Belo Horizonte (MG)
Imagem capturada na Internet (Fonte: Câmara Municipal de Belo Horizonte):
URBANIZAÇÃO
Não podemos confundir urbanização com crescimento urbano, uma vez que as cidades podem crescer, sem que – na verdade – ocorra à urbanização.
É preciso saber distinguir ambos, os conceitos, uma vez que
estes refletem processos distintos.
Esse equívoco, tão comum de acontecer, VESENTINI (1998) ressalta
e, também, exemplifica com o caso da Inglaterra, cujo processo de urbanização já cessou,
passando só a ocorrer o crescimento da cidade.
Só para relembrar aos alunos, a urbanização decorre do aumento
da população urbana sobre a população rural, isto é, ela se dá –
propriamente dito - quando a população
urbana supera a do campo.
Este fenômeno se encontra associado e foi intensificado com a industrialização, em razão da localização das indústrias próximas
ou nas cidades e, consequentemente, do desenvolvimento das atividades industriais (setor secundário), do crescimento do comércio e serviços (setor terciário), nas cidades.
Além desses, outro fator vinculado ao desenvolvimento industrial-urbano é o êxodo
rural (migração do home do campo para a cidade), seja na situação do campo estar passando
também por uma revolução (mecanização) e/ou pelo poder de atração das cidades em razão das maiores
oportunidades de emprego (setor secundário e terciário) e melhores condições de
vida (serviços, lazer etc.).
Êxodo Rural
Imagem capturada na Internet (Fonte: Wood4ever)
De acordo com o referido autor (op.cit.), enquanto processos, a urbanização possui um limite, ou seja, tem um “ponto final” (grifo meu) ao passo que o crescimento das cidades pode se dar de forma infinita.
No Brasil, assim como em outros países subdesenvolvidos, o processo de industrialização foi tardio.
Por muitos séculos, o setor primário (agricultura, pecuária e extrativismo) foi o “carro-chefe” da economia do nosso país, tanto durante o regime escravocrata quanto após a abolição dos escravos e com a vinda dos imigrantes.
Direta e/ou indiretamente, a influência dos imigrantes e da monocultura do café, principal produto primário da época, proporcionaram condições favoráveis para alavancar o desenvolvimento industrial no Brasil e, consequentemente, o processo de urbanização, ocorrido apenas na segunda metade do Século XX.
Com isso, não só a economia do Brasil sofreu alterações, passando de um país agroexportador e, predominantemente, rural para uma nação industrializada e urbana.
Como se pode observar na Tabela abaixo, até meados do Século XX (década de 50), a população rural era maior que a população urbana.
Como se pode observar na Tabela abaixo, até meados do Século XX (década de 50), a população rural era maior que a população urbana.
Durante o governo do presidente Juscelino Kubitschek
(1956-1960), a industrialização no Brasil ganhou novos rumos e feições. O país
abriu suas portas ao capital internacional, atraindo diversas empresas
estrangeiras, as multinacionais (internacionalização da economia).
Foi durante este período que ocorreu o incentivo à indústria
automobilística, com a instalação de montadoras de veículos internacionais em
nosso território, como a Ford, a General Motors, a Volkswagen e a Willys, assim como outras de outros ramos, também, se instalaram em nosso território, progressivamente.
Com todas essas mudanças, não só a industrialização como a
urbanização brasileira tomou forte impulso, fazendo com que a população urbana
crescesse rapidamente.
No quadro demográfico brasileiro, tal como mostra a tabela acima exposta, a população urbana só
ultrapassou a rural no final dos anos 60 e início dos 70. Nas décadas seguintes,
a industrialização do Brasil continuou a crescer, embora tenha sofrido
estagnação, em determinados momentos, em razão de crises econômicas.
As migrações que ocorreram, neste período de desenvolvimento
industrial-urbano, perpassaram não só a nível de campo-cidade (êxodo-rural),
como também entre estados e regiões, sobretudo, com destino à região Sudeste,
em destaque pela concentração industrial.
O período de maior ocorrência de migrações inter-regionais,
principalmente, Nordeste-Sudeste foi durante os anos de 1950, 1960 e 1970(Século XX), mais
especificamente, para o eixo Rio-São Paulo, atraídas pelas oportunidades de
emprego e pelas melhores condições de vida (sistema médico-hospitalar,
transportes, saneamento básico, lazer etc.).
De acordo com os dados do IBGE (2012), cerca de 84,9% da população brasileira
é urbana, enquanto 15,1% é rural.
Fontes
. Material Didático (particular)
. MOREIRA, João Carlos e SENE, Eustáquio de, Geografia (Volume Único), Scipione, São Paulo, 2005.
. MOREIRA, João Carlos e SENE, Eustáquio de, Geografia (Volume Único), Scipione, São Paulo, 2005.
. VESENTINI, José William, Brasil: Sociedade e Espaço, Geografia do Brasil, Editora Ática, SP, 1998.
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