Região Centro-Oeste - Imagem capturada na Internet
(Fonte: G1 - Foto: Ed Ferreira/AE)
Recentemente, postei acerca dos incêndios florestais na
Europa, principalmente, em Portugal e na Rússia. Agora é a vez das regiões
Norte e Centro-Oeste do Brasil serem manchetes de jornal em decorrência dos
incêndios.
O Pará, Tocantins, Goiás e Mato Grosso são os estados mais
afetados, mas apesar deste período do ano ser comum a prática de queimadas nas
regiões citadas, o poder de destruição foi devastador. Muitos moradores
perderam tudo, inclusive, a própria casa.
Eu não recordo de algo parecido ter acontecido anteriormente. Posso até
estar enganada, mas realmente não lembro.
Em ambos os continentes, o tempo seco e as temperaturas elevadas foram os
fatores principais para o início do fogo e, consequentemente, de um incêndio,
cuja propagação foi favorecida pela ação dos ventos. Certo? Não, pois há uma
grande diferença entre os dois casos, ou seja, o fogo que vem se alastrando nas
regiões Norte e Centro-Oeste do país tem outra origem, bem distinta daquele que
acomete ao território português e russo.
Esta época do ano é muito comum, nas regiões Norte e Centro-Oeste, a prática de
queimadas, que consiste em uma técnica rudimentar para fins de preparo da terra
para o cultivo (agricultura) e/ou para renovar as pastagens. Ela é realizada
tanto nas áreas agrícolas ou de pastagem, como também nas ocupadas pelas
florestas, devendo – neste último caso – haver inicialmente o desmatamento.
Do ponto de vista agrícola, esta técnica é ultrapassada, pois o solo perde
nutrientes, assim como os microrganismos presentes neste. Perdendo os microrganismos
e os nutrientes, após alguns plantios, a produção vai caindo gradativamente até
chegar ao ponto de o solo ficar estéril.
De acordo com o que foi noticiado, do início de agosto até ontem (14/08) foram
mais de 90 mil queimadas registradas nas regiões Norte e Centro-Oeste, o que
representa um aumento, em relação ao ano passado, de mais de 500% .
É algo bastante preocupante, não? Mas tudo tem a ver com as
condições climáticas desta época do ano e as técnicas rurais ainda resistentes
e em prática nestas regiões.
Como eu já mencionei aos alunos do 8º e 9º anos, é muito
difícil ensinar para os alunos da região Norte do país, os efeitos do movimento
de translação da Terra (ao redor do Sol) na definição das quatro estações do
ano, bem como suas respectivas características. Isso se dá pela localização
geografia desta região (da faixa de terras a qual se localiza) e de outras particularidades,
que os faz afirmar que – este período – é verão para eles.
Como muitos sabem, eu morei dois anos e meio em Araguaína,
no norte do estado do Tocantins e aprenderam, também, que a Zona Tropical ou
Intertropical, na qual a maior parte do país está localizada (baixas latitudes)
tem como característica climática principal, a ocorrência de duas estações do
ano: uma quente e chuvosa (verão) e a outra menos quente e seca (inverno).
É claro que não devemos esquecer que outros fatores, como a altitude, as
correntes marítimas, as massas de ar e a disposição de relevo vão responder
pela grande diversidade de climas no país (seis tipos climáticos).
Porém, a ocorrência de duas estações bem definidas, uma úmida e seca, ocasiona
certa confusão na assimilação dos conceitos acerca das estações do ano,
principalmente, para aqueles que moram no Norte do Brasil.
A temperatura elevada predomina o ano todo, só havendo certa
alteração devido aos elevados índices pluviométricos (de chuvas) durante o
período de 22 de setembro a 21 de março, que corresponde, na verdade, às
estações de “primavera” e o “verão”. Para a população local, esta época de
chuvas (primavera/verão) é – na concepção deles – o período do inverno.
Inclusive, eu até comentei que um dos presentes de casamento que eu ganhei (da
minha irmã mais velha) havia sido uma secadora de roupa e, também, que o máximo
que eu usei, no Tocantins, como agasalho foi uma jaqueta jeans, no período das
chuvas e por estar na rodoviária, de madrugada, esperando o ônibus que vinha de
Belém com destino para o Rio de Janeiro.
Como citei, para a população desta região, neste momento, estamos no verão, ou
seja, período quente e seco. É a época das queimadas e de ir às praias, sejam
estas litorâneas ou fluviais (de rios).
Nesta época e devido às queimadas, muitas das vezes, até a aterrissagem de
aviões fica impedida pela falta de visibilidade em razão da forte capa de
fumaça sobre a localidade, onde o aeroporto se encontra localizado.
E ainda, não devemos esquecer, que o Brasil está no ranking dos países que mais
contribuem para o aquecimento global, justamente, por causa das queimadas
(emissões de dióxido de carbono).
Para saber mais, acesse AQUI!
Eu achei muito interessante você, professora postar sobre esse assunto. Porque muitas pessoas se preocupam com isso, inclusive eu. Só que tem uma coisa, eu sei que tem muitas pessoas se preocupadam com isso mas, as causas desses problemas foram por causas naturais(calor, vento, influências climáticas, etc.) ou será que foram causados por ação do homem?
ResponderExcluirJoão, como eu mencionei, as queimadas são provocadas pelo homem. O que você pode também ter, numa situação como esta - de altas temperaturas e de forte estiagem (seca) - é o fogo ter iniciado devido a incidência dos raios solares ou, também, quando - por exemplo - alguém joga cigarro acesso no mato seco ou qualquer outro tipo de chama.
ResponderExcluirDe acordo com algumas reportagens, o incêndio no Parque Nacional das Emas (sudoeste de Goiás) foi provocado por um curto circuito em uma fazenda vizinha ao Parque.
Eu já passei por estradas no Tocantins, que a chama descontrolada invadia a pista, colocando os veículos em perigo constante.
Apesar das queimadas serem realizadas de forma "mais ou menos" controlada, os ventos acabam interferindo e causando a expansão e o descontrole do fogo.
Adorei a sua visita. Beijos
Além de ser um tecnica totalmente antiquada, pois deixa o solo improdutivo, também interfere na camada de ozônico. As pessoas são muito ignorantes à respeito disso, se não, figem.
ResponderExcluirTamiris
ResponderExcluirRealmente, a queimada é uma técnica bastante rudimentar e antiga. Há certa mistura entre a ignorância e a falta de recursos econômicos para uma alternativa mais correta. Além disso, o controle e a vigilância por Órgãos oficiais, cujas penalidades podem ser estabelecidas, não ocorrem como deveriam ocorrer.
Há falhas de ambas as partes!
Beijos