terça-feira, 30 de agosto de 2022

Varíola dos Macacos: Dados Atualizados e a Primeira Morte no Estado do Rio de Janeiro

 

Varíola dos Macacos
Imagem capturada na Internet
Fonte: Diário

Embora, muitas pessoas têm reagido como se a pandemia da Covid-19 tivesse acabado, ela ainda não acabou. Não restam dúvidas que a Campanha de Vacinação e suas diversas doses de reforço nos trouxeram maior segurança quanto aos riscos da doença, mas o fato de estarmos contaminados, indubitavelmente, seremos transmissores inevitáveis do vírus, principalmente, para aqueles que não foram imunizados ou não tiveram a cobertura vacinal completa. E isso é muito preocupante e grave.    

O pior é que ainda, sob este cenário pandêmico do Novo Coronavírus, outra doença viral surgiu, em escala mundial e, não há como negar que a preocupação aumentou decorrente de como o seu quadro evoluiu e se agravou no Brasil e no mundo. 

Estou me referindo a Monkeypox ou como é conhecida, popularmente, a Varíola dos Macacos. Doença esta já abordada, em artigo, neste espaço.  

A Varíola dos Macacos é uma doença viral, cuja transmissão ocorre entre humanos, de pessoa para pessoa, em contato direto com as lesões de pele de pessoas infectadas. Esta é a principal forma de transmissão, mas pode ocorrer também por meio da saliva ou por diferentes objetos contaminados, como roupas, roupas de cama e de banho, bem como utensílios domésticos (pratos, talheres, copos etc.).  

Ao contrário do se pensa, sua denominação popular (Varíola dos Macacos) não está relacionada à transmissão por estes animais, tal como o nome sugere. Sua origem vem do fato da descoberta inicial do vírus ter sido constatada em macacos, em 1958, em um laboratório da Dinamarca. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera, como mais prováveis vetores da Varíola dos Macacos, ou seja, agentes transmissores da doença, os roedores, como os ratos. 

Sendo estes ou não os verdadeiros vetores, o que se sabe é que após a divulgação dos últimos números da doença no Brasil e no mundo, a preocupação aumentou muito, sobretudo, depois do registro da primeira morte em nosso país decorrente da doença, ocorrida no dia 29 de julho do mês em curso. 

Hoje, no entanto, esse número estatístico aumentou, pois – infelizmente – foi noticiado a primeira morte no estado do Rio de Janeiro, o segundo do Brasil. 

Este caso ocorreu no município de Campos dos Goytacazes, na região Norte Fluminense, ontem (29/08). A vítima, um homem de 33 anos, estava internado e era portador de comorbidades, além de apresentar baixa imunidade. 

De acordo com o 9° Boletim Epidemiológico da Varíola dos Macacos, publicado e divulgado este mês pelo Ministério da Saúde (26/08), o número de notificações acerca da referida doença, em nosso país, até o dia 20 de agosto, foi na ordem de 14.054 ocorrências. 

Desse total de notificações recebidas, 3.825 (27,2%) foram de casos confirmados, 258 (1,8%) de casos prováveis e 4.563 (32,5%) de casos suspeitos, enquanto os demais 5.408 casos foram descartados (38,5%). 

O importante, no momento, é a constatação do aumento dos casos confirmados desta doença. Segundo o Ministério da Saúde, até a noite do último dia 24/08, o número de casos confirmados chegou a 4.144 e de casos suspeitos foi na ordem de 4.653. 

São Paulo e Rio de Janeiro são os estados que apresentam maior número de casos confirmados da doença. E, de acordo com o mesmo Boletim Epidemiológico da Varíola dos Macacos,  Roraima e Amapá são os únicos estados brasileiros em que não há registro da doença. 

A doença já foi registrada em noventa e seis (96) países e, segundo os últimos números acerca da mesma, no mundo inteiro, estes chegaram ao patamar de 45.956 casos confirmados e 14 óbitos (dados atualizados, hoje). 

Os dez países com maior número de infectados pela Varíola dos Macacos são:  

1°. Estados Unidos (16.514);

2° Espanha (6.284);

3° BRASIL (4.144);

4° Alemanha (3.350);

5° Reino Unido (3.346);

6° França (2.877);

7° Peru (1.207);

8° Canadá (1.204);

9° Países Baixos/Holanda (1.092) e

10° Portugal (810). 

Enquanto, os quatorze (14) óbitos foram confirmados nos seguintes países:

. Nigéria (4);

. Brasil (2);

. Espanha (2);

. República Centro-Africana (2);

. Cuba (1);

. Equador (1);

. Gana (1) e

. Índia (1). 

Contudo, um novo panorama parece emergir de forma diferenciada entre as áreas continentais do mundo... 

De acordo com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, em anúncio na 5ª feira passada (25/08), o surto da doença (Monkeypox ou Varíola dos Macacos) apresentou, nos últimos sete dias, uma queda de 21% no mundo, o que foi constatado principalmente na Europa.

 

Há sinais de que o surto está diminuindo na Europa,

onde uma combinação de medidas eficazes de saúde pública,

mudança de comportamento e vacinação

está ajudando a prevenir a transmissão .


No entanto, o mesmo quadro não se delineou no continente americano como um todo, quando se verificou “um aumento contínuo e acentuado” das infecções. Segundo o mesmo,

 “Na América Latina em particular,

a conscientização insuficiente e

falta de medidas de saúde pública

estão se somando com uma falta de acesso

às vacinas para combater o surto”.

 

Há, no entanto, uma perspectiva de uma mudança positiva em nosso quadro... 

A pedido do Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a liberação do uso de vacina e de medicamento antiviral para o tratamento da respectiva doença em território nacional. 

O medicamento antiviral, Tecovirimat, é de uso oral e foi aprovado na forma de cápsula dura, com concentração de 200 mg e com validade de 84 meses. Segundo uma publicação na revista The Lancet Infectious Disease, o referido medicamento traz resultados bastante promissores. 

Quanto ao uso de imunizante, sua autorização com dispensa de registro, diz respeito à vacina Jynneos/Imvanex, da empresa Bavarian Nordic A/S, fabricada na Dinamarca e na Alemanha, a qual foi desenvolvida por ocasião da varíola tradicional (erradicada nos anos 80) e que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), possui eficácia bastante elevada em relação à versão atual da doença.   

O referido imunizante já foi aprovado nos Estados Unidos e no Canadá, sendo destinado a indivíduos maiores de 18 anos. Seu prazo de validade é de 60 meses se conservado em temperatura entre -60 a -40°C. 

A perspectiva é que o Brasil receba, em breve, o antiviral Tecovirimat, de acordo com o atual Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. 

Assim, esperamos!

 

Fontes de Consulta 

. 8° Boletim Epidemiológico da Varíola dos Macacos – Ministério da Saúde – PDF 

. 9° Boletim Epidemiológico da Varíola dos Macacos – Ministério da Saúde – PDF 

. Brasil ultrapassa 4.000 casos confirmados de varíola dos macacos – Poder 360 

. COELHO, Henrique. RJ confirma primeira morte por varíola dos macacos no estado – G1/RJ 

. Entenda a origem da varíola dos macacos; transmissão atual ocorre somente entre humanos – Ministério da Saúde 

. Factbox: FACTBOX Monkeypox cases and deaths around the world – Reuters 

. Ministério da Saúde divulga boletim epidemiológico especial sobre a varíola dos macacos - Ministério da Saúde 

. SÉRVIO, Gabriel. Casos de varíola dos macacos caem 21%, diz OMS; Brasil registra 4.144 infecções – Olhar Digital

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