Imagem capturada na Internet
Fonte: Adorocinema
Final da década de 50 e início
dos anos 60 (Século XX)...
O mundo se encontra sob a vigência de uma Ordem
Mundial bipolar, desde o final da II Guerra Mundial (1945), isto é, sob a
influência política, econômica e militar dos Estados Unidos da América (EUA) e
da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
As mesmas superpotências que protagonizaram
a Guerra Fria (1947-1991), período do embate indireto entre ambas (EUA x URSS)
e que provocou grande tensão mundial devido ao poder bélico que cada uma delas
possuía na época, sobretudo, em termos de armamento nuclear.
Período este, caracterizado
- entre outros aspectos - com a corrida espacial e as constantes demonstrações
de superioridade tecnológica e ideológica entre ambas.
Em território estadunidense, a segregação
racial era bem marcante e, mesmo diante das várias “tentativas” de minimizá-la,
a política de segregação dos EUA mantinha-se muito forte e enraizada
culturalmente contra os afro-americanos, que eram limitados a ocupar
determinados cargos no mercado de trabalho, tendo ainda salários inferiores aos
brancos e com acesso restrito a locais de uso comum, com exceção a aqueles
determinados para uso exclusivo aos negros.
Além disso, a questão de gênero
ainda se mostrava apoiada na cultura machista, com ênfase e o engrandecimento ao
papel do homem em face à explícita desvalorização da mulher como mente pensante
e produtiva no mercado de trabalho, em todos os seus níveis de atuação e
complexibilidade.
Todos esses elementos intrigantes
perpassam na história do livro “Hidden
Figures” (“Figuras Escondidas”), homônimo do filme lançado
esse ano no Brasil, o qual foi intitulado de "Estrelas Além do Tempo"
em nosso país.
Baseado em fatos reais, o filme
apresenta uma riqueza de detalhes e elementos sob esta conjuntura histórica (final
da década de 50 e início da década de 60) nos EUA e da Agência Espacial
Norte-Americana (NASA) sob o contexto da chamada Guerra Fria.
Antes mesmo de assisti-lo
(assisti no sábado passado), eu já havia o recomendado aos alunos, tanto do
Ensino Fundamental quanto do Ensino Médio, em função de sua importância
relacionada ao conteúdo da minha disciplina (e de História), assim como também no
contexto do Trabalho Escolar do 1◦ Bimestre da E. M. Dilermando Cruz, o qual
consta de levantamento biográfico de importantes personalidades femininas nas
diversas áreas de abrangência do mercado de trabalho.
Neste caso específico do trabalho
e, ao mesmo tempo, relacionado ao filme em questão, foram incluídos na lista
das personalidades femininas, os nomes das três amigas e cientistas da NASA –Katherine
Johnson, Dorothy Vaughn e Mary Jackson – para o levantamento biográfico
concernente.
Todas as três iniciaram a sua
carreira no Comitê Nacional de Consultoria para Aeronáutica (NACA), agência que
deu origem à NASA, criada em 1958.
Na NASA, elas faziam parte
de uma equipe, composta por 20 mulheres negras, que trabalhavam como “computadores
humanos”, calculando manualmente equações imprescindíveis para a
realização das viagens espaciais. Havia outro grupo com a mesma função só que era de
mulheres brancas, em outras condições de trabalho (mais favoráveis).
Elas se destacaram
em relação às demais em função da inteligência aguçada em cálculos matemáticos,
da persistência e da grande vontade em crescer e conquistar o seu lugar na NASA e, consequentemente, na sociedade
estadunidense.
Elas não só alcançaram este lugar
de destaque como venceram o preconceito de raça e, em parte, o de gênero. Neste
último, eu digo, em parte, porque a valorização delas não foi reconhecida na
época, pelo menos, em termos de maior divulgação nas mídias antigas. Na época,
o prestígio era sempre em cima do sexo masculino.
A mulher, ainda mais afrodescendente,
tinha a sua importância relegada a um plano secundário e, na maioria das vezes,
não valorizado e/ou reconhecido.
O filme retrata a competitividade
entre estadunidenses e soviéticos em termos de pioneirismo à exploração e
tecnologia espacial, a qual – para efeito da rivalidade – simbolizava não só a
superioridade tecnológica, política e militar como, também, forte
estratégia de propaganda do sistema ideológico.
Efetivamente, quem saiu à frente na
corrida espacial foi a União Soviética, em 1957, com o lançamento do satélite
artificial Sputnik 1 e, no mesmo ano, foi enviado o primeiro animal no espaço,
a cadela vira-lata Laika a bordo da nave Sputnik 2.
No entanto, o filme, em questão,
destaca o terceiro e grande feito do Programa Espacial soviético – ocorrido em
1961 - que foi enviar o primeiro homem ao espaço, o soviético Yuri Gagarin
que deu uma volta na órbita da Terra, em 108 minutos (1h48), a bordo
da cápsula Vostok.
Nesta época, a Agência Espacial
Norte-Americana (NASA) ainda dava os seus primeiros passos (ela foi criada em
julho de 1958), apresentando muitas falhas técnicas e de cálculos que
justificavam o atraso do seu programa espacial.
O primeiro astronauta estadunidense
a ir ao espaço foi Alan Shepard, em um voo sub-orbital, de 15 minutos, no
dia 5 de maio de 1961. Mas, John Glenn foi o primeiro a entrar na órbita da
Terra, no dia
20 de fevereiro de 1962, a bordo da cápsula espacial Friendship 7.
Neste mesmo ano, a NASA começou a
trabalhar – pela primeira vez - com computadores eletrônicos da plataforma IBM
e, no dia do lançamento da espaçonave Friendship 7, mesmo com os cálculos feitos pelas máquinas, o referido astronauta solicitou –
sob ameaça de desistência (segundo cena do filme) – que Katherine Johnson
revisasse os cálculos de sua rota, nos quais foi constatado um erro.
Apesar do superaquecimento que a
nave sofreu ao entrar na atmosfera terrestre, no seu retorno, causando uma
grande apreensão nacional e, sobretudo, a John Glenn, a intervenção e recálculo
da rota feito por Katherine Johnson o trouxe de volta, são e salvo. Katherine Johnson sabia que iria dar certo e deu!
Essas três mulheres negras - Katherine Johnson, Dorothy Vaughn e Mary
Jackson - que por muitas décadas viveram como verdadeiras “Figuras Escondidas”, foram fundamentais para que o Programa Espacial dos EUA desse certo e,
mediante a rivalidade e à corrida espacial, os colocassem a
frente dos soviéticos, com a empreitada de levar o homem à Lua, pela primeira
vez, em 1969. O mérito desse feito coube, também, à Katherine Johnson, pois foi
ela que fez o cálculo da trajetória do Apolo 11, o foguete que levou os astronautas
à Lua.
Vale a pena assistir ao filme por
todo esse contexto (Guerra Fria, corrida espacial, NASA etc.) e demais elementos inerentes à história de época que são
importantes para discussões em sala de aula.
Cientistas x Atrizes (personagens do filme)
Imagens capturadas em M de Mulher
Katherine Johnson Taraji Penda
Henson
Dorothy Vaughan Octavia Spencer
Mary Jackson Janelle Monáe
Assista o trailer AQUI!
Professora, pesquisei sobre o filme e todos os ingreços (nos cinemas que vi) estão esgotados.
ResponderExcluirMaria Eduarda Gomes de Oliveira
T. 1903
Uma pena, Maria Eduarda Gomes! Com certeza, você iria gostar muito do filme! Vamos aguardar sair o CD no mercado. beijos
ResponderExcluirTudo é sempre lúdico e imaginativo e talvez em alguns momentos até a realidade pode parecer um tanto quanto fantasiosa. Adoro ler livros, cada um é diferente na narrativa e nos personagens, é bom que cada vez mais diretores e atores se aventurem a realizar filmes baseados em livros. Adorei 7 Minutos Depois da Meia Noite, dos filmes drama 2016 , porque tem toda a essência do livro mais sem dúvida teve uma grande equipe de produção. É muito inspiradora, realmente a recomendo.
ResponderExcluirInteressante, você gostou do filme? É excelente, sinto que história é boa, mas o que realmente faz a diferença é a participação do atriz Taraji P. Henson neste filme. O elenco deste filme é ótimo, eu amo tudo onde Taraji P. Henson aparece, o ultimo que eu vi foi em um filme de ação chamado Proud Mary, adorei esse filme! De todos os filmes que estrearam, este foi o meu preferido, eu recomendo, é uma historia boa que nos mantêm presos no sofá. É espetacular. Pessoalmente eu acho que é um filme que nos prende, tenho certeza que vai gostar, é uma boa história. Definitivamente recomendado.
ResponderExcluir