quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Zumbi dos Palmares

Símbolo da resistência negra contra a escravidão e o grande líder do Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, área pertencente à antiga Capitania de Pernambuco e que, hoje, faz parte do município União dos Palmares, no estado de Alagoas, Zumbi, nasceu numa das inúmeras povoações palmarinas.

O ano de seu nascimento é um fato incerto devido a precariedade de documentos históricos, porém em sua biografia no site do Parque Memorial Quilombo dos Palmares consta que este se deu no começo de 1655.

Sabe-se, no entanto, que ainda recém-nascido o mesmo foi capturado pela expedição de Brás da Rocha Cardoso e presenteado ao padre português Antônio Melo, do distrito de Porto Calvo.

Batizado na Igreja Católica com o nome Francisco, ele não era tratado como escravo pelo pároco. Aprendeu latim e português e, aos 10 anos, auxiliava o padre como coroinha da igreja.

O menino demonstrava uma inteligência privilegiada, que era admirada pelo padre Antônio Melo, tal como o mesmo cita “engenho jamais imaginável na raça negra e que bem poucas vezes encontrei em brancos” ("Palmares - A Guerra dos Escravos", Décio Freitas, Edições Graal, 1982).

Francisco cresceu neste ambiente, recebendo educação e bons tratos, mas a medida que o tempo passava, ele achava injusto a vida que levava em relação aos outros negros, que viviam em condições subumanas, como escravos.

E, para a perplexidade e consternação do referido pároco, certa manhã do ano de 1670, Francisco, aos quinze anos de idade, foge para a companhia dos escravos rebelados de Palmares.

Mais tarde, este assume o lugar do líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas, que era comandado por Ganga Zumba. A frente do Quilombo, chefiou a resistência contra os portugueses, que durou 14 anos.

Sua amizade ao pároco o fez retornar, três vezes, ao distrito de Porto Calvo com o objetivo de visitar e presentear o padre, o qual, segundo fonte bibliográfica, passava por dificuldades.
E foi, por ocasião da segunda visita, que o padre ficou sabendo que o líder do Quilombo havia trocado o seu nome cristão Francisco por Zumbi.

Nome este, interpretados de diferentes maneiras. Alguns historiadores remetem-no às palavras de origem angolana, como N’ Zambiapongo, N’ Zambi e N’ Zumbi, todas sob a conotação de Deus; outros autores referenciam e associam o nome a um posto no âmbito da hierarquia Palmarina ou, ainda, há aqueles que a interpretam, simplesmente, como guerreiro.

No final do século XVI, as terras pernambucanas eram as mais prósperas das novas colônias portuguesas, com registro de 66 grandes engenhos e ampla estrutura de escoamento dos produtos no litoral. Foi nessa época que Quilombo dos Palmares surgiu, refugiando os primeiros negros rebelados.

O Quilombo tinha leis próprias, algumas bastante rígidas.Segundo fontes bibliográficas, a população interna do Quilombo de Palmares, chegou a reunir mais de 30 mil pessoas, que trabalhavam e viviam da agricultura.

A Coroa portuguesa deu ordens para acabar com o Quilombo e, para tal, foi organizado 16 expedições oficiais, sendo que quinze fracassaram devido à geografia da região (Serra da Barriga) e às estratégias militares dos negros, que mesmo carentes de armas, obtiveram sucesso.

Contudo, a décima sexta expedição sob o comando de Domingos Jorge Velho, bandeirante paulista treinado na caça aos índios, saiu vitoriosa. Seu exército de 2 mil homens, armados de arcos, flechas e espingardas conseguiu, por fim.

Domingos Jorge Velho e seu exército chegaram na região, em 1694, descarregando contra a comunidade todo o seu poder de fogo. A cidade resistiu durante 22 dias.

Zumbi lutou bravamente, se feriu, mas fugiu e se escondeu. Foi traído por um dos seus companheiros, Antonio Soares, sendo capturado pelas tropas portuguesas e morto em 20 de novembro de 1695.

Zumbi teve o seu corpo mutilado e sua cabeça foi enviada para o Recife, onde ficou exposta em praça pública. Segundo fontes bibliográficas, assim foi precedido a fim de acabar com os boatos acerca de sua imortalidade.


Fontes de Pesquisa:




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