registro em São Paulo), de casos de reinfecção e de infecções graves em crianças e adolescentes, os quais eram considerados, até então, o grupo de menor risco para o Novo Coronavírus.  

E o pior é que, provavelmente, segundo os especialistas, este Grupo (crianças e adolescentes) não será imunizado no próximo ano, talvez, só depois de 2021.  

A pandemia do Novo Coronavírusmatou 1.823.445 de pessoas no mundo inteiro (dados de hoje, das 15h22). O Brasil contabiliza 194.949 óbitos, o que o coloca na segunda posição no ranking dos países com maiores número de mortes pela Covid 19 ou por complicações desta. Os Estados Unidos lideram este ranking, com 346.687 óbitos. Atrás do Brasil, na 3ª colocação, está a Índia, com 148.994 mortos 

Esses três países também lideram o ranking dos países com mais casos confirmados da doença, cabendo a liderança aos EUA, com 20.037.736 casos diagnosticados, seguido pela Índia, com o total de 10.286.709 casos e o Brasil, totalizando 7.675.973 casos.  

Um fato, no entanto, me chamou a atenção, hoje. Ontem, eu havia anotado os dados do Mapa da Universidade Johns Hopkins (Baltimore, EUA), que mostra o avanço da pandemia do Novo Coronavírus no mundo inteiro, diariamente. 

Eu não cheguei a publicar este artigo no Blog, ontem, porque tive crise renal e fui a um hospital próximo (morrendo de medo de ser contaminada pelo Novo Coronavírus, confesso!).  

Devidamente medicada e ainda com dor, mas de menor intensidade, não fiquei bem o dia inteiro. Em razão disso, decidi postar, hoje, mas tomando o cuidado de atualizar os dados. E foi aí que eu percebi algo estranho...  

Entre os dados dos três primeiros países que considerei no texto (EUA, Brasil e Índia), o único que não apresentou alteração, de um dia para o outro, referente ao número de mortos e ao de casos confirmados foi o nosso país 

Segundo consta, a atualização do referido Mapa é realizada, diariamente, de acordo com os dados fornecidos pelas autoridades sanitárias dos países e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O que leva a crer que fato de não ter sido sofrido nenhuma alteração, não houve – por parte das autoridades brasileiras – a divulgação do boletim oficial com os números referentes aos casos confirmados da Covid 19 e de mortos em nosso país.  

Não consegui obter respostas quanto à falta de atualização dos últimos dados do Brasil, no referido Mapa Interativo da Universidade Johns Hopkins.  

Um fato é certo! A situação está muito difícil em nosso país, pois temos o Novo Coronavírus circulando, descobriram mais uma variante deste (descoberta recente, em São Paulo) e uma taxa de transmissão elevada. As dificuldades aumentam porque, por outro lado, temos um governo que se posiciona contra as medidas de prevenção à Covid-19 e à própria vacina, bem como uma parcela significativa da população que segue a mesma postura (negacionista), como se a Pandemia Global tivesse acabado.  

Ela não acabou e, pelo contrário, vem apresentando registros altos, conforme dados do Consórcio de veículos de imprensa (Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL) em parceria com as 27 Secretarias Estaduais de Saúde. Só para se ter uma ideia deste agravamento, o Brasil apresentou, ontem, no período de 24 horas, o terceiro dia consecutivo de mais de 1.000 mortes

Em breve publicarei acerca da nossa situação frente à corrida de imunização da população contra a Covid-19 (vacinas).  


Fontes

. Ações de Bolsonaro ameaçam imunidade coletiva contra Covid-19, dizem especialistas - Diário de Cuiabá

. Mapa Interativo da Universidade Johns Hopkins

. 47 países começaram a vacinação contra covid-19; leia a lista – Poder 360

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