Gabriel Perissé
Maneira antiga era chamar a professora de "tia". Se a escola é continuação da família, a professora é a segunda mãe. Paulo Freire se revoltou: "tia não". Alunos não são parentes. Tia recebe presente, tia a gente não esquece, tia a gente respeita. Tia podia (hoje não pode mais) até dar umas palmadas, porque a mãe apoiava e até incentivava.
É comum entre alunos mais velhos chamar o professor de mestre. Mesmo que não tenha mestrado. O mestre tem respostas, conta parábolas, transmite conteúdos e experiências. Mesmo com doutorado, mestre será sempre mestre. Mestre tem algo de maestro, de harmonizador. Mestres mostram o caminho, merecem homenagem.
No internetês e no diálogo entre estudantes do ensino médio e universitários de hoje, professor é prof. Prof não é abreviatura. Não tem o ponto de prof., é interrupção abrupta, interrupção ou preguiça, ou então sinal de intimidade. Prof pode chegar ao mínimo, ao prô. Ser prô não diminui o professor. Prô vale para professora e professor, é unissex. Prô é do bem, é sangue bom. Com o prô ou com a prô a gente pode reclamar na boa.
Há ainda os que chamam professor de teacher. Mesmo que o aluno não saiba inglês, pede ao teacher alguma explicação. Teacher não é deste país, nem deste mundo. Engraçado alguém se referir ao teacher que ministra aulas de língua portuguesa...
E o professor que se chama professor. Professor porque sabe professar o que conhece. Há quem diga que professor é nome menor. O importante mesmo seria atuar como educador, porque educador vai mais longe, não está preso entre as quatro paredes da sala de aula.
Ou então chamemos o professor pelo nome de batismo. É o João, o Marcos, a Beatriz, a Inês, cidadãos dedicados à tarefa de ensinar. Dispensam títulos. Não serão "senhor" ou "senhora". Informalmente serão o que são, pessoas que descobriram sua vocação.
Não tenhamos medo da palavra "vocação". Vocare, no latim, é chamar. Professor é aquele que se sente chamado a dialogar com os alunos. Aluno, por sua vez, procede de outro verbo latino, alere, referente à alimentação. Aluno se alimenta das palavras do professor, de sua capacidade para transformar conhecimento próprio em descobrimento do outro.
Obs.: Grifos (em negritos) meus.
Gostei. Eu só o tinha com a professora Eliane, ela era a que tinha mais carinho pela turma, e se tratava como uma mãe pra todos, acho que foi por isso. Agora só uso professora, e em casos como a Dona Margarida uso "dona", e se não uso acho estranho rs.
ResponderExcluirEliane foi um ótima professora no primario,eu gostava e ainda gosto muito dela.
ResponderExcluirEu acho que ser professor(a) e uma profissão bonita,eu que ser professora de português.
Andressa e Tamiris,
ResponderExcluirNa verdade, não importa a forma como vocês nos chamam (tia, mestre, prof. ou prof, professor etc.), pois o mais importante em uma relação - seja esta qual for - é o respeito.
Já fui chamada de tia, por diversas vezes, principalmente, quando as turmas eram do sexto ano e, outras vezes, até de mãe (é claro que a turma tda riu).
O importante é que ambos se respeitem. E disso, eu nem posso reclamar de vocês duas.
Fico feliz por saber que você, Andressa, quer seguir a carreira do magistério e em Língua Portuguesa.
A leitura, a interpretação e a escrita precisam ser treinados sempre e, principalmente, antes de tudo, você tem que gostar de fazê-los. E, o Blog acaba sendo um ótimo exercício para você...
Beijos
Exatamente professora,eu gosto muito de ler,escrever,e ensinar,eu sempre ensinos os meus primos menores kê estao no primario
ResponderExcluire o blog e mesmo um ótimo exercícios,beijos