sexta-feira, 8 de abril de 2022

07 de Abril: Dia Nacional de Combate ao Bullying e Violência na Escola


Anjos da Paz, estátuas em homenagem às vítimas do
massacre de Realengo em 2011
Imagem capturada na Internet
Fonte: G1. Rio de Janeiro
Foto: Marcos Serra Lima/G1

Embora, a nível mundial, o Dia Mundial do Combate ao Bullying seja celebrado no dia 20 de outubro, no Brasil, a data relativa a este tipo de comportamento nocivo foi ontem, dia 07 de abril. 

Tratado, em nosso país, como o Dia Nacional de Combate ao Bullying e Violência na Escola, esta data foi instituída pela Lei Federal nº 13.277/2016, em referência à tragédia ocorrida, em 7 de abril de 2011, nas dependências da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, bairro da Zona Oeste do município do Rio de Janeiro, o qual ficou conhecido como o “Massacre de Realengo”. 

Neste episódio, o ex-aluno da mesma Unidade Escolar, Wellington Menezes de Oliveira (23 anos), portando duas armas, entrou na escola por volta das 8h30 e atirou contra diversos alunos do Ensino Fundamental II. 

Doze adolescentes, com idade entre 13 e 15 anos, morreram e vinte e dois ficaram feridos, o que causou grande comoção no Brasil e ampla repercussão nos noticiários estrangeiros. 

Tragédia nada igual já havia ocorrido em nosso país. O autor e assassino deste massacre, o ex-aluno Wellington Menezes, cometeu suicídio antes de ser detido pelos policiais, ainda no interior da escola. 

De acordo com as informações divulgadas acerca deste caso, o Wellington Menezes deixou uma carta, onde dizia que havia sido vítima de Bullying na época de estudante na própria Unidade Escolar, onde cometeu os crimes.

Infelizmente, isto é fato, a prática de Bullying deixa cicatrizes e até traumas no indivíduo, sobretudo, quando a mesma é cometida na fase da infância e/ou da adolescência.  

E, por ser um espaço social e pluricultural, a escola se torna o ambiente favorável de ocorrer, com mais frequência, a prática de Bullying. E os efeitos e reações das vítimas, podem variar em conformidade ao perfil delas, podendo passar desde a indiferença à depressão, à infrequência elevada e à evasão escolar, à introspecção social e, em casos extremos, às tentativas e aos suicídios.  

A “cabeça” de cada um reage de uma maneira. Daí a gravidade desta relação nociva entre o agressor e a vítima, assim como daquele que presencia e não toma nenhuma atitude positiva em romper e/ou atenuar estes atos repetitivos. Os chamados “espectadores”.  

Entre as vítimas há aquelas que sofrem e, depois, superam, mas há aquelas que continuam alimentando a mágoa, o ressentimento e a humilhação sofrida em público por um período de tempo maior ou jamais finito.  

Daí a importância de haver, tanto na escola quanto no lar, uma relação dialógica, capaz de possibilitar uma conversa aberta, que consinta o falar, o expressar de suas ideias e opiniões e, também, de escutar sob diversos contextos de relacionamentos interpessoais, sobretudo, acerca de comportamentos conflituosos no que tange à prática de Bullying, quer seja na condição de agressor, quer seja na de vítima ou de espectador.  

O melhor tratamento a esta questão perpassa pela Educação, pelas orientações nas escolas, que devem primar sempre pela democracia, pelos direitos e deveres iguais a todos, pela aceitação do outro, das diferenças e da diversidade cultural. Em outros casos, a intervenção de um profissional pode se fazer necessária, dependendo do grau de gravidade, como a de um psicólogo ou psiquiatra.  

Medidas como notificações em Delegacias ou ao Conselho Tutelar podem até diminuir a incidência da mesma na Unidade de Ensino, mas não solucionam o problema em si.   

O Bullying deve ser tratado como um problema social, complexo, cabendo a todos a responsabilidade quanto a ele, ou melhor, a sua ocorrência e a sua continuação.

Neste sentido, enfatiza SILVA (2010) o quanto é importante o papel da escola em termos de reduzir o problema face o desenvolvimento de programas preventivos junto à Comunidade Escolar, bem como por meio de ações combativas nas práticas já vigentes no âmbito da Unidade de Ensino. 

Não devemos ignorar os casos, quando presenciados ou relatados por terceiros e, muito menos, as queixas das próprias vítimas (alunos, filhos e de pessoas mais próximas). Qualquer comportamento diferente, como por exemplo, introspecção, tristeza, apatia, desânimo, choros constantes, dificuldades para dormir (insônia ou pesadelos constantes) podem ser decorrentes da condição de vítima do Bullying.

De acordo com SILVA (23-24, 2010) a prática de Bullying pode ser expressa das seguintes formas:

. VERBAL: insultar; ofender; xingar; fazer gozações; colocar apelidos pejorativos; fazer piadas ofensivas e zoar; 

. FÍSICO E MATERIAL: bater; chutar; espancar; empurrar; ferir; beliscar; roubar; furtar ou destruir os pertences da vítima; atirar objetos contra as vítimas; 

. PSICOLÓGICO E MORAL: irritar; humilhar e ridicularizar; excluir; isolar; ignorar; desprezar ou fazer pouco caso; discriminar; aterrorizar e ameaçar; chantagear e intimidar; tiranizar; dominar; perseguir; difamar; passar bilhetes e desenhos entre colegas de caráter ofensivo; fazer intrigas, fofocas ou mexericos; 

. SEXUAL: abusar; violentar; assediar e insinuar;  

. VIRTUAL: feita através da Internet (e-mails, mensagens em redes de relacionamentos sociais etc.).

Observação: Neste espaço (Blog) há várias publicações sobre esta temática.


Fontes de Consulta:

 . Artigos publicados no Blog Geografia em Foco 

. Material impresso (particular) 

. SILVIA, Ana Beatriz - Bullying - Mentes Perigosas nas Escolas - Editora Objetiva, Rio de Janeiro, 2010; 

. Wikipedia

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