Imagem capturada na Internet (Fonte: ABC News)
Com toda certeza, ontem, dia 15 de abril, a inquietação e o
temor tomou conta da população e de autoridades de alguns países, em
particular, da Coreia do Sul, Japão e EUA devido às ameaças de guerra por parte
da Coreia do Norte, nas últimas semanas.
A data do ataque anunciada pelo líder norte-coreano, Kim
Jong-un, foi a de ontem, justamente por ser o 101º aniversário do nascimento do
seu avô, Kim Il-sung, fundador e primeiro líder da Coreia do Norte, que
implantou a ditadura quando o país foi criado, em 1948, em plena Guerra Fria, após
a península coreana ser dividida em duas partes: Coreia do Norte (socialista) e
Coreia do Sul (capitalista).
Kim Jong-un assumiu o comando do país após a morte de seu
pai, Kim Jong-il, em dezembro de 2011. Ao mesmo molde da linha de governo de
seu avô e de seu pai, ele é mais um ditador da Dinastia Kim, que já ultrapassa
seis décadas no poder, desde quando o país foi criado (1948).
Em seu primeiro discurso, em abril do ano passado, Kim
Jong-un chegou a falar em bomba atômica. “A
superioridade na tecnologia militar não é mais monopólio dos imperialistas, e a
era dos inimigos que usam bombas atômicas para nos ameaçar e chantagear acabou
para sempre” (Coluna de Ricardo Setti, VEJA, 2012).
Neste ano, as ameaças de guerra aumentaram e passaram a ser
mais enfáticas após a Coreia do Norte sofrer uma nova rodada de sanções do Conselho de
Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) em desagravo à realização de
seu terceiro teste nuclear, ocorrido em 12 de fevereiro deste ano.
Além de lançamento de mísseis, ao longo dos anos, a Coreia
do Norte radicalizou a sua posição como país socialista mais fechado do mundo e
como um dos resquícios da chamada Guerra Fria (embate indireto entre o sistema
capitalista, liderado pelos EUA e o sistema socialista sob a liderança da
antiga União Soviética).
Desde 2003, o país vem preocupando a segurança mundial,
sobretudo, através de testes nucleares e as constantes ameaças de ataques a sua
vizinha Coreia do Sul, além dos EUA e o Japão.
O primeiro teste nuclear realizado pela Coreia do Norte foi no
dia 09 de outubro de 2006. Meses antes, em 15 de julho, o Conselho de Segurança
da ONU (Organização das Nações Unidas) já havia adotado a Resolução nº 1695 que
proibia o Programa Nuclear do país.
Em represália à realização dos testes nucleares, o Conselho
de Segurança da ONU adotou, no dia 15 de outubro do mesmo ano, a Resolução nº
1718, na qual além de condenar os referidos testes, impõe sanções à Coreia do
Norte por manter, em sigilo, atividades nucleares.
O seu segundo teste nuclear, subterrâneo, foi realizado no
dia 25 de maio de 2009 e, de acordo com o que foi divulgado na imprensa, este
fora bem mais potente em termos de força explosiva e de tecnologia de controle
em relação à primeira.
E, como era de se esperar, o referido teste nuclear provocou
abalo sísmico na região. De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos
(USGS, sigla em inglês), na época, um abalo sísmico de 4,7 graus de magnitude
foi detectado na Coreia do Norte.
Por ocasião do primeiro teste nuclear, em 2006, os
sul-coreanos também já haviam detectado um sismo de magnitude semelhante.
O mesmo pode ser averiguado após a realização do terceiro
teste nuclear, em fevereiro deste ano, quando os serviços sismológicos de diferentes
países registraram um sismo de 4,9 graus na região em que se encontra o campo
de Punggyer-ri, condado norte-coreano de Kilju, no nordeste do país, onde são
realizados os testes nucleares. O Serviço Geológico dos EUA, por sua vez,
registrou um sismo de maior magnitude (5,1 graus na Escala Richter) a 23 km, a
leste-nordeste de Sungjibaegam, na Coreia do Norte.
Daí, dizermos que terremotos (assim como erupções
vulcânicas) podem ser também de origem artificial, isto é, eles podem ser
provocados, indiretamente, pela ação antrópica, seja por testes nucleares ou na
realização de obras gigantescas, como Usinas Hidrelétricas, por exemplo.
Pois bem, as
festividades em comemoração ao aniversário do seu avô ocorreram no país e a
ameaça não foi cumprida, graças a Deus! Em minha opinião, a posição da Coreia
do Norte será mantida só sob ameaças, pois o governo norte-coreano tem noção
que um ataque por parte dele, seja na Coreia do Sul, nas bases dos EUA mais próximas ou no Japão vai
causar danos materiais e até óbitos, certamente, mas o contra-ataque de qualquer um deles pode dar
fim ao país norte-coreano.
O estado de tensão entre as duas Coreias agravou-se mais ainda quando, no último dia 11 de março, o líder norte-coreano, Kim Jong-un declarou que considerava o armistício, assinado entre ambos países e que pôs fim à Guerra da Coreia (1950-1953), completamente nulo. Ou melhor dizendo, a tregua acabou.
Kim Jong-un observa o movimentação do
outro lado
da fronteira com a Coreia do Sul (07/03/2013)
Imagem capturada na Internet (Fonte: Terra - Foto: AFP)
A península coreana é, na verdade, um pavio de pólvora, pois as duas
Coreias continuam em guerra. O conflito é latente na
península e, a qualquer momento, se uma delas
acender o pavio, a tragédia será iminente.
Imagem capturada na Internet (Fonte: Revista Veja)
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