domingo, 22 de setembro de 2013

Projeto Herdeiros do Pré-Sal: Curso para Docentes (31/08/2013) - Parte II



 Reprodução do Folder do Projeto (MGEO UFRJ - BG Brasil)

 
O segundo dia do Curso do Projeto Herdeiros do Pré-Sal foi realizado no dia 31/08 (sábado), das 8h30 às 17 horas, nas mesmas dependências da Faculdade de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
 
Em virtude da elaboração de duas oficinas, Ciclo Hidrológico (“terrário”) e de um vulcão, eu cheguei um pouco atrasada na UFRJ e o mesmo já havia iniciado.
 
Este foi administrado pela Prof.ª Dr.ª Kátia Leite Mansur (Geologia Geral) e o tópico abordado, inicialmente, teve por base os conceitos de “Minerais, Rochas e Fósseis” (apresentação em PPS), abrangendo - por conseguinte - os processos geológicos, o ciclo das rochas e a fossilização.

Vale ressaltar aqui, também, a presença e a participação da Prof.ª Dr.ª Sílvia Regina de Medeiros (Petrologia e Mineralogia).
 


 
 
 


 
 
 
Após a explanação sobre minerais e rochas, a Prof.ª Kátia Mansur abordou os processos geológicos que respondem pela dinâmica ambiental, ou seja, os processos dinâmicos atuantes na crosta terrestre: Processos Endógenos (Gênese/Formação) e Processos Exógenos (Esculturação/Modelagem).
 
Principais Processos Endógenos
Magmatismo
Metamorfismo
Fenômenos Tectônicos (Orogênese e Epirogênese)
 
Principais Processos Exógenos
Intemperismo
Erosão
Transporte
Deposição (Sedimentação)
 
Os três tipos de rochas são produtos destes processos geológicos, sendo as rochas ígneas (ou magmáticas) e as metamórficas originadas por processos endógenos, enquanto que as rochas sedimentares têm sua origem ligada aos processos exógenos.
Em seguida, ela explorou o Ciclo das Rochas.
 
 
Quanto aos fósseis, algumas informações importantes merecem ser compartilhadas neste espaço, sobretudo, no que diz respeito a alguns conceitos, a saber:
 
. Subfósseis: restos e vestígios de organismos que viveram em termos históricos, ou seja, de 6.000 anos prá cá.
 
. Sambaqui ≠ Coquinas: o primeiro (sambaqui) constitui um sítio arqueológico formado por um depósito  de conchas, que era a base da alimentação dos povos pré-históricos litorâneos, os quais foram lançados e acumulados no local do seu assentamento. Portanto, este é um depósito artificial.

Os depósitos de Coquinas, por sua vez, consistem em um sítio geológico, sendo estas rochas sedimentares constituídas por um conglomerado de conchas de moluscos, trilobites, entre outros, que se encontram no interior das mesmas. Estes constituem um depósito natural.

. Fósseis vivos: são organismos de grupos biológicos atuais que, no passado geológico da Terra, eram mais abundantes que no presente. Exemplos, os nautilus e planta Cicas. 
 
No entanto, há certa polêmica quanto ao uso deste termo.
 
 Nautilus - Imagem capturada na Internet (Fonte: Wikipedia)
 

 Planta Cicas - Imagem capturada na Internet (Fonte: Casa Bela) 
 
 Icnofósseis: com base na definição, extraída da Internet, os icnofósseis são "estruturas fossilizadas diretamente relacionadas com atividades orgânicas, tais como alimento, locomoção, reprodução ou habitação. (...) podem ser referidas impressões e estruturas produzidas por organismos animais, como pistas de locomoção, trajetos de nutrição ou cavidades de alojamento, ou ainda, marcas de raízes quando se refere a organismos vegetais." (Fonte: Geologia Augusta).

A Prof.ª Kátia Mansur destacou que, antigamente, a versão sobre os dinossauros era que as caudas os ajudavam a manter o equilíbrio, mas esta concepção veio abaixo, pois não há registro destas (impressões) na chamada Paleoicnolologia.

O curso seguinte, também, sob a explanação da Prof.ª Kátia Mansur foi sobre "Recursos Geológicos: Minerais e Energéticos".
 
Além de abordar, inicialmente, acerca da importância dos recursos minerais para a humanidade, alguns conceitos básicos foram discutidos, como os de recursos renováveis e não-renováveis; recursos minerais e reserva mineral; lavra; mina; garimpo; fontes de energia e outros pertinentes à temática, a referida professora passou a explicar - no âmbito das fontes de energia - sobre os combustíveis fósseis (recursos energéticos que se formaram como resultado do enterramento e subsequente transformação da matéria orgânica).
 
E, entre estes recursos, o primeiro a ser tratado foi o carvão mineral e, em sequência, a evolução do mesmo.
 
A origem geológica do carvão mineral está associada às seguintes condições naturais:
 
- Produção de grande quantidade de biomassa (principalmente florestas);
- Preservação em um ambiente pobre em oxigênio (aquoso);
- Soterramento e compactação.

Em função do tempo decorrido do seu soterramento e compactação, isto é, em termos de profundidade e condições de temperatura e pressão, a matéria orgânica vai sendo submetida a um processo denominado de carbonificação (que é o enriquecimento em carbono).

Sendo assim, a matéria orgânica vai passar por vários estágios, durante este processo, cada qual com níveis de carbono diferenciados, os quais vão gerar:




 
 
  
As reservas de carvão do Brasil estão localizadas nos três estados da região Sul (borda leste da Bacia do Paraná), notadamente, no Rio Grande do Sul. Mas, o nosso carvão é de baixa qualidade, com alto teor de cinza e enxofre. Este último é responsável pelo desencadeamento da chuva ácida. 
 
Além da poluição atmosférica e a chuva ácida, durante a queima, outro problema relacionado à exploração do carvão são os rejeitos. 
 
Após a explanação sobre o mais abundante dos combustíveis fósseis, o carvão mineral, a Prof.ª Kátia Mansur deu prosseguimento aos outros dois da mesma categoria e, principais focos do presente Projeto, isto é, o Petróleo e o Gás Natural.  
 
Para introduzir a questão o Óleo e Gás, a Prof.ª Sílvia Regina de Medeiros, autora do PPS, fez uso de diversas imagens - sob diferentes situações de afloramento do petróleo - a fim de chamar a atenção de todos sobre esta fonte de energia, que continua sendo a principal matriz energética do mundo.
 
Falou-se da origem dos mesmos, digo no plural, porque a ocorrência do gás natural se encontra associada a do petróleo.
 
Diferentemente da matéria-prima para a geração do carvão mineral (soterramento de florestas), a origem dos depósitos de óleo e gás está ligada à grande quantidade de biomassa, principalmente, de fitoplancton e zooplancton, em mares fechados (ambiente redutor, pobre em oxigênio).        

 
 
 
Para a formação dos depósitos de óleo e gás natural, em uma bacia sedimentar, uma série de fatores é necessária para que estes se desenvolvam, a saber: 
. Produção de grande quantidade de biomassa (principalmente, fito e zooplâncton);
. Preservação em um ambiente redutor (pobre em oxigênio);
Maturação, este processo ocorre com o soterramento, quando a matéria orgânica - submetida às condições adequadas de calor e pressão - passa para o estado líquido (ou gasoso) em uma rocha geradora;
. Migração do óleo (ou gás) da rocha geradora para uma rocha reservatório, permeável.
. Trapeamento (trap=armadilha/rochas capeadoras): a existência de uma rocha impermeável (rocha selante ou capeadora) que retenha e acumule o petróleo.
 
As condições termais para a formação do petróleo devem variar de aproximadamente 50 a 200o C (depende também do tempo – milhões de anos).
A temperatura e o tempo vão determinar o tipo e a presença de hidrocarbonetos.
 
Após toda a explanação acerca das condições ambientais para a formação dos depósitos de óleo e gás, a Prof.ª Kátia Mansur destacou a posição do nosso país em termos de riqueza mineral e, também, sobre a descoberta das camadas do Pré-Sal.
A camada de sal é impermeável, sendo a rocha selante.
 
Dando continuidade, ela exibiu alguns mapas (distribuição das bacias sedimentares em nosso território, das reservas e das áreas produtoras de óleo e gás no mapa-múndi). Ainda explicou sobre o Hidrato de gás (hidrato de metano), de outras fontes de energia (nuclear, geotermal, eólica, solar etc.) e outros recursos minerais não energéticos (metálicos e não-metálicos).

No ranking dos maiores produtores mundiais, o Brasil ocupa: 
lugar na produção de nióbio e ferro;
- lugar em manganês, tântalo e alumínio;
- lugar em grafita;
- lugar  em rochas ornamentais, magnesita e crisotila;
- 5º lugar  em caulim.

A referida professora, ainda, ressaltou que a descoberta dos grandes campos petrolíferos do Pré-sal, pela Petrobras, coloca o nosso país em posição excepcional quanto à disponibilidade deste recurso mineral. 
O nióbio é um metal raro no mundo, mas é abundante no Brasil (maior produtor mundial), sobretudo, em Araxás (MG). O Brasil detêm 98% das reservas deste mineral nobre, metálico, seguido pelo Canadá e Austrália.
 
Após o encerramento das apresentações, as professoras Kátia Mansur e Sílvia Regina dispuseram diversos jogos educativos sobre a temática abordada, como: Jogo da Memória (Minerais e seus Usos); Jogo do Tabuleiro e o Jogo do Ciclo das Rochas. 





 
 



  
 

 
 

 
 

 
 

Professoras Kátia Mansur (em primeiro plano, à direita)
e Sílvia Regina (ao fundo, à esquerda) 
 

 
 
As atividades não se encerraram após o término desta, pois ainda tivemos uma palestra sobre "Operações de FPSOs", as apresentações das nossas oficinas no Laboratório e, por último, a visitação ao Museu da Geodiversidade. Mas, em virtude desta postagem estar extensa, as mesmas serão publicadas posteriormente.

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