Hugo Chávez - Foto capturada na Internet (Fonte: Exame.com)
Cinco de março de dois mil e treze, data em que se encerra o
governo de Hugo Rafael Chávez Frias (Hugo Chávez), até então, presidente da
Venezuela, reeleito por direito, que se encontrava afastado de sua função (e
ainda não empossado) para tratamento de um câncer, na região pélvica, em Havana,
capital de Cuba.
O Chefe de Estado e de Governo da Venezuela faleceu, hoje,
às 16h25 (horário local) aos 58 anos.
Líder político e, ao mesmo tempo, polêmico, Hugo Chávez conseguiu
ser reeleito ao governo da Venezuela, graças a uma manobra política que, por
meio de um referendo popular, em 2009, aprovou uma emenda constitucional que
legitimou a reeleição indefinidamente, tanto para os cargos de presidente,
governador e prefeito.
Com a aprovação da maioria da população, Hugo Chávez se
lançou e venceu a disputa pelo terceiro mandato, em 2012, derrotando Henrique
Caprilles, o seu principal adversário na Campanha Presidencialista.
Porém, o seu problema de saúde, longe de estar restabelecido,
contradizendo a sua própria declaração - feita publicamente - de estar curado
do câncer, o impediu de tomar posse no dia 10 de janeiro deste ano, uma vez que
o mesmo se encontrava em Cuba se convalescendo da quarta cirurgia, pela qual
foi submetido.
À frente do governo da Venezuela desde 1999, Hugo Chávez
transformou o cenário político e social do país, bem como a dinâmica das
relações latino-americanas. Sua plataforma de governo era focada para as
camadas mais pobres da população.
Imagem capturada na Internet (Fonte: BBC Brasil)
Em seu primeiro mandato, logo depois de tomar posse em fevereiro
de 1999, ele dissolveu o Congresso e convocou uma Assembleia Nacional
Constituinte.
Com a nova Constituição, submetida e aprovada através de um
referendo no mês de dezembro do mesmo ano, o nome do país foi alterado para República
Bolivariana da Venezuela. Além disso, os poderes do Executivo foram ampliados,
assegurando uma maior intervenção do Estado na economia e mais, o Senado foi
dissolvido e efetuou-se o reconhecimento dos direitos culturais e linguísticos
das comunidades indígenas.
A partir destas medidas, todas as atenções do mundo se
voltaram para a América do Sul, para a Venezuela e, particularmente, ao mais
novo presidente do país, Hugo Chávez, que na época tinha 44 anos.
Crítico inflexível do chamado neoliberalismo, da
Globalização e, consequentemente, dos EUA, o seu sonho em promover uma
revolução socialista no país (Socialismo do Século XXI), capaz de mudar a
Venezuela radicalmente. Tornou-se um líder dos excluídos e, ao mesmo tempo, um opressor
para aqueles que se viam ameaçados com a sua linha de governo, tais como a
elite do país; os líderes religiosos, que foram acusados de negligenciar os
pobres em apoio à oposição venezuelana e os ricos e, também, os sindicatos e as
mídias televisivas privadas.
Ao longo dos seus três mandatos cumpridos (o quarto não
ocorreu), Hugo Chávez mexeu com muitos setores da economia e, consequentemente,
com os donos de produção e outros segmentos da população, com o intuito de
instaurar uma verdadeira revolução. Promulgou a Lei de Hidrocarbonetos que
fixava a participação estatal no setor petrolífero em 51%, assim como a Lei de
Terras e Desenvolvimento Agrário, baseada na expropriação de latifundiários.
Muitas manifestações de descontentamento ao seu governo ocorreram
em meio a estas mudanças e outras, se atingindo alguns setores do Exército e,
inclusive, antigos companheiros.
A sua trajetória política na presidência da Venezuela foi
marcada por muitas manifestações de descontentamento em meio a estas mudanças e
outras, como também por greves, tentativas de golpe e golpe (que o afastou do
poder por um determinado período), entre outros episódios que mesclavam duas
forças contraditórias: a de apoio e de rejeição ao seu governo.
Sua “revolução bolivariana” incluía uma série de medidas e
programas sociais, abrangendo – sobretudo - as áreas da Educação e Saúde. Mas, ocorrência
de grandes desigualdades sociais e os altos índices de desemprego que assinalam
o país emperram os avanços, mesmo diante da riqueza gerada pelo petróleo.
Na última eleição, ocorrida em outubro de 2012, Hugo Chávez
venceu com mais de 54% dos votos. A vigência do seu quarto mandato seria de
2013 a 2019, ou seja, seis anos de governo, mas a sua ausência no dia da posse
- 10 de janeiro de 2013 – em consequência de sua viagem a Cuba para tratamento
de saúde e o seu sumiço nas mídias já indiciavam que a Era Chavista estava
ameaçada de ruir.
Sendo assim, Hugo Chávez não pode tomar posse na data
oficial. Seguindo a Constituição do país, a oposição fez pressão para que o
presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, fosse empossado em seu
lugar e que o mesmo organizasse um novo pleito eleitoral. Mas, a maioria
chavista conseguiu assegurar o direito de Hugo Chávez de exercer a Presidência
da Venezuela através do adiamento da posse (de caráter indefinito até o seu
retorno de Cuba). Com isso, em seu lugar, assumiu o Vice-Presidente
venezuelano, Nicolás Maduro.
Depois de muitas lutas, a única adversidade que Hugo Chávez
não conseguiu vencer foi a batalha contra o câncer e, hoje, todos os veículos
de comunicação anunciaram o seu falecimento. E a maioria da população
venezuelana chorou demonstrando a sua dor e apreço por aquele que iniciou uma
revolução social e econômica no país.
Professora, ja estou seguindo o Blog, Douglas Amaral da Turma: 1003
ResponderExcluirOk, Douglas! Fico feliz por isso e espero que você contribua com este, lendo, comentando e sugerindo temáticas de seu interesse e que estejam de acordo com a finalidade do mesmo. Um grande abraço.
ResponderExcluir