Imagem capturada na InternetFonte: Pixabay
Talvez, a primeira crítica neste post recaia na imagem... Em tempo de revolução tecnologia, com a
Internet, seria mais admissível fazer uso de um PC ou de um notebook, mas – de
acordo – com o há publicado acerca do autor da crônica que, aqui estou
compartilhando, este era avesso às tecnologias modernas. Daí eu buscar
imagem mais condizente com este.
Há tempo não tenho publicado crônicas. Achei esta muito
pertinente para a ocasião, sobretudo, porque tem um viés com a minha vida que é
de um dia ser escritora (também adoraria cantar!).
Acredito que todo autor ao escrever deseja atingir de forma
direta o leitor, distintamente, de
acordo com o seu gênero literário... tal como o autor, Rubem Braga, explicita
no título.
Se for um romance,
adocicar mais ainda os sentimentos do leitor ao ponto de aumentar a sua
esperança nas incertezas ou a convicção quanto à direção certa. Sendo
do gênero ficção, buscar atiçar a
imaginação do leitor, compondo fatos da realidade com reinterpretações singulares
em descompasso com as normas convencionais, fantasiando e descortinando novos
espectros. Sendo um drama, em meio a
uma rede tumultuada de fatos, o leitor é capaz de sofrer
concomitantemente ao desenrolar da história. Ou ainda, sentir medo ou
temor durante o adiantamento desta, quando o seu texto apresenta um conteúdo de
horror. Sendo capaz , também, de
causar ansiedade e inquietação ao leitor no gênero suspense.
Em meio a outros gêneros literários, o que mescla maior
leveza e tom espirituoso sob situações cômicas da realidade,
capazes de desvelar a alegria sobre qualquer efeito nefasto da tristeza da alma
é a comédia.
E tal como este último gênero, Rubem Braga deixa explicito sua intencionalidade em mudar a vida
das pessoas, tornando-as mais felizes a partir de sua crônica, bem como o de
tornar as pessoas em agentes multiplicadores de alegrias por meio do
compartilhamento de sua história engraçada. Eis sua crônica...
MEU IDEAL
SERIA ESCREVER...
Rubem
Braga
Meu ideal seria escrever uma
história tão engraçada que aquela moça que está doente naquela casa cinzenta
quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar
e dissesse -- "ai meu Deus, que história mais engraçada!". E
então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para
contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem
alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como
um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça
reclusa, enlutada, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio
riso, e depois repetisse para si própria -- "mas essa história é mesmo
muito engraçada!".
Que um casal que estivesse em casa
mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante
irritada com o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha
história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da
mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má vontade, tomasse conhecimento da
história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um
para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse
do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de
estarem juntos.
Que nas cadeias, nos hospitais, em
todas as salas de espera a minha história chegasse -- e tão fascinante de
graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu
coração com lágrimas de alegria; que o comissário do distrito, depois de ler
minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aqueles pobres
mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse -- "por favor, se
comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!" . E que assim
todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em
alegre e espontânea homenagem à minha história.
E que ela aos poucos se espalhasse
pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa, na
Nigéria, a um australiano, em Dublin, a um japonês, em Chicago -- mas que em
todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto
surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre,
muito sábio e muito velho dissesse: "Nunca ouvi uma história assim tão
engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para
ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com
certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e
que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se
filtrou por acaso até nosso conhecimento; é divina".
E quando todos me perguntassem --
"mas de onde é que você tirou essa história?" -- eu
responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um
desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a
contar assim: "Ontem ouvi um sujeito contar uma história...".
E eu esconderia completamente a
humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando
pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e
sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu
bairro.
Nice article as well as whole site.Thanks.
ResponderExcluirParabéns pela página!
ResponderExcluirUm exemplo de como organizar e, mais importante, compartilhar informações.
Como professor, seu site é uma referência para mim.
ResponderExcluirافضل الخدمات المنزلية بمدينة الجبيل 0551844053 تنظيف الفلل والبيوت وتسليك المجارى وخدمات التنظيف
بالكامل من شقق وفلل وسجاد وخزانات ومكافحة الحشرات ومكافحة النمل الابيض بالجبيل
شركة مكافحة حشرات بالجبيل
شركة تنظيف منازل بالجبيل
شركة تسليك مجارى بالجبيل
شركة مكافحة النمل الابيض بالجبيل
شركة تنظيف كنب بالجبيل
شركة مكافحة الحمام بالجبيل والقطيف
شركة تنظيف بالجبيل
شركة تنظيف سجاد بالجبيل
شركة تنظيف شقق بالجبيل
شركة تنظيف فلل بالجبيل