Os oceanos consistem em vastas extensões de águas salgadas,
profundas,
que cobrem grande parte da superfície terrestre.
. Área da Superfície Terrestre: 510 milhões de Km2
. Terras Emersas (continentes e ilhas): 149
milhões de Km2 (≅ 29%)
. Terras cobertas de Água: 361 milhões de Km2 (≅ 71%)
Como é de conhecimento de todos, a Terra possui seis
continentes: Ásia, América, África, Antártida, Europa e Oceania (em
ordem decrescente de extensão territorial) e cinco oceanos: o Pacífico
(o mais extenso); o Atlântico (o mais importante por ser o mais
navegado e por ligar os países mais ricos do mundo); o Índico (apresenta as
temperaturas mais altas); o Glacial Antártico (o mais aberto e formado pela
junção das águas dos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico) e o Glacial Ártico
(o menor de todos).
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Imagem do meu acervo particular |
Em razão da Terra conter cerca de 71% de sua superfície coberta
de água, algumas designações são empregadas em referência à ela, como - por exemplo
- Planeta
Água, Planeta Azul ou Planeta Oceânico.
Yuri Gagarin, cosmonauta da antiga União Soviética (URSS),
primeiro homem a ir ao espaço - a bordo da nave Vostok 1 - e viajar na orbita
da Terra, em 12 de abril de 1961, em plena Guerra Fria (embate indireto entre
os EUA e a URSS), ao avistar o nosso planeta, no espaço, proferiu uma frase que
ficou eternizada: “A Terra é azul! ”
Cabe aqui, no entanto, uma observação importante, que esta expressão,
assim como as demais – acima citadas - não se aplica exclusivamente aos oceanos
e, sim, a todos os corpos líquidos existentes na superfície terrestre, mas –
sem dúvida - os oceanos se destacam tanto pelas grandes áreas que ocupam (a
maior parte dos 71% considerados) quanto pelos volumes de água.
Os oceanos são de fundamental importância, direta
e indiretamente, para o planeta e para a humanidade, tendo em vista que
eles:
- Abrigam uma ampla e rica biodiversidade (ecossistema marinho);
- São fontes de diversos recursos, sobretudo, em termos de alimentos
para o homem;
- Apresentam uma gama de variedade de recursos minerais nos
assoalhos oceânicos, como o petróleo e nódulos ricos em manganês e outros
metais (cobalto, níquel, cobre etc.);
- Possibilitam o aproveitamento das correntes marítimas e
das oscilações das marés (altas e baixas) como forma de energia renovável e
limpa (maremotriz);
- Representam importante fonte de trabalho e de subsistência para
muitas pessoas que lidam com a exploração e o comércio dos respectivos recursos
marinhos, movimentando a economia local, regional e nacional;
- Através de rotas de navegação e dos meios de transportes
marítimos promovem a circulação de pessoas e/ou de mercadorias, assim como,
também, a comunicação entre pontos distantes;
- Contribuem para a precipitação pluvial (chuvas) em razão da
evaporação de suas águas;
- Possuem a capacidade de regular a temperatura e o clima do
planeta;
- São responsáveis pela absorção de parte dióxido de carbono (CO2)
produzido e lançado na atmosfera;
- Produzem mais da metade do oxigênio disponível no planeta
por meio dos plânctons e fitoplanctons.
Contudo, apesar de toda a sua importância em termos de suporte de
recursos naturais; de abrigarem ecossistemas ricos em biodiversidade; de serem
reguladores
naturais das condições climáticas do planeta; serem fonte de
trabalho e de sobrevivência de muitas comunidades pesqueiras e da sociedade em
geral, entre outros aspectos, os oceanos não estão livres de impactos negativos
decorrentes das ações
antrópicas (humanas).
Lixo, esgoto doméstico não tratados, resíduos
industriais, agrotóxicos e fertlilizantes agrícolas e vazamento de
óleos (petróleo) são os principais agentes poluidores dos oceanos e
mares. E as correntes
oceânicas acabam atuando como agentes dispersores destes poluentes,
espalhando-os para longas distâncias, o que dificulta a remoção dos mesmos.
Ao mesmo tempo, que as correntes oceânicas atuam com
dispersoras de lixo em diferentes pontos dos oceanos. Os detritos, por sua vez,
podem ser acumulados em determinadas partes dos mesmos, formando as chamadas “ilhas de lixo”.
Tal como já ocorre em diversos pontos dos oceanos da superfície terrestre.
A grande Ilha de Lixo, localizada na parte Norte do
oceano Pacífico, entre o Havaí e a Califórnia (EUA), é o maior exemplo e prova dos efeitos nocivos das
ações humanas em não tratar o lixo e lançá-lo nos mares (e oceanos).
Além desta, estima-se que outras concentrações de detritos, similares,
ocorram em outros pontos dos oceanos, todos carreados pela dinâmica das correntes
oceânicas.
Como explica, COELHO (2020:22),
“As variações de pressão,
temperatura e salinidade são os fatores físicos formadores desses grandes
fluxos de água nos oceanos. Por consequência, cada massa d’água tem uma
identidade a partir de uma assinatura específica. Adicionados aos fatores
citados a ação dos ventos, a presença de barreiras continentais e o movimento
de rotação da terra (coriolis) promovem o transporte dessas águas. O padrão de
movimento, seja de águas quentes ou frias, podem circular no sentido horário
(Hemisfério Norte) ou anti-horário (Hemisfério Sul). Esse comportamento é capaz
de estabelecer cinco grandes giros oceânicos: Atlântico Norte e Sul, Pacífico
Norte e Sul, e no Índico (...). Esses giros possuem alta fluidez o que
proporciona mudança de forma e tamanho. Supõe-se que o maior e mais conhecido
giro abordado em estudos, o giro do Pacífico Norte, tenha arrastado milhões de
toneladas de lixo. Os outros quatro grandes giros, menos divulgados, nos nossos
oceanos também estão acumulando intensamente resíduos, e isso inclui o oceano Atlântico.
”
Todas essas concentrações de lixos flutuantes afetam diretamente o ecossistema marinho e,
ao mesmo tempo, o ser humano, quer seja em termos de consumidor final dos seus
recursos marinhos (peixes, crustáceos etc.) quer seja em termos de redução do
trabalho direto a este ambiente quer seja em termos de aproveitamento como área
turística ou de balneabilidade e, sobretudo, como parte integrante do planeta Terra
sob o contexto de sua dinâmica ambiental sistêmica e integrada.
Além da poluição dos mares e oceanos, não podemos
esquecer dos efeitos
negativos da exploração predatória dos seus recursos biológicos, que
coloca em risco a conservação das espécies marinhas e, sobretudo, a sua
reprodução.
A prática da pesca predatória (sobrepesca) e ilegal realizada quer seja em épocas proibidas e/ou de
reprodução, quer seja com o uso de explosivos ou da captura de espécies em
risco de extinção, entre outros aspectos, pode impactar diretamente os ecossistemas
marinhos de forma irreversível.
Há tempo essa situação acerca dos oceanos e mares vem se
agravando sob um processo contínuo de irresponsabilidade humana e de falta de
conscientização de sua importância ambiental, assim como para a população e
para a economia mundial.
E, hoje, sem dúvida alguma, entre os diferentes agentes
poluidores, o que vem se destacando como o maior inimigo das águas oceânicas e da fauna
marinha é o plástico.
“Atualmente,
há estudos que mostram que, aproximadamente,
13 toneladas de plástico chegam ao
oceano todos os anos.
Muitas vezes, esse plástico é ingerido pela fauna
marinha,
como peixes e tartarugas, e outros animais
como as aves que se
alimentam dos peixes,
provocando a morte de 100 mil animais marinhos por ano,
além de outros danos.
Segundo dados divulgados pela ONU,
a estimativa é que em
2050
a quantidade de plásticos na água supere a de peixes. ”
(Portal
de Educação Ambiental, São Paulo)
O aumento do consumo de plásticos descartáveis, nos últimos
anos, sobretudo, durante a Pandemia do Novo Coronavírus, fez com que o
lançamento de plásticos nos oceanos, também, aumentasse, em especial, os de proteção
individual (EPIs) e outros materiais de utilização única, impactando e
prejudicando ainda mais a vida marinha.
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Imagem capturada na Internet Fonte: Veja Foto: Nicholas Samaras |
Em 2017, sob a perspectiva de promover uma maior
conscientização e a mobilização de todos em prol de mudanças de comportamento e
de ações positivas ao tratamento dos oceanos, a Organização das Nações Unidas (ONU)
declarou o período - entre 2021 e 2030 - como a Década dos Oceanos para o Desenvolvimento
Sustentável.
Com o objetivo principal de mobilizar todos os segmentos (cientistas,
políticos, empresários, trabalhadores e a sociedade civil) em uma única direção,
isto é, voltados para conservação dos recursos naturais, em especial, dos
oceanos e mares.
Só assim, através de ações de Educação Ambiental,
fortaleceremos o nosso compromisso de cidadãos responsáveis pelo meio ambiente,
pelos ecossistemas marinhos, pelo desenvolvimento sustentável e por nós mesmos.