Imagens capturadas na Internet
Fonte: Wikipedia
Um fato que marcou o final do mês passado e, efetivamente, o
maior país da América Central Insular, Cuba,
foi a morte do seu líder revolucionário e
ex-presidente Fidel Castro.
Na verdade, a notícia de sua
morte foi destaque na imprensa no mundo todo, sob manchetes distintas acerca do
seu papel político como líder cubano pós-revolução, de um país socialista, o
único da América.
Referenciado como “El
Comandante”, em razão do seu papel na Revolução Cubana (1959), Fidel Alejandro Castro Ruz (1926-2016)
morreu na capital do país (Havana), no
dia 25 de novembro, aos 90 anos.
Seu corpo foi cremado no dia
seguinte (26/11) e, hoje (04/2016), após
nove dias oficiais de luto, suas cinzas foram
enterradas, pela manhã, no cemitério
de Santa Efigênia, em Santiago de
Cuba, bem próxima do mausoléu de José
Marti, herói da independência do país e figura importante da história cubana,
que Fidel Castro sempre admirou e enaltecia. A causa de sua morte não foi
revelada.
Atendendo aos seus pedidos, segundo o seu irmão, a imagem de Fidel Castro não será imortalizada sob a forma de estátua e nem locais públicos serão nomeados em sua homenagem.
Imagem capturada na Internet
Fonte: A Tribuna
Após a Revolução Cubana, Fidel
Castro governou o país como Primeiro-Ministro,
no período de 1959 a 1976 e, depois
como Presidente, de 1976 a 2008.
Acometido por problemas de saúde,
em meado de 2006, Fidel Castro passou
o cargo de presidente do país ao seu irmão
mais novo, Raul Castro, que
assumiu interinamente. No entanto, o seu estado de saúde se agravou, obrigando-o
a renunciar e transmitir oficialmente o poder ao mesmo (Raul Castro), em fevereiro de 2008.
A partir disso, Fidel Castro
passou a exercer a função de principal Conselheiro do Partido Comunista e do
novo governo de Cuba. Além de escrever, periodicamente, em uma coluna no jornal
estatal Gramma sobre assuntos nacionais
e mundiais.
Com a Revolução Cubana, ele
transformou o país, considerado – até então –o “quintal dos EUA”, em razão do
turismo baseado em cassinos, boates e casas de prostituição, em outra
realidade, assegurando a independência do país ao imperialismo estadunidense e
ao capitalismo global.
Chê Guevara e Fidel Castro (1961)
Imagem capturada na Internet
Fonte: Wikipedia - Foto de Alberto
Korda
No entanto, Fidel Castro sempre
fora considerado uma das figuras políticas mais polêmicas do último século. Dependendo
do ponto de vista de cada um, de sua ideologia, para alguns, ele era um revolucionário
supremo, defensor do socialismo e do anti-imperialismo (estadunidense), enquanto
que para outros, ele era um grande ditador, autoritário e violador dos direitos
humanos.
Ao mesmo tempo que o sistema implantado
e as reformas promovidas em Cuba, a fizeram alcançar altos índices de
desenvolvimento social, sobretudo, nas áreas da Saúde e Educação, com a erradicação
do analfabetismo e da desnutrição infantil, bem como a constatação da menor
taxa de mortalidade infantil de todo o continente americano, entre outros, tais
progressos sociais foram acompanhados pelo controle rígido do Estado, pela
falta de liberdade de expressão e de imprensa, assinalando uma
administração de múltiplos abusos aos direitos humanos, o que provocou uma onda
emigratória de mais de um milhão de cubanos.
O seu alinhamento com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), durante a Guerra Fria, fez com que as relações com os EUA fossem totalmente
rompidas, sofrendo o país - desde 1961 (até hoje) - um embargo econômico por parte do
presidente
John Kennedy (EUA).
Após a crise no Socialismo e a
dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), no final dos
anos 80 e início dos anos 90 (Século XX), Cuba perdeu muito com o rompimento da
ajuda soviética (sua maior fonte de financiamento), mas Fidel Castro se manteve
firme a sua ideologia, seguindo como o único país socialista da América, junto
aos remanescentes socialistas asiáticos (Coreia do Norte, China, Laos e
Vietnã). Ele foi obrigado a se adaptar às mudanças vigentes e passou a
estimular o turismo na ilha, legalizando também a entrada de dólares.
Mas, o empobrecimento de sua
economia já era notória e piorou com o fim da ajuda da extinta URSS...
Ainda vivo e fora do poder, Fidel
Castro pode acompanhar algumas mudanças implementadas por seu irmão. Raul Castro introduziu algumas reformas econômicas e políticas,
inclusive, fechando acordo político com os EUA, em dezembro de 2014, para
restabelecer laços diplomáticos, a fim de viabilizar uma maior aproximação de
ambas as nações e encerrar o clima hostil que por muito tempo foi alimentado
entre ambas.
Quando o atual presidente dos EUA,
Barack Obama, visitou Cuba, em março deste ano, o primeiro presidente
estadunidense a pisar em solo cubano desde 1928, Fidel Castro não chegou a conhecê-lo,
preferindo assistir tudo de longe.
A princípio, a ideia principal de
Barack Obama seria suspender o embargo econômico com Cuba e reestabelecer as
relações comerciais e turísticas com o país. A visita à ilha representou um
marco inicial e importante neste movimento.
Muitos analistas consideram que
Fidel Castro era o verdadeiro “entrave” a esse processo de inovação e de mudanças
políticas e econômicas de Cuba, na atualidade. Com a sua morte, talvez,
os acordos sejam intensificados e avancem nesse sentido.
Contudo, há um outro
problema, a vitória nas urnas de Donald Trump, nas eleições para presidência dos EUA, que se mostra muito adverso a
esse alinhamento entre ambos, os países.
Assim como, muitos alegam, o
futuro de Cuba é incerto.
O que se sabe é que a Era da Cuba
Socialista passava por um período de transição e que, com a morte de Fidel Castro,
ela pode ser encerrada ou não, mesmo com a reaproximação gradual da ilha com os
EUA.
Ademais, segundo especialistas, o
presidente de Cuba, Raul Castro, até o momento, não deu qualquer indicativo de
que almeja tornar a ilha em um país democrático.
Fontes:
. Jornal O
Globo – Diversas Edições (impressa)
. PortalG1
. ZHMundo
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