Como muitos têm acompanhado pelos diferentes veículos de comunicação, o quadro de insegurança, desordem, violência, dor e fome instalado em Porto Príncípe pós-terremoto do dia 12 de janeiro, no Haiti, já era algo de presumível face a sua situação sócio-econômica e da dimensão que foi o evento natural (terremoto).
Porém, o que tornou mais ainda insustentável a conjuntura atual foi a lentidão com que as ações, por parte do governo, vem tomando em relação às doações e a ajuda humanitária advinda de diversos países do mundo todo.
A população mais afetada foi a de menor poder aquisitivo, que habitava as áreas mais baixas, ou seja, o centro urbano de Porto Príncipe. No país não há água potável, falta comida e remédios. As Entidades responsáveis pela distribuição dos donativos, principalmente, de gêneros alimentíceos estão tendo dificuldades ainda para levar aos necessitados.
A própria Organização das Nações Unidas (ONU) e a Cruz Vermelha têm pronunciado a respeito da desordem instalada na capital, Porto Príncipe. As mídias transmitiram imagens de saques, violência e disputas por produtos doados, entre outros fatos que aumenta a catástrofe instaurada após o forte terremoto do último dia 12.
Além da falta de moradia (a maioria se encontra abrigada em cabanas, tendas ou, até mesmo, dormindo nas ruas, a fome aumenta e os riscos de fuga em massa do país. Já está havendo êxodo urbano-rural, assim como entre a capital e a periferia. Sem falar da temeridade existente e já pronunciada acerca de tráfico de crianças, principalmente, daquelas que se tornaram órfãos.
O medo da ação de gangues também ronda em vários bairros nos arredores de Porto Príncipe. A insegurança já existia, antes mesmo do terremoto, mas esta passou a ser controlada pela polícia haitiana e pelos soldados da ONU, ou seja, os chamados “boinas azuis”ou “capacetes azuis” da Força da Paz, do qual o país participa. O Exército brasileiro é que comanda a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), que foi criada em 2004.
Com o desabamento da Penitenciária Nacional ocasionado pelo forte terremoto, cerca de três a quatro mil criminosos fugiram e conseguiram se armar com os fuzis dos guardas que morreram por consequência da queda da penitenciária.
A maioria se refugiou em Cité Soleil ("Cidade do Sol"), a maior favela do Haiti, com mais de 300 mil pessoas, e antigo reduto dos milicianos. Os líderes das gangues da referida favela são considerados criminosos perigosos.
A população local está preocupada, assim como o governo, pois temem que o caos urbano, com a violência e a criminalidade em expansão desafie e dificulte as ações pacificadoras que vinham sendo promovidas pelos soldados da ONU e pelas autoridades policiais do país.
Foto ganhadora do Concurso UNICEF 2008 - Fotógrafo belga Alice Smeets
Uma menina na Favela Cité Soleil - Imagem capturada na Internet ( Wunrn.com)
Realmente, a situação do Haiti é muito crítica em todos os sentidos. Espero que as forças da natureza deem uma trégua por um período de tempo, suficiente, para que a ordem, a reconstrução do país seja viabilizada - a contendo - com a ajuda internacional, a fim de que o povo haitiano possa seguir em frente, acreditando na vida.
Fontes:
. Jornal O Globo (várias edições)
. WUNRN
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