Disposição dos Oceanos na Superfície Terrestre
Imagem capturada na Internet
Fonte: Náutico
Hoje, comemoramos o Dia Mundial dos Oceanos e, também, a nível
de Brasil, o Dia Nacional dos Oceanógrafos.
Antes mesmo de focar o maior problema enfrentado, hoje, em
relação aos mares e oceanos no que diz respeito à poluição, gostaria de
ressaltar uma questão básica sobre os mesmos, tendo em vista que há duas
correntes divergentes acerca do número dos oceanos da superfície terrestre. Inclusive, eu já publiquei sobre isso neste espaço, após uma pessoa me
perguntar qual seria o número exato dos oceanos da Terra.
Pois bem, alguns autores não consideram o Glacial Ártico e o Glacial
Antártico como oceanos. Eles os classificam como mares (no meu tempo de escola, no antigo ginásio, era assim também a
classificação dos mesmos). No entanto, a Organização
Hidrográfica Internacional (International
Hydrographic Organization) segue a classificação de 5 oceanos, ou seja, o
Pacífico, o Atlântico, o Índico, o Glacial Ártico e o Glacial Antártico.
A Organização Hidrográfica Internacional (OHI) é um organismo
intergovernamental, fundada em 1921, cuja sede se encontra localizada no Principado
de Mônaco. O Brasil é um dos seus membros-fundadores, participando sempre das Conferências
Hidrográficas Internacionais.
International Hydrographic Organization
Imagem capturada na Internet
Fonte: Náutico
Polêmicas à parte, se são três ou cinco oceanos, o que mais nos
preocupa – hoje em dia – não é o número exato a ser considerado, mas o que vem
acontecendo com essas grandes extensões de águas, salgadas e profundas, que
cobrem a maior parte da superfície terrestre. O que vem acontecendo em termos das
ações antrópicas quanto ao descarte inadequado do lixo e outros resíduos
contaminantes, causadores da poluição hídrica (fluvial, lacustre, marinha e
oceânica).
Os problemas já são bastante visíveis e sentidos por seus diversos
impactos ambientais não só nas águas, como de efeito em diferentes espécies
de animais deste habitat ou que sobrevivem
dos alimentos que estes oferecem.
Impactos ambientais estes, gerados pela grande quantidade de
resíduos descartados e/ou lançados nas águas fluviais (rios) que
desembocam nos mares, os quais vão ser levados
pelas
correntes marinhas e, por conseguinte, poluirão os oceanos.
Como o próprio cientista Charles Moore, que descobriu o
chamado “Grande Lixão do Pacífico” em 1997, afirma,
“O oceano é o destino final de todo o nosso lixo”.
São descartes e lançamentos de resíduos sólidos (madeiras, garrafas de vidro, plásticos etc.), como também óleo (vazamento de petróleo), esgoto, metais pesados, entre outros resíduos contaminantes.
Os registros de mortes, estrangulamentos e outros ferimentos em animais em consequência do lixo fluvial (rio), marinho e/ou oceânico foram divulgados nas mídias através de diversas imagens impactantes, mundo afora, tais como...
Tartaruga-marinha
macho
com um canudo de plástico
no interior de uma de suas narinas
Fonte: Blog Animal
Foca com
anel de frisbee em volta do pescoço
Foto: BBC
News Brasil
Fonte: Terra
Crocodilo
(em rio) com pneu de moto em volta do pescoço
Foto:
Mohamad Hamzah/Antara Foto/Reuters
Fonte:
Natureza Bela Vida
Tartaruga
que cresceu
com
um anel de plástico em volta do casco
Fonte:
O Meio Ambiente
Cavalo marinho preso ao cotonete
Foto: Justin Hofman
Fonte: FolhaPE
... assim como, também, ficou comprovado que a poluição e a contaminação química
decorrente dos resíduos sólidos e líquidos expõem toda a cadeia alimentar em
perigo, desde o zooplâncton até outras espécies da fauna marinha maiores,
chegando até ao homem, quando este consome alimentos marinhos.
“Por conclusões assim, a Suécia, em 1995, começou a recomendar
que as mulheres em idade fértil limitassem o consumo de arenque e salmão do
Báltico (...). Análises químicas mostraram que eles estavam muito contaminados
com substâncias chamadas disruptoras endócrinas. Em peixes, elas causam
hermafroditismo. Em humanos, câncer, aumento da próstata e puberdade precoce,
entre outros distúrbios.”
(Revista Super Interessante, 2016)
De todos os resíduos descartados e lançados ao mar, o pior
deles é o plástico. Embora, alguns especialistas afirmem que cerca de 60 a 80%
dos resíduos lançados seja lixo plástico, dados divulgados durante o Fórum Mundial da Água, realizado em
março deste ano, em Brasília, estimam que cerca de 25 milhões de toneladas de
lixo que chegam ao mar, a metade é plástico, ou seja, 50%.
A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos Especiais (Abrelpe), braço da Associação Internacional de Resíduos
Sólidos (Iswa, sigla em inglês), afirmou que dos 25 milhões de toneladas de
resíduos despejados, anualmente, nos oceanos, o Brasil fornece, pelo menos, 2
milhões de toneladas deste volume total. Isso equivale à uma
área de 7 mil campos de futebol.
Nesse quantitativo, segundo a Abrelpe, não levou-se
em conta os lixões irregulares do Pantanal e da Amazônia, que se localizam
mais distantes da costa litorânea. Se os incluísse, o volume poderia chegar 5
milhões de toneladas.
E a cada ano, mais e mais lixos são descartados e lançados nos mares e oceanos, provenientes dos
rios. E a maior parte do lixo plástico vem do continente asiático.
De acordo com Revista National Geographic Brasil (página 50),
"Quinze dos 20 piores rios poluentes estão em países asiáticos".
O plástico foi inventado no final do Século XIX, mas sua
produção só se consolidou como relevante no mercado por volta da década de 50 (Século XX).
Hoje, o maior produtor mundial de plástico é a China.
Os piores são os microplásticos, também chamados de plásticos
ocultos ou invisíveis, que são pequenas partículas plásticas resultante da
fragmentação de um produto plástico original (maior). Alguns especialistas os classificam como
microplásticos até o tamanho máximo de 1 mm, enquanto outros os consideram
até 5 mm.
Na verdade, estes microplásticos vêm se tornando o grande
vilão do oceano, seu principal poluente, uma vez que ele altera a
composição de certas regiões oceânicas, prejudicando os respectivos ecossistemas
e, por conseguinte, a saúde humana.
Em breve postarei sobre a Grande Mancha de Lixo do Pacífico
ou, como é mais conhecida, o Grande Lixão do Pacífico.
Fontes de
Pesquisa:
. Ecycle
. Revista
National Geographic Brasil – Junho 2018
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