Amanhã, dia 10 de maio, comemoramos o Dia das Mães. Infelizmente, a quase totalidade das datas comemorativas que temos em nosso calendário apresenta, hoje, como “pano de fundo” um sentido comercial, de lucro crescente através da propaganda e comercialização de produtos – cada vez mais – incentivados nas mídias.
Homenagens não precisam ser exteriorizadas por meio de um bem de consumo e, tampouco, precisam ser feitos apenas em um dia específico do ano.
Mas, neste caso, o Dia das Mães foi criado e como tal, as nossas homenagens às estas mulheres não devem ser ignoradas por questões anti-consumistas.
Muitos desconhecem a sua origem, as razões pelas quais ela foi constituída. Originalmente, o Dia das Mães não teve sentido comercial, inclusive, consta em diversas fontes bibliográficas que a sua percussora ao perceber a exploração comercial a que foi vinculado ao dia dedicado à homenagem às mães, ela tentou cancelar a data.
Os registros que existem sobre esta data são muitos, sendo o mais antigo remonta a época da Grécia Antiga em razão das celebrações voltadas à Rhea, a mãe dos Deuses.
Mas, a versão mais difundida e aceita cabe ao papel dedicado e amoroso de uma estadunidense chamada Anna Marie Jarvis (1864-1948), que promoveu uma campanha para a instituição de um dia especial a ser dedicado às mães vivas e/ou mortas.
Anna Jarvis - Imagem capturada na Internet
Casa onde Anna Jarvis nasceu e morou - Imagem capturada na Internet
Como forma de minimizar as dores de Ana Jarvis, algumas de suas amigas tiveram a idéia de eternizar a memória de sua mãe através de uma festa.
Ana Jarvis aprovou a idéia e resolveu estendê-la a todas as mães, vivas e/ou mortas, capaz de conscientizar às crianças, fortalecer os laços familiares e o respeito pelos pais.
Sua luta pela criação do Dia das Mães, no entanto, não foi fácil. Dois anos após a morte de sua mãe, em 12 de maio de 1907, Anna Jarvis criou um memorial a sua mãe, dando início a uma campanha para oficilizar o "Dia das Mães" como feriado.
O primeiro registro oficial, no entanto, só veio a ocorrer no dia 26 de abril de 1910, no seu estado, Vírgina Ocidental (EUA), quando esta data passou a ser incorporada no calendário estadual por ordem do então Governador do estado, William E. Glasscock. Logo depois, outros estados norte-americanos passaram a aderir à comemoração em data fixa.
Mas, foi somente em 1914, que o Dia Nacional da Mãe foi estabelecido e unificado em todo território estadunidense (EUA), ficando instituído o segundo domingo de maio como a data comemorativa. Esta medida foi tomada pelo presidente Woodrow Wilson (1913-1921).
Em pouco tempo, vários países passaram a adotar a mesma medida, adotando a Data Comemorativa do Dia das Mães em seus respectivos calendários oficiais.
Embora, Anna Jarvis tenha realizado o seu sonho com a criação oficial do Dia das Mães, a mesma não se viu feliz ao perceber que a referida data passou a ser concebida para fins adversos a sua idéia original, isto é, a data se transformou em um dia lucrativo para os comerciantes.
A propaganda e a comercialização, principalmente, de cravos brancos para homenagear às mães, marcou muito este período, pois a flor que simboliza a maternidade passou a ser o principal produto de consumo por ocasião da data comemorativa. Assim, como outros bens de consumo, que segundo Anna Jarvis não substituiriam - com certeza - o sentimento maior de ligação com as mães.
Inconscientemente, o caso do cravo branco partiu da própria Anna Jarvis, pois ela mesma iniciou com o envio cerca de 500 cravos brancos para a igreja de Grafton (Vírginia Ocidental), quando foi celebrada a primeira missa das mães.
Em um telegrama, enviado por ela, à Congregação, a mesma orientou todas as mães deveriam ganhar dois cravos.
Durante anos, Anna Jarvis enviou mais de 10 mil cravos para a igreja, com a mesma intenção. Tal iniciativa acabou por desencadear o sentido comercial em cima da data comemorativa.
Em razão disso e pelo descontentamento quanto ao rumo que tomou os princípios básicos da criação do Dia das Mães, suplantados pela atividade comercial, Anna Jarvis iniciou uma campanha para cancelar a referida data.
Na década de 1920, ela criou a Associação Internacional para o Dia das Mães, alegando direitos autorais sobre a data. Foi presa, uma vez, por perturbar a paz.
Em 1923, ela entrou com um processo para cancelar o Dia das Mães, sem sucesso.
E mesmo sem ter obtido êxito em sua nova empreitada, ela buscou conscientizar às pessoas quanto à importância do reconhecimento das mães no seio de uma família.
Consta que ela e sua irmã Ellsinore utilizaram recursos próprios para dar continuidade a esta campanha, visando o cancelamento do feriado. Inclusive, que ambas gastaram toda a herança da família e que morreram pobres.
Embora, a sua luta tenha se revertido à idéia original, muitos reconheceram os motivos pelos quais a moveram a levar a causa à diante.
Anna Jarvis nunca se casou e nem teve filhos.E, mesmo assim, por anos seguidos, recebeu inúmeros cartões co mundo todo na ocasião do Dia das Mães. Ela morreu em 1948, aos 84 anos, em West Chester (Pensilvânia, EUA) e está enterrada no cemitério West Laurel Hill (Pensilvânia).
Em nosso país, o primeiro Dia das Mães foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, no dia 12 de maio de 1918. Mas, só em 1932, a data passou a ser oficializada no segundo domingo de maio pelo então presidente Getúlio Vargas.
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