Imagem da nuvem atômica quando da detonação da primeira bomba
na cidade de Hiroshima, no Japão, em 06 de agosto de 1945.
(Fonte: Wikipédia - Matsuyama)
Texto atualizado e modificado em 11/08/2015, às 06h00
Desde a semana passada e, sobretudo, neste último sábado e domingo, os principais veículos de comunicação noticiaram e exploraram muito os 70 anos da explosão da primeira e da segunda bomba atômica no mundo, no Japão, ambas lançadas pelos EUA, que integravam o Grupo dos Aliados, em plena II Guerra Mundial (1939-1945).
Na verdade, não há o quê celebrar e nem o quê lembrar, tendo
em vista que tanto a primeira quanto a segunda bomba na cidade de Nagasaki,
ambas em território japonês, além das mortes instantâneas, deixaram
um legado de doenças por gerações, assim como o preconceito do qual as pessoas ficaram
sujeitas, quando as mesmas foram apenas vítimas em um conflito sangrento que parecia não ter fim.
Sob o contexto da II Guerra Mundial, dos três países do Grupo do Eixo, a Alemanha sob o comando de Adolf Hitler, a Itália de Benito Mussolini e o Japão,
apenas os japoneses – sob o comando do imperador
Hirohito – persistiam em se manterem na guerra, já que os dois primeiros haviam
se rendidos ao Grupo dos Aliados
(Inglaterra, a ex-União Soviética/URSS, França e EUA).
Imagem capturada na Internet para efeito ilustrativo
Pôster do
Exército dos EUA anunciando a invasão ao Japão
após a rendição da Alemanha e da
Itália
(Fonte: Wikipédia)
A bomba atômica foi utilizada, estrategicamente, tanto para obrigar
o Japão a se render quanto para provar o poderio bélico dos EUA. O
Japão, mesmo tendo sido alertado sobre o uso de armamentos “pesados”, mas desconhecendo,
pois não foi mencionado - por parte dos EUA - sobre o possível emprego de bomba
nuclear, recusou-se a se render e permaneceu na guerra.
A população civil japonesa, no entanto, jamais imaginou que
esta decisão e, o que estava prestes a acontecer em seu território, tanto na cidade
de Hiroshima quanto em Nagasaki, iria marcar a história de seu país e da
humanidade no mundo inteiro. A destruição em massa por efeito de ataques com o
emprego de bombas atômicas.
A primeira bomba, denominada de “Little Boy”, foi lançada no dia 06 de agosto de 1945, às
8h15, pelo bombardeiro B-29 - denominado Enola Gay - atingindo muitos indivíduos
que já se encontravam trabalhando em lojas, escritórios, fábricas, entre outros
estabelecimentos na cidade, matando instantaneamente cerca de 80 mil pessoas. A
bomba continha 50 Kg de Urânio 235, cujo poder de destruição é equivalente a 15
mil toneladas de TNT (trinitrotolueno, alto
explosivo).
Tripulação
do Enola Gay que lançou a bomba atômica em Hiroshima
(Fonte: Wikipédia)
Réplica da Little Boy
(Fonte: Wikipédia)
Hiroshima, antes e depois da detonação da bomba atômica
(Fonte: Wikipédia)
Cidade de Hiroshima
(Fonte: Wikipédia)
Cidade de Hiroshima
(Fonte: Wikipédia)
De acordo com os dados imprecisos, divulgados na imprensa, considera-se
que aproximadamente 70% das construções da cidade de Hiroshima foram devastadas
totalmente e cerca de 7% ficou severamente danificada.
Por ser uma bomba atômica, os efeitos da radiação perduraram por
anos e, com isso, o número de vítimas fatais, sobretudo, entre os feridos e
aqueles que desenvolveram alguma doença, como - por exemplo - algum tipo de câncer na garganta, no (s) pulmão (s) e
em outras partes do organismo elevou o número de óbito a 140 mil.
No dia do ataque, em Hiroshima, milhares de pessoas
foram desintegradas e, em razão da falta de corpo ou de partes deste, o número total
de mortos é estimado. Cerca de 10.000 corpos de pessoas desaparecidas nunca
foram achados.
A maior parte das vítimas era mulheres e crianças, tendo em vista
que os homens estavam envolvidos diretamente no conflito (II Guerra Mundial).
Vítima com queimaduras
(Fonte: Wikipédia)
Menino carbonizado (observa-se a agonia precedente a sua morte)
(Fonte: Hum Historiador)
Hiroshima - (Fonte: Obvious)
Sequelas e deformações causadas pela bomba em Hiroshima
(Fonte: Obvious)
Nenhum outro episódio parecido ou com os mesmos efeitos do uso
de armas nucleares sobre um alvo humano havia sido registrado, anteriormente, em
qualquer parte do mundo. Por causa disso, nem mesmo os médicos japoneses sabiam
– ao certo - como proceder, pois os efeitos foram diretos e indiretos, isto é, agiram
instantaneamente, assim como a médio e longo prazo.
“Horas depois de explosão, uma chuva negra caiu
sobre o céu de Hiroshima. A chuva estava coberta de radioatividade das cinzas
das fumaças. Mas, por causa da falta de informação, desespero e da
desidratação, os sobreviventes tentavam beber a água que caía.
Quatro dias depois da desgraça em Hiroshima,
começou a aparecer uma epidemia na cidade, o sangue das pessoas não coagulavam
mais, sem glóbulos brancos ficavam propensos à várias infecções, manchas roxas
apareciam nos corpos, tufos de cabelos caíam até a perda total, o último sinal que
antecedia a morte era o vômito de um líquido marrom. Era um mal que surgia novo
e incurável, a necrose."
Mesmo com o efeito devastador do primeiro ataque com arma
nuclear e número de perdas humanas, na cidade de Hiroshima, o imperador japonês
- Hirohito - não removeu a ideia de continuar na guerra, não se rendendo aos
aliados.
Diante disso, três dias depois do ataque em Hiroshima, no dia
09 de agosto, os EUA lançaram a segunda bomba atômica (chamada “Fat
Man”), constituída de plutônio 239, cuja potência equivale a 22 mil
toneladas de TNT, poder destrutivo superior à bomba lançada e detonada sobre
Hiroshima.
Desta vez, na cidade de Nagasaki,
escolhida de última hora devido às más condições do tempo, diante da ocorrência
de muitas nuvens que impediam uma visualização perfeita da cidade-alvo, já pré-definida,
que era Kokura.
(Fonte: Wikipédia)
Como Nagasaki
apresentava melhores condições de tempo, optou-se por esta para alvo de ataque
aéreo. Contudo, segundo, fontes bibliográficas, antes mesmo de escolher o ponto
onde seria lançada e detonada a segunda bomba atômica, a falta de combustível na
aeronave (bombardeiro B-29, chamado “Bockscar”), os obrigou a lança-la logo, fazendo
com que a mesma caísse em outro ponto, em um vale, em uma distância de 3 Km do
centro da cidade.
Tripulação do bombardeio Bockscar
Réplica da Fat Man
Imagem da nuvem atômica quando da detonação da segunda bomba
na cidade de Nagasaki, no Japão, em 09 de agosto de 1945.
(Fonte: Obvious)
Nuvem atômica sobre a cidade de Nagasaki
(Fonte: Wikipédia)
A cidade de Nagasaki, antes e depois do bombardeio
(Fonte: Wikipédia)
Apesar do seu alto poder de destruição (superior até da primeira bomba lançada em Hiroshima), o seu efeito não foi o mesmo, devido ao
erro do alvo em consequência da pressa diante da falta de combustível, mas esta
causou, também, uma enorme destruição, com perdas materiais e, sobretudo,
humanas. Cerca de 40% da cidade foi destruída e 40.000 pessoas foram mortas.
No dia seguinte, 10 de agosto, o imperador do Japão pediu pela
paz, sem declarar abertamente a condição de rendição, ressaltando, porém, que a
sua posição como governante soberano do país fosse mantida.
No dia 11 de agosto, o Grupo dos Aliados declarou que a
exigência quanto à soberania e o futuro do imperador deveriam ser determinados
pelos próprios japoneses, o que ficou acordado pelo Japão, em uma Conferência realizada
no dia 14 de agosto.
As forças estadunidenses cessaram fogo e a II Guerra
Mundial era encerrada com dois dos episódios mais tristes sofridos em ataques
em massa.
No dia 02 de setembro de 1945, no couraçado
norte-americano Missouri, que se encontrava ancorado na Baía de Tóquio, as autoridades
japonesas assinaram o documento formal de rendição.
A II Guerra Mundial chegou
ao fim, oficialmente. Mas, as armas nucleares lançadas sobre o território japonês deixaram a pior herança para o seu povo e para mundo, expondo poder militar e bélico por detrás do jogo do poder no cenário mundial.
. Cola da Web
. Material Didático (particular)
. Obvious
. OOcities
. Wikipédia
Nenhum comentário:
Postar um comentário