Reprodução do Folder do Projeto (MGEO UFRJ - BG Brasil)
Há tempo estou para mencionar a respeito do Curso que nós, professores da rede estadual e lotados nas Unidades Escolares pertencentes à Metropolitana III participamos, no mês passado.
Como eu mesma mencionei, em postagem anterior, o Projeto Herdeiros do Pré-Sal é um projeto-piloto da SEEDUC (Superintendência de Desenvolvimento de Pessoas) em parceria com a BG Brasil (empresa britânica ligada à exploração de Óleo e Gás) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Como eu mesma mencionei, em postagem anterior, o Projeto Herdeiros do Pré-Sal é um projeto-piloto da SEEDUC (Superintendência de Desenvolvimento de Pessoas) em parceria com a BG Brasil (empresa britânica ligada à exploração de Óleo e Gás) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O Curso oferecido aos professores foi realizado no final do
mês passado, mais especificamente nos dias 24 e 31 de agosto, nas dependências
do Instituto de Geociências (IGEO) da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), das 8h30 às 17 h.
No primeiro dia do curso presencial (24 de agosto) fomos
atendidos em uma sala, ao lado do Museu da Geodiversidade (MGEO), onde foi feita
a confirmação da nossa inscrição e a entrega de dois (02) Geokits, sendo um para o professor participante e o outro para a
Unidade Escolar, a qual este se encontra vinculado e, também, o Catálogo do
Instituto de Geociências (vejam o mesmo em PDF, AQUI).
Cada Geokit contém: 01 caderno em espiral, 01 caneta, 01 folder do Tempo Geológico, 01 Guia de Minerais, 01 Guia de Rochas, 01 maleta de minerais, 01 maleta de rochas, 01 pendrive e 09 folhetos temáticos.
Como eu fui indicada a participar deste Projeto pelo Colégio
Estadual Prof.ª Sonia Regina Scudese, minha escola de origem (matrícula), o
mesmo foi entregue à Direção Escolar, na semana seguinte, no dia 28 de agosto
(4ª feira).
Os professores, ainda na Sala da Recepção, olhando o material dos Geokits.
Após a chegada de todos ou da grande maioria dos professores
participantes, todos foram conduzidos ao Laboratório, que acredito ser de
Paleontologia devido à quantidade de fósseis expostos, tanto em cima do
mobiliário quanto no interior dos armários.
O Prof. Dr. Ismar de Souza Carvalho, Diretor do Instituto de
Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IGEO/UFRJ) fez a
abertura do Curso, inclusive, mencionando sobre a importância econômica do
nosso estado na questão energética de Óleo e Gás, no contexto da descoberta da
camada do Pré-Sal, assim como sobre o nosso papel de articulador e incentivador
dos alunos do Ensino Médio na área das Geociências.
Prof. Dr. Ismar de Souza Carvalho,
Diretor do Instituto de Geociências da UFRJ
Eu, em primeiro plano, à esquerda e os demais professores participantes.
Inclusive, durante a apresentação da responsável pela empresa BG Brasil, este interveio com o propósito de expor o quadro de carência do Ensino Superior nestas áreas de conhecimento.
Segundo o mesmo, hoje, há um grande déficit de profissionais, isto é, há uma carência muito grande de especialistas na área de Geociências e o número de alunos que ingressam e se formam, sobretudo, na Faculdade de Geologia é muito baixo.
O mesmo se verifica nos cursos de Geografia e Meteorologia, sendo que neste último – segundo o mesmo – a deficiência é maior devido a baixa procura ao curso de graduação.
Na Faculdade de Geografia, por sua vez, a procura pelo curso de Licenciatura (professor de Geografia) é maior que a do Bacharelado (geógrafos/pesquisadores).
Após as boas vindas do Prof. Dr. Ismar de Souza, a Profª Tricia (desconheço o seu nome completo), Coordenadora no âmbito da Superintendência de Desenvolvimento de Pessoas (professores) da Secretaria de Educação, também, proferiu algumas palavras acerca do mesmo enquanto Projeto-Piloto na área do Pré-Sal, o qual envolveu professores regentes das disciplinas de Geografia, Química, Biologia e Física, especificamente, da Regional Metropolitana III.
Prof.ª Tricia (em pé) e, sentada, a Prof.ª Dr.ª Cícera Neysi de Almeida
Posteriormente e, antes do curso propriamente dito, a
responsável pela empresa BG Brasil, Jaqueline (desconheço, também, o seu nome
completo), discursou sobre as atividades de exploração e pesquisa da
multinacional no país, bem como o seu principal foco - no âmbito educacional e
de qualificação profissional – com vistas a suprir, a curto e médio prazo, o
apagão de mão de obra na área de Óleo e Gás.
Além dos investimentos e desenvolvimento de Programas no
âmbito da Educação Básica e de qualificação técnica, a disseminação
científica perpassa em parceria com as Universidades, Museus, centros de
pesquisas, entre outras instituições.
De
acordo com a expositora da empresa BG Brasil, a cadeia educacional científica
abrange os níveis de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio com
parcerias com instituições privadas, como – por exemplo – o Instituto Ayrton
Senna, a Associação Worldfund, o
Instituto Abramundo. As áreas de atuação são, além do município do Rio de
Janeiro, Angra dos Reis, Niterói, Rio Grande (RS) e Charqueadas (RS).
Jaqueline da Empresa BG Brasil
Concluídas as apresentações iniciais, o curso - propriamente
dito – teve início e foi administrado pela Prof.ª Dr.ª Cícera Neysi de Almeida
(Petrologia e Geoquímica).
Neste primeiro dia do Curso de Aperfeiçoamento dos professores, três tópicos foram abordados:
"A História da Terra e o Tempo Geológico: Uma Síntese",
"A Estrutura do Planeta" e
"A Teoria da Tectônica de Placas".
Como se trata de um curso voltado para a questão energética
sob o contexto da descoberta de petróleo nas camadas do Pré-Sal no litoral
brasileiro, o foco da primeira aula foi a História
da Terra e o Tempo Geológico, ou seja, a história e evolução da Terra com
base em registros geológicos e paleontológicos.
Como a professora ressaltou, em sua apresentação, "a tabela
do tempo geológico é o calendário da Terra".
O tempo geológico se
apresenta dividido em Eon, Eras Geológicas, que são subdivididas em Períodos,
os quais se dividem em Épocas e outras subdivisões.
Vale ressaltar aqui, um aspecto importante ressaltado na
apresentação da referida professora no que tange o registro das Eras e de seus
respectivos eventos (geológicos e biológicos) foi a comparação com a estratigrafia,
isto é, a ordem da superposição das camadas em termos de idade relativa dos seus
estratos.
Melhor exemplificando, as Eras Geológicas identificadas e
que assinalam a história e evolução da Terra são organizadas, na Escala do
Tempo Geológico, em ordem cronológica inversa, isto é, as Eras mais antigas em
baixo e, por conseguinte, as mais recentes por cima. Tal como, na natureza, se
mostram, normalmente, a disposição das rochas e dos depósitos sedimentares
(Princípio da Sobreposição).
Por que eu ressaltei isso? Porque a Escala do Tempo Geológico
que eu sempre utilizei e trabalhei com as minhas turmas, de autoria de MOORE,
Patrick, em Atlas of the Universe. Reed International Books (1994), extraída do
livro didático “Construindo o Espaço Humano” (MOREIRA, Igor Moreira, 5ª série,
São Paulo, Ática, 2002), não segue este procedimento.
A passagem das Eras Geológicas é descrita - de cima para baixo - da mais antiga
para a mais recente, estando a nossa Era atual, a Cenozoica, na parte inferior
da mesma.
Inclusive, no livro adotado para o Ensino Médio (SENE,
Eustáquio de e MOREIRA, João Carlos – Geografia Geral e do Brasil: Espaço
Geográfico e Globalização, Volume 1, São Paulo, Scipione, 2012) o termo Eon é empregado, mas só três
subdivisões são consideradas (Arqueano, Proterozoico e Fanerozoico).
Os Eons correspondem a maior subdivisão de tempo na Escala
do Tempo Geológico, são eles:
Hadeano =
inferno (estende-se desde a formação da Terra, há cerca de 4,5 bilhões de anos,
até o início do processo da constituição das rochas/crosta terrestre).
Arqueano =
arcaico (marcada pela formação da crosta terrestre e pelas atividades
vulcânicas).
Proterozoico = vida
primitiva (houve acúmulo de oxigênio na atmosfera, primeiras manifestações de
vida).
Fanerozoico = vida
visível (estende-se desde 550 milhões de anos até hoje).
Quanto à referência ao “cron”, segundo a Wikipedia, este corresponde
a um intervalo de tempo onde se verifica o início de um dado evento (geológico
ou biológico), identificável, terminando com outro. Em relação aos eventos
biológicos (e paleontológicos), estes se encontram associados aos processos
subsequentes de vigência e extinção, bem como da aparição de uma nova espécie no
registo geológico.
Dando prosseguimento à análise do Tempo Geológico da Terra,
a Profª Cícera Neysi passou a convertê-lo proporcionalmente a um período de
apenas 24 horas, tendo este iniciado à meia noite com o evento da formação da
Terra.
A segunda aula da Prof.ª Cícera Neysi se ateve à Estrutura da Terra, iniciada com foco em algumas indagações:
“Quando, Onde e Como” surgiu o Universo, e
qual o nosso
papel nesse Universo?
Já a terceira aula versou sobre a Teoria da Tectônica de Placas.
Após a explanação acerca da Estrutura da Terra, algumas oficinas foram sugeridas e realizadas no Laboratório, como - por exemplo - a do mapa múndi dividido de acordo com as placas tectônicas,
sob o efeito de um “quebra-cabeça”.
Os materiais utilizados foram: lata de leite em pó
(solicitado por e-mail para ser levado no dia), imãs, papel celofane, TNT, tesoura, cola e
mapa das placas tectônicas
Eu e a Professora Sérvia
Como tarefa para a próxima aula, no sábado seguinte (31/08), a Prof.ª Cícera Neysi pediu que realizassemos uma oficina para ser apresentada aos demais cursistas. Ela sugeriu vários temas, entre eles: águas subterrâneas, vulcanismo, terremotos, campo magnético terrestre e ciclo hidrológico.
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