Tapetes coloridos na cidade de São Gonçalo (RJ/ 2010)
(Fonte: estadão_Foto de Fábio Motta/AE)
Não levando a discussão ao patamar de outros debates, mais
profundos, tais como: acerca da influência da Igreja Católica em nosso país; do
Brasil ser um Estado laico, segundo a própria Constituição; da manutenção de
feriados católicos em detrimento a existência de outras religiões; os gastos e
desperdícios em face da situação socioeconômica de muitos brasileiros, entre
outros aspectos, o meu objetivo – nesta postagem – é tratar a origem do feriado de Corpus Christi,
pois muitos alunos – por desconhecerem – perguntaram a respeito da mesma, nesta
semana.
E, tal como muitos perguntaram, outros também devem
desconhecer...
Pois bem, hoje se comemora Corpus Christi, feriado católico,
que em latim significa “Corpo de Cristo”.
De acordo com os preceitos da religião católica, hoje, é dia
de comparecimento obrigatório à missa (à exceção nos casos de doenças e outros
empecilhos graves), pois é celebrada a presença real e substancial de Cristo na
Eucaristia (sacramento do Corpo e Sangue de Jesus), ou seja, a celebração de
hoje é ao mistério da Eucaristia.
A celebração não tem um dia fixo, isto é, ela é móvel,
ocorrendo 60 dias após a Páscoa, sempre em uma quinta-feira após o domingo da
Santíssima Trindade, podendo cair entre 21 de maio e 24 de junho.
De acordo com fontes de pesquisa, o início desta celebração
data de 1243 (Século XIII) e aconteceu em Liège, na Bélgica, após a freira
agostiniana, Juliana de Mont Cornillon, ter tido visões de Cristo, segundo a
qual Jesus expressou o desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado.
Somente em 1264, o papa Urbano IV - através da Bula Papal
"Trasnsiturus de hoc mundo" - estendeu a celebração para os povos
católicos. Este pediu a Santo Tomás de Aquino que elaborasse as leituras e
textos litúrgicos a serem lidos durante a comemoração. Até hoje, os mesmos são
usados durante a celebração.
Foi composto o hino Lauda Sion Salvatorem (Louva, ó Sião, o
Salvador), o qual ainda – hoje – é usado e cantado nas liturgias do dia pelos
sacerdotes de todas as igrejas católicas do mundo.
A festa de Corpus Christi foi decretada em 1269 e a procissão
com a hóstia consagrada, transportada em um ostensório, para ser reverenciada
fora da igreja, data de 1274.
A celebração de Corpus Christi em nosso país faz parte da
nossa herança cultural, pois esta foi trazida pelos nossos colonizadores,
portugueses, seguindo a tradição da missa, da procissão (com a hóstia
ostentada) e a adoração ao Santíssimo Sacramento.
No período colonial, todos podiam acompanhar o cortejo, ou
seja, membros de todas as classes, os senhores e seus familiares, os escravos,
os militares, entre outros.
Já o padre Márcio dos Reis, em entrevista publicada no Portal
G1, afirma que a tradição de enfeitar as ruas foi feita pela
primeira vez, no Brasil, na cidade de Ouro Preto (MG), por volta do ano de
1961. Segundo o mesmo, "a procissão lembra a caminhada do povo de Deus,
que é peregrino, em busca da terra prometida".
Hoje, a tradição de se fazer os tapetes nas ruas acontece em
diversas cidades brasileiras, sobretudo, em Minas Gerais e, além de atrair
católicos, as ruas enfeitadas atraem turistas que gostam de apreciar a arte de
confecção dos símbolos religiosos.
O material também mudou e, ao invés de flores e folhas, são
utilizados sal colorido (fino e grosso), serragem, pó de café e outros
materiais na composição dos tapetes.
Somente o padre com a hóstia consagrada (Cristo Eucarístico),
passa pelo tapete, enquanto as demais pessoas que acompanham a procissão
caminham ao lado deste.
Quem pensa que na cidade do Rio de Janeiro não há esta
tradição, de confecção de tapetes de ruas, está enganado, pois - anualmente -
um trecho da Avenida Chile, próximo à Catedral de São Sebastião do Rio de
Janeiro, no Centro, ele é confeccionado e é, justamente, por onde passa a
procissão de Corpus Christi, no sentido Catedral - Av. Rio Branco –Candelária.
Mas, a tradição mais popular em nosso estado não é em nosso
município e, sim, em São Gonçalo, distante a 30 km da nossa
cidade (Rio de Janeiro).
No município de São Gonçalo, a celebração de Corpus Christi se
tornou conhecido – em cadeia nacional – em razão da confecção de tapetes de
ruas, aliando a religiosidade de sua população à arte popular.
De acordo com o que foi publicado, neste ano, o tapete de rua
foi formado por 231 painéis, cuja extensão chegou a aproximadamente dois
quilômetros. O maior tapete religioso da América Latina.
Tradicional tapete de sal,
com cerca de 2 km, principal via de São Gonçalo
com cerca de 2 km, principal via de São Gonçalo
(Fonte: G1.com - Foto: Rodrigo Vianna)
As imagens abaixo foram tiradas no ano passado, 2010, em São
Gonçalo (RJ). Elas foram capturadas no site do Estadao.com.br/Blogs e são
de autoria do fotógrafo Fábio Motta. Outras imagens podem ser vistas no
mesmo. Acesse AQUI
e confira.
Bom feriado a todos!
Fontes de Consulta
. Estadão.Com.Br/Blogs
. Portal da Arquidiocese de Campo Grande
. Portal da Família
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