terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Cerrado em Alerta quanto aos Riscos de Extinção

Cerrado
Imagem capturada na Internet
Fonte: Pinterest (Catraca Livre)
 


O desmatamento no Cerrado não é um fato recente e, muito menos, algo que não mereça preocupação ao ponto de ignorarmos o seu agravamento. 

Segundo maior bioma do Brasil, atrás apenas da Floresta Amazônica, ele se destaca por ser responsável pela água de cerca de 70% das bacias hidrográficas brasileiras e por abriga 5% da biodiversidade de todo o mundo, segundo a National Geographic Brasil.

Em minha opinião, uma das melhores definições de Bioma é aquela referida no Atlas Geográfico Escolar (IBGE), a qual o define como a,

 “Unidade biótica de maior extensão geográfica, 

compreendendo várias comunidades 

em diferentes estágios de evolução, 

porém denominada de acordo 

com o tipo de vegetação dominante. ” 

E, como já publiquei neste espaço, tanto a Mata Atlântica quanto o Cerrado são considerados Hotspots entre os 35 existentes no mundo todo. 

Hotspots correspondem às áreas de grande biodiversidade, mas que se encontram em alto risco de degradação ambiental, podendo já estarem devastadas e/ou tendendo a sua situação a se agravar. Em outras palavras, são áreas cuja sua biodiversidade se encontra ameaçada de extinção. 

Os critérios para a classificação das áreas em um Hotspots, termo ambiental criado pelo ecólogo e cientista inglês, Norman Myers (Oxford University), em 1988, é que ela possua – no mínimo - 1.500 espécies endêmicas de flora e que tenha perdido mais de ¾ de sua vegetação natural. Daí a inclusão dos biomas brasileiros, Mata Atlântica e Cerrado, na lista dos Hotspots da Terra. 

Como se tratam de áreas com grande biodiversidade, além da riqueza em termos de flora (vegetação), inclui-se as espécies da fauna (animais), uma vez que a ameaça ou risco da vegetação nativa implica, consequentemente, na integridade e conservação das espécies animais.

Entendem-se por plantas endêmicas, as espécies que só nascem em um determinado local, isto é, a sua distribuição geográfica se limita a um determinado ponto da Terra (país, região, continente etc.), não existindo em nenhum outro lugar. 

Entre as causas principais da devastação tanto do cerrado brasileiro quanto da Mata Atlântica, têm-se: 

. CERRADO:

- Especulação fundiária;

- Expansão da fronteira agrícola/Agronegócio (soja, principalmente) e pecuária;

- Práticas de queimadas (limpeza e preparo do terreno para o cultivo ou criação de animais) e/ou manejo inadequado do fogo;

- Ineficácia da gestão hídrica;

- Desrespeito às Unidades de Conservação e dificuldades de monitoramento.


 

Imagem capturada na Internet


. MATA ATLÂNTICA:

- Ocupação inicial da colonização e ao longo dos séculos (abriga cerca de 70% da população brasileira em sua antiga e atual faixa de ocorrência);

- Exploração e Uso do solo (exploração do pau-brasil), Ciclos Econômicos voltados para a agricultura (cana-de-açúcar, algodão, café, cacau), pecuária, mineração, entre outros produtos primários;

- Processo histórico de industrialização e urbanização do nosso país.


Imagem capturada na Internet (Fonte: Danilo Eco)


De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE), o desmatamento no Cerrado cresceu 3% nos últimos 12 meses até agosto do ano passado (2023), em comparação com igual período anterior. 

Foram destruídos mais de 11 mil Km2 de áreas nativas, das quais 75% nos quatro Estados, que compõem a fronteira agropecuária da chamada “MAPITOBA” (ou “MATOPIBA”) denominada Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que consiste nas iniciais dos estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia (acrônimo), cujo avanço foi mais acelerado nas últimas décadas. 

Mapitoba ou Matopiba
Imagem capturada na Internet
Fonte: Facebook

Desde então, o Governo Federal cuidou de ressuscitar o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no respectivo Bioma (Cerrado), com alerta ao Setor do Agronegócio quanto à importância de sua conversão aos padrões de sustentabilidade ambiental, não só para contribuir na redução do seu desmatamento, como definir o seu futuro mediante o comércio internacional. 

De acordo com o Estadão, no período de 2019 a 2022, sob a gestão do presidente Jair Bolsonaro, que se mostrou totalmente avessa à preservação do meio ambiente, o desmatamento do Cerrado cresceu 40%. Foi também o período de desmonte dos órgãos federais de proteção ao meio ambiente, quando os planos voltados ao Cerrado foram revogados. 

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