Imagem do meu acervo particular
Hoje, à tarde, eu presenciei duas cenas inusitadas na escola da rede estadual, onde trabalho, no município de Duque de Caxias (RJ).
Quando eu chegava à E.E. Assis Chateaubriand, vi um aluno do CIEP Cora Coralina, situado ao lado da mesma, espiando pelo portão, com o corpo quase todo para dentro.
Chamei a atenção dele e este falou algo, bem baixinho, sobre um bicho. Entramos juntos, quando eu percebi uma ave preta andando no pátio externo da Unidade Escolar.
Embora, eu a conhecesse, não consegui identificá-la pelo nome. As pessoas que se aproximaram, arriscaram com vários palpites, enquanto outras desconheciam totalmente.
O guarda de trânsito que nos auxilia na travessia das crianças disse que era um mergulhão. "Mergulhão" ou não, a ave andava para lá e para cá, demorava um pouco, tombava no chão.
Fui até a Secretaria da escola e liguei para os Bombeiros para que eles viessem resgatar a ave, pois acreditávamos que o seu ambiente deveria ser a Baía da Guanabara, que não é nada perto da escola. Ambiente fluvial tem até próximo, mas também não é tão perto assim.
O mais agravante é que a avenida que margeia a nossa escola, a Av. Presidente Kennedy, é muito perigosa, caracterizada por ser uma via de média a alta velocidade (por imprudência dos motoristas, necessitamos de um guarda para nos auxiliar na travessia dos alunos, sobretudo, na hora da saída).
O meu medo era da ave sair do espaço da escola e ser atropelado.
Consegui falar com o Corpo de Bombeiros (193) e este me deu o número da Corporação localizada na Refinaria de Duque de Caxias (REDUC).
Enquanto, eles não chegavam, um funcionário conseguiu levar a ave para uma dependência, nos fundos da escola (sala).
Os bombeiros chegaram. Como fui eu que tratei ao telefone, inclusive, me identificando junto a este, levei-os até a referida sala. Eu e mais outros funcionários e alunos curiosos. Alguns alunos se aproximaram para ver, mas foram reconduzidos para a sala de aula.
No entanto, dois alunos da turma 602, Caliel Fagner Martins de Oliveira e Wendrel de Normandia Lima, permaneceram. Eu pedi que fossem para a sala, mas eles insistiram em ficar (eles são meus alunos, também).
Logo imaginei que eles estavam curiosos para ver a ave que, na verdade, se tratava do único motivo da presença dos bombeiros na escola, mas qual a minha surpresa, quando eles -juntos - falaram que queriam ver, mesmo, os bombeiros, pois o sonho de ambos era ser bombeiro.
Eu fiquei admirada com a alegria expressa nos olhos deles. Eu jamais pensaria nisso. Na mesma hora, solicitei aos bombeiros, se eles poderiam tirar uma foto com os meninos. Eles concordaram prontamente.
O aluno Caliel Fagner era o mais entusiasmado, deu o braço ao bombeiro, todo feliz, embora também temesse que a ave pudesse o bicar.
Fiquei muito feliz em ver dois alunos, bem novinhos, já com um projeto de vida: ser bombeiro.
Espero que eles não desistam de seus sonhos e que a Escola possa sempre estimulá-los, bem como assegurar o desenvolvimento de suas competências, habilidades próprias e autonomia para a construção do conhecimento.
Bela profissão que eles almejam e, aproveito, para agradecer ao Corpo de Bombeiro pela pronta acolhida, tanto no que diz respeito ao resgate da ave quanto da exposição para a foto.
Ah, já ia me esquecendo... chegando em casa fui pesquisar para tentar identificar o tipo de ave. Meu esposo que, também é geógrafo, após ver a foto, arriscou no nome e acertou.
A ave que foi parar na escola é um Biguá (Phalacrocorax brasilianus). Trata-se, realmente de uma ave aquática. A cor de sua plumagem é preta e tem os pés palmados.
De acordo com o levantamento na Internet, o habitat deste tipo de ave pode ser lagos, grandes rios e estuários. Em geral, eles não se afastam da costa para se aventurarem ao mar. Sua ocorrência é verificada do México à América do Sul.
São ótimos mergulhadores e andam em grupos, nadando lado a lado, na mesma direção.
Imagem capturada da Internet
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