Para quem se assustou, no final de 2009 e início deste ano, com as notícias de tremores de terra (terremotos) no Brasil, saiba que diferentemente do que se pensa, eles são comuns em nosso território. Todavia, estes abalos sísmicos apresentam características diferentes dos terremotos que ocorreram, mais recentemente, no Haiti, por exemplo.
No dia 30 de dezembro de 2009, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) registrou dois abalos sísmicos em Presidente Figueiredo, na Amazônia, tendo cada um, respectivamente, as magnitudes 2,4 e 3 graus na escala Richter.
O tremor foi sentido em uma reserva indígena, perto da Hidrelétrica de Balbina, no rio Uatumã, na Bacia Amazônica.
No dia 02 de janeiro deste ano, o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) registrou um tremor de terra em Sobral, no Ceará, com magnitude de 2,7 graus na escala Richter.
No dia 09 do janeiro foi a vez do município de João Câmara, no Rio Grande do Norte. A população sentiu os tremores, cuja magnitude registrada, pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), foi de 2,5 graus na escala Richter.
De acordo com o Boletim Sísmico Brasileiro, o epicentro do terremoto ocorreu a cerca de 73 km da capital, Natal.
No dia 11 de janeiro, o estado do Rio Grande do Norte sofreu mais um tremor de terra. Desta vez foi em Taipu, no litoral do estado. O tremor de terra foi mais forte e atingiu, também, toda a Região Metropolitana de Natal, conhecida como Grande Natal, que compreende os municípios de Natal (capital do estado), Ceará-Mirim, Extremoz, Macaíba, Monte Alegre, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante e São José de Mipibu, bem como outras cidades nordestinas, como Recife (capital de Pernambuco) e a região de João Pessoa até Campina Grande, na Paraíba.
De acordo com o Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a magnitude do terremoto foi de 4,3 graus na Escala Richter, considerada entre moderada e forte.
Conforme notificou o professor de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Joaquim Ferreira, é bem provável que ocorram outros terremostos na região, desencadeando o que é chamado de “enxame sísmico".
Segundo o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), o Rio Grande do Norte tem histórico de atividades sísmicas e os recentes terremotos foram causados pela reativação da falha sismológica de Poço Branco.
Em abril de 2008, um tremor de terra de magnitude 5,2 graus na Escala Richter foi registrado a cerca de 218 Km de São Vicente, no litoral sul do estado de São Paulo. O seu epicentro foi no oceano Atlântico, a cerca de 10 Km de profundidade.
Além de São Paulo, outros quatro estados sentiram os efeitos do fenômeno (Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina).
Imagem capturada na Internet (Google)
Como é sabido, os terremotos podem estar associados à tectônica de placas, ao vulcanismo e a atividades antrópicas (do homem).
No entanto, a maioria dos terremotos é de origem tectônica, ou seja, se encontra associada à movimentação das placas tectônicas ou em consequência de falhas geológicas.
Os de origem tectônica, principalmente, aqueles atrelados aos movimentos das placas tectônicas se configuram como os mais devastadores. A maioria ocorre nos limites entre duas placas tectônicas. A previsão de sua ocorrência é algo bastante difícil, embora a natureza dê alguns sinais.
Os abalos sísmicos de origem vulcânica variam de intensidade, podendo ser fortes e destrutivos. Eles, em geral, antecedem as erupções vulcânicas.
Os terremotos de origem artificial (humana) ocorrem de forma indireta, quando o homem realiza determinadas atividades, capazes de abalar as estruturas internas da Terra, tais como a criação de lagos artificiais em razão da construção de Usinas Hidrelétricas, bombeamento de água e gás sob pressão no subsolo e detonação de bombas atômicas no fundo dos oceanos. Estes, em geral, são denominados de “sismos induzidos”.
No Brasil não ocorrem terremotos de grandes proporções, porque o país está localizado – mais ou menos – no meio da placa Sul-americana, isto é, numa região “intraplaca”, distante das bordas da placa tectônica.
Os terremotos que ocorrem no Brasil têm origem tectônica, porém associada à existência de falhas geológicas.
Toda placa se apresenta recortada por falhas, que funcionam "como uma uma ferida que não cicatriza: apesar de serem antigos, podem se abrir a qualquer momento para liberar energia", conforme explica o professor Saadi (citado em Tremores de Terra no Brasil).
Qualquer movimento da placa seja no sentido convergente (encontro) seja divergente (afastamento), a compressão de um lado e de outro, faz com que ele rompa onde já existe a fratura.
Muitos tremores de terra ocorrem, também, como reflexos de terremotos de outros países, principalmente, da América do Sul, na porção oeste, voltada para o oceano pacífico, onde há o encontro das placas Sul-americana com a Nazca.
Daí, os abalos sísmicos intraplaca não serem de grande magnitude (baixa a moderada). Eles podem até ser, mas não é muito sentido, pois o seu epicentro se encontra distante, em outro país vizinho.
Disposição Mundial das Placas Tectônicas - Imagem capturada na Internet
Neste caso de construção de um lago artificial, os riscos maiores incidem sobre a própria barragem, pois esta se encontra, justamente, no epicentro do abalo.
Um terremoto, de magnitude 4,9 graus na escala Richter, ocorreu no vilarejo de Caraíbas, em Itacarambi (Minas Gerais), no dia 9 de setembro de 2007. A vítima foi uma criança de 5 anos, Jesiane Oliveira da Silva, que morreu em consequência do desabamento de sua casa.
. CPRM
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