Imagem capturada na Internet Fonte: Diário do Nordeste |
Desde antes, mas, sobretudo, a partir do meu curso de Graduação em Geografia, as notícias de mudanças climáticas no mundo ocupavam espaços predefinidos nas discussões acadêmicas, principalmente, naquelas no âmbito de Congressos, Simpósios e outros eventos deste gênero.
No entanto, a atenção atribuída a estes alertas de inúmeros pesquisadores e de várias publicações de artigos científicos, nunca foi levada muito a sério, ao menos, a nível de preocupação coletiva e de alterações comportamentais antrópicas (humanas) capazes de frear e/ou mitigar suas reais consequências.
Infelizmente, estamos observando e sentindo os efeitos do fenômeno do Aquecimento Global, tais como: aumento das temperaturas média da Terra; eventos climáticos extremos (chuvas em excesso e estiagens prolongadas, com longos períodos de secas, sem chuvas ); baixo nível dos cursos fluviais (rios) e outros corpos de água (lagos, lagoas etc.), comprometendo tanto as atividades pesqueiras quanto as de transportes fluviais; prejuízos nos sistemas de produção agrícola (menor produção de alimentos e/ou perda das lavouras), afetando o abastecimento comercial, entre outros fatores intrínsecos a este cenário.
Um estudo divulgado, no início deste mês (04/10) pela revista Nature Geoscience chamou a atenção acerca desta questão e, principalmente, da velocidade dos impactos do Aquecimento Global em uma determinada região do planeta, que já foi considerada o “freezer da Terra”.
Trata-se do continente antártico, que vem sofrendo degelo de forma
mais acelerada, nas últimas décadas, apresentando sua superfície –
em muitas localidades – com larga cobertura de líquens (vegetação com a associação
simbiótica entre fungos e algas).
Imagem capturada na Internet Fonte: Diário do Nordeste Foto: Reprodução/Nature Geoscience |
Imagem capturada na Internet Fonte: Diário do Nordeste Foto: Reprodução/Nature Geoscience |
Tal estudo foi conduzido por pesquisadores das Universidades de Exeter e Hertfordshire, e do British Antarctic Survey, todos localizados na Inglaterra.
Nas imagens divulgadas no referido artigo pode-se comprovar tais impactos ambientais relacionados ao aumento da temperatura, a partir da redução do gelo e a expansão da vegetação no referido continente.
Imagem capturada na Internet Fonte: Diário do Nordeste Foto: Reprodução/Nature Geoscience |
O estudo analisou a cobertura vegetal da Península Antártica, localizada na porção norte do continente, que se encontra mais próxima da América do Sul, durante o período de 1986 a 2021. Segundo os pesquisadores, a área coberta pela vegetação teve um aumento de 0,9 km² (1986) para aproximadamente 12 km² (2021). E, de acordo com os cientistas, a velocidade dessas mudanças fica maior a cada década.
Embora, a paisagem na Antártica se apresente ainda, predominantemente, coberta por neve, gelo e rochas, a área esverdeada (com vegetação) - segundo Thomas Roland, autor do estudo e cientista ambiental da Exeter - cresceu significamente desde meados dos anos 1980.
“Essa tendência reflete um padrão mais amplo de aumento da vegetação em ecossistemas de clima frio em resposta ao aquecimento recente, sugerindo mudanças generalizadas futuras nos ecossistemas terrestres da Península Antártica e seu funcionamento a longo prazo”, concluem os pesquisadores.
Ainda, no âmbito deste estudo, o prognóstico é de que a temperatura no continente antártico suba 0,34 °C por década até 2100.
Por meio deste estudo e de seus efeitos visíveis do espaço, os pesquisadores puderam confirmar que as mudanças climáticas já chegaram a nível planetário, alcançando distâncias remotas e inabitadas.
Recentemente, em meados de agosto deste ano, a Antártida
enfrentou eventos
extremos de temperaturas mais altas. Partes do continente
registraram uma onda
de calor extrema, se levarmos em conta as características com temperaturas
regulares da região, subindo até 27°C acima do normal.
Em outra reportagem, publicada também no Diário do Nordeste, um grupo de pesquisadores da Universidade de Dartmouth, nos EUA, com base em 16 modelos diferentes de previsões do degelo total da Antártica, previram que o colapso total do gelo no continente acontecerá até 2300.
Tal estudo foi publicado na revista Earth’s Future e, segundo os
pesquisadores, a taxa de derretimento do gelo a partir do ano de 2100 ainda é
"incerta". Mas, em todos os casos,
“as emissões de
carbono são consideradas,
tendo em vista que o
aumento está relacionado
com a perda de gelo
nos próximos três séculos”.
Eles dizem que mesmo que haja a estabilização das emissões de carbono, ou seja, que estas sigam constantes e sem aumentos, o derretimento do continente antártico prosseguirá.
A partir de 2100, as previsões são de haver mudanças drásticas na região, com o recuo acelerado do gelo em bacias da Antártida Ocidental e, até 2200, em razão do degelo, deverá ocorrer uma elevação do nível marinho de 1,6 metro.
O que é preciso para que o homem possa acreditar que
precisamos repensar o nosso modo de pensar, as nossas atitudes, se conscientizar
e agir como mais responsabilidade em relação ao planeta Terra e a própria
humanidade?
Fonte de Consulta
. ‘Antártida está ficando verde’: imagens mostram avanço da vegetação e redução do gelo no continente – Diário do Nordeste
. Cientistas afirmam que derretimento total do gelo da Antártida já tem data para acontecer; entenda – Diário do Nordeste
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