Guerra Fria: charge mostrando, à esquerda, o líder da URSS, Nikita Kruschev
e, à direita, o presidente dos EUA, John Kennedy.
Imagem capturada na Internet (Fonte: História por Imagem)
Antes de entendermos esta preocupação mundial com as ameaças de
guerra por parte da Coreia do Norte, precisamos retomar alguns tópicos que
envolvem o período da Guerra Fria, inclusive, de sua criação como Estado-Nação
e de seu sistema político-ideológico. Maiores detalhes sobre o país farei em uma outra publicação.
Desde o dia 06 de agosto de 1945, quando os EUA lançaram a
primeira bomba atômica (nuclear) na cidade de Hiroshima, no Japão e três dias
depois, em Nagasaki, outra cidade japonesa, no final da II Guerra Mundial
(1939-1945), a humanidade passou a viver sob o temor de um combate direto, de
grandes proporções, capaz de envolver países com armas nucleares (declaradas
e/ou não declaradas).
Foi o que aconteceu durante a Guerra Fria, período conhecido
pelo embate indireto entre os EUA e a antiga URSS (União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas).
Após a II Guerra Mundial, a nova Ordem Mundial era
bipolar, isto é, o mundo passou a se estruturar, se organizar, em termos
político e econômico a partir da influência e da disputa entre estas duas
superpotências (EUA e URSS).
No entanto, a disputa também envolvia sistemas
político-ideológicos distintos, tendo os EUA na liderança do bloco dos países
capitalistas e a URSS no comando do bloco dos países socialistas.
O termo Guerra Fria consiste no fato de que não houve um
embate direto entre as duas potências (EUA versus URSS), mas elas se tornaram
patrocinadoras de diversos conflitos envolvendo países de ambos os blocos, os
quais foram financiados e orientados – cada qual– conforme os seus respectivos
interesses.
Charge capturada na Internet (Fonte: História por Imagem)
O clima de tensão foi mantido durante todo este período, marcado pela corrida espacial, corrida armamentista, redes de investigação e espionagem (CIA versus KGB), caça às bruxas, entre outros aspectos. A população mundial viveu sob o temor de uma guerra nuclear.
A Guerra Fria teve início em 1947 e
o seu término, para alguns autores, se deu no final de 1989, quando houve a queda
do muro de Berlim, considerado o maior símbolo da Guerra Fria, que separava a
República Democrática Alemã (Alemanha Oriental, socialista) da República
Federal Alemã ou Alemanha Ocidental (capitalista). No entanto, outros autores
consideram o ano de 1991 em virtude de ter
havido a dissolução do Pacto de Varsóvia (ou Tratado de Assistência Mútua da
Europa Oriental), isto é, da aliança militar dos países do bloco socialista.
A crise no Socialismo, o fim da URSS e o desmantelamento
quase por total do bloco socialista (países de regimes comunistas), no final
dos anos 80 e início dos anos 90 (Século XX), o cenário mundial mudou de forma
significativa. Hoje, cinco países se mantêm socialistas (regime comunista),
são eles: Cuba, China, Coreia do Norte, Vietnã e Laos.
Embora, os referidos países apresentem uma história
político-socioeconômica distinta, eles possuem alguns aspectos comuns, tais
como a economia baseada na estatização de empresas e da propriedade da terra, assim
como são sustentados por uma linha de governo repressiva, de ditadura.
Hoje, mesmo com a ditadura de partido único, estas nações
são pressionadas pelo mercado mundial, que impõe a necessidade de adaptações em
face da crise econômica. Mas, vale ressaltar aqui, que as mudanças perpassam a
nível econômico e não político, tendo em vista a manutenção do governo
ditatorial.
Laos, por
exemplo, iniciou mudanças econômicas no país, na década de 90 (século XX), após
firmar acordos econômicos com o Japão e promover a privatização de empresas
estatais, mas governo ditatorial continua, assim como no Vietnã.
Cuba, único país
socialista do continente americano, localizado na América Central Insular (mar
do Caribe). Após a Revolução Cubana (1959) e o alinhamento do país ao bloco
soviético, o país sofreu um embargo econômico, comercial e financeiro por parte
dos EUA em 1962, em vigor até hoje. Muitos avanços foram verificados, em sua
evolução histórica como país comunista, sobretudo, nas áreas da Saúde, Educação
e Esportes. Todavia, como a sua economia era dependente dos recursos da antiga
União Soviética (URSS), quando esta foi desmantelada no início dos anos 90
(Século XX), o país entrou em crise. Dificultada ainda pelo embargo econômico
dos EUA, Cuba teve ajuda financeira da Venezuela por intercessão do, então, presidente
Hugo Chavez e, também, com o crescimento do setor turístico na ilha.
No entanto, com a morte de Hugo Chavez no dia 5 de março
deste ano, Cuba ingressou em mais um período de instabilidade econômica, tal
como foi por ocasião da dissolução da URSS.
Hoje, a população venezuelana foi às urnas para eleger o novo presidente
do país. Os dois candidatos Nicolás Maduro (legado do antigo governo) e Henrique
Capriles (opositor) se encontram na expectativa dos resultados da eleições na
definição do governante. O primeiro já mencionou a manutenção da ajuda
financeira a Cuba, mas o segundo (Capriles) declarou manter a relação
diplomática, mas sem regalias nos contratos comerciais.
De acordo com o site DW Notícias, “Cuba tira sua principal
fonte de receita da venda de serviços profissionais, em especial médico e
educacional, (...). Só em 2011, Caracas pagou a Havana 5 bilhões de dólares
pelo serviço de 30 mil médicos e outros 15 mil profissionais cubanos”.
Para reduzir os gastos do Estado, em 2010, o governo cubano anunciou
a demissão de 500 mil funcionários públicos e tomou outras medidas, inclusive,
com o objetivo de abrir espaço para a propriedade privada. Em 2011, a Assembleia
Nacional aprovou uma reforma econômica, com esta mesma meta, que inclui
demissões de funcionários.
Dos cinco, a China é o país que apresentou maior flexibilidade na sua posição tanto no âmbito do sistema comunista quanto na crise econômica. Após a morte de Mao Tsé-tung, em 1976, o país passou a ser comandado pelo Partido Comunista Chinês (PCCh), que assumiu o poder e impetrou diversas mudanças na política econômica da China.
Dos cinco, a China é o país que apresentou maior flexibilidade na sua posição tanto no âmbito do sistema comunista quanto na crise econômica. Após a morte de Mao Tsé-tung, em 1976, o país passou a ser comandado pelo Partido Comunista Chinês (PCCh), que assumiu o poder e impetrou diversas mudanças na política econômica da China.
Ela manteve a hegemonia do Estado na produção, mas realizou certa
liberação econômica ao dispor, próxima à costa litorânea oriental (áreas
portuárias, industrializadas e urbanas), na segunda metade da década de 1970, a
criação de Zonas Econômicas Especiais (ZEEs) destinadas à instalação de
multinacionais (filiais de empresas estrangeiras), principalmente, japonesas e estadunidenses.
Estas mudanças promovidas pelo Estado foram cruciais para o
crescimento do país, que já apresentava diversos fatores locacionais para a
instalação de tais empresas estrangeiras em seu território, entre os quais pode-se
citar: a existência de mão de obra barata e não qualificada, conjunto de infraestrutura
(logística) adequada à entrada do capital estrangeiro, proximidade às fontes de
matéria-prima, isenção de impostos por parte do governo, entre outros.
Por sua relativa abertura ao capitalismo, o sistema adotado
ficou conhecido como “economia socialista de mercado”, denominado de terceira
via.
Em 1997, o país promoveu um gigantesco programa de
privatizações de empresas estatais e, em 2001, tornou-se membro da Organização
Mundial do Comércio (OMC), passando a seguir as regras do comércio
internacional.
Se houve mudanças na sua economia, o mesmo não se pode falar
da política chinesa, uma vez que esta se manteve aos moldes da linha repressiva
de governo ditatorial, socialista, com uso da censura e restrições aos direitos
da população (falta de liberdade de expressão).
A Coreia do Norte (República
Democrática Popular da Coreia), que ultimamente é manchete constante nos
principais meios de comunicação devido às ameaças de bomba atômica, é o país mais
fechado do mundo e de modelo mais radical sob o princípio do sistema comunista.
O país é governado por Kim Jong-un, que assumiu o comando após
a morte de seu pai, Kim Jong-il, em dezembro de 2011. Ele segue, assim como seu
pai seguiu, a ditadura implantada por seu avô, Kim II-sung, desde quando o país
foi criado, em 1948, durante a Guerra Fria, após a península coreana ser
dividida em duas partes: Coreia do Norte (socialista) e Coreia do Sul
(capitalista).
Em 1950, as duas Coreias iniciariam um confronto militar que
durou 3 anos (Guerra da Coreia), cujo conflito até hoje não foi resolvido,
sendo responsável pelo clima de tensão existente entre ambas as partes.
Com a assinatura do Armistício de Panmunjom, assinado em 27
de julho de 1953, ficou decidido que a fronteira definida em 1948 fosse mantida,
assim como foi estabelecida uma zona desmilitarizada entre as duas nações, ou
seja, uma faixa de segurança que protege o limite territorial entre as
repúblicas coreanas. Esta possui 4 km de largura e 238 km de comprimento. Ela é
considerada uma das áreas mais fortificadas e impenetráveis do mundo.
Sua economia é altamente centralizada no Estado, isto é, ela
é planejada inteiramente pelo governo. As principais atividades econômicas são
a agricultura (setor primário), com o cultivo de arroz, batata, soja e milho e,
no setor secundário, com a indústria pesada. Alimentos, habitação, saúde e
educação são assegurados pelo Estado.
Pyongyang, a maior cidade e capital do país, é o centro
comercial da Coreia do Norte. A sua política de isolamento faz com que o
comércio internacional seja muito restrito, tendo a China como principal
parceiro comercial.
Assim como em Cuba, o contato com o mundo capitalista ou o
ocidente é proibido pelo governo. Do mesmo modo que toda e qualquer informação
que circule é analisada, inicialmente, pelo governo para só depois ser liberada
ou não para a população.
Fontes de Consulta
. Guia do Estudante: Atualidades - 1º Semestre 2013
. Material didático (particular)
. Wikipedia
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